PDT bate martelo e decide não lançar candidato próprio à Prefeitura de São Luís

Weverton Rocha: PDT com posição
tomada em São Luís

Faltando pouco mais de nove meses para o período em que se realizarão as convenções partidárias para a formalização das candidaturas às eleições municipais marcadas para outubro do ano que vem, o PDT já bateu martelo decidindo que não lançará candidato próprio à Prefeitura de São Luís. A decisão foi tomada com base numa avaliação interna que chegou à seguinte e surpreendente conclusão: o partido não dispõe de um nome com cacife para disputar o cargo com o prefeito Eduardo Braide (PSD), e por isso deve se aliar a um candidato, podendo até indicar o candidato a vice-prefeito. Outra decisão resultante dessa avaliação: o candidato a ser apoiado não será o deputado estadual Neto Evangelista (União), como aconteceu no 1º turno de 2020, nem o prefeito Eduardo Braide, apoiado por pedetistas no 2º turno daquela eleição. Mais: nesse caso, a tendência do PDT ludovicense será apoiar a candidatura do vereador Paulo Victor (PSDB). Com essas definições – que podem mudar até a realização das convenções partidárias, em junho/julho do ano que vem – o partido amarrou duas decisões: descartou a candidatura do senador Weverton ao Palácio de la Ravardière e definiu como meta maior a eleição do maior número possível de vereadores.

Mesmo já esperada, a decisão do PDT de não disputar a Prefeitura de São Luís é surpreendente, a começar pelo fato de que a agremiação brizolista deu as cartas na Capital durante quase duas décadas desde a eleição do prefeito Jackson Lago em 1988. E de ter sido ele reconhecido por haver criado e alimentado por aquele período a mais aguerrida militância que um partido conseguiu criar. Desde o mandato do prefeito Tadeu Palácio (2020/2028), o PDT vem perdendo força num processo que foi acentuado na gestão regional do senador Weverton Rocha. Hoje, a representação do PDT em São Luís se resume a quatro vereadores.

No meio político, correm pelo menos duas avaliações para explicar a situação do PDT. A primeira delas é que a morte de Jackson Lago deixou um enorme vácuo de poder, não surgindo uma liderança que mantivesse o partido unido e o legado preservado. A outra avaliação é a de que o senador Weverton Rocha, que é pedetista raiz, venceu a luta interna pelo espólio deixado por Jackson Lago promovendo um racha que resultou no emagrecimento do partido. Uma é decorrência da outra, e o resultado final é a estatura do PDT maranhense na atualidade.

Em relação à sucessão do prefeito Eduardo Braide, o PDT não tem cacife para lançar candidato próprio. Mas não vai ressuscitar o acordo com o União Brasil (ex-PFL) que o levaria a apoiar a provável candidatura do deputado Neto Evangelista, que já está atuando como pré-candidato. O baixo cacife eleitoral – confirmado no pífio desempenho da candidatura do próprio senador Weverton Rocha ao Governo do Estado em 2022 – faz com que o PDT busque um candidato viável para apoiar na Capital, mas estranhamente não quer aproximação com o prefeito Eduardo Braide, que aparece como favorito em todas as pesquisas, nem do deputado federal Duarte Jr., pré-candidato do PSD, o segundo nas preferências do eleitorado, segundo os mesmos levantamentos.

 A sinalização até aqui, feita pelos vereadores pedetistas, é a de que o PDT vai na direção do vereador–presidente Paulo Victor, que migrou do PCdoB para o PSDB, é pré-candidato assumido e declarado e desponta como um nome que pode fazer a diferença na corrida ao Palácio de la Ravardière. Mas como a política tem uma dinâmica que costuma surpreender, ainda é cedo para cravar que esse será mesmo o caminho do PDT, ainda que uma leitura dos movimentos do partido em tempos recentes indique que essa tendência é sólida.

Tudo isso pode mudar se o partido vier a dar uma vigorosa virada na sua chave e reveja suas decisões e lance um candidato – quem sabe o senador Weverton Rocha? – para disputar a cadeira que o prefeito Eduardo Braide tentará manter por mais quatro anos.

PONTO & CONTRAPONTO

Assembleia: Comissão quer ajudar prefeitos no programa de retomada das obras de educação

Zé Inácio e Ricardo Arruda: lutando
pela retomada das obras paralisadas

O Governo Federal vai investir R$ 600 milhões na retomada e conclusão de 560 obras da área de educação básica paralisadas no Maranhão. Foi essa informação que os deputados estaduais Ricardo Arruda (MDB), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, e Zé Inácio (PT), membro da Comissão, deram a prefeitos com os quais se reuniram segunda-feira (18) para a montagem de uma programação de retomada dessas obras. Os parlamentares informaram que a Assembleia Legislativa está se preparando para prestar consultoria a prefeituras em relação ao processo de retomada das obras – escolas, centros educacionais e creches.

Como é sabido, o Maranhão é o estado que tem, proporcionalmente, o maior número de obras destinadas à educação paralisadas, segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE). São 616 obras paralisadas pelos mais diferentes motivos. Dessas, 560 serão retomadas dentro do programa do Governo Federal, sendo 152 de educação infantil, 223 escolas de tempo integral e 234 quadras poliesportivas. O valor do investimento a ser feito é de R$ 600 milhões.

O deputado Zé Inácio manifestou entusiasmo com o programa de retomada das obras, que além de proporcionar amplas melhorarias no sistema educacional de base do Maranhão, tem grande importância também na geração de emprego e renda. “Com certeza teremos uma educação der melhor qualidade”, declarou o parlamentar petista.

Com um discurso de estadista, Lula foi a grande estrela da abertura da Assembleia Geral da ONU

Lula da Silva fala na ONU: fazendo história

Foi ao mesmo tempo impactante, surpreendente e prazeroso assistir o presidente Lula da Silva (PT) discursar, ontem, na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

O presidente do Brasil falou com a altivez, a dignidade e a serenidade de um estadista, foi equilibrado, disse verdades duras em tom adequado, com a autoridade de quem conheceu o céu e o inferno da política. E fez o que precisava ser feito: consolidou a meta de tirar o Brasil da condição de pária e recoloca-lo no concerto internacional.

Lula da Silva encantou a Assembleia Geral com um discurso atual e realista, politicamente correto e marcado por um forte humanismo, no qual abordou o principais problemas e questões do mundo contemporâneo, como a fome, que atinge 750 milhões de seres humanos em todos os continentes; a guerra, que dilacera nações e produz um dos maiores dramas sociais da atualidade: a migração; os descuidos com a natureza, que estão matando o planeta aos poucos, mas efetivamente; e os impulsos fascistas por meio dos quais aventureiros autoritários querem enfraquecer e destruir a democracia.

O presidente brasileiro foi aplaudido sete vezes, o que fez dele a grande estrela da reunião da ONU.

São Luís, 20 de Setembro de 2023.

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