De olho na reeleição, Weverton rebate no Supremo acusação de envolvimento na fraude do INSS

Weverton Rocha tem rebatido tentativas de ligá-lo
ao escândalo dos descontos no INSS

O senador Weverton Rocha (PDT) bateu às portas do Supremo Tribunal Federal para protocolar queixa-crime contra o deputado paulista Kim Kataguiri (União), que divulgou nas redes sociais um vídeo em que liga o parlamentar maranhense ao escândalo dos descontos criminosos a aposentados do INSS. Weverton Rocha fundamenta a ação afirmando que Kim Kataguiri criou no vídeo “uma narrativa falsa, comprometedora, sensacionalista, baseada tão somente numa teia de relações e fatos sem conexão temporal ou lógica”. O imbróglio judicial reflete com exatidão a tendência inicial de que, por conta das suas relações com a cúpula do Ministério da Previdência e do INSS, que estava, e continua, sob o controle do PDT, acabaria por alcançar o senador por tabela. Não é segredo que, por conta da sua condição partidária e da sua proximidade com o presidente Lula da Silva e com o PT, o senador Weverton Rocha sempre foi visto como o principal fiador da nomeação do presidente pedetista Carlos Lupi para o Ministério da Previdência.

Além de rebater uma acusação forte, a ação contra Kim Kataguiri é reveladora de que o senador Weverton Rocha está decidido a se defender de qualquer ataque que venha a sofrer com base no escândalo que abalou fortemente o PDT e está causando estragos devastadores no prestígio do Governo do presidente Lula da Silva, como mostram os números da pesquisa Quaest divulgados nesta quarta-feira. Para o senador, que lidera a bancada do PDT no Senado e atua como um dos articuladores do Palácio do Planalto no Congresso Nacional como um todo, é crucial estar fora da malha criminosa que vinha atacando vorazmente e criminosamente os salários dos aposentados numa máquina administrada por agentes pedetistas no Sistema Previdenciário.

Na nota em que noticia a queixa-crime contra o deputado paulista – que é conhecido pela linha de ação denuncista e pelos ataques à esquerda de modo geral -, o senador Weverton Rocha demonstra clara preocupação cm a sua imagem pessoal e política. O vídeo de Kim Kataguiri somado à informação mais recente de que Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, frequentou o gabinete e a residência do senador aproximaram perigosamente Weverton Rocha do escândalo, embora não haja qualquer dado concreto que possa ser apontado como prova do seu envolvimento com a rede criminosa. A relação de Weverton Rocha com a Fetaema – que aparece como doadora da sua campanha – vem desde a sua militância no movimento estudantil.

O senador Weverton Rocha precisa mostrar, de maneira cabal e definitiva, que nada tem a ver com o escândalo, a não ser o fato de que ele foi facilitado por representantes do PDT no Governo. Isso porque ele se encontra em pré-campanha pela reeleição, e um imbróglio dessa dimensão pode comprometer seriamente a sua imagem de candidato e o seu discurso de campanha num contexto em que as pesquisas o apontaram como favorito para uma das vagas. A isso se soma o desafio que enfrenta de evitar a derrocada do braço maranhense do PDT, por ele liderado e que vem perdendo espaço a cada eleição.

Um dos mais importantes líderes políticos da sua geração e herdeiro da estrutura partidária por Jackson Lago, que o via como seu sucessor, Weverton Rocha vem construindo uma carreira como um militante de peso e um articulador inteligente, que o levaram à Câmara Federal (2014) e ao Senado (2018), com uma tentativa frustrada de chegar ao Palácio dos Leões (2022). O seu projeto de reeleição, que vinha se mostrando sólido e viável, está sendo colocado sob risco, num processo que pode ser estancado ou agravado, dependendo dos desdobramentos.

O senador Weverton Rocha tem o seu futuro nas próprias mãos, e com a vantagem de que tem crédito numa larga fatia do eleitorado.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema tem argumento para se dizer tranquila quanto ao julgamento do Supremo sobre sua reeleição

Iracema Vale se declara tranquila quanto ao julgamento da ADIN pelo Supremo

“Estou absolutamente tranquila e talvez essa minha tranquilidade incomode muitos. Mas eu realmente estou em paz e tendo a certeza e a confiança de que a justiça vai ser feita não comigo, mas com a Assembleia Legislativa, com a sua autonomia, principalmente em fazer o seu Regimento Interno, que é absolutamente dentro da lei”.

