Econométrica: Brandão lidera com folga e Weverton encara empate técnico com Lahesio

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Lahesio Bonfim na disputa em que Edivaldo Jr., Simplício Araújo, Enilton Rodrigues e Hertz Dias estão atuando como figurantes

Se havia dúvidas a respeito da liderança do governador Carlos Brandão (PSB) na corrida às urnas, na qual ele busca a reeleição, elas foram mandadas para o espaço ontem, pela nova pesquisa Econométrica/O Imparcial, segundo a qual o chefe do Executivo estadual tem 34,8% das intenções de voto na corrida ao Palácio dos Leões. Atrás dele estão o senador Weverton Rocha (PDT) com 23,6% e Lahesio Bonfim (PSC) com 20,5%, numa situação de empate técnico, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 7,6%, Enilton Rodrigues (PSOL) com 1%, Simplício Araújo (SD) com 0,5%; e Hertz Dias (PSTU) com 0,1%. “Branco ou nulo” somaram 4,6%, e “Não sabe/Não respondeu” 7,4%. Realizada em 57 grandes e pequenos municípios de todo o Maranhão, a pesquisa Econométrica ouviu 1.535 eleitores em 57 municípios, entre os dias 19 e 22 de julho, tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, e confiança de 95%, estando também registrada no TRE sob o número MA-08398/2022.

O levantamento confirma a tendência de crescimento do governador Carlos Brandão. Não houve um só levantamento que mostrasse o governador em situação estacionária, nem apontando-como um rolo-compressor. Todas as pesquisas mostraram o governador em movimento, com um crescimento lento, mas consistente, processo que o levou à liderança, agora como líder inconteste e caminhando para ampliar sua liderança e até mesmo pensar na possibilidade de definir a parada em turno único. Não será um processo fácil, mas poucos são os que duvidam dessa possibilidade.

De todas as pesquisas divulgadas até agora, nenhuma trouxe notícias tão ruins para o senador Weverton Rocha. A mais dura: sua permanência, há meses, estancado na mesma faixa entre 20% e 25% das intenções de voto, sem dar sinais de que sairá da inércia. A segunda, com potencial para desanimar seus seguidores: a informação de que ele está nada menos que 11 pontos percentuais atrás do governador Carlos Brandão. E a terceira, com poder para tirar-lhe o sono: a perigosa aproximação de Lahesio Bonfim, que está a apenas três pontos percentuais de distância, e, ao contrário da situação estacionária do pedetista, segue com tendência de crescimento, com gás para ultrapassá-lo em breve e se tornar o adversário do governador Carlos Brandão no segundo turno. Essas informações chegam às vésperas da convenção-gigante que ele e seus aliados estão preparando para o Estádio Nhozinho Santos, na Vila Passos.

Levantados na semana que passou, os números da Econométrica mostram que, além do turbinamento da pré-campanha do governador Carlos Brandão, o crescimento seguro de Lahesio Bonfim, e da estacionada pré-candidatura do Weverton Rocha, chama a atenção o desempenho modesto da pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., o que lhe tira qualquer chance de brigar por uma vaga no segundo turno. Do mesmo modo, a posição dos três primeiros colocados reduz praticamente a zero a possibilidade de ele vir a entrar na briga com alguma chance de crescimento. Essa é a situação de Simplício Araújo, Enilton Rodrigues e Hertz Dias. A começar pelo fato de que já é possível especular, com alguma margem de segurança, que nesse momento só Carlos Brandão, Weverton Rocha e Lahesio Bonfim estão no jogo para valer.

Vale lembrar que o tempo começa a ser amigo dos que estão na frente e padrasto malvado dos que estão atrás. Isso porque a corrida às urnas será daqui a nove semanas, faltando ainda a realização das convenções partidárias, o registro das candidaturas, e mais importante: 45 dias de campanha eleitoral oficial. Será nesse período que se conhecerá a consistência de cada candidato. Divulgada há um dia pelo jornal O Imparcial, portanto às vésperas do início das convenções partidárias que formalizarão o quadro de candidaturas, a pesquisa Econométrica tem tudo para ser o grande divisor de águas da corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino está 20 pontos à frente de Rocha

Econométrica confirma Flávio Dino com vantagem larga sobre sobre Roberto Rocha

A pesquisa Econométrica, como as anteriores do próprio instituto e de outros, repetiu a informação segundo a qual a disputa para a única vaga no Senado caminha para o desfecho rascunhado desde os primeiros levantamentos: o consistente favoritismo do ex-governador Flávio Dino (PSB), agora reafirmado com 48,5% das intenções voto contra 27,9% do senador e candidato à reeleição Roberto Rocha (PTB). Essa distância tem se mantido com pequenas variações, que não chegaram a um patamar que indique a existência de uma disputa de fato nesse item da corrida às urnas.

Quando foi a campo, no período entre 19 e 22 de julho, há uma semana, portanto, Pastor Bel (Agir36) ainda figurava como pré-candidato ao Senado, tendo pontuado com 6,1% de intenções de voto. Ele, porém, abriu mão da candidatura, saiu do páreo e declarou apoio exatamente ao senador Roberto Rocha, que, em tese, receberá pelo menos parte desses seis pontos percentuais, o que não mudará muito sua situação.

Os candidatos do PSTU, Saulo Arcangeli (1,1%) e do PSOL, Antônia Cariongo (0,4%), caminham para não serem mais do que saudáveis figurações, uma vez que, se não têm poder de fogo para disputar votos, podem contribuir efetivamente para o grande debate que se espera ao longo de uma campanha eleitoral.

A liderança do ex-governador Flávio Dino é fruto saudável de uma intensa e séria militância política.

 

PV quis suplência de Dino, mas chegou tarde

Adriano Sarney 

Deu em nada o movimento feito pelo PV para condicionar o apoio do partido à candidatura do ex-governador Flávio Dino ao Senado à concessão da vaga de primeiro suplente ao partido comandado pelo deputado estadual Adriano Sarney. Essa vaga está preenchida pela vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato (PCdoB), sem nenhuma possibilidade de revisão. O PV jogou errado. O deputado Adriano Sarney perdeu semanas preciosas dizendo que seu partido não apoiaria a candidatura do ex-governador, quando deveria ter arquivado a chateação do seu pai, o ex-deputado federal Sarney Filho, com a não eleição para o Senado em 2018, e colocado à mesa as pretensões da sua agremiação. Ele sempre soube que, pela falta de lastro eleitoral, o PV dificilmente ganharia a vaga de primeiro suplente na chapa de Flávio Dino, mas poderia, numa boa negociação, indicar o segundo suplente. O fato é que perdeu tempo com conversa fiada e quando resolveu colocar as cartas na mesa já era tarde. E com um detalhe importante: em nenhum momento Flávio Dino fechou a porta da sala de conversas.

São Luís, 27 de Julho de 2022.

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