
entrega de tabletes e minando o discurso da Oposição
O prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos (ainda no PSB), deu a largada, quinta-feira, na entrega de 2.500 tabletes para estudantes da rede Estadual de Ensino no município, golpeando o discurso da bancada de Oposição na Assembleia Legislativa, que vinha criticando duramente o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) por conta do lançamento do programa “Tô conectado”, no dia última 22/08, em ato que reuniu autoridades, políticos, centenas de professores e milhares de estudantes no estádio Castelão. Integrantes da bancada oposicionista, os deputados Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB e Othelino Neto (ainda no Solidariedade) acusaram o governador de fazer marketing político, levantando também suspeita de superfaturamento, uma vez que no ato foram entregues, simbolicamente, apenas alguns tabletes, tendo o mandatário anunciado que todos os 250 mil estudantes da Rede Estadual receberão seus equipamentos até o final de outubro. O governador Carlos Brandão também reagiu com uma nota contestando as acusações da bancada dinista.
O programa “Tô conectado” é fruto de uma parceria entre Governo do Estado e Governo Federal, bancado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A entrega de 2.500 tabletes pelo prefeito de Paço do Lumiar foi uma demonstração clara de que o Palácio dos Leões avaliou a situação e agiu rápido, iniciando a distribuição dos equipamentos sem perda de tempo. Com isso, agilizou a fase mais importante do programa “Tô conectado”, tirando dos deputados oposicionistas a acusação de que o ato no Castelão teria sido um engodo. A munição disparada no ataque foi também temperada de uma suspeita de superfaturamento. Quinta-feira, um parlamentar próximo do governador Carlos Brandão avaliou que o discurso da Oposição “vai por água abaixo, porque o Governo vai entregar os 250 mil tabletes dentro do prazo anunciado pelo governador”, que é o final de outubro.
O episódio dos tabletes, que entra na crônica política como mais um confronto da guerra pelo poder nas eleições de 2026, foi esgotado em poucos dias, de vez que a bancada dinista pegou carona na insubordinação civil de milhares de motoqueiros, que a pretexto de protestar contra o assassinato de um deles, por uma facção criminosa, transformaram o trânsito de São Luís num inferno no início da semana. Os deputados dinistas criticaram as ações do Sistema de Segurança Pública no episódio, tendo o Governo reagido na mesma linha, com nota de esclarecimento e anúncio de providências adicionais para resolver o problema. Vozes da bancada brandonista, os deputados Neto Evangelista (União), líder do Governo, Florêncio Neto (PSB), Davi Brandão (PSB), Ana do Gás (PCdoB), Antônio Pereira (PSB) e Adelmo Soares (PSB), entre outros, saíram em defesa do Governo, vem rebatendo as investidas da Oposição no plenário da Assembleia Legislativa, onde as tensões políticas ganham força à medida que as eleições vão se aproximando.
Esses embates, cujo tom vem aumentando dia após dia, tendem a se acirrar ainda mais, uma vez que, na avaliação de deputados experientes, as chances de uma reconciliação, ou até mesmo de uma acomodação, estão “tecnicamente” eliminadas. A convocação, aprovada quarta-feira, da diretora geral da Rede Iema, Cricielle Muniz, alinhada ao governador Carlos Brandão, sob a suspeita de instrumentalizar politicamente o sistema, pode arrastar de vez parte do PT para esse embate entre dinistas e brandonistas, com reflexos diretos nas pré-candidaturas do vice-governador Felipe Camarão (PT), apoiado pela corrente dinista, e do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que tem o apoio aval e o apoio do chefe do Poder Executivo.
Nesse cenário de confrontos, são nítidas as indicações de que o Palácio dos Leões, com sua estrutura poderosa, está levando a melhor, com o governador Carlos Brandão fora da corrida para o Senado, mas turbinando a cada semana a candidatura do seu secretário à sua sucessão, cumprindo uma verdadeira maratona de entregas e lançamento de obras nos 217 municípios. Nesse embate maior, enquanto Orleans Brandão vai crescendo, enquanto a Oposição tenta se contrapor ao poder de fogo leonino estimulando o vice-governador Felipe Camarão a prosseguir com os seus “diálogos pelo Maranhão”, e sinalizando, cada vez mais forte, que pode negociar uma aliança com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).
