A disputa pelo Governo do Maranhão, que transcorre ainda na fase prévia da campanha eleitoral, que só começa para valer no dia 16 de agosto, depois das convenções partidárias para a oficialização das candidaturas, ganhou intensidade nesse fim da semana, com o retorno do governador Carlos Brandão (PSB) ao estado, após seis semanas em São Paulo para tratamento de saúde. Na ausência do governador, que é pré-candidato à reeleição, o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Palácio dos Leões, assumiu o protagonismo do processo, aproveitando o espaço para fazer acordos políticos, intensificar sua corrida pelo estado e reforçar seus laços políticos e eleitorais com os segmentos do bolsonarismo no Maranhão. Junto com ele, o pré-candidato do PSC, Lahesio Bonfim, que o vem ameaçando, segundo pesquisas. Da tarde de quinta-feira (29/06), quando avisou pelas redes sociais que havia recebido alta médica e estava se preparando para embarcar de volta ao estado, o clima no meio político mudou fortemente, produzindo a impressão de que as coisas começavam, de fato, a voltar aos seus devidos lugares, com o governador retomando a posição de pré-candidato mais forte, segundo a pesquisa Econométrica, divulgada dias antes.
Embalado pela pesquisa que confirmou sua liderança na corrida às urnas, Carlos Brandão retornou ao cenário político com a saúde recuperada e exibindo disposição para retomar imediatamente sua pré-campanha. Chegou ciente de que pode ter sofrido danos por conta da campanha de má fé por meio da qual tentaram enfraquecê-lo, e por isso está determinado a fazer os ajustes necessários no seu projeto político-eleitoral, de modo a torna-lo mais aguerrido. Para isso, avisa que vai trabalhar duro para manter o Governo no mesmo ritmo, ainda que perdendo uma boa fatia da receita de ICMS reduzido para combustíveis. Ao mesmo tempo, vai intensificar as articulações com o objetivo de fortalecer seu projeto de reeleição.
A volta por cima do governador Carlos Brandão está afetando fortemente a pré-candidatura do senador Weverton Rocha, cuja pré-campanha tem a forma e o peso de campanha propriamente dita. O pré-candidato pedetista já usou todos os espaços de articulação que dispunha nos últimos 40 dias, tendo formado a base do seu projeto de candidatura aliando-se às forças bolsonaristas, representadas no espectro político estadual pelo senador Roberto Rocha (PTB), que busca a reeleição, e pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL, o braço maranhense do partido do presidente Jair Bolsonaro. Nesse contexto, pesquisas mostram Carlos Brandão avançando num compasso consistente, enquanto Weverton Rocha é mostrado repisando num mesmo patamar; e com a agravante de ter Lahesio Bonfim, pré-candidato do PSC, se aproximando para brigar pela segunda vaga num eventual segundo turno, caso a fatura não seja liquidada em turno único, como acreditam aliados do governador Carlos Brandão.
Brandonistas com os pés fincados no chão se movem com entusiasmo mais moderado e alertam que ainda não é o momento de fazer contas nem de projetar um resultado para a eleição de 2 de outubro. Preferem apostar na tendência que for desenhada em meados de agosto, quando os candidatos estiverem oficializados, as forças políticas estiverem posicionadas e a campanha para valer tiver começado de fato. Eles estão convencidos de que o governador reúne todas as condições para renovar o mandato, de que seu crescimento é consistente e de que, caso se mantenha nessa marcha, que será de agora por diante, erguerá troféu de vencedor com o cantar das urnas. “O Brandão pode até não correr, mas o que não pode mesmo é cometer erros’, disse um dos seus apoiadores mais entusiasmados.
A julgar pela disposição que exibiu desde que desembarcou de volta a São Luís, o governador avisa que vai correr, sim, atrás da reeleição. Parece dominado pela ideia de que não será justo morrer na praia depois de sete anos e meio de preparação com o aval do agora ex-governador Flávio Dino, pré-candidato ao Senado.
PONTO & CONTRAPONTO
MDB deve bater martelo por Lula e Brandão no Maranhão
O braço maranhense do MDB deve declarar apoio à candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. A decisão, que vinha sendo maturada há meses, ganhou força com a decisão do comando nacional do partido de liberar as forças do partido em estados do Nordeste da obrigação partidária de apoiar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet para seguir o ex-presidente Lula da Silva (PT). A decisão da cúpula nacional do MDB caiu como um presente no braço maranhense do partido, cujo comando, liderado pela senadora Roseana Sarney e com o aval do ex-presidente José Sarney, está inclinado a apoiar o líder petista para presidente e o governador Carlos Brandão à reeleição. A posição, que ainda será tema de uma reunião da cúpula emedebista estadual, deve ser tomada e anunciada antes das convenções partidárias. Em relação ao Senado, o MDB deve sair dividido, com a banda mais conservadora apoiando o senador Roberto Rocha e a ala mais jovem e progressista se aliando à candidatura do ex-governador Flávio Dino.
Governador agradece os que o apoiaram durante a ausência
No seu retorno, o governador Carlos Brandão fez vários agradecimentos. O primeiro foi para o ex-governador Flávio Dino, que segurou a barra durante sua ausência. Em seguida, jogou loas e mais loas no seu companheiro de chapa, Felipe Camarão, que não deixou a peteca cair naquele período, assumindo a pré-campanha. Em relação ao Governo, elogiou fortemente o desembargador Paulo Velten pelo seu desempenho como governador interino, e o secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião madeira, pelo esforço que fez para manter o ritmo da máquina administrativa. De fato, cada um fez a sua parte durante os 42 dias em que o governador Carlos brandão esteve ausente do Maranhão.
São Luís, 03 de Julho de 2022.