Marco Aurélio se lança em Imperatriz com o desafio de enfrentar  Assis Ramos, Ildon Marques e Sebastião Madeira

 

Marco Aurélio entre Rildo Amaral e Clayton Noleto,  dois importantes  apoiadores da sua pré-candidatura à Prefeitura de Imperatriz, durante o ato de lançamento

Imperatriz saiu na frente na corrida para as eleições municipais do ano que vem. E a arrancada foi dada sexta-feira (30/08) com o lançamento do deputado estadual Marco Aurélio como pré-candidato do PCdoB à prefeito da Princesa do Tocantins. O lançamento se deu com o apoio do movimento “Imperatriz Pode Mais”, que reuniu líderes políticos e comunitários e representantes do Cidadania, PSB, PT e PDT. Marco Aurélio, que lidera o Blocão governista na Assembleia Legislativa, assume a condição de pré-candidato 13 meses antes da corrida às urnas, numa arrancada com o sinal verde do partido e o apoio do deputado Rildo Amaral (Solidariedade). O lançamento foi chancelado pelo presidente municipal do PCdoB, Clayton Noleto, secretário de Estado de Infraestrutura, com o aval do presidente regional do partido, deputado federal Márcio Jerry, que pregou a união de diversas forças em torno desse projeto. O pré-candidato do PCdoB deve enfrentar nas urnas o prefeito Assis Ramos (DEM) e os ex-prefeitos Ildon Marques (PP) e Sebastião Madeira (PSDB), que ainda não se declararam pré-candidatos, mas que se preparam para entrar na disputa pelo segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.

A escolha de Marco Aurélio pelo PCdoB se tornou praticamente fato consumado quando Clayton Noleto anunciou, há alguns meses, que não seria candidato. A partir daí seu trabalho foi o de convencer o deputado Rildo Amaral a abrir mão da candidatura para apoiá-lo, o que aconteceu recentemente. A ideia é formar uma aliança tendo como base os partidos de esquerda e outros da base governista. Já corre nos bastidores que o Cidadania e o PSB não lançarão candidatos, mas não existe essa certeza em relação ao PDT e ao PT. A presença de representantes pedetistas e petistas no ato de lançamento da pré-candidatura foi uma sinalização de que eles podem vir a integrar uma aliança em torno de Marco Aurélio, mas isso só será confirmado com o pronunciamento do senador Weverton Rocha, que tem a última palavra sobre os movimentos do PDT, e do comando do PT, que se encontra em fase definição.

Marco Aurélio abriu as portas para uma candidatura com ampla base de apoio: “Nós não vamos personificar essa pré-candidatura no professor Marco Aurélio, esse é um projeto de todos nós. Esse é um projeto para além de mim, é um projeto da cidade de Imperatriz. Na última eleição municipal se votou sem esperança. Nós precisamos ter uma gestão que dialogue com todas as classes. Não se trata apenas de ter um prefeito. Se trata de ter um líder capaz de dialogar com toda a cidade”. Marco Aurélio foi avalizado por Clayton Noleto: “Nós haveremos de construir uma grande unidade em prol da nossa querida e amada cidade”. Rildo Amaral, que seria candidato, mas recuou para apoiá-lo, justificou sua decisão: “Fiz o melhor dos acordos. Marco Aurélio é um deputado referência em como fazer as coisas certas e isso nós estamos precisando em Imperatriz”. E o presidente regional do PCdoB deu aval contundente: “Professor Marco Aurélio tem todas as credenciais para disputar e vencer as eleições em Imperatriz”. E defendeu o diálogo com outras forças de Imperatriz em busca de uma “ampla e vitoriosa coalizão”.

O pré-candidato do PCdoB sabe que tem um grande desafio pela frente, que é enfrentar nas urnas três candidatos de peso. O primeiro é o prefeito Assis Ramos, que está no comando da máquina e parece determinado a brigar pela reeleição. Outro candidato – que muitos apontam como o mais forte – é o ex-prefeito Ildon Marques, que estaria liderando a corrida, mas que só vai falar de candidatura no ano que vem, condicionando o lançamento “à volante do povo”. E o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), até aqui o mais discreto, mas que em conversas reservadas admite o projeto de candidatura, sobre o qual só falará daqui a alguns meses.

