Se acontecer, fusão do PCdoB com o PSB criará um partido poderoso no Maranhão

 

Flávio Dino terá influência decisiva na discussão sobre a fusão do PCdoB/PSB pelo Socialistas

O governador Flávio Dino ainda está discutindo o assunto com aliados e dever aguardar a primeira semana de Junho para definir sua posição a respeito do projeto de fusão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) para formar um autêntico e forte partido de centro-esquerda, o Socialistas. Se a negociação for bem-sucedida, o novo partido medirá força com o PT como referência da chamada esquerda democrática, e nascerá especialmente forte no Maranhão, onde terá o governador Flávio Dino como o seu líder maior. Se a fusão for acertada e consumada como está se desenhando, o grupo que hoje controla o PCdoB provavelmente assumirá o comando da nova legenda, e com a possibilidade de ser o principal aliado do PSDB na base da provável candidatura do vice-governador Carlos Brandão, ou manter a declaração de apoio já feita pelo comando do PSB à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Um dos principais negociadores dessa importante equação partidária, Flávio Dino deve ser o seu candidato ao Senado e sua principal referência na corrida eleitoral.

A possível fusão do PCdoB com o PSB provocará uma expressiva mudança no perfil da aliança partidária comandada pelo governador Flávio Dino, que vai liderar uma agremiação bem mais forte do que o PCdoB. Se vier mesmo a ganhar vida, o braço maranhense do Socialistas entrará em campo com o governador, três deputados federais (Márcio Jerry e Rubens Jr. do PCdoB e Bira do Pindaré do PSB), cinco deputados estaduais (Othelino Neto, Marco Aurélio, Adelmo Soares, Ana do Gás e Carlinhos Florêncio do PCdoB e Edson Araújo do PSB), 22 prefeitos do PCdoB e seis do PSB, totalizando 28, e com a soma de um elevado número de vereadores. Ou seja, um partido forte, que ultrapassará o Republicanos (25) e poderá até mesmo vir a ameaçar perigosamente o PL (40) e o PDT (42) em número de prefeitos.

Ao mesmo tempo, se vier mesmo a nascer, como estão soprando os ventos na seara política, a nova agremiação partidária nascerá com uma feição ideológica mais identificada com o governador Flávio Dino e com o atual presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, que pregam as linhas de ação de uma esquerda moderada. Isso não quer dizer que as atuais lideranças do PSB, como o atual presidente estadual do partido, o ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa, formem uma corrente dentro do partido. Político experiente e identificado com o conceito de unidade e de aliança partidária, o governador Flávio Dino dificilmente permitirá a formação de divisões internas no novo partido.

Se vingar, como estão sussurrando nos bastidores, o Socialistas chegará ao mundo com um desafio e tanto: se posicionar a favor do tucano Carlos Brandão (PSDB) ou do pedetista Weverton Rocha na corrida ao Palácio dos Leões. No cenário atual, se não houver um acordão em torno de um deles, o PCdoB tende as apoiar o projeto de candidatura de Carlos Brandão, enquanto a cúpula do PSB já declarou apoio à de Weverton Rocha. Se prevalecer a lógica, o novo partido pode pender para o vice-governador. Há quem aposte que o eventual nascimento de uma legenda com a soma de forças do PCdoB e do PSB favorecerá a negociação de um grande acordo em torno de um candidato da aliança dinista.

Se o Socialistas não acontecer, é possível que o governador Flávio Dino e seus aliados mais próximos deixem o PCdoB e migrem para o PSB, criando nesse caso um cenário tão imprevisível quanto improvável. O governador trabalha também com o Plano C, que é permanecer no seu partido e tocar a vida torcendo para que o PCdoB velho de guerra não seja degolado pelas regras implacáveis da Cláusula de Barreira. Nada disso, porém, deve perturbar sua caminhada em direção ao Senado da República.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Oportuna a sugestão de Sarney para Hildo Rocha abrir o debate sobre parlamentarismo

José Sarney orienta Hildo Rocha a debater parlamentarismo a Câmara Federal

Oportuna a sugestão feita pelo o ex-presidente José Sarney (MDB) para que o deputado federal Hildo Rocha (MDB) inclua na pauta da Câmara Federal um debate sobre o esgotamento do presidencialismo e a possibilidade de substituí-lo pelo parlamentarismo.

O tenso cenário político mundial, agora agravado pela pandemia do novo coronavírus, vem mostrando com nitidez espantosa que o presidencialismo é um sistema de Governo em franco esgotamento em todas as regiões do planeta, com clara tendência de governos presidencialistas se transformarem em regime ditatoriais. O que acontece na Rússia, com o regime de força de Vladimir Putin, e em Belarus, na Hungria, na Indonésia, na Síria, no Egito, na Turquia, na Venezuela, para citar alguns casos de ditadura escancarada, exemplos indiscutíveis da falência do presidencialismo. Tais sintomas apareceram agora na mais sólida e influente democracia do mundo, os Estados Unidos da América, com a inacreditável passagem de Donald Trump pelo poder. Tais crises não ocorrem nos países com sistema parlamentarista, mesmo os monarquistas, como a Inglaterra, por exemplo.

Mas o melhor exemplo da superação do presidencialismo ocorre no Brasil com o presidente Jair Bolsonaro, um político medíocre, limitado, com nítida e assumida vocação autoritária e sem a menor noção do que é o País em termos geopolíticos, culturais e regionais, sendo absolutamente desinformado em relação aos problemas sociais e econômicos nacionais, e quanto ao papel e a importância desse gigante continental no contexto mundial. Jair Bolsonaro saltou do quase anonimato do chamado baixo clero para a presidência da República. E só não deu um golpe de Estado para se tornar ditador porque, felizmente, as instituições brasileiras já têm alguma solidez.

Num regime parlamentarista, o deputado Jair Bolsonaro jamais chegaria a primeiro-ministro, e muito provavelmente não faria sequer parte de um gabinete como ministro. Nem seria presidente num regime parlamentarista, que via de regra exige um líder moderado e equilibrado, mais empenhado em resolver conflitos, como faz o mundialmente respeitado presidente reeleito de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, um democrata de viés conservador, e não um chefe de Estado diuturnamente empenhado em gerar conflitos como forma de sobrevivência.

A sugestão do ex-presidente José Sarney – ele próprio um líder equilibrado, que conduziu de maneira exemplar a transição da ditadura para a democracia – ao deputado Hildo Rocha é politicamente saudável e oportuna.

 

Escolas do Estado vão distribuir absorventes a estudantes em idade menstrual

Yglésio Moyses indicou

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação, distribuirá materiais de higiene menstrual nas escolas públicas da rede estadual. O anúncio foi feito pelo deputado Yglésio Moyses (PROS), autor da indicação, por meio da qual solicitou a inclusão da Política de Saúde da Mulher nas escolas públicas estaduais. A ideia é distribuir absorventes às estudantes, como forma de garantir que não deixem de frequentar a escola no período menstrual. O parlamentar, que é médico e faz política com viés fortemente social, fez a indicação com base na constatação de que muitas adolescentes deixam de frequentar a escola no período menstrual porque não têm condições de manter a higiene por não poder comprar absorventes, vivendo o que ele definiu como “pobreza menstrual”. Segundo o parlamentar, nada menos do que 25% das estudantes em idade menstrual não têm condições de adquirir materiais básicos de higiene menstrual, situação agravada com a pandemia. O governador Flávio Dino e o secretário Felipe Camarão encamparam a indicação.

São Luís, 26 de Maio de 2021.

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