O ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido e a caminho do DEM) nem de longe admite ficar de fora de uma das vagas de candidato a senador na chapa a ser liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Com o apoio de um grande grupo de prefeitos liderados pelo prefeito de Tuntum e presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Cleomar Tema, o ex-governador continua se movimentando e articulando apoiamentos para convencer o governador Flávio Dino de que ele, José Reinaldo, é o nome ideal para fazer a dobradinha com o deputado federal Weverton Rocha (PDT), cuja escolha já foi sacramentada pelo governador Flávio Dino. Uma série de “porens” ao ingresso do ex-governador no DEM e que podem ser, de fato, obstáculos capazes de inviabilizar seu ingresso no partido e, por via de consequência, sua candidatura ao Senado.
O projeto do ex-governador de ser senador enfrenta agora a concorrência poderosa do movimento articulado pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT) para emplacar a deputada federal Eliziane Gama (PPS) na segunda vaga de candidato. Os dois parlamentares estão conversando há semanas e já estabeleceram e já alinhavaram o acordo que os tornam parceiros na corrida para o Senado. A articulação que está resultando na dobradinha Weverton/Eliziane tem o apoio discreto do Palácio dos Leões, embora o governador Flávio Dino ainda não batido o martelo. O desfecho dessa medição de força deve acontecer quando José Reinaldo resolver sua questão partidária. Por não aceitar o tratamento que o partido no Maranhão vem dando ao seu projeto de candidatura ao Senado, o ex-governador articulou para se filiar ao DEM, contando nesse movimento com o apoio do presidente nacional do partido, senador José Agripino Maia (RN), e do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (RJ), que inclusive conversou com o governador Flávio Dino sobre o assunto e junto a quem defendeu o projeto senatorial do ex-governador.
Se José Reinaldo vier a ingressar no DEM no dia 7 de fevereiro, como está previsto, estará no jogo para ser o segundo nome na chapa do governador Flávio Dino, porque assim estará consolidado o entendimento com os chefes nacionais do partido. Mas se o ingresso no DEM for inviabilizado, como também já começa a ser ventilado nos bastidores e ele não seja indicado para a segunda vaga ao lado de Weverton Rocha, é provável que o ex-governador se afaste da aliança governista e procure um caminho alternativo para levar em frente o seu projeto de disputar uma cadeira no Senado. Há quem avalie que os chefes do DEM no Maranhão, o deputado federal Juscelino Filho e o deputado estadual Stênio Rezende, estariam decididos a fechar as portas ao ex-governador, decisão que começou a ser definida quando José Reinaldo, sem consultar a cúpula do DEM, anunciou que teria o empresário Dedé Macedo como um dos seus candidatos a suplente. O anúncio fora de hora enfureceu a cúpula do DEM, que a partir daquele momento começou a fechar as portas para o ex-governador.
Em meio a esse contexto de incertezas, José Reinaldo se movimenta determinado a seguir em frente, mostrando que nem a articulação do prefeito Edivaldo Jr. para emplacar a chapa senatorial Weverton/Eliziane, nem a possibilidade de o DEM lhe fechar as portas fará com que ele mude de ideia. O ex-governador acredita que os obstáculos que o impedem de ser o segundo nome na chapa do governador Flávio Dino serão superados e que tão logo isso aconteça, ele será escolhido. Todavia, a larga experiência que acumulou na polpitica do Maranhão tem lhe dito que o risco de ficar de fora da chapa governista é real, e nesse caso, ele não titubeia em afirmar que procurará um rumo alternativo. E isso significa dizer que será candidato a senador de qualquer maneira.
PONTO & CONTRAPONTO
Figueiredo dos Anjos e novos desembargadores adotam tom duro em defesa do Judiciário
Ao empossar ontem os três novos desembargadores, que elevando para 30 o número de integrantes da 2ª instância do Tribunal de Justiça do Maranhão, o presidente do Poder Judiciário, desembargador José Joaquim Figueiredo doa Anjos, fez um alerta aos três novos integrantes da Corte, usou tom quase beligerante e fortemente político numa contundente defesa que fez da instituição, que na sua avaliação vem sofrendo duros ataques. “Diante das tentativas de diminuição da importância do Poder Judiciário, não podemos nunca fugir do nosso papel de defensores da sociedade e dos cidadãos”, disse no seu discurso.