O que parece desenhado é que Marco Aurélio entra na corrida para a Prefeitura de Imperatriz com uma base eleitoral forte, um suporte político respeitável, e um projeto de aliança partidária que tem tudo para dar certo. Seu maior desafio agora é manter o ritmo pelos próximos 390 dias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa Datafolha mostra que Bolsonaro pisou na bola ao avaliar Flávio Dino

Flávio Dino se reuniu ontem com Fernando Haddad (PT), em São Paulo, e com ele conversou sobre o quadro político e econômico nacional e cenário pré-eleitoral

A pesquisa Datafolha que aponta forte queda na popularidade e na credibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL), divulgada ontem, beneficiou por tabela o governador Flávio Dino (PCdoB). Num dos seus quesitos, o Datafolha perguntou aos entrevistados sobre manifestações do presidente da República em relação a diversos assuntos, inclusive a respeito de como avaliaram a declaração de que “dos governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão”. O Datafolha apurou que nada menos que 69% dos entrevistados discordaram do chefe da Nação, contra 22% que concordaram e 8% que não souberam responder. Para quem não se lembra, o presidente Jair Bolsonaro fez tal comentário em meados de junho, no Palácio do Planalto, numa conversa com o ministro chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, momentos antes de iniciar entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, sem se dar conta de que o microfone estava ligado e que os presentes mais atentos ouviram e gravaram. A fala de Jair Bolsonaro surpreendeu o País, principalmente quando ele deu uma ordem explícita ao chefe da Casa Civil: “Tem que ter nada com esse cara”. A princípio, a fala de Jair Bolsonaro sobre Flávio Dino pareceu uma avaliação sobre o desempenho do governante maranhense como gestor público. Mas analisada num contexto mais amplo, a conclusão mais óbvia é a de que o presidente se referiu ao governador como adversário político. Pelo simples fato de que, por mais ranheta que seja, nenhum adversário decente faria essa avaliação de Flávio Dino como chefe de Governo. A pesquisa Datafolha mostrou que a esmagadora maioria discorda de Jair Bolsonaro nas duas interpretações da sua fala.

 

Othelino Neto critica interferência de Bolsonaro no MPF, Polícia Federal e Receita Federal

Othelino Neto: críticas fortes à interferência de Jair Bolsonaro em órgãos de Estado

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), criticou ontem, no podcast “Conversa com Othelino”, com firmeza e argumentos convincentes, a frequente interferência do   presidente Jair Bolsonaro em órgãos de Estado, que devem ter autonomia administrativa e independência operacional, mas estão sendo inibidos e travados pela intromissão presidencial. Para o presidente do Poder Legislativo, o presidente desestabiliza esses órgãos, que têm atuação decisiva e indispensável na vida do País. “Ele foi eleito para interferir produzindo a paz e o respeito às instituições”, disse, acrescentando: “Quando o presidente desrespeita as instituições, promove um desrespeito ao País”. Na avaliação do presidente do Legislativo, no caso do Coaf, que foi transformado num órgão de menor importância, a decisão do presidente “pareceu um recado direto, porque o Coaf desagradou a sua família quando enviou (à PF) dados em relação à movimentação financeira dos assessores do filho, e isso é um mau sinal para a sociedade”. Na opinião do chefe do Parlamento, “não é admissível que o presidente da República promova vingança contra as instituições”. E citou uma situação da maior gravidade que está em curso no País que é a escolha do procurador geral da República. “O presidente Bolsonaro já avisou publicamente que não vai considerar a lista tríplice. Pior, promove convites a diversos procuradores, para que assumam compromissos com ele e tenham a possibilidade de ser nomeados. O MPF, a PF e a Receita Federal não merecem essa intervenção. São órgãos de Estado, autônomos, e têm de ser respeitados”.

São Luís, 03 de Setembro de 2019.

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