Edivaldo Jr. lança a 13ª FeliS, um presente para São Luís num tempo em que a intolerância rosna para a literatura

 

Em cima, Edivaldo Holanda Jr. fala no lançamento da 13ª FeliS. Embaixo, a realidade e a ficção: Benedito Buzar (AML), Edivaldo Holanda Jr.,Luis Gonzaga Coelho (PGJ) e Antônio Norberto (ALL) emolduram Aluísio Azevedo interpretado por Domingos Tourinho

O vírus da intolerância não contaminou a saúde cultural de São Luís. Vem aí a 13ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), com programação confirmada para o período de 11 a 20 de Outubro, no Multicenter Sebrae. Terá como patrono ninguém menos que o gigante literário Aluísio Azevedo, com o tema “O Brasil atemporal na obra de Aluísio Azevedo”, e como homenageadas duas personalidades importantes na vida de São Luís em tempos recentes, a professora Rosa Mochel e o fotógrafo Dreyfus Azoubel, ambos comemorando centenário de nascimento neste 2019. Pela programação, a 13ª FeliS deve divulgar pelo menos uma centena de autores maranhenses, grandes nomes das letras nacionais e os clássicos da literatura universal, como é a sua tradição. Além da feira de livros, o evento será movimentado por palestras, mesas redondas e oficinas literárias, rodas de conversa, contação de estórias, teatro, exposições, recitais entre outras atividades paralelas e complementares. Isso inclui a participação de 11 autores conhecidos nacionalmente, a começar pelo poeta maranhense Salgado Maranhão, que será acompanhado de Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Paula Pimenta, Lopito Feijó, Cristóvão Tezza, Ninfa Parreira, Sônia Rosa, Carlos Nejar, Milton Marques Júnior, Sérgio Luís e Renata Barcelos.

A 13ª FeliS foi anunciada ontem, oficialmente, pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), em ato no auditório do Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público, tendo ao lado a primeira-dama Camila Holanda, o vice-prefeito Nogueira e o secretário municipal de Cultura, Marlon Botão, além de representantes de entidades literária, como o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar. Na sua fala, o prefeito fez uma defesa contundente das manifestações culturais, em especial da literatura, fortalecendo a ideia de que, mais do que um compromisso com o calendário cultural de São Luís, a FeliS é uma obrigação política e institucional com a cultura de uma cidade que respira poesia e estimula a literatura. Além da visão política e cultural mais abrangente, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. reforçou a estratégia segundo a qual um dos pontos altos da FeliS é estimular a produção literária local, abrindo espaço para novos autores divulgarem as suas obras. E além de destacar a escolha de Aluísio Azevedo como patrono e da homenagem a Rocha Mochel e a Dreyfus Azoubel, o prefeito citou como exemplo a cordelista e poetisa Goreth Pereira, ex-gari da Prefeitura de São Luís, que apoiada por ele próprio, segue carreira literária.

Ao confirmar a realização da sétima FeliS do seu período de Governo – o que amplia sua posição de maior realizador do evento desde a sua criação em 2006, na gestão Tadeu Palácio (PDT) -, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. deu uma injeção de ânimo cultural em São Luís. E o faz num momento em que a cultura no Brasil, em especial a literatura, vive ameaçada pelas sombras da intolerância, a exemplo do que aconteceu recentemente na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. O prefeito cultiva fortemente valores e princípios, mas, ao contrário da intolerância que grassa no plano federal e em alguns bolsões conservadores, tem sabido conviver com a diversidade e respeitar as diferenças. Para ele, mais do que um evento cultural, a FeliS é uma grande ação pedagógica e de inclusão social posta em prática na sua gestão, e uma experiência única para o público que participa, segundo a interpretação do secretário de Cultura, Marlon Botão.

A programação reunirá 11 convidados e cerca de 600 atividades gratuitas que contemplarão todas as idades e ocorrerão em 30 ambientes espalhados numa área de 11.500 metros quadrados. O público – inicialmente previsto de 160 mil visitantes – terá acesso a 300 editoras distribuídas em 70 estandes. A expectativa inicial é a de que pelo menos 160 pessoas visitem o evento e gastem e invistam R$ 2 milhões na compra de livros. Se confirmado, será mais um resultado espetacular. Viva a literatura!