Foi assim que a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) definiu o seu estado de ânimo em relação à inesperada, e para muitos sem qualquer sentido, decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de interromper o julgamento da ADIN do Solidariedade questionando o critério de desempate pela maioridade em eleição para presidente ao Poder Legislativo, para o plenário físico, mesmo com oito dos 11 ministros já tendo votado a favor da legalidade do pleito e da constitucionalidade do critério.

A presidente da Assembleia Legislativa tem razões de sobra para manifestar esse estado de ânimo. E a principal delas é que o placar não foi “zerado” como andaram divulgando. Isso porque um ministro do Supremo não tem esse poder. Ele pode, sim, levar processo para o plenário presencial, provocar um debate, que pode até resultar na revisão de voto de um ou outro ministro. Mas a tradição na Corte Suprema é que são raríssimas as revisões de voto. E no caso, em que já está demonstrado que a eleição na Assembleia Legislativa foi o que os especialistas chamam de “ato jurídico perfeito”, a tendência é a de que os oito ministros, entre eles Flávio Dino, mantenham seus votos.

A tranquilidade da presidente da Assembleia Legislativa está principalmente no fato de que até aqui nenhum ministro, a começar pelos oitos que já votaram, fez qualquer questionamento a respeito do critério da maioridade, reconhecendo nele total legalidade, principalmente pelo fato de que a escolha do critério é uma prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo, estadual ou federal, desde que não seja incompatível com a Constituição da República. O critério de desempate por maioridade está previsto na Constituição da República. E a conversa termina aí.

Estudioso do assunto, o deputado federal Rubens Jr. (PT) não tem dúvida: nada vai mudar na Assembleia Legislativa nesse quesito.

Felipe Camarão visita obras na Litorânea, destaca apoio de Lula e parabeniza equipe pelo andamento

Felipe Camarão visita Litorânea acompanhado de Francisco Nagib, Júlio Mendonça
e Ricardo Rios e ciceroneado por Aparício Bandeira, que recebeu elogios

Não fosse por detalhe – a presença de deputados hoje na oposição ao Governo e nenhum da base governista -, a visita de trabalho que o governador em exercício Felipe Camarão (PT) fez ontem às obras de prolongamento da Avenida Litorânea, em nada indicaria que a relação do governador Carlos Brandão (PSB), que se encontra na Europa a trabalho, e o vice-governador está estremecida, quase rompida, no campo político por conta da corrida sucessória.

Tudo transcorreu em total normalidade. Felipe Camarão foi recebido e ciceroneado na obra pelo secretário de Infraestrutura Aparício Bandeira, que lhe deu todas as informações sobre o andamento dos trabalhos, prevendo que os sete novos quilômetros da Avenida Litorânea, que alcançará o Araçagi, serão inaugurados no final deste ano ou, no máximo, no início do ano que vem. Atento, Felipe Camarão ouviu tudo com a maior atenção.

Acompanhado dos deputados dinistas Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Francisco Nagib (PSB), do secretário Aparício Bandeira e de técnicos e operários, o governador em exercício percorreu a pé parte da obra em andamento, e em seguida postou em suas redes sociais: “Manhã de vistoria em uma das maiores obras da história do Maranhão. Três pistas de cada lado, vai ter pista de caminhada, ciclovia, estacionamento, pista exclusiva para ônibus. Uma obra que vai concluir um anel viário importante e desafogará o trânsito de bairros centrais de São Luís”.

Entusiasmado com o que viu e com as informações que lhe foram repassadas pelo secretário de Infraestrutura, o governador em exercício Felipe Camarão parabenizou o bom andamento da obra, destacando que o projeto inovador é fruto de parceria entre os Governos federal e estadual e garantiu que o presidente Lula da Silva (PT), participará da festa de inauguração. 

Em tempo: a extensão do que está sendo chamada de Nova Litorânea será de sete quilômetros, ligando a Avenida São Carlos, no bairro do Olho d’Água, em São Luís, à Avenida Atlântica, no bairro Araçagi, em São José de Ribamar, alcançando 1,4 milhão de pessoas., a um custo de R$ 300 milhões, sendo R$ 200 bancados pelo Governo Federal, no Novo PAC, e R$100 milhões pelo Governo do Estado. O projeto inclui ciclovia, 10,2 quilômetros de calçadas amplas, 3 faixas de rolamento de cada lado, sendo 1 exclusiva para ônibus. A obra também prevê estacionamento e canteiro central, entre outros benefícios na sua infraestrutura.
São Luís, 05 de Junho de 2025.

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