E foi mais longe, interpretando as tais tentativas quase como uma declaração de guerra. “Temos ao nosso lado um formidável e imbatível exército de devotados magistrados, cerrando fileiras na defesa austera da Justiça, cumprindo, de forma louvável, as atribuições constitucionais a nós atribuídas” disse o chefe do Poder Judiciário para um atento e, de alguma maneira, surpreso com a contundência do pronunciamento de saudação aos três novos colegas de Corte, os desembargadores Luiz Gonzaga Almeida Filho, José Jorge Figueiredo dos Anjos e Josemar Lopes dos Santos.
Dois dos três novos integrantes do Pleno do Tribunal de Justiça acompanharam em parte o tom e a ênfase do pronunciamento do residente Figueiredo dos Anjos. Luiz Gonzaga Almeida Filho se disse orgulhoso e honrado de alcançar a magistratura de 2º aos 66 anos, e depois dos agradecimentos de praxe – Deus, família, amigos e etc… -, destacou o momento de crise moral pelo qual passa o país e falou sobre a importância do Poder Judiciário no combate implacável às práticas de corrupção. “A improbidade não merece lugar de destaque e aquele que usa da função pública para dilapidação do patrimônio público deve receber justa reprimenda do Estado”, disparou.
Na mesma linha se manifestou o desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos, depois de, emocionado, também agradecer à família e a Deus, reafirmou o compromisso de ajudar na construção de uma sociedade justa, igualitária, solidária. “O exercício de uma verdadeira cidadania passa por um Judiciário transparente, altivo, capaz de olhar para dentro de si mesmo e realizar os seus ajustes de forma a contribuir para dias melhores aos cidadãos maranhenses”, atirou. Josemar Lopes Santos recordou sua trajetória na magistratura, afirmar ter honrado o compromisso de ser juiz na busca da Justiça. “Sou um cidadão comum. Não nasci juiz. Tornei-me juiz. Fiz do compromisso que prestei neste Tribunal o meu propósito de vida. Tenho vivido em devotamento à causa da Justiça, movido pela vontade de servir e ser útil”, declarou.
PCdoB vai à guerra pela reeleição de Flávio Dino e a candidatura de Lula a presidente
Vivendo atualmente uma situação excepcional no Maranhão, onde comanda o Poder Executivo com o governador Flávio Dino e recentemente passou a comandar o Poder Legislativo com o deputado Othelino Neto, tendo ainda saído das urnas municipais com nada menos que 46 prefeitos e uma penca de vice-prefeitos e de vereadores, ao que se somam seis deputados estaduais e um deputado federal, o braço maranhense do PCdoB se reuniu quinta-feira para compor sua direção para o biênio 2018/2019.
Sob o comando do jornalista Márcio Jerry, que atua no Governo como o mais destacado auxiliar ao governador Flávio Dino, à frente da poderosa Secretaria de Articulação Política e Comunicação, o corpo dirigente do PCdoB do Maranhão avaliou a situação do estado administrado pelo partido e a situação nacional, notadamente a situação do ex-presidente Lula da Silva, que amarga a confirmação da condenação, o problema da elegibilidade e a possibilidade de ser preso.
Depois de discutir o contexto, e com o aval expresso do seu maior líder, o governador Flávio Dino, o partido decidiu adotar duas prioridades para esse ano político. A primeira é a reeleição do governador Flávio Dino e, claro, a ampliação das suas bancadas estadual e federal. E a outra é manter inalterado o apoio ao líder petista, considerar que a sentença é fruto de uma grande armação política para tirá-lo do páreo presidencial e defender com firmeza o seu direito de ser candidato nas eleições de outubro.
São Luís, 26 de Janeiro de 2018.