Em busca de exposição e de aproximação com eleitorado, Carlos Madeira desafia pré-candidatos para debate

 

Carlos Madeira desafia pré-candidatos a partirem  já agora para o debate sobre os problemas de ão Luís

O pré-candidato do Solidariedade à Prefeitura de São Luís, juiz federal aposentado Carlos Madeira, fez ontem um desafio público aos seus concorrentes na disputa pelo gabinete principal do Palácio de la Ravardière: a realização de debates agora, ainda na fase de pré-campanha, antes, portanto, das convenções partidárias. Seu argumento, segundo o bem infirmado blog do jornalista Marco D`Eça: “Estamos a menos de três meses das eleições e a grande maioria dos cidadãos de São Luís não escolheu um nome para prefeito, ou porque não conhece os pré-candidatos ou porque não se identifica com velhas propostas que se apresentam, mirabolantes, em embalagens novas”. E para demonstrar que não está blefando quando faz o desafio, Carlos Madeira fez questão de registrar o desafio em cartório, numa evidente tentativa de demonstrar que seu projeto de entrar na política disputando a Prefeitura da Capital não é um devaneio de ex-magistrado. “Se adiamos as eleições, é fundamental que antecipemos os debates, afinal o eleitor precisa de tempo para, após avaliar os modelos de política que aí estão postos, fazer a escolha mais sensata”, justificou.

A proposta-desafio de Carlos Madeira não é um arroubo de agora. Em 12 de dezembro do ano passado, ainda juiz federal, mas já admitindo que se aposentaria para entrar na corrida sucessória, ele concedeu entrevista ao jornalista Roberto Fernandes no telejornal Bom Dia Mirante, durante a qual defendeu os debates como essenciais para que os eleitores possam conhecer, de fato, o conteúdo e as propostas dos candidatos. A iniciativa mostra que não se trata de um malabarismo momentâneo do pré-candidato do Solidariedade, mas um entendimento já amadurecido sobre o assunto.

Com desempenho pífio nas pesquisas até aqui e sem instrumentos que o tornem mais conhecido na base eleitoral, Carlos Madeira alimenta dois objetivos quando desafia os pré-candidatos a se enfrentarem verbalmente já na fase de pré-campanha. O primeiro é a aposta que ele faz na própria capacidade de se comunicar com o eleitorado “duelando” com concorrentes. Ele é articulado, fala bem, tem um discurso apurado e objetivo – fruto de anos e anos de magistratura -, além de ter uma compreensão consistente do que é e como deve ser conduzida uma gestão pública. Nessa seara, na qual vem demonstrando ter bom domínio, vários pré-candidatos teriam dificuldade de entabular o tate-a-tate com o pré-candidato do Solidariedade. Vale ainda acrescentar que, além da bagagem discursiva, ele é o mais experiente entre os candidatos, uma vantagem nada desprezível.

O seu outro objetivo ao propor debates é demonstrar que está bem informado no que diz respeito aos problemas da cidade que pretende governar. Nesse aspecto, fala com a propriedade de filho do antigo Cavaco, hoje Bairro de Fátima, área tradicional, mas também das mais complicadas em matéria social, econômica e urbanística, com índices de violência sempre preocupantes, ao mesmo tempo berço de rica cultura popular. Sua origem e as informações que colheu ao longo do tempo e dos estudos que, segundo informa, vem realizando, lhe deram um conhecimento precioso sobre São Luís, suas entranhas e seus problemas.

É improvável que seus concorrentes aceitem o desafio, pois sabem que num embate dessa natureza o candidato do Solidariedade, pela habilidade que demonstra no uso das palavras e pela experiência que acumulou na magistratura, é um adversário perigoso, capaz de crescer sobre a fragilidade dos que não tiverem sólidos argumentos para seduzir o eleitorado. Ao mesmo tempo, mesmo com seu preparo e vivência, Carlos Madeira sabe que debate pode ser também um evento de risco para ele e seu projeto, à medida que poderá ser surpreendido pela impetuosidade de pré-candidatos preparados e tarimbados, como Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Bira do Pindaré (PSB), Rubens Júnior (PCdoB e Neto Evangelista (DEM), por exemplo. O desafio lhe é, a princípio, favorável, mas pode acabar como uma faca de dois gumes.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Inquérito sorológico estima alcance da pandemia e coloca o Maranhão em destaque

Carlos Lula apresenta dados sobre pandemia levantados por inquérito sorológico

Nada menos que 40% da população maranhenses, o que equivale a 2,8 milhões de pessoas, podem ter sido infectados pelo novo coronavírus. A estimativa foi encontrada pelo inquérito sorológico, realizado a quatro mãos pelo Governo do Estado e pela Universidade Federal do Maranhão. As informações estão no relatório apresentado ontem pelo secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, que informou: mesmo com parte da população apresentando anticorpos contra a Covid-19, o resultado do estudo não indica imunidade coletiva. “Nesta fase já não se pode falar em imunidade de rebanho. Já temos conhecimento de um caso em Hong Kong de reinfecção, também soubemos de situações semelhantes na Bélgica e na Holanda. Não quer dizer que haverá reinfecção de todos os casos, mas é possível, por isso não poderemos nos descuidar sobre as medidas de prevenção, distanciamento social, uso de máscaras”, alertou.

De acordo com os resultados do inquérito sorológico, a prevalência foi mais elevada nos municípios de médio porte, de 20 a 100 mil habitantes, com 47,6% e mais baixa nos municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes, com 31%. Nos municípios da Ilha de São Luís, a prevalência foi de 38,9%, já nos demais municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, a prevalência foi de 35,2%. O relatório também mostrou que tanto o isolamento social quanto o uso de máscaras diminuem a probabilidade de infecção. No grupo das pessoas que mantiveram o isolamento social desde o início da pandemia, apenas 34% foram contaminados, enquanto 44,3% dos que não mantinham o isolamento tiveram contato com a Covid-19.

As informações que vieram à tona com o inquérito sorológico realizado no Maranhão repercutiram amplamente no País, a começar pelo fato de que a pesquisa é uma das poucas feitas em território nacional. Com os dados garimpados, as autoridades da Saúde poderão planejar de maneira mais precisa e mais eficiente ações de reforço ao combate à Covid-19, orientar na retomada de atividades e tomar decisões relacionadas à tão sonhada realidade pós-pandemia.

Com as medidas que tomou e os resultados que alcançou até aqui o Maranhão está na vanguarda da luta contra a pandemia do novo coronavírus, não somente no país, mas em boa parte do planeta, onde a virose continua ceifando vidas. (Com informações da Secap)

 

Wellington do Curso esperneia, mas PSDB caminha para Eduardo Braide

Wellington do Curso esperneia, mas Roberto Rocha leva PSDB para Eduardo Braide

O deputado Wellington do Curso está esperneando contra a decisão da cúpula do PSDB de rifar sua candidatura à Prefeitura de São Luís, para levar o partido para uma aliança com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide. Ainda sem um rumo a seguir, mesmo ciente de que o ninho dos tucanos não lhe dará a vaga de candidato a prefeito, Wellington do Curso tenta colocar a informação em dúvida, como que apostasse na possibilidade de um recuo do PSDB em relação a Eduardo Braide, abrindo caminho para a manutenção do seu projeto eleitoral natimorto. Hoje, o senador Roberto Rocha, que tem a palavra final sobre assunto, desembarca em São Luís junto com o ministro Rogério Marinho, da Integração Nacional, e deve falar sobre o assunto.

São Luís, 27 de Agosto de 2020.

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