Desde a última Quinta-Feira (11), a cúpula nacional do PSDB incluiu o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão à sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB) na sua lista de prioridades. Os principais líderes do partido, a começar pelo presidente nacional, deputado federal Bruno Araújo (SP), e o governador gaúcho Eduardo Leite, se manifestaram com entusiasmo sobre a volta de Carlos Brandão ao ninho dos tucanos. Eles saudaram com efusão o que foi, de fato, uma reviravolta surpreendente em face do erro monumental que foi tirá-lo do comando e entregar o partido ao senador Roberto Rocha, que, sem projeto para fortalecê-lo, mergulhou o braço maranhense do PSDB ao pior momento da sua existência. Com esse posicionamento, que tem claro sentido de aposta alta, as lideranças tucanas injetam fortes doses de ânimo no projeto de poder do vice-governador, acreditando que por seu intermédio o partido finalmente chegará ao Governo do Maranhão.
Carlos Brandão fez uma jogada de mestre com o retorno inesperado ao PSDB, surpreendendo o meio político e muitos observadores, e deixando boquiabertos os seus adversários. Estava bem situado no Republicanos, que ajudou a fortalecer nas eleições municipais, quando ocupou expressivo espaço em São Luís com a candidatura do deputado estadual Duarte Jr. à Prefeitura e mantendo o controle em Caxias, com a retumbante vitória eleitoral do prefeito Fábio Gentil. Mas a possibilidade de reassumir o controle do PSDB, com carta branca para tirar a legenda da situação humilhante com que saiu das eleições municipais e torná-la forte, pode produzir dividendos políticos e eleitorais importantes para o seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões.
Quando decidiram descartar a presença do senador Roberto Rocha no partido, os chefes do tucanato nacional já tinham a avaliação de que a troca de Carlos Brandão por Roberto Rocha foi um erro monumental de perspectiva. Afinal, Carlos Brandão era o vice-governador e conduziu o partido a um resultado excepcional nas eleições de 2016, quando o PSDB alcançara nada menos que 29 prefeituras; já nas eleições de 2020, sob o comando de Roberto Rocha, o partido saiu das urnas com apenas quatro prefeitos eleitos. Agora, tudo indica que tão logo Carlos Brandão assuma o comando efetivo do partido, não tardará para que o PSDB volte a ganhar musculatura com a atração de um número expressivo de prefeitos eleitos por outras agremiações partidárias.
O vice-governador é um político tarimbado, que faz política direta e joga bem no tabuleiro das articulações, onde prevalece a conversa ao pé do ouvido, e por meio da qual são costurados, sem muito alarde, acordos e alianças. Tudo muito discreto, sem trombetas, que só são sopradas com o fato consumado. Sua volta por cima ao PSDB é um exemplo indiscutível do seu modus operandi. Trabalhou na surdina, fez as articulações com os chefes tucanos – muitos deles seus colegas de Câmara Federal -, conseguindo o butim partidário, que foi procurado também pelo deputado ex-pedetista Gil Cutrim e por emissários da senadora Eliziane Gama (Cidadania). Conta-se que até o senador Roberto Rocha teria elogiado a entrega do PSDB, que lhe foi tirado, ao vice-governador.
No comando do PSDB maranhense, o vice-governador Carlos Brandão reforça com uma sigla importante a aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino, que passa a contar com 17 partidos. Sabe, por outro lado, que se não chegar a um acordo com o senador Weverton Rocha (PDT), seu principal oponente na corrida ao Palácio dos Leões, a aliança dinista sofrerá um grande racha partidário. Daí a importância de estar à frente de uma agremiação de peso, que tenha estrutura e capilaridade e que lhe assegure o suporte necessário para realizar uma campanha com eficiência e densidade.
Ninguém duvida de que o surpreendente retorno ao PSDB deu forte turbinada no projeto de poder do vice-governador Carlos Brandão, acendendo forte luz de alerta nos QGs dos demais postulantes.
PONTO & CONTRAPONTO
Roberto Rocha permanece no PSDB até que Bolsonaro faça sua escolha partidária
O senador Roberto Rocha ainda não se desfiliou do PSDB, mantendo, até aqui, o cargo de presidente regional do partido, mesmo sabendo que já não é mais considerado um integrante do ninho tucano maranhense. O comando nacional do partido decidiu não transformar a saída do senador num fato político relevante, preferindo dar a ela o mínimo de importância.
Roberto Rocha, por sua vez, parece também preferir partir do ninho sem muito alarde, deixando para trombetear esse movimento quando ele se completar com seu ingresso em novo partido. Tanto que acertou a desfiliação sem nem mesmo comunicar sua decisão aos demais integrantes da direção tucana no Maranhão.
O senador está mesmo determinado a ingresso no partido que vier a receber afiliação do presidente Jair Bolsonaro, que anunciou para este mês a normalização da sua vida partidária. Isso porque está determinado a participar das eleições do ano que vem como representante do bolsonarismo no Maranhão.
Othelino Neto alerta deputados para golpes no WhatsApp
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), com firmeza, ao que ele definiu como uma tentativa de bandidos virtuais de obter números de WhatsApp de parlamentares para dar golpes. Em “Nota de Alerta”, divulgada ontem, o presidente do Legislativo se dirige aos seus colegas para informar que ele próprio foi alcançado por um número com DDD 61, que é de Brasília, e conta que houve uma tentativa de golpe, que ele repeliu. Daí decidiu que os deputados teriam de ser alertados. A “Nota de Alerta” foi bem acolhida. Leia-a, na íntegra:
Nota de Alerta
Alerto aos colegas parlamentares, amigos e familiares que, nesta segunda-feira (15), um número com DDD 61 entrou em contato com pessoas próximas, passando-se por alguém da minha assessoria, possivelmente, com o intuito de clonar contas de WhatsApp.
Na conversa, o golpista convida a pessoa a participar de uma live com um número restrito de amigos e seguidores. Em seguida, pede o número do código que, supostamente, chegará ao e-mail para confirmação da presença.
Reitero que ninguém da minha equipe de assessores possui celular com DDD 61 e que também não liga solicitando dados pessoais ou número de códigos de quem quer que seja.
Portanto, fica o alerta para qualquer tentativa deste tipo.
Deputado Othelino Neto
Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão
São Luís, 16 de Março de 2021.