Por mais que algumas insistam no já manjado “ainda é muito cedo”, o fato real e concreto é que as eleições de 2026 já ganharam o status de tema prioritário na pauta das lideranças e dos partidos políticos. E nesse cenário, alguns ex-prefeitos de grandes municípios, que fizeram seus sucessores, começam a transitar como nomes certos no abrangente e complexo jogo das eleições gerais marcadas para daqui a dois anos. São apontados como candidatos a mandatos majoritários e proporcionais os futuros ex-prefeitos de Caxias, Fábio Gentil (PP); de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza); de Bacabal, Edvan Brandão (PSB); de Vitorino Freire, Luanna Rezende (União Brasil); e de Zé Doca, Josinha Cunha (PL), por exemplo. E também alguns que, mesmo tendo amargado a derrota dos seus candidatos, saem com cacife para encarar as urnas, caso de Éric Silva (PDT), de Balsas.
Fábio Gentil é, hoje, um dos políticos regionais mais fortes do Maranhão, tanto pelo seu desempenho como gestor quanto pelo peso político de Caxias, o quarto maior colégio eleitoral do estado. Além de ser reeleito e ter elegido um sucessor da sua plena confiança, o engenheiro Gentil Neto (PP), o prefeito caxiense tem como cacife o mandato da deputada federal Amanda Gentil (PP) e da deputada estadual Daniella Gidão (PSB). Fábio Gentil tem no seu horizonte disputar um mandato federal ou um mandato estadual, que inclui até a vaga de vice numa improvável, mas possível, grande composição política e partidária. Não se descarta também a candidatura a 1º suplente numa eventual chapa do ministro André Fufuca (PP) ao Senado.
Com o cacife de ter elegido o seu sucessor, Milton Gonçalo e Naila Gonçalo, sucessora da prefeita de Bacabeira, Fernanda Gonçalo, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, deixará o cargo sem esconder o seu projeto de entrar na briga por um mandato majoritário que, se depender dele, será o Governo do Estado. Ele tem batido nessa tecla em praticamente todas as suas falas, tendo admitido também o projeto de ser senador. Mas não descarta a possibilidade de vir a disputar um mandato de deputado federal, visando um projeto majoritário futuro.
Político aparentemente sem maiores ambições, o prefeito de Bacabal, Edvan Brandão (PSB), estaria rascunhando o seu futuro político, pensando na possibilidade de disputar um mandato. Com o cacife de prefeito reeleito e que teve participação importante na eleição do seu sucessor, o deputado Roberto Costa (MDB), Edvan Brandão trabalha com duas hipóteses: investir na carreira do filho, o deputado estadual Davi Brandão (PSB), mas também na dele próprio entrando na disputa para deputado federal.
Quem também fecha mandato municipal credenciada para encarar as urnas em 2026 é a prefeita de Vitorino Freire Luanna Rezende, cuja aliança com o irmão, o ministro Juscelino Filho (Comunicações), triturou nas urnas a banda familiar comandada pelo tio, o ex-deputado Stênio Rezende. Há quem diga que a prefeita poderá concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa, disputando os votos da região com a deputada estadual Andreia Rezende, mulher do ex-deputado Stênio Rezende, que tem base em Balsas.
A polêmica causada pela destituição da deputada federal Detinha (PL) colocou na cena política a prefeita de Zé Doca, Josinha Cunha (PL), que além de ser reeleita, elegeu sua sucessora, Flavinha Cunha (PL), com larga vantagem, como também elegeu quase todos os vereadores. No calor da polêmica sobre Detinha, Josinha Cunha, que é irmã do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, foi a primeira voz a se levantar em protesto contra a ação do comando do PL, e é apontada como eventual candidata a deputada estadual ou federal.
No tabuleiro dos prováveis candidatos em 2026 estão também prefeitos reeleitos de importantes municípios que, mesmo não tempo conseguido eleger sucessores, deixarão seus cargos com cacife para encarar as urnas. Um exemplo: Éric Silva (PDT), de Balsas. O ainda prefeito de Balsas é apontado como um gestor de ponta e reconhecido por ter realizado uma gestão diferenciada em oito anos, sendo um candidato de peso à Câmara Federal.
Esses e outros casos tornarão o pleito de 2026 bem mais concorrido.
PONTO & CONTRAPONTO
Três grandes Prefeituras passarão por “pente fino” nas novas gestões
As administrações de três grandes prefeituras maranhenses serão submetidas ao “pente fino” no primeiro ano das novas gestões: Imperatriz, Pinheiro e Barreirinhas.
O prefeito eleito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP), avisou, durante a campanha, que mandará investigar a fundo as suspeitas de desmando e de desvio em algumas áreas, especialmente a da Saúde, onde a situação estaria caótica. Numa declaração tensa, Rildo Amaral ameaçou mandar o atual prefeito Assis Ramos – que é delegado de polícia licenciado – para a cadeia.
A situação de Pinheiro seria também complicada, já tendo o prefeito que sai, Luciano Genésio (PP), sido afastado, no primeiro mandato, sob a acusação de corrupção. Ele voltou ao cargo semanas depois, conseguiu se reeleger, mas há vários processos contra ele em andamento. Na semana passada, a menos de dois meses de deixar o cargo, foi evolvido numa nova confusão, desta vez sob a acusação de não pagar servidores. O prefeito eleito André da Ralpnet (Podemos) estaria inclinado a investigar denúncias.
A Prefeitura de Barreirinhas vai passar por uma mudança radical. Não exatamente por conta de denúncias de corrupção, mas por conta de graves problemas de desorganização administrativa, que teriam se avolumado na gestão do prefeito Amilcar Rocha (PCdoB) e que o prefeito eleito Vinícius Vale (PMDB) estaria determinado a corrigir de maneira ampla e definitiva.
Carlos Lula quer reforçar segurança alimentar na rede estadual de ensino
O deputado Carlos Lula (PSB) obteve dos seus pares a aprovação do Projeto de Lei por meio do qual propõe a criação de mais um instrumento para mitigar a fome e reforçar a política de segurança alimentar no Maranhão. De acordo com o PL, o Estado manterá os programas de alimentação para estudantes da rede pública durante os períodos de férias.
O parlamentar socialista justificou assim a proposição: “Sabemos que a escola é também um espaço de equidade social. Especialmente com o ensino em tempo integral, muitos alunos têm acesso a uma alimentação que talvez não encontrariam em casa. No período de férias, porém, essa segurança alimentar desaparece. A ideia é que as escolas continuem a oferecer esse suporte essencial nas férias”.
Carlos Lula assinala que esse benefício não alcançará todos os estudantes da rede pública. A política por ele proposta beneficiará alunos cujas famílias estão inscritas no CadÚnico e recebam o Bolsa Família, com pelo menos 85% de frequência escolar e uma renda familiar per capita mensal de até R$ 218,00.
Para virar lei estadual, o PL depende agora da sanção do governador Carlos Brandão (PSB).
São Luís, 10 de Novembro de 2024.