A pancada judicial no deputado federal Weverton Rocha (PDT), que foi transformado em réu no caso já envelhecido da reforma do Ginásio Costa Rodrigues, e a informação, a ser ainda confirmada, dando conta de que o deputado federal Waldir Maranhão estaria migrando do PP para o PTB com o objetivo de disputar a senatória mexeram com o cenário da corrida ao Senado no campo político comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que parecia evoluir para um desfecho nada surpreendente, tendo também o deputado federal José Reinaldo (PSB) na corrida. Na banda adversária, há rumores de que o deputado federal Sarney Filho (PV) já teria acertado os ponteiros dentro da família e na cúpula do Grupo Sarney, batendo martelo como candidato a senador, independentemente de a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) venha a ser candidata ao Palácio dos Leões, como que avisando que um projeto nada tem a ver com o outro e que ele topa fazer o teste com dois Sarney candidatos majoritários na mesma chapa. Nessa campo, depois de o empresário e suplente de senador Lobão Filho (PMDB) ter anunciado que pretende ser candidato a senador, o mesmo sinalizado pelo empresário Clóvis Fecury (PMDB), o senador João Alberto (PMDB), que vinha se mantendo indiferente, começou a se movimentar como pré-candidato.
A situação do pedetista Weverton Rocha é mais delicada no contexto dessa disputa. Tanto é verdade que ele tem se esforçado muito para minimizar o fato de ter sido denunciado e virado réu no Supremo Tribunal Federal, mantendo sua agenda cheia e intensificando contatos para consolidar o projeto. Nos bastidores correm rumores diversos, entre eles o que ele sentiu pesar-lhe sobre os ombros a denúncia do Ministério Público Federal, acatada pelo Supremo. Por mais abalado que tenha ficado, Weverton Rocha é um político arrojado, que calcula bem os seus passos e tem sabido conduzir tal situação sem dar a ela a dimensão de uma tragédia, como querem seus adversários e até mesmo alguns “aliados”. Nesse contexto, a candidatura de Waldir Maranhão aparece como uma espécie de fantasma na numa seara onde cabiam apenas a de Weverton Rocha e a do deputado federal José Reinaldo (PSB), depois da desistência do deputado Humberto Coutinho (PDT). Conclusão óbvia: um a nuvem de incerteza resolveu sobrevoar esse campo de disputa senatorial.
Na seara oposicionista, tudo caminha para a consolidação da candidatura do deputado federal Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente ao Senado, independentemente de a ex-governadora Roseana Sarney resolver encarar a disputa pelo Palácio dos Leões. Sarney Filho disse na semana passada e tem repetido a interlocutores que o seu projeto senatorial nada tem a ver com a eventual candidatura de Roseana Sarney ao Governo. Ele argumenta que não vê mais sentido permanecer na Câmara Federal depois de nove mandatos (36 anos) consecutivos, o que lhe deu experiência e estatura política para dar o passo além, já que o projeto de chegar ao Governo do Estado foi atropelado, primeiro pelo então governador Epitácio Cafeteira, e depois pelo próprio grupo.
A segunda vaga na chapa do Grupo Sarney tinha até semana passada dois aspirantes, os suplentes pemedebistas Lobão Filho e Clóvis Fecury, que até agora se manifestaram timidamente, tudo indica que motivados pelo silêncio do senador Edison Lobão (PMDB), que em guerra contra a acusação de envolvimento em esquemas de desvio investigados pela Operação Lava Jato, até agora não emitiu qualquer sinal de que pretenda concorrer a mais um mandato. Só que de uns dias para cá o senador João Alberto começou a incrementar suas atividades, contratando inclusive uma assessoria de imprensa, ao que parece com a orientação de colocá-lo no epicentro das decisões políticas do grupo e, naturalmente, avisando nas entrelinhas que a decisão de se aposentar, anunciada depois das eleições de 2014 em solidariedade a José Sarney (PMDB), está sendo arquivada. Em plena forma física aos 82 anos, o senador sinaliza estar decidido a brigar pela segunda vaga de candidato na chapa oposicionista, decidido que parece estar a renovar o mandato.
