Nova pesquisa confirma tendência de turno único em São Luís

Eduardo Braide e Duarte Jr. continuam polarizados, enquanto Wellington
do Curso, Yglésio Moises, Flávia Alves, Fábio Câmara, Franklin Douglas
e Saulo Arcangeli permanecem empatados na base

 A corrida para a Prefeitura de São Luís emite sinais fortes de que pode estar entrando num patamar de estabilidade, com o prefeito Eduardo Braide (PSD) liderando a disputa, reunindo cacife para liquidar a fatura no 1º, tendo como principal concorrente o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que será o seu adversário na hipótese de o desfecho ocorrer em dois turnos. É o que mostra a pesquisa Vox do Brasil, divulgada ontem e segundo a qual, se a eleição fosse hoje, Eduardo Braide seria reeleito em turno único com 61% dos votos, seguido de Duarte Jr., que sairia das urnas com 24%. Os demais candidatos teriam as seguintes votações: Yglésio Moises (PRTB) teria 2%, Wellington do Curso (Novo) 2%, Franklin Douglas (PSOL) 1%, Flávia Alves (Solidariedade) 1% e Fábio Câmara (PDT) 1% – Saulo Arcangeli (PSTU) não pontuou. Nenhum, brancos e nulos somaram 5% e também 5% não souberam ou não quiseram responder.

Respeitando a regra estatística de que não se deve comparar pesquisas de institutos diferentes, não há como não enxergar a estabilidade levando em conta que a pesquisa mais recente, da celebrada Quaest/TV Mirante, divulgada no início da semana, trouxe basicamente os mesmos números. Ou seja, sem misturar as coisas, e levando em conta o movimento das campanhas, só se chega a uma conclusão: a disputa pelo Palácio de la Ravardière avança num patamar de estabilidade no que diz respeito às intenções de votos.

O cenário é o mesmo, com a confirmação da polarização desenhada desde que se começou a pautar a corrida pelo comando da Capital maranhense ainda no segundo semestre do ano passado. Naquele, os primeiros levantamentos apontaram o prefeito Eduardo Braide à frente nas intenções de voto, seguido exatamente do deputado federal Duarte Jr., que ainda não tinha certeza se seria candidato. Além deles, já estavam na linha de largada os deputados estaduais Wellington do Curso, com problemas partidários, tendo finalmente se definido pelo Novo, e Yglésio Moises, também com problemas partidários e que se definiria pelo PRTB.

Naquele momento, não se cogitava as candidaturas de Fábio Câmara, Flávia Alves, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli, os quais, cada um à sua maneira, só entraram na corrida meses antes das convenções.

De lá para cá, nenhum levantamento sobre a disputa na Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade indicou outro rumo. É bem verdade que em momentos diferentes os números foram também diferentes. A distância entre Eduardo Braide chegou a menos de 10 pontos percentuais. Mas à medida que o cenário foi se definindo, o prefeito iniciou uma espiral de crescimento que, contrariando a lógica, avançou à medida que adversários disparavam ataques em direção a ele, com críticas à administração municipal. A tentativa de colocar a dinheirama do Clio vermelho na conta do prefeito Eduardo Braide não funcionou, ao contrário, parece que impulsionou a sua candidatura. As três pesquisas mais recentes apontaram a tendência de eleição em turno único.

Nesse contexto, que lhe é inteiramente favorável, o prefeito Eduardo Braide diz “não” ao já ganhou e intensifica sua campanha, mostrando os ganhos da sua gestão, adotando a tática de não responder aos ataques. Ao mesmo tempo, Duarte Jr. segue com uma campanha ativa, com movimentos de rua, “arrastões” na periferia, e uma campanha forte na TV, onde, dono de metade do tempo, divide o roteiro com denúncia pesadas – a mais recentes se dá na área de saúde -, enquanto vende o seu projeto de gestão na briga pelo voto. Ao que tudo indica, não está funcionando.

Com situações diferentes em relação à propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV, os demais candidatos não estão fazendo qualquer diferença diante da sólida polarização que vem marcando a corrida desde os seus primeiros movimentos.

PONTO & CONTRAPONTO

Senadores caminham para perder feio na eleição de São Luís

Weverton Rocha, Ana Paula Lobato
e Eliziane Gama: veem derrota
se aproximar em São Luís

Os três senadores caminham para perder feio na disputa pela Prefeitura de São Luís, de longe o maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.

O senador Weverton Rocha, que comanda o PDT no Maranhão, vê o seu candidato, o ex-vereador Fábio Câmara, time da rabeira, com variação de 1% a 2,5% nas intenções e sem qualquer condição de reação. O desempenho pífio do candidato pedetista até aqui atinge também o prestígio da senadora Ana Paula Lobato, que é filiada à legenda pedetista.

A senadora Ana Paula Lobato é também atingida, ainda que indiretamente, com o desempenho nada alentador da candidata Flávia Alves, irmã do deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade), que é seu marido e mentor político. A diferença é que Flávia Alves, que é suplente de deputado federal, é uma estreante na disputa pela Prefeitura de São Luís.

Finalmente, a senadora Eliziane Gama (PSD), que vive a situação, insólita, de pertencer ao mesmo partido do prefeito Eduardo Braide, mas apoiando o candidato do PSB, Duarte Jr.. O resultado dessa situação é que a eventual reeleição do prefeito de São Luís não seja benéfica para a senadora Eliziane Gama. Um caso que só a política explica.

Reação de desembargador a acusação infundada repercute no meio político

Kléber Carvalho: reação certa

Repercutiu no meio político a reação do desembargador Kléber Carvalho à acusação de que ele teria sofrido pressões externas para confirmar o afastamento da então prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB).

Na nota que leu na sessão do Tribunal Pleno, quarta-feira (11), o desembargador deu uma explicação técnica da sua decisão, que foi tão somente confirmar, inclusive de acordo com o Ministério Público, a decisão da primeira instância de afastar Paula Azevedo do cargo. Sem qualquer frase ou palavra agressiva, mas com uma didática contundente, Cléber Carvalho deu uma aula de civilidade e de dignidade, provando, por A mais B, que a acusação não fez o menor sentido.

Não será surpresa se a atitude do desembargador Cléber Carvalho virar uma referência em casos dessa natureza, que ocorrem com frequência, em que magistrados são acusados de decidir facciosamente, principalmente quando as decisões envolvem poderosos, especialmente políticos.

Não foi sem razão que o magistrado foi aplaudido pelos seus colegas desembargadores.

São Luís, 14 de Setembro de 2024.

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