Se os números divulgados pelo instituto Escutec expressarem a realidade, os candidatos da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) às duas vagas de senador nas eleições do ano que vem – Waldir Maranhão (PTdoB) com 7% e Weverton Rocha (PDT) com 8,9% – terão de fazer uma parada e reavaliar suas estratégias. Eles estão perdendo feio para os candidatos do Grupo Sarney – Sarney Filho (PV) com 15% e Edison Lobão (PMDB) com 13% – e para o candidato independente José Reinaldo Tavares (ainda no PSB), que aparece com 10,8%. Essas informações sobre as preferências do eleitorado em relação aos nomes postos até agora para disputar as duas vagas de senador. Ainda que com alguns “porens”, os percentuais do Escutec parecem expressar a lógica, à medida que cada candidato encontra-se inserido no patamar que lhe cabe, não havendo nos percentuais, aparentemente, qualquer incoerência.
O fato de o deputado federal Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente aparecer na liderança com 15% das preferências dos 2020 eleitores entrevistados pelo instituto eleitorado é perfeitamente explicado com uma avaliação, ainda que superficial, da sua trajetória. Cria de ponta do sarneysismo, inicialmente apontado como o herdeiro político de José Sarney (PMDB), Sarney Filho não fugiu à regra nem às suas origens, mas construiu uma carreira parlamentar própria e não inteiramente identificada com a linha de ação dos parlamentares do Grupo Sarney, aí incluída a própria Roseana Sarney. Ao longo de nove mandatos federais, teve leis aprovadas, presidiu as mais importantes comissões técnicas da Câmara federal – a de Orçamento e Controle, por exemplo -, fundou a Frente Parlamentar Ambientalista, votou a favor das diretas já e foi ministro do Meio Ambiente duas vezes, e nesse período não há notícias de que tenha se envolvido em falcatruas. Está, portanto, credenciado para disputar a vaga.
A lógica que embala Sarney Filho se aplica também ao senador Edison Lobão, segundo colocado na preferência do eleitorado, mesmo sendo acusado de envolvimento com o esquema que saqueou a Petrobras e o projeto Angra III e de ter, por isso, sofrido um verdadeiro massacre da grande mídia. Lobão é um político com lastro sólido e amplo, que alcança as mais diversas regiões do estado, construído nos seus mandatos de deputado federal, senador e Governador do Estado vem avaliado. Lobão presidiu o Senado, foi ministro de Minas e Energia, e hoje, mesmo som intenso bombardeio, preside nada menos que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com a eficiência correspondente à imagem de ser uma das vozes mais influentes no PMDB, no Senado e no Congresso Nacional, acrescentando-se a isso a condição de amigo e interlocutor habitual do presidente Michel Temer (PMDB).
Terceiro melhor colocado na preferência do eleitorado, segundo o Escutec, o deputado federal José Reinaldo Tavares, tanto quanto os dois primeiros, tem cacife de sobra para pleitear uma das cadeiras senatorias. Um dos homens públicos maranhense de carreira mais rica – foi várias vezes secretario de Estado, administrou Brasília, comandou a Sudene, foi ministro dos Transportes e governou o Estado por cinco anos. Mais do que a carreira, entrou para a História política do Maranhão como o grande articulador e fiador da grande virada política que levou Jackson Lago ao Palácio dos Leões, interrompendo um ciclo de três décadas de domínio político e administrativo do Grupo Sarney. Sua posição na preferência do eleitorado é perfeitamente justificada.
A quarta posição do deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB) não é de todo um evento inexplicável. Antes de se tornar um político malvisto, Waldir Maranhão, que é veterinário e professor universitário com sólida formação acadêmica, foi reitor da UEMA, secretário de Ciência e Tecnologia. É deputado federal no terceiro mandato, tendo presidido as Comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, sendo também apontado como um dos especialistas da Câmara Baixa na área de educação, tanto que ganhou espaço no PP, tornando-se seu chefe supremo no Maranhão. Caiu em desgraça pelas derrapagens que cometeu quando se tornou 1º vice-presidente da Casa, mas, no contrapeso, caiu nas graças do ex-presidente Lula, que avaliza sua candidatura ao Senado com sinal verde do Palácio dos Leões.
O dado mais surpreendente da pesquisa Escutec é a quinta posição do deputado federal Weverton Rocha na preferência do eleitorado. Um dos políticos mais ativos e ousados da nova geração, Weverton foi líder estudantil, caiu nas graças do ex-governador Jackson Lago (PDT), que lhe deu não só cargo no seu governo – foi secretário de Esportes e Juventude -, mas muito prestígio político. Na mesma pisada ele encantou o comando nacional do PDT, tornando-se uma dos quadros mais ativos do partido em todo o País, desbancando brizolistas da velha geração. Como parlamentar, sua atuação na Câmara Federal surpreendeu aos próprios pedetistas, que passaram a respeitá-lo como uma liderança importante do partido, tanto que assumiu a liderança da bancada e vem tomando posições cada vez mais arrojadas em nome do PDT. Há quem veja sua candidatura a senador como precipitada agora, mas Weverton Rocha tem um projeto político ousado e focado no Palácio dos Leões já na próxima década. O que lhe falta em lastro lhe sobra em ousadia, o que é decisivo em política e isso justifica o projeto senatorial agora.
