A maratona comunicativa feita pelo governador Flávio Dino (PCdoB), em São Paulo, no início na semana consolidou uma tendência que já vinha sendo alinhavada desde que ele venceu a disputa pelo Governo do Estado e que ganha agora forma definitiva com a derrocada do gigante político Lula da Silva: tornar-se uma personalidade política de dimensão nacional. A maneira como vem sendo tratado por órgãos de imprensa independentes – principalmente blogs acreditados como o de Luis Nassif, por exemplo -, e mesmo pelos veículos da chamada “grande imprensa”, indica claramente que o governador do Maranhão ultrapassou há muito a fronteira do estado e passou a integrar o seleto grupo de políticos com suporte ideológico e ético para ser apontado como uma opção a ser levada em conta na guerra pelo poder no País. Essa posição já está consolidada no campo da esquerda, e dá sinais de que começa a ganhar espaço também nas correntes liberais e até mesmo em alguns nichos da direita.
Os registros feitos por esses veículos de comunicação, que hoje alcançam extratos mais esclarecidos da população – exatamente por fazerem um jornalismo distanciado do grande capital conservador que banca a “grande imprensa” capitaneada pela Rede Globo – mostram o governador do Maranhão como o lado sadio de um espectro político contaminado pelas doenças éticas. O veem também como o militante politicamente correto, sem mácula no seu estofo moral e, aliado a isso, enxergam um gestor eficiente e suficientemente corajoso implantar programas arrojados como o “Escola Digna”. Para esse segmento jornalístico, o governador Flávio Dino vai muito além quando se pronuncia com segurança e conhecimento em relação a questões complexas como equilíbrio fiscal e investimentos no setor público, quando se posiciona com firmeza e densidade sobre as contradições que envolvem a Operação Lava Jato, por exemplo, e quando avalia a crise política e institucional que vem mantendo o País sob forte tensão.
Na visão desses veículos, Flávio Dino já não é apenas um político esclarecido que navega no “politicamente correto” e se movimenta como o opositor do ex-presidente José Sarney no Maranhão. Para eles, o Flávio Dino de agora é politicamente muito maior, com vantagens nítidas sobre alguns dos nomes que se ensaiam para disputar a Presidência da República, a exemplo do deputado Jair Bolsonaro (???), do senador Álvaro Dias (Podemos), do ex-presidente e senador Fernando Collor (???), do ex-governador Ciro Gomes (PDT), e do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), por exemplo. Num embate direto, preto no branco, dificilmente algum deles seria páreo para o governador do Maranhão, daí ser perfeitamente lógico apontá-lo como uma opção a ser, de fato, levada em conta.
Se, numa hipótese ainda remota, o ex-presidente Lula da Silva tiver sua candidatura a presidente inviabilizada, só restaria ao PT lançar o ex-prefeito de São Paulo ou a ex-presidente Dilma Rousseff, ambos com cacifes magros e quase sem chances de chegar lá. Nesse cenário, a eventual candidatura presidencial do governador Flávio Dino, por uma frente de esquerda e tendo o ex-presidente Lula como cabo eleitoral, mesmo preso, poderia mobilizar amplas forças no Nordeste, Norte e Centro-Oeste e ganhar ânimo para fazer frente às demais candidaturas, tornando a corrida presidencial intensa e imprevisível.
O governador Flávio Dino, no entanto, já deve ter acrescentado fortes doses de bom senso, mas também de pragmatismo, ao seu projeto político. Não é ingênuo para entrar numa aventura para resolver os problemas de uma esquerda privada de Lula. Sabe que tem condições concretas de se reeleger e levar à frente o seu projeto no Maranhão. Mas também sabe que, dependendo do cenário e das circunstâncias, poderá ver-se diante de um desafio que, por motivação partidária ou por pragmatismo político, não poderá ignorar. Isso porque, de acordo com o que a imprensa independente tem registrado, queira ou não o governador e queiram ou não seus aliados e adversários, ele construiu um nome que se enquadra sem folga no perfil de um político que tem condições de dar um passo largo e ousado à frente.
