A 13 dias das eleições, na chamada “reta de chegada” da campanha, a disputa pela Prefeitura de São Luís pode ganhar uma nova dinâmica, à medida que os candidatos vão tirando dos seus coletes todos os recursos possíveis para criar situações que lhes favoreçam nas urnas. O prefeito Eduardo Braide (PSD) deve manter sua linha de não entrar em confronto, apostando na reeleição em turno único. Já o deputado federal Duarte Jr. (PSB), segundo na corrida, deve incrementar sua campanha com o objetivo de levar o desfecho para o segundo turno, alimentando assim a possibilidade, ainda que remota, segundo as pesquisas, de reverter o cenário. Nesse ambiente, o deputado Yglésio Moises (PRTB) joga sua última cartada: a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje, a São Luís. Os demais parecem nada ter para tirar do colete e tentar mexer com o cenário da disputa.
O prefeito Eduardo Braide não tem muito o que fazer nos dias que restam de campanha. Líder disparado nas pesquisas e apontado com potencial para se reeleger em um só turno. Ele decidiu não participar de debates por acreditar que só teria a perder, à medida a que teria de se defender de sete candidatos – mas deve participar do debate da TV Mirante na antevéspera da eleição. A ausência no embate no Portal imirante.com o livrou de muitas provocações e pancadas verbais. Não se sabe se se o prefeito de São Luís tem algum trunfo para se blindar até o encerramento da campanha. O que é sabido, por ser visível, é que o seu projeto de reeleição é viável.
Duarte Jr., número 2 da polarização na Capital também já esgotou o que havia de mais forte no seu arsenal de trunfos, como o apoio explícito do presidente Lula da Silva (PT). E nas próximas horas, deve concentrar atenção nos movimentos de Yglésio Moises (PRTB), que será o cicerone de Jair Bolsonaro hoje em São Luís, confirmada por igrejas evangélicas ligadas à Assembleia de Deus.
Nesse contexto, a novidade foi a entrada na campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que gravou um vídeo manifestando apoio ao candidato do PSOL ludovicense Franklin Douglas (PSOL) e pedindo voto favorável à adoção do passe livre para estudante em São Luís, que é uma campanha nacional do seu partido. Guilherme Boulos, como se sabe, briga em São Paulo contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal, o controvertido colega de partido de Yglésio Moises, que se proclama “o único candidato da direita”, insinuando que Eduardo Braide e Wellington do Curso são de esquerda.
Mesmo com atuação destacada, Flávia Alves (Solidariedade) dificilmente mudará radicalmente o ritmo da sua campanha, assim como Fábio Câmara (PDT), que continuará apostando no seu “plano de Governo”, e Saulo Arcangeli (PSTU), que no máximo tornará mais duro o seu discurso de esquerda radical. Até porque os três sabem que, salvo por um milagre político, dificilmente irão mais longe.
Em meio a tudo isso, a campanha eleitoral para a Prefeitura da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade pode ganhar uma dinâmica mais intensa se os números das próximas pesquisas surpreenderem.
PONTO & CONTRAPONTO
Brandão emite sinais mais fortes de que pode mesmo ficar no cargo até o fim do mandato
O governador Carlos Brandão (PSB) continua emitindo sinais de que pode permanecer no Governo até o final do seu mandato e lançar um candidato da sua extrema confiança à sua sucessão. Duas declarações recentes indicaram a possibilidade de dar forma definitiva a esse roteiro, uma em Caxias e uma em Colinas, a principal base da família Brandão.
Em Caxias, há pouco mais de uma semana, ao se manifestar em relação a uma obra de asfaltamento cujo início foi ver de perto, o governador Carlos Brandão causou frisson da classe política ao declarar, com a ênfase típica dos recados: “Esse programa de asfaltamento vai continuar até o último dia do meu Governo”.
Sábado, em Colinas, ao discursar em comício do candidato a prefeito apoiado por ele e seus familiares, contra o irmão do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que é vice-prefeito e candidato a prefeito, o governador Carlos Brandão se referiu ao seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), como “a grande revelação política do Maranhão”.
E acrescentou: “Em todo lugar que eu vou o pessoal pergunta: ‘Brandão, você tá treinando este menino desde quantos anos?` Ele está dando um show em todo lugar que vai’”.
Em tempo: Orleans Brandão é o atual secretário de Assuntos Municipalistas, o que o mantém em contato direto com prefeitos e vereadores em, todo Maranhão. É filho do atual presidente do MDB, Marcus Brandão. Nas rodas políticas ele é apontado como virtual candidato do governador ao Palácio dos Leões em 2026.
Biné Figueiredo dispara chumbo grosso contra Chiquinho da FC em Codó
É de expectativa o desfecho da corrida eleitoral em Codó, onde o confronto se dá entre o prefeito Zé Francisco (PSDB) tenta a reeleição enfrentando o candidato PT, Chiquinho da FC. No meio dos dois o ex-prefeito Biné Figueiredo, que era candidato mas deixou o páreo, mas decidiu incendiar o confronto atacando duramente Chiquinho da FC.
No final da semana, já fora da disputa, Biné Figueiredo, que já foi prefeito, apoiado pelo atual, disparou contra Chiquinho da FC, dizendo que ele não tem condições de ser candidato a prefeito de Codó.
Primeiro porque ele é um grande empresário, disse Biné Figueiredo, e isso não lhe dará condições de ser um bom prefeito.
Em seguida, fez o mais duro ataque ao novo filiado ao PT, que nada tem de afinidade ideológica com o partido do presidente Lula da Silva: “Ele cobrava o papel de higiênico usado nas fábricas e depósitos pelos seus funcionários. Até uma manga que o funcionário tire para comer era descontada no salário”. Denúncias como essa pode afastar o eleitorado petista.
Há quem diga que os gestos e declarações de Biné Figueiredo podem alterar o curso da disputa em Codó.
São Luís, 23 de Setembro de 2024.