Sem o PTN, Ricardo Murad só tem duas saídas: ficar isolado no PMDB ou abandonar de novo o Grupo Sarney

 

 

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Ricardo Murad: situação partidária muito complicada

Não bastassem as pressões políticas, judiciais e até policiais que vêm sofrendo, o ex-deputado estadual Ricardo Murad enfrenta agora uma encrenca partidária que poderá isolá-lo dentro do PMDB, onde não tem espaço de mando. De acordo com o blog do bem informado jornalista Gilberto Leda, Murad está perdendo o controle do PTN, partido que seria a sua tábua de salvação caso seu naufrágio partidário dentro do PMDB seja consumado. Sem a alternativa partidária, Ricardo Murad simplesmente não terá para onde se movimentar dentro do elenco de partidos que formam tacitamente o Grupo Sarney, o que o obrigará a tomar uma decisão drástica num limitado leque de duas alternativas: permanecer no PMDB sem margem para fazer as suas sempre arrojadas e controvertidas ações políticas ou sair do Grupo Sarney e abrigar-se numa legenda do campo adversário, como fez ao entrar no PSB quando rompeu com o campo sarneysista.

O imbróglio do PTN é simples. Em dificuldades dentro do PMDB desde antes da campanha eleitoral de 2014, causadas por suas tentativas de colocar o senador João Alberto de escanteio e dar as cartas dentro do partido, Murad acabou se dando conta de que estava perdendo tempo. Mas como não costuma desistir dos seus objetivos, por mais inalcançáveis que pareçam, ele permaneceu no PMDB, mas decidiu montar um bote de sobrevivência partidária tornando-se o chefe secreto do PTN, cujo comando formal entregou para o deputado Souza Neto, seu genro e seguidor político. Uma equação simples: se o seu projeto de candidatura à Prefeitura de São Luís não fosse viabilizado no PMDB, ele se mudaria de malas e cuias para o PTN, onde daria as cartas sem ninguém para atrapalhá-lo.

O projeto era perfeito, sem erro. Nem tanto, pois o sempre antenado Ricardo Murad se esqueceu que seu projeto era paroquial, e que o PTN, como os demais partidos pequenos, funciona com o instinto de sobrevivência no sentido inverso, ou seja, antes de se resolver na base, ele precisa de suporte em Brasília. E encontrou esse suporte no deputado federal Aluísio Mendes, eleito pelo PSDC e que em busca de meios para declarar sua independência em relação ao Grupo Sarney, negociou com o comando nacional e assumiu o controle do PTN. Era o que a direção do partido queria. O deputado Souza Neto não tinha meios de garantir o controle e o outro deputado do partido, Alexandre Almeida, está focado na briga pela Prefeitura de Timon e não quer encarar uma desgastante encrenca partidária.

Em resumo: sem obstáculos à sua frente, o deputado federal Aluísio Mendes passou a dar as cartas no braço maranhense do PTN, e não pretende dividir esse controle com ninguém. Isso não significa dizer que Mendes não aceite de bom grado o ingresso de Ricardo Murad no partido – afinal, é corrente no meio político que parte do seu sucesso nas urnas foi alcançado com o apoio de Murad, então o todo-poderoso secretário de Estado da Saúde, portanto gestor de um orçamento milionário e com forte influência política em muitos municípios. O deputado Aluísio Mendes, porém, não abre mão do controle sobre o partido, situação que não interessa a Murad, que não aceita não ser o manda-chuva dentro de uma agremiação.

A bem sucedida investida do deputado federal Aluísio Mendes tirou Ricardo Murad do eixo e o deixou praticamente sem alternativa, obrigando-o a permanecer no PMDB, pelo menos por enquanto. Mas as últimas decisões do Congresso Nacional sobre a reforma política acendeu-lhe uma luz no fim do túnel ao dar mais seis meses de prazo para o troca-troca partidário. Sendo assim, Murad tem mais seis meses de tempo para encontrar uma saída num cenário partidário extremamente movimentado e no qual só dá cartas quem tem poder político de fato. E isso o outrora poderoso Ricardo Murad não tem agora.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Poder total

rose verde 2O deputado federal Sarney Filho mandou para o espaço as últimas dúvidas de que a vereadora Rose Sales será a candidata do PV à Prefeitura de São Luís. Numa entrevista concedida sexta-feira a Roberto Fernandes, no programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, o chefe maior do PV no Maranhão  foi ao mesmo tempo categórico e entusiasmado: “Isso não está em discussão, não, já está decidido. A vereadora Rose Sales será a candidata do PV para ganhar a eleição”. Sarney Filho acha que a vereadora – que deixou o PCdoB, passou pelo PP e desembarcou no PV – tem as condições necessárias para se firmar como candidata e bagagem para fazer uma campanha agressiva e sair das urnas com resultado positivo. Ela própria está pensando assim, conforme declarou nesta semana. Vista como “um achado” pelos verdes e aliados, a vereadora Rose Sales é tão forte no PV que ganhou o comando do diretório do partido em São Luís com carta branca para conduzir todas as negociações que possam vir a fortalecer seu projeto eleitoral. E era tudo o que ela queria.

 

Manoel Santos Neto premiado

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padre mohana“A ressurreição do padre”, obra do jornalista Manoel Santos Neto, está entre os vencedores do 36º Concurso Literário Cidade de São Luís, anuncia o blog do jornalista Raimundo Garrone, que publicou em primeira mão, sexta-feira, o resultado divulgado pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func). “O livro versa sobre a vida e a obra do saudoso padre João Mohana (1925-1995), um dos maiores intelectuais maranhenses do século 20”, situa Garrone. Natural de Bacabal nasceu no dia 15 de junho de 1925 e faleceu no dia 12 de agosto de 1995, aos 70 anos. Padre, médico, pregador, teólogo, escritor, poeta, autor teatral e compositor, João Mohana se destacou em todas as atividades que desenvolveu, consagrando-se como autor de obras literárias reconhecidas, como “O Outro Caminho”, e peças teatrais geniais como “Sara e Abraão” e “Por causa de Inês”. Tanto que ocupou a Cadeira Nº 3 da Academia Maranhense de Letras. O roteiro biográfico de “A ressurreição do Padre” é enriquecido pelo talento textual de Manoel dos Santos Neto, que pela via do jornalismo resgata a trajetória e a obra por meio da qual Padre Mohana deu uma contribuição sem paralelo à história e à cultura do Maranhão nos seus mais diferentes vieses.

 

São Luís, 10 de Outubro de 2015.

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