A julgar pelos fatos recentes, são óbvios os sinais de que a disputa pelo Palácio dos Leões será animada, mas as evidências maiores são as de que a corrida às duas vagas no Senado da República será decidida numa guerra sem quartel.
PONTO & CONTRAPONTO
Edivaldo Holanda deixa bloco governista na Assembleia sinalizando crise com o Palácio dos Leões
O deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC) surpreendeu ontem a Assembleia Legislativa e o meio político ao endereçar ao presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), ofício comunicando o seu desligamento do Bloco Parlamentar Unidos pelo Maranhão, a “maciça” que dá sustentação ao Governo Flávio Dino e conta agora com 22 integrantes. Oficialmente, Edivaldo Holanda nega estar em rota de colisão com o governador Flávio Dino, justificando a iniciativa apenas como a necessidade de não estar vinculado a grupos e atuar com a liberdade de dizer “sim” ou “não” a propostas encaminhadas pelo Palácio dos Leões. Oficiosamente, os bastidores produziram várias explicações, sendo a mais insistente a de que Edivaldo Holanda rompeu de vez com o Governo, após colecionar vários motivos de insatisfação no seu relacionamento político com o governador Flávio Dino.
Com a tarimba de mais de quatro décadas na militância política intensa, período em que conheceu o poder – foi o homem forte do Governo Luiz Rocha na Assembleia Legislativa – e revezes amargos, Edivaldo Holanda voltou ao Olimpo com a eleição de Edivaldo Jr. para a Prefeitura de São Luís apoiado pelo então deputado federal Flávio Dino. Mas, ao contrário do que era esperado, ele não se tornou voz de proa na gestão do jovem prefeito, preferindo voltar à Assembleia Legislativa e, de lá, tornar-se a voz para propagar e defender a administração do herdeiro, o que fez numa catilinária solitária e cansativa. E nesse período não demonstrou qualquer simpatia por tal aliança, o que estimulou os bastidores a vez por outra especular sobre rompimento, hora com o governador, hora com o prefeito.
O homem Edivaldo Holanda, atleta de academia e cuidadoso com a saúde, foi surpreendido recentemente por uma revelação dramática: está com câncer. Em meio ao burburinho alarmante que sucedeu a revelação, correu a informação de que o Palácio dos Leões teria sugerido que ele se licenciasse, ao que o pai do prefeito Edivaldo Jr. reagiu com indignação, o que teria dado origem à decisão formalizada ontem.
Numa conversa bem humorada, Repórter Tempo usou várias ciladas verbais do jornalismo para arrancar a verdade, mas, mesmo deixando no ar claros indícios de que a iniciativa foi uma reação ao Palácio dos Leões, o deputado Edivaldo Holanda não entregou o ouro, limitando-se a resumir seu ânimo numa frase enigmática: “Há forte eloquência no silêncio”.
Situação de Bacabal caminha para um desfecho; Zé Vieira pode perder mandato para que Roberto Costa assuma
O meio político volta suas atenções para Bacabal, certo de que é iminente o desfecho da guerra judicial travada em torno da eleição do prefeito Zé Vieira (PR). Na semana passada, a decisão do Superior Tribunal de Justiça confirmando que ele integra a lista negra dos ficha suja deve desembarcar no Tribunal Superior Eleitoral, que com base nessa informação, deve dar uma solução definitiva para o imbróglio em que se tornou a eleição para a Prefeitura de Bacabal. A condição de ficha suja confirmará a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de invalidar o registro da sua candidatura, invalidando assim os votos que recebeu e cassando o diploma que lhe foi entregue pela Justiça Eleitoral com base em limitar concedida pelo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. Agora, situação é diferente, e o TSE não tem alternativa que não a de invalidar a candidatura de Zé Vieira e tirar-lhe o diploma e dar normalizar a situação, seja entregando a Prefeitura para o segundo colocado, o deputado Roberto Costa (PMDB), ou então promover nova eleição. É aguardar.
São Luís, 05 de Abril de 2017.
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