A cúpula do Grupo Sarney deve se reunir até o final deste mês para bater martelo em relação à chapa majoritária com a qual vai encarar as urnas em outubro. Em princípio, a chapa terá a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) como candidata ao Governo do Estado, e senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV) como candidatos ao Senado. Inicialmente, a chapa será sustentada por uma aliança formada por MDB, PV, PSD, PR, PSDC e outros partidos menores – como o PRP, por exemplo, se o ex-deputado estadual Ricardo Murad não sustentar a sua anunciada candidatura a governador. Os integrantes da cúpula sarneysista avaliam que essa definição deve acontecer até meados de maio, de modo a que o grupo reúna as condições para fazer uma campanha viável. Ficarão em aberto as vagas de candidato a vice-governador, e pelo menos duas das quatro vagas de candidatos a suplente de senador, isso porque são espaços na chapa que podem ser usados para negociações de última hora, como é comum nas articulações do grupo liderado o pelo ex-presidente José Sarney (MDB).
Os chefes do Grupo Sarney acreditam que até o final de maio o quadro de candidatos a presidente da República estará definido, a começar pelo que representará o MDB. Isso porque, ainda que até aqui esteja trabalhando com a possibilidade de lançar candidato próprio a presidente – o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, por exemplo -, já que o projeto inicial do presidente Michel Temer foi implodido pelas novas denúncias contra ele -, o partido trabalha também com a possibilidade de firmar uma aliança com o PSDB, podendo indicar o vice do candidato tucano Geraldo Alckmin. Na seara emedebista transita, já com alguma força, uma corrente que defende uma aliança tucano-emedebista como a única maneira de barrar o avanço de um candidato de esquerda – no caso Marina Silva (Rede) – ou um de extrema direita – o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). O MDB nacional poderá optar por uma aliança com o DEM em torno da candidatura do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (RJ). O candidato do Grupo Sarney ao Governo do Estado deverá se situar de acordo com o que for decidido pela cúpula nacional do partido.
É certo que o Grupo Sarney não abre mão da candidatura de Roseana Sarney, a começar pelo fato de que não conta com outro nome com alguma viabilidade – ela poderia sair para o Senado e Sarney Filho para governador, mas a ideia, que já foi o seu sonho dourado, já não entusiasma o ex-ministro do Meio Ambiente. O Grupo tem plena consciência do poder de fogo político e eleitoral do governador Flávio Dino (PCdoB), sabe que dificilmente impedirá sua reeleição, mas sabe também que não pode deixar de comandar as forças que ainda consegue reunir. Roseana Sarney tem esse mapeamento, sabe com quem ainda conta, mas para mobilizar esses grupos, que estão espalhados nas mais diversas regiões do Maranhão, terá de fazer uma campanha que tenha como mola-mestra um candidato presidencial de e com chances concretas de chegar ao Palácio do Planalto.
Essa dificuldade do Grupo Sarney ficou bem clara durante a maratona de visitas a municípios, em pré-campanha, que a ex-governador realizou no mês passado. Enfrentou problemas para engatilhar um discurso consistente e convincente, exatamente por não dispor de um candidato a presidente com viabilidade que pudesse ser apresentado como garantia de que seu projeto de governo poderia ter o respaldo do Palácio do Planalto. Roseana resumiu seu discurso a apontar supostos defeitos e malfeitos no Governo Flávio Dino e lembrar o que definiu como conquistas dos quase 14 anos em que esteve à frente do Governo do Estado. Até aqui, portanto, o quadro é de completa indefinição, ainda que a sua candidatura ao Palácio dos Leões esteja posta na ordem do dia do Grupo.
Roseana Sarney tem a avaliação de que não pode atrelar sua candidatura ao desgastado e impopular Governo do presidente Michel Temer, que na última pesquisa do Datafolha apareceu rejeitado por quase 90% dos brasileiros. Mas sabe também que, se de fato está querendo chegar a algum lugar, não pode ficar estacionada, vendo o trem dinista, cuja majoritária está bem definida, com vice-governador, faltando apenas os entendimentos para reencher as vagas de candidato a suplente de senador. Daí a agenda por meio da qual a cúpula do Grupo Sarney pretende resolver até meio as suas pendências, que não são de solução fácil para as eleições que estão chegando.
PONTO & CONTRAPONTO
Waldir Maranhão se movimenta para ser candidato a senador pelo PSDB
O PSDB estaria sendo sacudido por uma pequena encrenca interna. Motivo: o recém desembarcado deputado federal Waldir Maranhão estaria querendo a vaga ainda aberta de candidato ao Senado, que seria destinada ao também recém chegado ao ninho, deputado estadual Alexandre Almeida, para fazer dobradinha com o ex-governador José Reinadio Tavares, dono absoluto da primeira vaga. Fonte bem situada do partido diz que, a menos que haja uma reviravolta, um fato novo surpreendente, dificilmente os tucanos rifariam Alexandre Almeida para dar a vaga a Waldir Maranhão. O comando tucano não faz qualquer restrição ao ex-presidente interino da Câmara Federal, e o quer como candidato à reeleição na chapa proporcional que tem como carro-chefe o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira. Há também quem garanta que Waldir Maranhão não tem a intenção de criar qualquer tipo de embaraço ao PSDB, que o recebeu de braços abertos depois que ele rompeu com o governador Flávio Dino ter peregrinado atrás de uma legenda.
Boa nova: Ouvidorias do Judiciário e do Ministério Público vão atuar em conjunto
Os ouvidores do Tribunal de Justiça, desembargador José Luis Almeida, e do Ministério Público, procuradora de Justiça, Rita de Cassia Maia Baptista, se reuniram terça-feira para trocar informações e estabelecer uma relação que permita uma convivência interativa e produtiva, iniciativa que pode inclusive ser ampliada com a participação da Ouvidoria da Defensoria Pública. Os ouvidores discutiram propostas de parceria entre os dois órgãos, e, conforme informações divulgadas pela Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça, o desembargador a troca de experiências entre as instituições públicas é uma de suas metas a serem alcançadas.
Ainda que não pareça, as Ouvidorias do Tribunal de Justiça e do Ministério Púbico são órgãos de extrema importância. Elas são canais por meio dos quais o cidadão pode externar suas críticas, suas demandas e sugestões ao funcionamento dessas instituições, que são fundamentais para a garantia dos direitos e deveres da sociedade. É sabido que Judiciário e Ministério Público enfrentam problemas, são deficitários em estrutura e, por conta dessa deficiência, muitas vezes o ônus recai sobre a qualidade dos serviços prestados por essas instituições.
A iniciativa for de fato levada à frente e a sério pelos ouvidores José Luis Almeida (TJ) e Rita de Cássia Maria Baptista (MP) abre caminho para que as manifestações do cidadão podem ajudar a corrigir distorções e até mesmo injustiças nas decisões diretamente relacionadas à vida do cidadão. “A reunião foi o ponto de partida para um trabalho conjunto a ser desenvolvido a partir de agora”, ressaltou o desembargador José Luiz Almeida. Que assim seja.
São Luís, 18 de Abril de 2018.