Segundo maior, mais cobiçado e, ao mesmo tempo, mais sensível colégio eleitoral do Maranhão, com 154 mil eleitores, Imperatriz será campo de uma das mais duras e complexas guerras eleitorais em 2018 entre todos os municípios do Maranhão. Ali, o governador Flávio Dino (PCdoB) e seus dois prováveis adversários, Roseana Sarney (PMDB) e Roberto Rocha (PSB), se movimentarão num terreno onde forças políticas locais poderosas poderão definir o desfecho da corrida ao Palácio dos Leões dependendo dos acordos e alianças que vierem a serem costurados nos próximos 14 meses. Para começar, enquanto o Governo do Estado faz investimentos vultosos para o futuro do Município e da Região Tocantina, a Prefeitura encontra-se sob o controle do Grupo Sarney, o que sugere um equilíbrio pendular na disputa pelo poder estadual. Ao mesmo tempo, esse equilíbrio será desfeito no campo político, já que duas outras forças, lideradas, uma pelo ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e outra pelo ex-prefeito Ildon Marques (PSB) poderão definir o cenário em que os candidatos ao Palácio dos Leões se movimentarão.
O governador Flávio Dino conta com três pilares de sustentação na princesa do Tocantins. O primeiro o seu prestígio pessoal, que é elevado e que, segundo avaliações políticas, não sofreu desgastes. O segundo são as muitas ações do seu Governo, entre as quais se destaca a Uema-Sul. E no campo eminentemente político, conta efetivamente com o apoio irrestrito do deputado Marco Aurélio (PCdoB), que desponta como uma grande liderança no Município e na região, além de vereadores e líderes municipais. E com a suplente de deputado federal Rosângela Curado (PDT), cujo poder de fogo enfrenta dúvidas. O governador trabalha com a tradição de “rebeldia” de Imperatriz, que nas últimas eleições vem dizendo ostensivamente “não” do Grupo Sarney, impingindo-lhe derrotas avassaladoras nas disputas majoritárias. O comando governo cometeu erros que comprometeram seriamente a atuação das forças governistas, mas o governador Flávio Dino vem aos poucos minimizando os desdobramentos e as consequências com uma forte ação no Município.
A Oposição é muito forte em Imperatriz. Começa com o prefeito Assis Ramos (PMDB), que apesar dos rasgos de independência exibidos na campanha e nos primeiros momentos da gestão, caiu na real e assumiu uma posição partidária e resolveu contar com o apoio efetivo dos seus aliados pemedebistas, a começar pela ex-governadora Roseana Sarney e os senadores pemedebistas João Alberto e Edison Lobão, certo de que eles são a chave dos cofres de Brasília, já que o acesso aos recursos do Estado não lhe será nada fácil. Assis Ramos vem dando seguidas demonstrações de que vai seguir as orientações do Grupo Sarney e cuidar da provável candidatura de Roseana Sarney em Imperatriz. Seu foco agora é dar consistência e eficiência ao seu Governo, sem o que não terá força para entrar decisivamente na briga como pilar de apoio ao candidato sarneysista, seja ele quem for.
Na banda oposicionista encontra-se também o empresário e ex-prefeito Ildon Marques (PSB), detentor de forte liderança no Município e na região. Ligado ao Grupo Sarney, Marques fez uma aliança com o senador Roberto Rocha e ingressou no PSB para disputar a Prefeitura em 2016, mas dificilmente ficará com ele se Roseana Sarney vier a ser candidata. É quase certo também que o deputado Leo Cunha, que hoje apoia o Governo na Assembleia Legislativa, e o irmão dele, Ribinha Cunha, que foi candidato a prefeito apoiado por Sebastião Madeira, apoiem Roseana Sarney, se ela vier a ser candidata.