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Na sabatina de Aras, Weverton critica ativismo do MP ao novo  PGR que trabalhe pelo equilíbrio institucional

Durante a sabatina na CCJ do Senado, Weverton Rocha (d) criticou desvios e recomendou ao Augusto Aras (e) que lute pelo equilibro entre as instituições

O senador Weverton Rocha (PDT), que lidera a bancada do PDT no Senado, deu ontem uma demonstração de que vem amadurecendo intensamente como parlamentar. Durante a sessão em que a Comissão de Constituição e Justiça da Casa sabatinou procurador da República Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) fora da lista tríplice, o líder pedetista criticou alguns desvios e recomendou ao novo chefe do Ministério Público Federal que se esforce pela construção do equilíbrio institucional no País, de modo a evitar confrontos entre as instituições que são os pilares da República e do estado democrático de direito.

– Há espaço para os diferentes, para discutirmos de forma civilizada. E está na hora de chamarmos os homens de juízo na nossa República para começarmos a colocar as coisas nos devidos lugares: os políticos fazendo política, os magistrados fazendo o que a Constituição lhe confere, assim como os membros do Ministério Público. Assim nós poderemos dar uma luz para a sociedade no meio desse túnel escuro – declarou Weverton Rocha.

O senador mostrou preocupação com o que vem sendo chamado de “ativismo”, tanto por parte de integrantes da magistratura quanto do Ministério Público, e criticou a atuação de alguns integrantes do MP que agem movidos por convicções e motivos ideológicos, referindo-se, sem fazer menção direta, aos supostos desvios ocorridos no âmbito da Operação Lava Jato, conforme revelaram as gravações divulgadas pelo sítio The Intercept.

– Não são todos, mas esses procuradores que atuam assim prejudicam o trabalho de todos os outros. Eu acredito na instituição, mas não se pode extrapolar o que está na Constituição. Quem quer ser político que abandone a magistratura ou o MP, mas não use a Justiça para fazer ativismo – criticou, avaliando ser fundamental para o Brasil que o Ministério Público atue de forma imparcial e de acordo com o que a lei determina.

Em tempo: o procurador Augusto Aras foi aprovado por 23 votos contra três na Comissão de Constituição e Justiça e, mais tarde, por larga maioria no plenário do Senado, tendo confirmada sua indicação para suceder a Raquel Dodge.

 

Marquinhos “atira” contra Wellington do Curso, mas não explica porque atropelou decisão do DEM

Em cima: Neto Evangelista é lançado candidato pelas cpupulas estadual e nacional do DEM, na presença do governador Flávio Dino, que elogiou a escolha. Em baixo: Marquinhos, do DEM, declara apoio a Osmar Filho (PDT)

O vereador Marquinhos (DEM) disparou pesado contra o deputado Wellington do Curso (PSDB), atribuindo injustamente a ele, Wellington, o comentário feito pela Coluna, sobre sua declaração de apoio ao vereador-presidente Osmar Filho (PDT) na corrida para a Prefeitura de São Luís, quando seu partido tem um pré-candidato já definido e avalizado pelas cúpulas estadual e federal, o deputado estadual Neto Evangelista, que, por sinal, preside a secção do DEM na Capital.

Independentemente das diferenças que possam haver entre Marquinhos e Neto Evangelista, o fato é que, ao declarar apoio ao pedetista Osmar Filho, o vereador democrata cometeu um claro e inequívoco atropelo à ética partidária. Afinal, até as pedras de cantaria da Praia Grande sabem que em convenção partidária realizada no dia 26 de abril, Neto Evangelista foi eleito presidente municipal do DEM e teve sua candidatura à prefeito lançada pelo presidente estadual, deputado federal Juscelino Filho, e pelo presidente nacional, Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador. Os dois destacaram, com todas as letras, que a candidatura de Neto Evangelista à prefeito de São Luís é uma estratégia nacional do partido de lançar candidato em todas as capitais, reforçando que ele terá todo o apoio da agremiação.

É nesse contexto que a declaração de apoio de Marquinhos a Osmar Filho contraria a ética partidária. Afinal, não se tem conhecimento de que o vereador tenha reunido o diretório municipal do DEM para discordar da pré-candidatura de Neto Evangelista, colocar suas razões, discutir o problema e abrir uma dissidência interna. Se isso tivesse sido feito, Marquinho, se vencedor na disputa interna, poderia levar o partido para uma aliança lícita e politicamente correta com o PDT em torno de Osmar Filho; se derrotado, ou se dobraria à vontade da maioria na agremiação ou procuraria outro pouso partidário. É assim que se faz, porque é a regra e porque é politicamente correto.

Xingar adversário sem explicar o conflito de posições dentro do partido nem justificar a dissidência praticada fica feio, confuso, e nada resolve.

São Luís, 26 de Setembro de 2019.

 

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