Durou pouco a comemoração dos adversários da candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição por conta da decisão nacional do PP de proibir os braços estaduais do partido de coligarem com o PT em casos de chapas em que o candidato a governador seja um petista. Comandante do braço maranhense do PP e líder do partido na Câmara Federal, o deputado federal André Fufuca declarou a emissoras de rádio e confirmou à Coluna: “No Maranhão, o efeito da medida é igual a zero”. E explicou: a aliança formal do PP é com o PSB em apoio à candidatura do governador Carlos Brandão. Acrescentou que a participação do PP na coligação “O Maranhão não pode parar “ permanece “firme”. Além disso, o deputado André Fufuca avaliou que “os ventos sopram a favor de Brandão”, acrescentando que “se continuarmos trabalhando como foi planejado, temos tudo para vencer essas eleições, a começar pela reeleição do governador”.
O Partido Progressista é o braço mais forte do Centrão, que fez e manteve aliança com os governos do presidente Lula da Silva (PT), apoiou o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), mas esteve à frente do processo de impeachment que a tirou do poder, tornando-se em seguida um dos pontos de sustentação do governo-tampão do presidente Michel Temer (MDB), para em seguida alcançar a condição de viga-mestra da base do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. No Maranhão, liderado pelo deputado André Fufuca, que assumiu o seu comando sucedendo ao deputado federal Waldir Maranhão, o PP fez parte da base governista desde os governos do MDB liderados por Roseana Sarney. Em 2014, embarcou no transatlântico partidário montado pelo oposicionista Flávio Dino, participando ativamente do movimento que o levou ao poder, quando o PT preferiu manter a aliança com o MDB e o Grupo Sarney, perdendo as eleições e o comando do Estado.
Mesmo sendo um dos caciques do PP no plano nacional, tendo alcançado a vice-presidência, fazendo duro contraponto à esquerda desde a derrubada da presidente Dilma Rousseff, o deputado federal André Fufuca teve autoridade e habilidade políticas para manter o braço maranhense do seu partido na base de apoio nos dois períodos do Governo Flávio Dino. E não titubeou ao manter o PP na aliança, agora apoiando, sem rodeios, as candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição e do ex-governador Flávio Dino ao Senado. Isso sem colocar empecilho à posição do seu partido na base do Centrão nem comprometer a aliança do PP com a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. O deputado André Fufuca vem demonstrando que há espaço para seguir a orientação do partido no plano nacional, mas com autonomia para construir e consolidar as alianças regionais, como é o caso do que está em andamento no Maranhão.
A notícia de que a cúpula nacional do PP proibira coligação com o PT nos estados em que o candidato a governador seja um petista repercutiu fortemente no meio político maranhense. Apoiadores do candidato pedetista Weverton Rocha enxergaram na decisão um problema para a aliança que sustenta a candidatura do governador Carlos Brandão, chegando a comemorá-lo. O deputado André Fufuca, que é membro da cúpula nacional do partido, colocou as coisas nos seus devidos lugares, esclarecendo que a medida partidária em nada afeta a participação do PP na aliança, uma vez que Carlos Brandão, que encabeça a chapa, é do PSB, mesmo tendo como vice um petista, Felipe Camarão. E foi enfático: “Interferência zero”.
Em resumo: o PP permanece na aliança que tem no comando o governador Carlos Brandão e a liderança do ex-governador Flávio Dino. E de acordo com o seu presidente no Maranhão, ele e o partido dele estão “trabalhando para que a nossa aliança vença as eleições”.
PONTO & CONTRAPONTO
Brandão se encontra com Lula em Teresina e acerta vinda dele ao Maranhão
O ex-presidente Lula da Silva (PT) virá ao Maranhão nas próximas semanas, em data ainda a ser definida. A inclusão do estado na sua agenda de campanha foi acertada com o governador e candidato à reeleição Carlos Brandão (PSB), em Teresina, onde participou, juntamente com o candidato a vice-governador Felipe Camarão, de um encontro organizado pela governadora do Piauí, Regina Souza, e pelo ex-governador e candidato a senador Wellington Dias (PT). As pesquisas têm mostrado que o ex-presidente Lula da Silva tem enorme vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas intenções de voto. Mas diante da investida do Palácio do Planalto, por meio do “pacote de bondades eleitoreiras”, num jogo pesado para reverter a forte tendência de uma derrota acachapante do presidente, o comando estratégico da campanha de Lulas da Silva recomenda que venha ao Maranhão, para consolidar a sua liderança e apoiar seus aliados na corrida às urnas. No encontro de Teresina ficou combinado que a visita será em agosto, provavelmente depois de iniciada a campanha eleitoral oficial.
Reviravolta anunciada: PROS deixa Weverton e volta para Brandão
Quando o senador Weverton Rocha (PDT), então pré-candidato a governador, articulou em Brasília para que o controle do PROS no Maranhão fosse tirado do vereador Chico Carvalho e entregue ao suplente de deputado estadual Marcos Caldas, que tirou o partido da base governista para leva-lo para o leque de apoio do pedetista, algumas vozes sopraram que a jogada não tinha consistência e que, cedo ou tarde, haveria uma reviravolta. O tempo passou, Marcos Caldas se empolgou, Chico Carvalho pareceu conformado e conseguiu o controle do Avante, e tudo parecia resolvido. Ledo engano de quem pensou assim. Nesta semana, uma decisão judicial desmanchou a jogada, desfez o comando de Marcos Caldas e decidiu que o PROS voltará ao controle do tarimbado vereador Chico Carvalho, que tem mais de quatro décadas de sol nessa praia partidária. O primeiro ato da reviravolta: a convenção por meio da qual o PROS foi integrado à candidatura do senador Weverton Rocha foi anulada. Nova convenção será realizada, na qual o partido se integrará à candidatura do governador Carlos Brandão. O braço maranhense do PROS será comandado por Tatiana Carvalho, mulher do vereador Chico Carvalho, já que a essas alturas o edil ludovicense não tem qualquer interesse em se desfazer do Avante. Marcos Caldas deve continuar no partido, só que na condição de simples filiado.
São Luís, 04 de Agosto de 2022.