Com chapa pronta e base política sólida, Brandão e Dino se distanciam dos concorrentes

 

Flávio Dino. Carlos brandão e Felipe Camarão têm chapa pronta e levam vantagem sobre Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo, Enilton Rodrigues e Hertz Dias

A 18 semanas das eleições que definirão o futuro imediato do Maranhão, no contexto do destino que os brasileiros, incluindo os maranhenses, darão ao Brasil, a corrida para o Governo do Estado vai desenhando um cenário cuja versão final poderá ser a confirmação, ou não, do que é visível hoje. De um lado, a aliança partidária montada em torno da chapa encabeçada pelo governador Carlos Brandão (PSB|), pré-candidato à reeleição, tendo o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, e de outro, uma série de pré-candidatos a governador – senador Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (PSC), Josimar de Maranhãozinho (PL), Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) – que ainda não trabalham com a montagem de suas chapas. Com números espantosamente diferentes, as duas pesquisas mais recentes (Escutec e Exata – a primeira deu expressiva vantagem a Carlos Brandão, e a segunda mostrou um rigoroso empate técnico entre os dois) indicam que aos poucos o governador vai avançando, enquanto o senador pedetista se mantém estacionado há meses no patamar dos 20 pontos percentuais. Há sinais de que a tendência de polarização entre Carlos Brandão e Weverton Rocha pode perder consistência e tornar a situação indefinida no segundo time.

Até agora, Carlos Brandão e Flávio Dino vêm dando seguidas demonstrações de unidade e de capacidade de definir os rumos das suas pré-candidaturas. Já definiram o seu arco de alianças, já escolheram o pré-candidato a vice-governador – Felipe Camarão (PT) -, e já preencheram a vaga de candidato a primeiro suplente de senador – Ana Paula Lobato, vice-prefeita de Pinheiro (PCdoB). Atualmente, Carlos Brandão e Flávio Dino acompanham a movimentação dos seus partidos e aliados para montarem as chapas de candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Além disso, já alinhavam o roteiro de campanha das chapas majoritária e proporcionais e já trabalham na organização da pré-campanha e campanha do seu aliado na corrida à Presidência da República, o ex-presidente Lula da Silva (PT). É o que se pode chamar de correta montagem de um bem construído e poderoso movimento eleitoral.

No campo oposto, com exceção do PSOL, que tem chapa majoritária definida, com Enilton Rodrigues para o Governo e Antônia Cariongo para o Senado, o que existe até agora são alguns nomes firmemente posicionados como pré-candidatos a governador, fazendo pré-campanha solitariamente. O pedetista Weverton Rocha iniciou a pré-campanha vinha exibindo boa performance, mas estancou, conforme registrado pelas pesquisas, ainda não sinalizou sobre quem será seu pré-candidato a vice, que deve sair das fileiras do PDT, formando uma improvável “chapa puro sangue”, ou de aliados como Republicanos ou PTB, já que o PDT decidiu confirmar o rompimento com Flávio Dino apoiando formalmente a pré-candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição. Além disso, Weverton Rocha ainda corre atrás do apoio do ex-presidente Lula da Silva, ignorando o pré-candidato do seu partido na corrida presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes, gerando um quadro no mínimo curioso.

A situação é mais indefinida no âmbito das demais pré-candidaturas. Edivaldo Holanda Jr. está focado em romper as fronteiras, ganhar espaço e criar as condições para chegar a um eventual segundo turno, o que não lhe deixou margem para pensar em vice. Ele ainda não se manifestou em relação ao Senado, mesmo tendo o presidente do seu partido, deputado federal Edilázio Jr., manifestado a intenção de apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha. É a mesma situação do pré-candidato do PSC, Lahesio Bonfim, tudo indicando que a palavra final sobre escolha do vice será do presidente do partido e principal fiador do projeto de candidatura a governador, deputado federal Aluízio Mendes.

Em situação mais indefinida ainda estão Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo. O primeiro vê seu projeto de candidatura ao Governo do Estado afundar a cada dia sob o peso de uma gigantesca rejeição, reforçada pelas investigações da Polícia Federal que o apontam como chefe de um grande esquema de corrupção com recursos de emendas parlamentares. O segundo pela absoluta inércia da sua pré-candidatura, mesmo sendo ele um postulante quase obstinado.

O cenário definitivo estará desenhado daqui a dois meses a 10 semanas, quando chegar o período das convenções partidárias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino galvaniza movimentos populares por Lula, Brandão e ele próprio

Flávio Dino mobiliza movimentos sociais e sindicais para formar o “Time do Lula”

No ato em que reuniu o que batizou de “Time do Lula”, na noite de sexta-feira (13), apoiadores da sua candidatura, na maioria militantes de movimentos populares, sociais e sindical, o ex-governador Flávio Dino fez um discurso forte, no qual estimulou a mobilização desses segmentos em apoio às pré-candidaturas do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Planalto, do governador Carlos Brandão aos Leões e à dele própria ao Senado. Ele disse:

“Esse é um ato de lutadores e lutadoras do Maranhão. É essa mobilização aqui que decide e ganha eleição. Nós precisamos entender que o Brasil está sofrendo muito porque as pessoas estão perdendo o que conquistaram. Perderam o mais importante que é o direito de sonhar. É preciso está na rua, no bairro, no sol quente, na chuva. É preciso estar em cada igreja dizendo que quem é cristão de verdade não pode votar no Anticristo, não pode votar em quem não tem nenhum compromisso verdadeiro. Nós vamos junto e vamos vencer no Maranhão”.

Foi ovacionado.

 

Braide pode ficar sem partido até depois das eleições

Eduardo Braide: sem preocupação partidária, mais foco na gestão

Não será surpresa se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, permanecer sem partido até depois das eleições de outubro. Para quem é obrigado a encarar e dar jeito nos problemas cabeludos que aterrissam na sua mesa de trabalho no Palácio de la Ravardière, entrar numa briga eleitoral da qual não participa diretamente, a avaliação é o de que é mais prudente evitar envolvimento. Na avaliação de uma fonte próxima do prefeito, até mesmo o quadro de pré-candidatos a governador não o estimula a entrar nessa ciranda. O governador Carlos Brandão é. apoiador do seu principal adversário, o deputado estadual Duarte Jr. (PSB); o ex-prefeito Edivaldo Jr. já é tido como seu oponente em 2024; e o senador Weverton Rocha pode vir a ser seu oponente no pleito estadual de 2026. Ou seja, tudo conspira para que o prefeito de São Luís não se envolva muito com a corrida ao voto deste ano. Nesse cenário, vinculação partidária poderá obrigá-lo a tomar posição, o que parece não ser do seu interesse, pelo menos até o início de outubro.

São Luís, 16 de Maio de 2022.

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