O vice-governador Felipe Camarão (PT) consumou ontem o processo de mudança na Secretaria de Estado de Educação, de onde saiu após mais de sete anos, comandando a pasta ao longo de seis anos nos governos Flávio Dino (PCdoB/PSB) e um ano e cinco meses no governo Carlos Brandão (PSB). Em vídeo, ele disse que combateu “o bom combate”, agradeceu a Flávio Dino e Carlos Brandão pela oportunidade que lhe deram, e creditou grande parte da sua bem-sucedida gestão ao apoio que recebeu de professores, servidores e estudantes. Destacou algumas conquistas, como o programa Escola Digna e o aumento das escolas de tempo integral. E disse que vai continuar trabalhando pelo fim do analfabetismo no estado.
Pelo tom e descontração com que falou, Felipe Camarão desmontou completamente a impressão de que sua saída da pasta se deu em meio a uma crise de natureza política. Tranquilo e sem qualquer traço de mágoa ou coisa parecida, distribuiu efusivos de francos agradecimentos aos dois governadores com os quais trabalhou. Em relação ao governador Carlos Brandão, se colocou à disposição para trabalhar em qualquer área, deixando claro que a unidade da base governista não foi comprometida por conta da sua saída da pasta.
A mensagem, feita em tom ameno e sem qualquer traço de trauma pessoal ou político, mostrou um Felipe Camarão maduro, equilibrado e muito consciente do seu papel como vice de um governo de aliança, na qual ele e seu partido, o PT, são parte importante. Ao mostrar que a sua saída do comando da pasta foi um fato normal, o vice-governador deixou claro que nomeação de secretário, seja ele quem for, é uma prerrogativa exclusiva do governador do Estado, e fim de conversa. Tanto que não houve sequer rumor de que o vice-governador tenha resistido à decisão. Muito ao contrário.
Na condição de vice-governador, Felipe Camarão tem agora o desafio de se consolidar como um quadro político com estatura para trabalhar pela estabilidade da aliança hoje liderada pelo governador Carlos Brandão. Para ele, o importante agora é atuar para que as forças governistas saiam vitoriosas nas eleições municiais, cacifadas, portanto, para dar as cartas nas eleições gerais de 2026. Nesse contexto, o seu papel é trabalhar pela agregação, afinado com o governador Carlos Brandão.
Não é segredo que o vice-governador Felipe Camarão se movimenta para concretizar um projeto de poder no qual o governador Carlos Brandão renunciará para ser candidato ao Senado e ele, Felipe Camarão, assumirá o comando do Estado para ser candidato à reeleição. Diferenças do governador com o grupo comandado pelo hoje ministro Flávio Dino (STF) colocaram em risco esse projeto, motivando Carlos Brandão a pensar numa drástica mudança de roteiro. Ele tem deixado muito claro que seu governo não será espaço de interferências e que numa situação de crise incontornável, está disposto até mesmo a permanecer no cargo até o final do seu mandato. Mais do que isso, apoiaria um candidato do seu grupo à sua sucessão.
É óbvio que esse desfecho traumático não interessa ao vice-governador Felipe Camarão. Daí a necessidade de que sua habilidade política e o seu cacife de ser candidato do presidente Lula da Silva (PT) sejam usados com bom senso político, para evitar que a grande aliança partidária montada por Flávio Dino em 2014 e mantida com firmeza por Carlos Brandão se desfaça fragilizando os dois grupos. Isso porque, a julgar pelo cenário de agora, o governador Carlos Brandão tem força para dar as cartas e mudar as regras do jogo.
A mensagem politicamente inteligente do vice-governador Felipe Camarão sinalizou de que ele não tem interesse numa crise que venha a desmontar a aliança partidária à qual pertence.
PONTO & CONTRAPONTO
Yglésio promete integrar “carrinhos” ao sistema de transporte e criar o Hospital do Servidor
Transformar o Socorrão I em Hospital do Servidor Municipal e do Diabético, integrar os chamados “carrinhos-lotação” ao sistema de transporte de massa, transformar o Centro Histórico, melhorar as condições das praias e implantar um calendário cultural em parceria com o Governo do Estado. Esses, entre outros, são itens do programa de gestão do candidato do PRTB à Prefeitura de São Luís Yglésio Moises, expostos ontem, em entrevista ao portal imirante.com. Ele também prometeu melhorar o padrão de qualidade das escolas do município e estudar a possibilidade de adotar o passe livre para estudantes no sistema municipal de transporte de massa.
Representante da direita bolsonarista na corrida à Prefeitura de São Luís, Yglésio Moises criticou o fato de o prefeito Eduardo Braide (PSD), que é candidato à reeleição, haver comemorado o Ideb 5,5 como nota de avaliação do sistema municipal de educação. “Estudante hoje em dia não tem dinheiro para nada, nem para se alimentar. Vai para a escola e não aprende e vem um prefeito comemorar Ideb de 5,5. Ninguém vence na vida com nota 5. Ele comemorar essa nota é de uma mediocridade”, disparou o candidato do PRTB.
O candidato, que é médico e já dirigiu o Socorrão I, justificou a proposta de transformação do Hospital Djalma Marques em Hospital do Servidor Municipal e do Diabético: “São 30 mil servidores que não têm cobertura adequada. Comigo vão ter. Eu vou fazer o hospital do servidor municipal”. E usou o mesmo tom para a proposta de incorporar os “carrinhos” ao sistema de transporte de massa.
Finalmente, o candidato do PRTB, que está como 4º na corrida às urnas, conforme as pesquisas mais recentes, disputando a terceira colocação com o candidato do Novo, Wellington do Curso, prometeu valorizar o Centro Histórico de São Luís, trabalhando uma parceria com o Governo do Estado. Por essa parceria, ele propõe criar um calendário anual de manifestações culturais.
E concluiu: “Pessoas sérias nunca prometem coisas sem ver estudo de viabilidade. Se for possível – dentro de uma visão de política de gratuidade -, eu vou fazer”.
Em Tempo: O candidato Yglésio Moises foi sabatinado pelos jornalistas Carla Lima, Linhares Júnior e Adriano Soares.
André Fufuca comemora vantagem de Felipe dos Pneus em Santa Inês
Principal fiador político da candidatura do prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP) à reeleição, o ministro do Esporte, André Fufuca, está comemorando o resultado da mais recente pesquisa sobre a corrida sucessória naquele município.
De acordo com o levantamento, Felipe dos Pneus tem 43,39% das intenções de voto contra 20,86% da deputada Solange Almeida (PL) e 18,43% do ex-prefeito Valdivino Cabral e 1,29% de Vieira Oliveira. Além disso, a pesquisa revela que 51% dos entrevistados acreditam que a eleição será vencida pelo prefeito Felipe dos Pneus.
Em Tempo: Feita pelo instituto Exata, a pesquisa ouviu 700 eleitores, tem margem de erro de 3,33% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA 05367/2024.
São Luís, 27 de Agosto de 2024.