O Palácio dos Leões está pagando para ver e, se for o caso, fazer o contraponto.
PONTO & CONTRAPONTO
Assembleia cria Frente Parlamentar de defesa do SUS e dos profissionais da Saúde

de Defesa do SUS e dois profissionais da Saúde
Com o propósito de contribuir para melhorar o Sistema Estadual de Saúde, nasceu ontem, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar de Defesa do SUS, dos Profissionais de Saúde, Agentes Comunitários e de Combate às Endemias. O movimento foi formalizado pela presidente do parlamento estadual, deputada Iracema Vale (PSB), com o aval de 27, entre eles Antônio Pereira (PSB), que é médico e presidirá a Frente, Daniella Gidão (PSB), que é nutricionista e já dirigiu o Hospital Regional de Presidente Dutra, e Adelmo Soares (PSB), profissional de odontologia; o deputado Davi Brandão (PSB) será o relator.
A Frente Parlamentar em Defesa do SUS e dos Profissionais da Saúde tem como propósito “ser um espaço permanente de monitoramento, articulação e proposição legislativa voltado à proteção dos trabalhadores da área, à defesa de suas condições laborais e à consolidação de um sistema público de saúde eficiente e resolutivo”.
Ao justificar a criação da Frente, a deputada-presidente Iracema declarou: “Defender o SUS não é só uma missão dos trabalhadores da saúde, mas de todos nós. Eu sei o que é entrar de casa em casa, acompanhar a saúde e a vida das pessoas, porque fui enfermeira. A gente acompanha essa luta passo a passo, as conquistas, fruto de muita luta e trabalho dessas categorias”.
Na mesma reunião, os profissionais de Saúde apresentaram as duas primeiras demandas à Frente Parlamentar. A primeira foi um relatório contendo a quantidade de municípios que precisam de reforço na entrega de tablets usados para abastecer com dados importantes o Ministério da Saúde. A segunda foi a proposta de um projeto de lei que dispõe sobre a instituição da política estadual de cofinanciamento e premiação dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias.
A reunião que marcou o lançamento da Frente contou com a presença de representantes das categorias de trabalhadores da Saúde, do secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, e do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.
Maranhãozinho silencia no Supremo no caso em que é acusado de corrupção com emendas; Pastor Gil reagiu atacando
Não surpreendeu a decisão do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) de permanecer calado no interrogatório a que foi submetido ontem, no Supremo Tribunal Federal, no processo em que é acusado de ser líder de uma organização criminosa que desviou milhões de reais em emendas parlamentares. O silêncio de Josimar de Maranhãozinho, na visão de um advogado experiente, é sintoma forte de que ele tem contas a acertar com a Justiça, e por isso foi orientado por seus advogados a nada dizer no depoimento, já que correria o risco de produzir provas contra ele próprio.
O caso em apuração foi denunciado pela Procuradoria Geral da República, que afirma que em agosto de 2020 Josimar de Maranhãozinho teria pressionado o então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), para que lhe fosse “devolvido” R$ 1,6 milhão de um total de R$ 6,6 milhões enviados em emendas àquele município. A pressão sobre o prefeito foi feita pelo agiota conhecido como Pacovan, assassinado no ano passado. O prefeito Eudes Sampaio se recusou a entrar no esquema de propina e denunciou o caso ao Ministério Público Federal.
Outro acusado de envolvimento no esquema criminoso, o deputado Pastor Gil (PL), que se defendeu da acusação afirmando que nada existe de concreto contra ele no processo. Seus advogados avaliaram que ele será inocentado, embora a PGR afirme no seu relatório-denúncia que ele é parte do grande esquema, que envolve um deputado potiguar, Bosco Costa, que seria parceiro na trama de propinagem com emendas parlamentares.
“Eu posso dizer que isso aqui é um lixo, que é uma coisa falsa, que alguém fez. Eu não fiz aquilo, não tem nada meu. Isso aqui foi algo que usaram meu nome. Agora, alguém pegar isso aqui e me acusar, sem ter nada meu que comprove isso aqui, é uma leviandade”, reagiu Pastor Gil.
Há quem diga que seria melhor Pastor Gil ficar calado também.
São Luís, 30 de Agosto de 2025.