Em resumo: os cinco relacionados são qualificados e têm cacife para chegar lá. Mas vale anotar que, dada a proximidades entre os candidatos e o fato de que 42,7% dos eleitores entrevistados responderam que não têm candidato, esse cenário é absolutamente descartável. Muita água rolará ainda nos próximos 380 dias.
Em Tempo: Nada justifica a não inclusão da deputada federal Eliziane Gama (PPS). Se incluída, ele certamente estaria disputando os primeiros lugares da fila. O Escutec derrapou feio com essa imperdoável omissão.
PONTO & CONTRAPONTO
Max Barros enriquece o papel da Oposição na Assembleia elevando debate sobre Medidas Provisórias
O plenário da Assembleia Legislativa tem sido palco, nos últimos dias, de um debate elevado e interessante entre Oposição e Situação sobre a edição de Medidas Provisórias pelo governador Flávio Dino (PCdoB). A maioria governista se movimenta para aprovar os projetos de conversão de MPs em leis estaduais, enquanto a Oposição, que nem sempre é contra o conteúdo das MPs, atua para retardar sua aprovação por meio de uma série de artifícios regimentais – obstrução, verificação de quórum, acréscimo de conteúdo ou retirada dessa ou daquela regra de um ou outro projeto de conversão. Nesse contexto, o deputado Max Barros (PRP), que integra e lidera o Bloco Parlamentar Independente (BPI), tem se destacado como uma voz de peso na sustentação das teses oposicionistas, mas sem o ranço de tentar criar embaraços incontornáveis ao Governo. Com a experiência de quem já esteve nos dois lados – foi gerente metropolitano e secretário de Infraestrutura dos governos Roseana Sarney durante anos -, o deputado Max Barros faz uma oposição politicamente ao mesmo tempo dura e correta e tecnicamente elevada, a ponto de em certos momentos de acirramento dos ânimos ser o um dos poucos oposicionista a manter canal aberto para dialogar com as lideranças governistas. Sobre o debate em curso, Max Barros advoga a tese segundo a qual, já que Medida Provisória ganha força de lei no momento em que é assinada pelo chefe do Poder Executivo, não há porque aprová-las em regime de urgência. Para ele, seria mais coerente e produtivo que a Assembleia Legislativa tivesse mais tempo para discuti-las, inclusive fazendo consultar à sociedade em casos específicos. Lembrando que o governador Flávio Dino foi um crítico severo do uso de MPs, o líder do BPI argumenta que essa série de leis editadas por meio de MPs – entre elas a que define uma polpitica de isenção fiscal para a implantação de uma refinaria de petróleo no Maranhão – seria mais saudável se nascesse a partir de projetos de lei propostos pelo Poder Executivo. Os líderes governistas contra argumentam afirmando que a MP é um instrumento constitucionalmente legítimo e que nada impede que os projetos de conversão de MP em lei estadual sejam discutidos. Max Barros admite a legalidade, mas discorda e recomenda, com elegância oposicionista possível, que o governador interrompa ouso de MPs e contribua para o desenvolvimento do processo legislativo propondo projetos de lei.
Roberto Costa leva prestígio do Legislativo à posse de novo membro da Justiça Eleitoral
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA) ganhou novo membro efetivo, o juiz Itaércio Paulino da Silva, que foi empossado ontem em sessão solene comandada pelo presidente da Corte, desembargador Raimundo Barros, na presença da corregedora geral da Justiça, desembargadora Anildes Cruz, e do deputado estadual Roberto Costa (PMDB), que representou o Poder Legislativo por designação do presidente Humberto Coutinho (PDT).
A saudação ao juiz Itaércio Paulino da Silva foi feita pelo presidente Raimundo Barros: “É um grande prazer dirigir a palavra a Itaércio que, nesta data, ocupa definitivamente assento nesta egrégia Corte Eleitoral. Ele sempre demonstrou muita maturidade, não somente pelo seu intelecto, mas, sobretudo, pela sua experiência profissional e equilíbrio em suas decisões. A sua aparência serena, discreta, tranquila, anuncia a inteligência desse homem que já abrilhanta a magistratura maranhense com seu conhecimento jurídico, sua notória reputação e sua grande experiência no ramo do Direito”.
Itaércio Paulino da Silva agradeceu aos pais que se esforçaram para que pudesse estudar, ensinando-lhe desde a infância o caminho do bem, formando assim seu caráter com respeito e dignidade. Também agradeceu o apoio da esposa e dos filhos que sempre estiveram presentes, torcendo pelo êxito na vida e na carreira profissional. “Tomo posse como membro efetivo na qualidade de juiz com humildade diante da grandeza da missão que me incumbirá nos próximos dois anos”, salientou o juiz Itaércio Paulino da Silva, que durante a cerimônia foi agraciado com a Medalha do Mérito Eleitoral Ministro Arthur Quadros Collares Moreira, a maior honraria da Justiça Eleitoral no Maranhão.
O deputado Roberto Costa destacou a importância da solenidade, realizada no Plenário do TRE, frisando o valor da Justiça Eleitoral como uma das instituições mais importantes do País. “O Dr. Itaércio Paulino da Silva toma posse nesta Corte Eleitoral depois de indicado por seus pares em razão de sua experiência, dedicação, trabalho dedicado e, sobretudo, de sua competência como homem que consagrou sua vida ao Direito, à Justiça e à cidadania de todos nós”, declarou Roberto Costa.
São Luís, 19 de Setembro de 2017.