Protagonista de várias situações em que fez declarações polêmicas, algumas delas condenáveis por conta do teor preconceituoso na esteira de discurso em disse verdades que incomodam, e outras por colocar instituições em situação constrangedora, também pela via da franqueza sem limites, o deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB) terá agora, em circunstâncias apropriadas para que coloque em pratos limpos o que andou falando em tom de denúncia. Explica-se: ontem, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, acatando sugestão do desembargador Joaquim Figueiredo, decidiu interpelar judicialmente o parlamentar, para ele explicar a denúncia de que genro de desembargador estaria recebendo propina para assegurar a volta ao cargo de um prefeito afastado por corrupção, e que essa seria uma prática comum de deputados com acesso aos meandros do Judiciário. A interpelação, segundo a decisão do Órgão Especial, será feita pelo Ministério Público com o aval da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA).
Suplente no exercício do mandato na vaga aberta com a licença do deputado Bira do Pindaré (PSB) oriundo do movimento sindical, com formação política à esquerda, Fernando Furtado, 60 anos, passou a maior parte da vida militando nas lides sindicais como quadro ativo do PCdoB, foi fundador e é dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTTB) e tem vinculação direta com a atividade pesqueira, sendo porta-voz de milhares de pescadores maranhenses como secretário da Federação dos Sindicatos dos Pescadores e Pescadoras do Maranhão, no exercício do mandato na vaga aberta pela licença do deputado Bira do Pindaré (PSB). O deputado é dono de opiniões firmes e tem pavio curto, sempre deixando claro que diz o que pensa e não leva desaforo para casa, embora sua aparência, realçada pelo indefectível chapéu branco, sugira o contrário. Tem feito discursos explosivos dentro e fora da Assembleia Legislativa. Com tal postura franca, comete excessos, mas não deixa dúvida de que é pessoal e politicamente honesto, o que tem lhe dado muitos adversários.
Em meados de agosto, seus adversários colocaram na internet um áudio com trechos de um discurso em que critica a postura de indígenas maranhenses, que agiriam como “veadinhos”, o que lhe valeu uma enxurrada de críticas, feitas até no exterior. No caso, os críticos não se deram ao trabalho de ouvir outros trechos do discurso, nos quais o parlamentar diz verdades duras, mas inquestionáveis, sobre a maneira como o Estado brasileiro e parte da sociedade nacional tratam os povos indígenas. Na sua fala, Fernando Furtado denunciou a politica indigenista brasileira, mostrou que os órgãos responsáveis não atuam corretamente, demonstrou que a grande maioria dos povos indígenas maranhenses vive de migalhas da União é tratada com indiferença e como indigente, chegando a suspeitar que boa parte dos recursos destinados à saúde, à educação e à preservação das reservas e da cultura desses povos é desviada. É verdade que se excedeu ao criticar, num trecho isolado do discurso, o comportamento de alguns representantes indígenas, mas deveria, antes, ser cumprimentado pelas verdades que disse naquela fala.
No caso da denúncia sobre suposta corrupção no seio do Poder Judiciário, patrocinada por deputados, que pagariam entre R$ 100 e R$ 200 mil para tentar salvar a pela de prefeitos cassados por corrupção, o deputado Fernando Furtado certamente pecou por tratar de assunto tão grave e delicado numa audiência pública em São João do Carú. O correto seria encaminhar denúncia formal à Corregedoria Geral de Justiça e à presidência do TJ. Por outro, teve a coragem de falar em voz alta o que o que corre nos bastidores da política todas as vezes que o Judiciário concede uma liminar aliviando a situação de um prefeito cassado por corrupção – independente de que tal decisão judicial seja tecnicamente correta.