PONTO & CONTRAPONTO
Visitas de Edivaldo Jr. e Othelino Neto vai muito além da cortesia
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino neto (PCdoB) fez ontem esteve ontem no Palácio de La Ravardière, sede da Prefeitura de São Luís, em visita de cortesia ao prefeito Edivaldo Jr. (PDT). A visita, na verdade uma retribuição do chefe do Poder Legislativo ao gesto do prefeito da Capital de visitá-lo tão logo assumiu o cargo em definitivo, tem muito mais do que cortesia política. Para começar, o fato envolve dois políticos da nova geração e que ocupam posições de importância decisiva no tabuleiro político do Maranhão. Os dois são membros proeminentes da aliança liderada pelo governador Flávio Dino e, cada um a seu modo, terá papel importante na manutenção do poder no Maranhão. Além disso, o prefeito Edivaldo Jr., devido ao peso político e eleitoral do seu cargo, é apontado por muitos observadores como nome a ser considerado para ocupar a vaga de candidato a vice de Flávio Dino, dentro de um projeto que prevê a reeleição do governador e, mais na frente, em 2022, o seu afastamento do cargo para disputar vaga no Senado o até mesmo a Presidência da República, sendo sucedido por Edivaldo Jr., que assim poderia disputar a reeleição. Othelino Neto, por seu torno, tem agora a oportunidade de ampliar e consolidar o seu espaço político, e para isso precisa fazer a tessitura de uma rede de relações que o permitam se movimentar no complicado tabuleiro da política estadual. A visita do prefeito de São Luís ao Palácio Manoel Beckman e a ida do presidente da Assembleia Legislativa ao Palácio de la Ravardière vão muito além da mera e protocolar cortesia institucional.
Murad ataca gestão na Saúde, mas Lula rebate e desmente ex-secretário
O ex-deputado Ricardo Murad, que se lançou candidato ao Governo do Estado pelo PTN, voltou a disparar contra a gestão do advogado Carlos Lula na Secretaria de Estado da Saúde. Há duas semanas, aliados de Ricardo Murad andaram espalhando que as UOS do Vinhais e da Cidade Operária estavam paralisadas e que parte do teto de uma delas havia desabado. O secretário Carlos Lula levou o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e o deputado Levi Pontes (PCdoB), que é médico, para mostrar que não era verdade. Na semana passada, Murad rompeu o silêncio de algumas semanas para, ele próprio, dizer que os médicos de diversas unidades de saúde do Estado estariam sem receber seus salários relativos ao mês de dezembro, o que estaria criando um ambiente de mal-estar nessas unidades. O secretário Carlos Lula respondeu afirmando que os salários estão em dia e que o ex-secretário de Saúde está mentindo, indo mais além ao comentar que não vê necessidade de o ex-secretário “divulgar uma mentira dessas”, e avaliar que a atitude dele “é doentia”. Na terça-feira, Ricardo Murad aproveitou reportagem da TV Globo mostrando o drama de maranhenses que dependem de hemodiálise para viver, informando a morte de dois pacientes que não resistiram a maratona de se deslocar quase que diariamente para outras cidades em busca do serviço. O ex-secretário culpou o Governo atual exibindo projetos de centros de hemodiálise deixados por sua gestão. O secretário Carlos Lula reagiu de novo afirmando que Ricardo Murad não diz a verdade. São lances que certamente desaguarão na campanha eleitoral. O problema é que até agora Ricardo Murad não conseguiu confirmar nenhuma denúncia, o que o coloca numa situação delicada para quem se propõe a disputar o Governo do Estado.
São Luís, 02 de Fevereiro de 2018.
Bolsonaro, Luciano Hulk, Fernando Collor, Flávio Dino… Será uma disputa de alto nível.
Apenas está sendo reconhecido pelo que merece. Flávio, você é o cara.
O nivel de sabedoria e conhecimentos que ele tem ele chega la um dia
Sem dúvida o Brasil é maior, mas os maranhenses precisam visceralmente que o Flávio continue comandando o destino de nosso estado.
Quanto ao Ricardo, não sei como esse rapaz tem coragem de se candidatar, não vem comentar.