Humberto Coutinho costura a estabilidade política do governo

 

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No comando do Legislativo, Humberto Coutinho é fonte de estabilidade do governo Flávio Dino

Uma das regras inflexíveis da democracia reza que nenhum governante, por mais influente e bem lastreado que seja, tem vida estável ou mesmo sobrevive sem um sólido suporte político, que se expressa na representação legislativa. No Maranhão dos últimos 35 anos, todos os governos cuidaram de formar maiorias sólidas no parlamento estadual. E para tanto, todos os governadores contaram com aliados de primeira linha, políticos forjados no embate pelo voto, na guerra permanente contra adversários, na capacidade de sobreviver a tsunamis políticas e na habilidade de construir e manter alianças. No governo Flávio Dino (PCdoB), o balizador da estabilidade política e da normalidade nas relações do Palácio dos Leões com o Palácio Manoel Bequimão é o deputado Humberto Coutinho (PDT), presidente da Assembleia Legislativa.

Médico por formação e profissão e político por opção, Humberto Coutinho soube alinhavar tão bem o projeto que hoje conduz que, mesmo antes das eleições de 2014, todo o Maranhão sabia que ele voltaria a ocupar uma cadeira de deputado estadual sobre uma caçamba de votos e que seria eleito presidente da Assembleia Legislativa. Essas vitórias previstas foram confirmadas e ganharam muito mais peso quando, em um discurso em Caxias, Flávio Dino sacudiu sua aliança partidária e surpreendeu adversários ao comparar o Maranhão a um avião que estava quebrado e foi consertado pelo governador José Reinaldo Tavares e que agora seria por ele pilotado, tendo Humberto Coutinho como seu co-piloto. A frase-anúncio de Dino mandou para o espaço todas as dúvidas a respeito do peso que o ex-vereador, deputado estadual por cinco mandatos, prefeito eleito e reeleito de Caxias teria no novo governo.

Passados cinco meses desde a sua posse na presidência do Legislativo, Humberto Coutinho está consolidado, não apenas como chefe do Poder, mas também como o mais importante pilar de sustentação política do Governo Flávio Dino. No comando da Assembleia Legislativa tem sido eficiente, impassível, pragmático, duro quando tem de ser e flexível quando a situação exige. Segue rigorosamente o Regimento da Casa, é severo no controle de acesso à tribuna e com o roteiro de votações e não demonstra preferências em relação a pleitos ou posições. Nos bastidores, conversa e troca impressões, ouve reclamações e sugestões de governistas e oposicionistas, deixando sempre brechas para negociações políticas envolvendo projetos do governo. Reage quase que com indiferença às estocadas e provocações que recebe aqui e ali de deputados como a oposicionista Andrea Murad (PMDB), por exemplo, usando a mesma postura quando a manifestação lhe é favorável. Essa frieza aparente vem da sua formação de médico especializado em cirurgia, de vez que em relação à política ele é quase passional.

Discreto e nada afeito a gestos midiáticos, Humberto Coutinho é hoje o principal interlocutor e conselheiro político do governador Flávio Dino, com quem mantêm sólidas relações pessoais e políticas. Tanto que o governador faz questão da sua presença em todos os atos importantes do governo e não abre mão de ouvir suas impressões acerca de qualquer assunto, político ou não, relacionado ao governo. Coutinho alimenta uma vasta rede de contatos políticos, o que é justificado por uma declaração informal à Coluna: “De tudo isso, o que mais gosto é conversar sobre política”.

A ação política do presidente da Assembleia Legislativa, que hoje alcança o contexto estadual, tem também um foco especial: Caxias, sua base política e eleitoral maior e onde construiu sua carreira e uma liderança incontestável. Ali enfrenta oposição dura, que o ataca sistematicamente, o que, para ele, é normal no tabuleiro político paroquial, que abrange também Matões, Parnarama, São Domingos, Paraibano, Aldeias Altas, São João do Sóter e Tuntum. Aos 68 anos, o deputado Humberto Coutinho ocupa hoje posição de destaque no cenário político estadual, onde se movimentam personalidades do peso do ex-presidente José Sarney, da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), do senador Edison Lobão (PMDB), do senador João Alberto, do deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), do ex-governador João Castelo e do governador Flávio Dino. E com clara tendência de seguir em frente e chegar bem mais longe.

 

Governadores e seus braços direitos políticos

Todos os governadores recentes do Maranhão contaram com bons articuladores políticos no comando da Assembleia Legislativa. O governador Luis Rocha, que foi um às no jogo político, contou com os então jovens deputados Edivaldo Holanda e Francisco Coelho e com o tarimbado e competente deputado Raimundo Leal, entre outros. O governador Epitácio Cafeteira mediu forças durante dois anos com o então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Murad, que era aliado mas, turbinado pela força do então presidente José Sarney, aqui e ali peitava o chefe do Executivo; na segunda etapa do seu governo, Cafeteira contou com o apoio tranquilo e sereno do deputado-presidente Ivar Saldanha. O governador João Alberto fez, ele próprio, articulação política direta. No Governo Edison Lobão, o interlocutor e porta-voz político do governador foi o deputado Carlos Alberto Milhomem, que mais tarde presidiria o Legislativo. Roseana Sarney teve um batalhão de articuladores e sólida maioria na Casa em todos os seus mandatos. E Jackson Lago contou com o apoio direto do presidente João Evangelista. E do ex-governador José Reinaldo Tavares.

 

São Luís, 27 de Junho de 2015.

Um comentário sobre “Humberto Coutinho costura a estabilidade política do governo

  1. Correa,
    Não fora a experiência, competência e credibilidade do Dep. Humberto Coutinho, o governo do Flávio Dino, já teria afundado de vez. Imagine um macaco numa loja de louças, é assim, que se comporta o Secretário da Articulação Política, apoiado pelo governador. Todas atitudes comportamentais políticas do Secretário Jerry, são do pleno conhecimento do seu chefe. A falta de LITURGIA para o exercício dos cargos, é GERAL, salvo honrosas exceções, como é o caso do Marcelo Tavares.

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