PONTOS & CONTRAPONTOS
Cidadão do Maranhão I
Poucos títulos de cidadania maranhense concedidos pela Assembleia Legislativa nos últimos tempos foram tão justos como o entregue ontem ao economista, publicitário e expert em comunicação Carlos Alberto Ferreira, um baiano que viveu em São Paulo, morou na Alemanha e desembarcou em São Luís na década de 80, construiu uma carreira respeitável até se radicar em Caxias, onde nos últimos 20 anos foi o mentor das campanhas do grupo político liderado pelo atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT) de cujo staf faz parte como diretor de Comunicação. A cidadania maranhense foi concedida a Carlos Alberto por iniciativa do deputado Júnior Verde (PRB), cujo projeto recebeu aval unânime dos deputados, todos manifestando satisfação com as mudanças que estão em curso e que já dinamizaram intensamente as atividades do Centro de Comunicação do Legislativo, que tem como base a TV Assembleia. A sessão solene em que o título foi entregue foi uma das mais com corridas dos últimos tempos, com a presença políticos – com destaque pera os prefeitos de Caxias, Leo Coutinho, e de Codó, Zito Rolim (PV) -, empresários, jornalistas, intelectuais e artistas, numa demonstração de que o homenageado soube construir uma trajetória enriquecida por um amplo leque de relações no meio político, intelectual e artístico. Ao saudá-lo, o deputado Júnior Verde justificou a concessão do título: “Como sindicalista e como ser humano, Carlos Alberto conseguiu desenvolver um trabalho relevante no sentido de ampliar o sistema de comunicação no Maranhão, através da Comunicação desta Casa, levando cidadania às pessoas. Quem o conhece sabe da dedicação e do zelo em tudo aquilo que ele faz. Sempre se dedicou às causas sociais, tendo no bojo as atribuições que lhe são pertinentes. Carlos Alberto, que está fazendo uma verdadeira revolução na Comunicação desta Casa, dando acesso e levando informações ao povo do Maranhão, nasce duas vezes: em Caravelas, na Bahia e, agora, como cidadão maranhense”,
Cidadão Maranhense II
Ao agradecer a honraria, Carlos Alberto Ferreira fez um discurso em que, ao mesmo tempo em que falou da sua trajetória – saiu do interior da Bahia para lutar por uma formação -, registrou sua afinidade com a política – se definiu como um socialista convicto, com formação na banda comunista da Alemanha nos anos 80 -, relatou suas experiências profissionais antes de chegar ao Maranhão – participou do staf do governo da socialista Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo -, lembrou sua chegada ao Maranhão, da paixão que nutre por São Luís, dos trabalhos que aqui realizou, especialmente a Estação Gráfica, para finalmente desembarcar em Caxias, onde como homem de comunicação realizou o que definiu como o seu mais importante trabalho, que continua depois de 20 anos, principalmente pela relação profissional e de amizade sólida que construiu com o deputado Humberto Coutinho, a ex-deputada Cleide Coutinho e todos os seus familiares e amigos mais próximos. “Eles são mais do que amigos”. Essa afirmação foi confirmada pelo próprio presidente Humberto Coutinho, que ao saudar o auxiliar homenageado, assinalou que ele é um membro da sua família. E ao se manifestar, o presidente foi traído pela emoção e foi às lagrimas, principalmente quando lembrou os momentos difíceis que enfrentou doente e teve em Carlos Alberto um amigo firme e otimista. As palavras emocionadas do presidente Humberto Coutinho foram ratificadas pela ex-deputada Cleide Coutinho.
Cidadão Maranhense III
No seu discurso, Carlos Alberto Ferreira demonstrou ser um profissional antenado com a contemporaneidade em todos os aspectos. Emitiu sinais claros de que se alimenta de convicções a partir de estudos e reflexões e que na sua visão de mundo o foco das suas preocupações é o homem e seu futuro. Revelou, por fim, que como diretor de Comunicação recebeu do presidente Humberto Coutinho uma orientação que é um mantra sagrado: todos os deputados são iguais e merecem o respeito e a dedicação de cada servidor. E completou: “Vossas excelências representam o povo e são os legítimos condutores dos anseios de todos os maranhenses e agora, por obra e graça da sua generosidade, acabei me tornando mais um”.
São Luís, 14 de Outubro de 2015.
estranho ou sinistro nao falou que passou em imperatriz como empregado do ex prefeito Jomar Fernandes e trabalhou na band como diretor.estranho como isso de ex prefeita de sao paulo e muito facil mais ta bom parabéns.