Maior liderança política de Imperatriz na atualidade, o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que será candidato a deputado federal, aguarda a definição da cúpula nacional sobre o futuro da legenda no Maranhão. Se o partido permanecer com o vice-governador Carlos Brandão, os tucanos apoiarão o governador Flávio Dino. Se a escolha for por apoiar a provável candidatura de Roseana Sarney, Madeira não terá maiores problemas de avalizar uma aliança PSDB-PMDB no estado, respeitando o acordo que o provavelmente será feito no plano nacional. O caminho preferencial de Madeira seria a candidatura do atual prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), ao Governo do Estado, tendo-o como candidato a senador, mas como esse projeto não evoluiu, o ex-prefeito de Imperatriz aguarda o pronunciamento da cúpula tucana.
Com o peso político e econômico que tem, e agora com a reanimação, aos poucos, do movimento pela criação do Maranhão do Sul, e dependendo do posicionamento das suas forças políticas, Imperatriz pode ser decisiva na corrida ao Palácio dos Leões no ano que vem.
PONTO & CONTRAPONTO
Decidido no apoio a Everton Rocha, Edivaldo Jr. avalia nomes para a segunda vaga de senador
Firme na decisão de embalar a candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT) para uma vaga no Senado, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) se movimenta para definir o nome que apoiará para segunda vaga. Como a primeira vaga está definida por decisão partidária, o prefeito de São Luís pretende tomar a decisão sobre a segunda em sintonia com o Palácio dos Leões. Em princípio, o nome mais provável para contar com o embalo do pedetista é o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) e em migração provavelmente para o DEM). Há sinais visíveis de que o Palácio de la Ravardière não simpatiza com o projeto senatorial do deputado federal Waldir Maranhão (PP) nem com o da deputada federal Eliziane Gama (PPS). Um dos políticos mais bem sucedido da nova geração, Edivaldo Jr. é nome de proa para brigar com chances pelo Governo do Estado em 2022, principalmente se colocar em prática o que está programado para os próximos quatro anos. Nesse contexto, além da reeleição do governador Flávio Dino, que é decisiva para esse projeto, Edvaldo Jr. quer ter o apoio também de dois dos três senadores maranhense, já que certamente não contará com o do senador Roberto Rocha, que já foi seu vice mas que hoje é adversário político. Em relação ao projeto senatorial da deputada Eliziane Gama, o prefeito sabe que, se eleita senadora, ela será nome certo na disputa pelo Governo do Estado em 2022, uma ameaça que ele não pretende alimentar, claro. Daí o mais provável é que venha a apoiar José Reinaldo para a segunda vaga, pois o ex-governador só ambiciona mesmo é encerrar sua carreira como um bom senador da República.
Fábio Braga troca com Geraldo Alckmin impressões sobre crise econômica e potencial econômico do Maranhão
O deputado Fábio Braga (SD) marcou gol de placa durante o recesso parlamentar. Em vez de sair de férias para uma praia paradisíaca com a família, ele incursionou por Brasília e São Paulo, cumpriu o compromisso mais importante: uma audiência com o governador de São Paulo e virtual candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin. No encontro, ao qual compareceu como deputado estadual do Maranhão e como diretor da IniCeuma, Fábio Braga conversou com Geraldo Alckmin como governador de São Paulo, como pré-candidato a presidente da República e com o médico e professor. Com o governador, a etapa da conversa girou sobre a crise que afeta os estados, com destaque para a gestão do governador Flávio Dino (PCdoB), que apesar de enfrentar a ação de forças políticas poderosas, tem conseguido manter o equilíbrio das finanças e realizado investimentos, o que foi elogiado pelo mandatário paulista. Ao pré-candidato a presidente, Fábio Braga mostrou o potencial econômico do Maranhão, falando especialmente da região Matopiba, que liga Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e onde o agronegócio avança fortemente. E, finalmente, Fábio Braga transmitiu a Geraldo Alckmin convite formulado pelo ex-senador Mauro Fecury para quem o governador venha a São Luís para fazer uma conferência no UniCeuma sobre ensino e Medicina. O deputado Fábio Braga deixou o Palácio dos Bandeirantes em estado de graça
São Luis 28 de Julho de 2017.