Pesquisa mostra vantagem do candidato de oposição e deve acirrar disputa em Caxias

Paulo Marinho Jr. à frente de Gentil Neto,
segundo os números da pesquisa DataM

Números de uma pesquisa DataM fizeram o chão político de Caxias tremer nos últimos dias. Eles trouxeram à tona a informação segundo a qual, se a eleição para prefeito fosse agora, o candidato de oposição, Paulo Marinho Jr. (PL), iria para as urnas com nada menos que 39% das intenções de voto, seguido do candidato situacionista, Gentil Neto (PSB) com 28,8%. Na sequência aparecem Lycia Waquim (PSDB), com 4,4% e Edmilson Sanches (?) com 1,1%. O levantamento encontrou 13,1% de eleitores dispostos a não votar em nenhum deles ou votar nulo ou branco, e 13,5% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa ouviu 451 eleitores entre os dias 4 e 7 de julho, tem margem de erro de 4,6%, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-07040/2024.

Foi uma pancada na campanha do candidato da aliança que juntou os grupos Gentil, liderado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), e Coutinho, comandado pela ex-deputada Cleide Coutinho. Até então, todas as pesquisas e avaliações informais sobre o cenário da disputa na Princesa do Sertão davam conta da liderança do engenheiro Gentil Neto. Os números do DataM invertem radicalmente o cenário, indicando que uma forte virada catapultou Paulo Marinho Jr. para a liderança do páreo eleitoral.

Para observadores atentos e experientes, não foi de todo uma surpresa. Em meados do mês passado, um movimento ousado rachou o grupo Coutinho ao meio com a indicação da ex-vereadora Thais Coutinho (PDT), filha de Fernando Coutinho, prefeito de Matões, e com o apoio da deputada Cláudia Coutinho (PDT), para vice de Paulo Marinho Jr.. Sob o impacto do racha, o comando do Grupo Coutinho reagiu indicando a ex-deputada Cleide Coutinho para vice de Gentil Neto. Aliados receberam a jogada com euforia, mas logo ficou claro que, por conta de vários fatores, entre eles a idade, o quadro seria mudado. E não deu outra: a ex-deputada Cleide Coutinho desistiu e indicou o cunhado Eugênio Coutinho para substituí-la como vice na chapa de Gentil Neto.

Nesse contexto, a escolha dos vices ajustou as chapas dos dois principais candidatos, as colocou em pé de igualdade formal e funcionou como sinal verde para a corrida ao voto. Paulo Marinho Jr. lidera uma frente que leva uma banda do Grupo Coutinho e conta com o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT). Por seu turno, Gentil Neto comanda uma aliança da qual participam uma banda do Grupo Coutinho, os deputados federais Amanda Gentil (PP) e Rubens Jr. (PT) e conta com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), o grande avalista e articulador dessa aliança.

 Quem conhece a política de Caxias sabe que qualquer previsão agora sobre o desfecho dessa eleição será precipitação pura. E o exemplo está em 2016, quando o atual prefeito Fábio Gentil, então vereador, contrariou as previsões e a própria lógica e venceu a eleição contra o prefeito Léo Coutinho, atropelando o projeto de poder do deputado estadual Humberto Coutinho, então no auge da sua força política. Essa pesquisa veio para balizar a corrida à Prefeitura de Caxias que, no duro, começa agora, à medida que não há mais o que definir em matéria de candidatura, nem com respeito a alianças partidárias. Vale ressaltar que a pesquisa encontrou 27% de indecisos, que podem definir o pleito, dependendo de como forem tratados.

Em campo estão dois grupos fortes e que sabem tudo sobre preferências e humores do eleitorado de Caxias. Ambos conhecem os pontos fortes e as vulnerabilidades do adversário. E nesse campo de batalha está em jogo, por exemplo, o futuro do prefeito Fábio Gentil, uma liderança regional consolidada e que tem voos mais altos planejados, mas que poderá sofrer um duro revés se a tendência revelada pela pesquisa DataM vier a se confirmar.

PONTO & CONTRAPONTO

Discurso de Ricardo Arruda provocou debate sério sobre Saúde no Maranhão

Ricardo Arruda: discurso oportuno

Um discurso do deputado Ricardo Arruda (MDB) sobre a situação da Saúde no Maranhão deu causa a um dos mais interessantes debates sobre o tema no plenário da Assembleia Legislativa nos últimos tempos.

Começou com o parlamentar emedebista fazendo uma avaliação do funcionamento do Sistema Estadual de Saúde, destacando os avanços recentes e chamando a atenção para o fato de que o que há de deficiência é consequência da falta de recursos. Ele observou que se trata de um problema de todos os estados, mas assinalou que no Maranhão, nos Governos Flávio Dino e Carlos Brandão a Saúde vem recebendo um tratamento diferenciado.

O problema do financiamento do Sistema estadual de Saúde envolveu no debate os deputados Carlos Lula (PSB), que foi secretário de Saúde nos Governos Dino, Rodrigo Lago, que acompanhou de perto o problema dos recursos para a Saúde no Governo Dino, e que confirmou que o financiamento é, de fato, o maior gargalo da área, que ampliou muito seus serviços no estado.

“O Maranhão é um dos estados que recebe menos recursos do Governo Federal para atender às necessidades de saúde. Nós continuamos com o problema do subfinanciamento do serviço de saúde para o estado e municípios maranhenses. Isso tem gerado a necessidade de um aporte muito grande por parte do Governo. Em 2023, a União repassou R$ 490 milhões para atender a saúde do Estado, sendo que o Governo do Estado teve que arcar com uma despesa de R$ 3,12 bilhões”, destacou Ricardo Arruda.

O parlamentar emedebista enfatizou que, apesar do subfinanciamento, o Governo Brandão tem conseguido manter o Sistema funcionando bem, ao contrário do que dizem vozes de oposição: “O Governo superou a expectativa que havia com relação à redução de filas, cirurgias eletivas, exames complementares, atendimentos especializados etc. Além disso, o Maranhão tem investido na atenção primária, para evitar que as pessoas adoeçam”, destacou.

Se os deputados fizessem pelo menos uma vez por semana um debate do nível do de quarta-feira sobre saúde, as mazelas do Maranhão seriam colocadas em pratos limpos.

Neto Evangelista não vai acompanhar seu partido no apoio a Duarte Jr.

Neto Evangelista e a esposa Thayane Evangelista,
candidata à Câmara de São Luís

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Neto Evangelista (União Brasil), não acompanhará a orientação do seu partido e não se engajará na campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís. Essa posição foi revelada por ele próprio, ontem, ao bem informado blog do jornalista John Cutrim, dois dias após o comando nacional do UB anunciar o apoio candidato socialista.

O líder governista, que manteve o seu projeto de candidatura até a definição do seu partido em favor de Duarte Jr., informou ainda que não fará campanha para prefeito e que sua participação na corrida eleitoral na Capital será dedicada à candidatura da sua mulher, a médica Thayane Evangelista, à Câmara Municipal de São Luís.

Com a decisão, a campanha de Duarte Jr. deixa de contar com um apoio importante, à medida que o deputado Neto Evangelista tem base eleitoral em São Luís e conhece como poucos os caminhos do voto no município. Os dois políticos, porém, guardam diferenças pessoais e políticas que dificilmente serão superadas.

São Luís, 12 de Julho de 2024.

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