A senadora Eliziane Gama (PSD) está acumulando, desde a semana passada, a vice-liderança do Governo no Congresso Nacional e a coordenação da bancada maranhense na mesma instituição. Aparentemente, as duas funções não significam muita coisa, mas examinadas com uma lupa, são amplos espaços de poder, mas cuja importância depende muito do esforço e do interesse de quem os ocupa. Por motivos não revelados – ou talvez nem existam -, a coordenação da bancada maranhense vem perdendo importância. Pouco se lê ou se ouve de informação a respeito de soluções por ela viabilizadas no sentido de tornar mais produtiva a relação dos 18 deputados e três senadores maranhenses com a Esplanada dos Ministérios com os governos do Estado e municipais do Maranhão. Ela venceu a disputa com a jovem deputada federal Amanda Gentil (PP), apoiada pelo ministro do Esporte André Fufuca, e com o deputado federal Márcio Honaiser (PDT), aliado do senador Weverton Rocha (PDT).
E vem a pergunta: poderá a senadora Eliziane Gama mudar esse cenário?
Política e institucionalmente preparada, como demonstrou até aqui o seu desempenho acima da média nos mandatos que exerceu, a senadora Eliziane Gama é atualmente um agente importante da difícil e às vezes tumultuada relação do Governo Lula da Silva (PT) com o Congresso Nacional. Isso porque, como tem dito o próprio presidente da República, aliança PT/PSB ganhou o Governo, mas não ganhou o poder, que está nas mãos de adversários. E nesse contexto, cabe à liderança do Governo no Congresso Nacional, hoje exercida pelo senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede), a complexa e desafiadora de construir costurar acordos e construir maiorias para cada matéria governista nas duas Casas, enfrentando o jogo malandro do Centrão e a má vontade raivosa da extrema direita.
Não foi sem razão, portanto, que o presidente Lula da Silva escalou a senadora Eliziane Gama para auxiliar o líder do Governo no Congresso Nacional – lembrando que o Governo tem líderes na Câmara e no Senado. A primeira razão é o conhecimento que a congressista maranhense tem acerca do funcionamento das duas Casas; além disso, Eliziane Gama sempre se mostrou uma parlamentar com inclinação pelo diálogo, além de ter acesso à bancada evangélica, cujas posições são radicalmente defendidas. Pelo menos até agora, a senadora, que atua discretamente, tem dado conta do recado, acumulando muitos créditos na avaliação do Palácio do Planalto.
Aguarda-se agora o desempenho da senadora na coordenação da Bancada Maranhense, cargo que recebeu do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que teve atuação discreta. Isso porque coordenar bancada não significa cuidar dos interesses de cada deputado e senador. A coordenação existe para cuidar dos interesses do Estado. Por exemplo: neste fim de semana chuvas romperam duas das rodovias mais importantes da planta rodoviária maranhense. Num caso assim, a coordenação da bancada pode ter papel importante na mobilização da força parlamentar do estado junto aos órgãos federais ligados ao problema, como o Ministério dos Transportes e o DNIT. Essa pressão política pode agilizar soluções e, assim, evitar perdas econômicas importantes para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Esses problemas ocorrem com frequência em todas as áreas importantes da atuação estatal. Às vezes, uma pendência burocrática mal resolvida na seara federal, ou mesmo a má vontade de um agente público causam dados significativo à população, pode ser solucionado com a intervenção da coordenação da Bancada Federal. Tudo isso sem qualquer tipo de ingerência na atuação individual do parlamentar, seja ele de esquerda, de centro ou de direita, independentemente de partido, aliado ou adversário do Governo do Estado ou do Governo da República. O foco da coordenação da bancada são os interesses do Maranhão na esfera federal.
Não será surpresa, portanto, se a senadora Eliziane Gama realizar um trabalho eficiente e produtivo como coordenadora da Bancada Maranhense no Congresso Nacional. Para começar, não consta que ela tenha algum tipo de problema dentro da bancada, muito ao contrário. E depois, a senadora Eliziane Gama gosta de trabalhar e tem pela frente o desafio da reeleição.
PONTO & CONTRAPONTO
Maranhãozinho mira Senado, mas pode disputar cadeira na Assembleia em 26
O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) teria traçado um roteiro para a sua participação nas eleições de deste ano e nas de 2026.
Para este ano, sua meta é eleger pelo menos 50 prefeitos, seja pelo seu partido, seja por legendas com as quais se relaciona bem – caso do PSB em São Luís, onde o PL apoia a candidatura do deputado federal Duarte Jr..
Se conseguir alcançar a meta de pelo menos 40 prefeitos, vai avaliar com boa vontade, mas também com muito cuidado, a possibilidade de entrar na guerra por uma cadeira no Senado da República. Sua mulher, a deputada federal Detinha (PL), concorrerá à reeleição.
Se as expectativas em relação às eleições municipais não se confirmarem, Josimar de Maranhãozinho estaria disposto inclusive a disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Mas, de acordo com a fonte da Coluna, que pediu para ser preservada, a reeleição de deputado federal seria a sua última opção para o pleito de 2026.
Numa ação importante, Pavão Filho cobra atualização da Lei de Zoneamento
“Se o Plano Diretor é um planejamento macro da cidade, a Lei de Zoneamento e Ocupação do Solo Urbano é o coração deste planejamento”. Com essa justificativa correta e precisa, o vereador Pavão Filho (PSB) cobrou ontem do prefeito Eduardo Braide (PSD) o encaminhamento à Câmara Municipal de uma proposta de atualização da Lei de Zoneamento e Ocupação do Solo Urbano de São Luís, lembrando que o prazo para o envio já se esgotou.
É verdadeiro o argumento por ele utilizado de que a atualização da Lei de Zoneamento facilita amplamente qualquer projeto envolvendo a ocupação do solo urbano, seja de que natureza for, com base na nova versão do Plano Diretor, aprovado e sancionado no início do ano passado, depois de quase duas décadas tramitando lentamente no parlamento da Capital. A última atualização da Lei de Zoneamento é do início da década de 1990.
O vereador Pavão Filho acertou em cheio quando reforçou seu argumento fazendo a seguinte avaliação: “É a partir dessa atualização de uma lei caduca e ultrapassada, que já tem mais de 30 anos e não corresponde mais à realidade que nós vivemos, que venho cobrar, em caráter de urgência, o encaminhamento da proposta para esta Casa”.
Se o prefeito de São Luís ouvir e atender ao apelo do experiente parlamentar, vai prestar um grande serviço, por a Lei de Zoneamento é um instrumento essencial para um processo de desenvolvimento ordenado de uma cidade como São Luís.
São Luís, 16 de Abril de 2024.