Pesquisa Escutec confirma pelotão da frente e sugere uma indagação: Wellington do Curso tem lastro ou é balão de festa?

 

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Eliziane Gama e Edivaldo Jr. têm polarização desestabilizada por Wellington do Curso na corrida pela Prefeitura de São Luís

A pesquisa Escutec, publicada na edição de fim de semana de O Estado do Maranhão, confirmou que a corrida em curso para a Prefeitura de São Luís evolui mantendo dois blocos de candidatos, sendo o primeiro formado  pela deputada federal Eliziane Gama (PPS) com 22,4% das intenções de voto, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) com 20,8%, e Wellington do Curso (PP) com 17,5%; e o segundo integrado pelo deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) com 5,6%, a vereadora Rose Sales (PRB) com 4,4%, o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) com 3,7%, o vereador Fábio Câmara (PMDB) com 3,7%, e o ex-vereador João Bentivi (PHS) com 1,5%. Todos se movimentaram dentro das margens de erro dos levantamentos, e nesse contexto, apenas um dado chama atenção, exatamente por estar sendo fator de desequilíbrio da polarização inicialmente prevista entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama: Wellington do Curso. E a pergunta que todos os observadores fazem neste momento é a seguinte: sua candidatura tem consistência política e eleitoral ou é um balão de festa que murchará antes do final da festa?

Em princípio, uma situação está muito clara: o candidato posicionado em terceiro lugar e  que ameaça os dois da ponta ganhou corpo depois que assumiu um discurso  agressivo de oposição ao prefeito. Nessa postura, vem disparando ataques intensos e incômodos direcionados a problemas comuns, mas que incomodam, como buracos que pontilham pedaços da malha viária da Capital, o estado de degradação de alguns prédios escolares, as carências na área de saúde e os fatos que expõem as deficiências na área de segurança, entre outros. E o faz com muita eficiência nas redes sociais, por meio das quais alcança milhares e milhares de seguidores.

Empresário bem sucedido na área de educação paralela, Wellington do Curso é deputado de primeira viagem, que tomou gosto pela política e, a seu modo solitário e independente, exerce o mandato como se ainda estivesse no serviço militar – chegou a ser tenente do Exército. Movimenta-se com disciplina espartana: não falta a sessões da Assembleia Legislativa e todos os dias ocupa a tribuna para disparar seus petardos verbais na direção do prefeito Edivaldo Jr.. A frequência com que bate na gestão municipal fez com que o experiente deputado Edivaldo Holanda (PTB), pai do prefeito Edivaldo Jr. e propagador das ações da gestão municipal, transformá-lo em inimigo nº 1 do projeto do filho à reeleição. E vem cometendo o erro primário de travar um embate com o jovem parlamentar, dando-lhe a importância e a estatura política que não tinha. Wellington do Curso percebeu o erro da experiente raposa e concluiu que cresceria no embate e aumentou as investidas, multiplicando também o número de posts com fortes ataques ao prefeito Edivaldo Jr. nas redes sociais.

O deputado Wellington do Curso não é um tribuno com oratória refinada, e pode-se dizer que ele também não é um orador vibrante, que prende a atenção e consegue ser convincente. Mas as marteladas que ele dá e repete sistematicamente na direção da Prefeitura são recados diretos, sem polimento nem rodeios, mas que acertam no alvo, e aos poucos vão reforçando o seu cacife no eleitorado e causando incômodos na base do prefeito. Há quem diga até que Wellington estaria fazendo um jogo para facilitar a vida de sua ex-colega de partido, Eliziane Gama. Mas a suspeita não parece ter consistência, já que ele está ameaçando-a diretamente.

Wellington do Curso tem um projeto para São Luís? Difícil responder, pois até agora ele não expôs nenhuma linha ou ideia nessa direção. O deputado e pré-candidato a prefeito está discutindo Capital com a visão de quem a enxerga corretamente como uma metrópole de 1,1 milhão de habitantes e um quilométrico rosário de problemas? Evidente que não, pois até aqui suas manifestações estão relacionadas com problemas pontuais do cotidiano e não abordam as questões macro que envolvem a cidade no presente e no futuro. Sua abordagem sobre São Luís é consistente? Até aqui, não, à medida que pontua problemas localizados, mas não fala de politicas que possam solucioná-los e definitivo. Afinal, Wellington do Curso tem ou não tem cacife para ser um candidato confiável a prefeito de São Luis? Isso ainda não está claro, mas não se pode ignorar o fato de que ele vem ganhando terreno, ameaçando concretamente o prefeito que tem obras concluídas e andamento, o que revela no mínimo uma forte dose de tirocínio político e muita vontade de ser prefeito.

Em resumo: atuando solitariamente, sem grupo, sem líder e com muita  audácia e senso de oportunidade – coisa típica do empreendedor bem sucedido que é – na corrida à Prefeitura, Wellington do Curso continua para muitos uma incógnita, um ente político ainda por ser decifrado e avaliado. É um pré-candidato que muitos não levavam a sério, mas que já começam a olhá-lo por outro viés. Vai avançar? Ou vai estacionar e murchar? O tempo logo responderá.

Em tempo: a pesquisa Escutec foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo nº MA-07983/2016.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Segundo pelotão estacionou e pode se nivelar
segundo time
Pindaré, Rose , Braide, Câmara e Bentivi quase nivelados no segundo pelotão da disputa pela Prefeitura da Capital

Os números da pesquisa Escutec mostraram um segundo pelotão caminhando para o nivelamento, já que o mais destacado do grupo, o deputado Bira do Pindaré, aparece com apenas 5,6%, três pontos a menos do que lhe deram as outras pesquisas. Com 4,4%, a vereadora Rose Sales manteve aproximados os cacifes que lhe deram as outras pesquisas, assim como aconteceu com o deputado Eduardo Braide (3,7%), que se manteve estacionado nesse patamar. O pemedebista Fábio Câmara (3,5%) também não saiu do fim do túnel. João Bentivi permaneceu na lanterna (1.5%). E o grande vexame foi dado pelo candidato do PSOL, Valdeny Barros, simplesmente não foi escolhido por nenhum dos entrevistados.

Maioria folgada dos eleitores já tem candidato

A pesquisa Escutec encontrou que 79,5% dos eleitores ouvidos estão posicionados e já escolheram seus candidatos, ficando solto um percentual de 20,5% que ainda não sabem em quem votarão (8,9%) os que não votarão em nenhum dos candidatos que lhe foram apresentados (11,6%). Chama atenção o fato de que 60,7% dos eleitores que escolheram candidatos concentraram seus votos em Eliziane Gama, Edivaldo Jr. e Wellington do Curso, ficando apenas 18,4% para serem distribuídos entre Bira do Pindaré, Rose Sales, Eduardo Braide, Fábio Câmara e João Bentivi. É regra que esses números ainda não estão bem definidos e que pode haver mudanças na distribuição das intenções de votos, como certamente dirão as pesquisas, principalmente as que serão feitas durante a campanha, em meados de setembro. Por outro lado, com as demais (Prever, Exata e Econométrica) a pesquisa Escutec exibe dados com consistência.

 

São Luís, 02 de Julho de 2016.

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