Novos prefeitos: São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos do que acontece nos demais municípios

Eduardo Braide recebeu o mandato dele próprio; Roberto Costa recebeu a faixa do
aliado Edvan Brandão e Rildo Amaral pretende colocar Assis Ramos na cadeia

Os 217 municípios receberam ontem novos dirigentes, eleitos no pleito de outubro do ano passado. Eles formam um mosaico diversificado no campo político e na orientação partidária e são expressões destacadas da nova geração da política maranhense, que estão encontrando as situações as mais diversas, que vão de prefeituras bem cuidadas até as quase soterradas no atoleiro da má gestão. As prefeituras de São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos perfeitos dessas situações. A Capital empossou o prefeito Eduardo Braide (PSD), reeleito em turno único; Bacabal viveu e aplaudiu uma passagem de comando de um prefeito bem avaliado, Edvan Brandão (PSB) para um aliado apontado como um quadro competente, Roberto Costa (MDB), e Rildo Amaral recebeu Imperatriz mergulhada no caos administrativo e financeiro, fruto da má gestão do prefeito que sai, Assis Ramos (UD).

Eduardo Braide foi empossado para um novo mandato com a autorização de mais de 400 mil eleitores, que o reelegeram no 1º turno em reconhecimento à gestão inovadora e eficiente que realizou nos últimos quatro anos. No seu discurso de posse, no auditório da Fiema, cedido à Câmara Municipal, o prefeito de São Luís fez um rápido balanço da sua gestão, enumerou obras mais destacada, como o Elevado do Tirirical, entre várias outras, como hospital, creches, escolas. E elencou para o segundo mandato, sem ter de enfrentar uma pandemia, como aconteceu em 2021, uma série de obras importantes, como o Elevado da Forquilha, o Socorrão II, o Canal da Cidade Olímpica e o novo Mercado Central. Eduardo Braide assume o segundo mandato fortalecido politicamente tanto que seu nome já aparece na lista dos prováveis candidatos a governador em 2026, podendo entrar na briga pelo Palácio dos Leões.

O caso do emedebista Roberto Costa em Bacabal tem semelhanças e a diferença. É que ele foi eleito em outubro passado e recebeu ontem do prefeito Edvan Brandão uma prefeitura organizada, com obras e sem problemas de gestão muito graves, tanto que o prefeito que sai foi à posse, passou a faixa, foi aplaudido e seguiu para casa reconhecido. Com a autoridade de quem ajudou muito para o sucesso da gestão passada, Roberto Costa assume o comando de Bacabal com força e prestígio que o permitem enfrentar grandes problemas que ainda desafiam os bacabalenses, como o abastecimento de água, que é deficiente e está na pauta do novo prefeito como uma prioridade. Bacabal é, portanto, um exemplo o prefeito que sai e passou a faixa para o prefeito que entra, num ato republicano. E com a vantagem de que o prefeito que chega reúne condições de fazer muito mais. Roberto Costa tem excelente relação com o Governo do Estado e com o Governo Federal, o que lhe dá espaço para buscar nas duas esferas os recursos necessários para resolver as demandas de Bacabal, que é o epicentro político, econômico e cultural da Região do Médio Mearim.

Imperatriz, a segunda maior e mais rica cidade maranhense, protagoniza uma situação inversa. Ali, o prefeito Rildo Amaral recebeu a faixa das mãos de uma professora, uma vez que o ex-prefeito não foi convidado para a cerimônia de posse. Ele deixou para o novo prefeito uma cidade mergulhada em problemas urbanos, com dívidas e graves distorções administrativas em áreas como a da Saúde. Os problemas ali são tão desafiadores que, durante a campanha, o candidato Rildo Amaral anunciou que, se eleito, levaria o prefeito que sai às barras da Justiça e, se for o caso, para a cadeia. Após o juramento, o seu primeiro ato administrativo foi a extinção da Zona Azul, um sistema de administração de estacionamento pago implantado pela gestão anterior e que, segundo ele, vinha infernizando a população imperatrizense. Ao mesmo tempo feliz, mas demonstrando indignação com a situação da prefeitura, o novo prefeito fechou seu discurso fazendo uma promessa: “Prometo que nunca mais, nunca mais, Imperatriz vai passar pelo que passa hoje. Renasce, Imperatriz!”

Não há dúvida de que entre os demais municípios maranhenses existem casos muito parecidos com os três exemplos.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor e João Alberto protagonizam situações diferentes quanto a comandar Câmaras

Paulo Victor foi de novo eleito presidente; João Alberto abriu mão e apoiou
a candidatura da vereadora Natália da Costa para a presidência

A maratona de posses de vereadores em todo o Maranhão produziu várias situações diferentes. Duas delas, uma em São Luís e outra em Bacabal, mostraram perspectivas diversas em relação ao poder.

Em São Luís, a pedra cantada há muito tempo foi confirmada com a eleição do vereador Paulo Victor (PSB) para novo mandato de presidente da Câmara Municipal. Como estava previsto, ele foi eleito com os votos de 29 – incluindo o dele próprio – dos 31 vereadores. Apenas dois vereadores não lhe deram o voto: Douglas Pinto (PSD), que foi o mais votado e é do partido do prefeito Eduardo Braide, e Flávia Bertiher (PL), bolsonarista que atua na contramão do partido no Maranhão.

Paulo Victor foi eleito presidente liderando a chapa “Deuteronômio 31:6”, inspirada na passagem bíblica que reza: “Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará”.

Com a eleição para presidente, a terceira consecutiva, o vereador Paulo Victor entra para a crônica da Câmara Municipal de São Luís como um dos poucos presidentes a comandarem a Casa por seis anos, ininterruptamente.

O caso de Bacabal é exatamente o inverso e se respalda numa trajetória política rica e completa. Ali, João Alberto, o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito de Bacabal, ex-vice-governador, ex-governador do Maranhão e ex-senador da República, além de ser padrinho político e aliado de primeira linha do prefeito Roberto Costa, decidiu fechar sua vitoriosa carreira como vereador de Bacabal, sua terra natal.

A sua gigantesca estatura política e a sua condição de mais votado entre os eleitos em outubro, naturalmente lhe deram o e status de candidato natural à presidência das Câmara Municipal de Bacabal. Mas ele surpreendeu ao decidir não se candidatar a presidente, preferindo exercer seu mandato como um vereador comum, sem exercer qualquer cargo na Mesa Diretora.

Na condição de vereador mais idoso, João Alberto assumiu ontem a presidência da Câmara Municipal para presidir a sessão em que ele e seus colegas foram empossados e elegeram a Mesa Diretora, que escolheu como presidente a vereadora Natália da Costa.

Foi muito aplaudido.

Quatro suplentes assumem como titulares na Assembleia Legislativa e um na Câmara Federal

Catulé Jr., Edson Araújo, Keké Teixeira e Batista
Segundo são os novos deputados estaduais

Com a posse dos agora ex-deputados estaduais Rildo Amaral (PP), Rafael Brito (PSB), Roberto Costa (MDB) e Juscelino Marreca (PRD) nas prefeituras de Imperatriz, Timon, Bacabal e Santa Luzia, os seus respectivos suplentes Catulé Jr. (PL), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (MDB) e João Batista Segundo (PRD) assumiram ontem como titulares na Assembleia Legislativa.

Catulé Júnior é advogado, já disputou várias eleições, foi secretário de Estado do Turismo durante o Governo Flávio Dino, é considerado um dos políticos mais ativos de Caxias e da região Leste. Com ele, a bancada do PL vai ganhar uma voz forte e um parlamentar que certamente participará dos grandes debates da Casa.

Edson Araújo volta ao parlamento estadual depois de dois anos. Ele já exerceu três mandatos e não conseguiu se reeleger em 2022. Engenheiro de pesca, Edson Araújo tem sua ação política centrada nesse setor, atuando na seara sindical dos pescadores maranhenses. Não é afeito à tribuna nem a debates no plenário. Vai substituir um dos deputados mais ativos do parlamento estadual.

Keké Teixeira assumirá a vaga do deputado Roberto Costa, considerado por muitos um dos mais importantes articuladores políticos do Maranhão nos últimos tempos.   

João Batista Segundo (PRD), que assumirá na vaga de Juscelino Marreca, que assumiu ontem a prefeitura de Santa Luzia, tem experiência, uma vez que já ocupou a cadeira por algum tempo e foi candidato à Prefeitura de Pinheiro, ficando em segundo lugar na corrida.

O advogado Ivan Júnior (União Brasil) é o novo deputado federal do Maranhão. Ele assumiu a vaga que pertence ao deputado federal Juscelino Filho (União Brasil), atual ministro das Comunicações. A vaga vinha sendo ocupada pelo médico Benjamin de Oliveira (UB), que tomou posse ontem como prefeito de Açailândia.

Segundo suplente do União Brasil, Ivan Júnior milita politicamente na área do Itaqui-Bacanga, tendo saído das urnas como 6.647 votos nas eleições de 2022. Foi também candidato a vereador de São Luís, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger.

São Luís, 02 de Janeiro de 2025.

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