Cenário aponta que a corrida sucessória no MA dificilmente sairá de um embate direto entre Flávio Dino e Roseana Sarney

 

Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem
Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem

A corrida sucessória no Maranhão se mantém na base de duas pré-candidaturas, sendo a mais consolidada a do governador Flávio Dino (PCdoB) à reeleição, e o projeto ainda indefinido da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Salvo o movimento solitário do senador Roberto Rocha (PSB), alternativas possíveis do Grupo Sarney, como o senador João Alberto (PMDB), por exemplo, e possibilidades remotas fora dele, como o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), não há, no atual cenário político do estado nenhuma liderança, consolidada ou emergente, que esteja trabalhando com o objetivo se tornar o próximo inquilino do Palácio dos Leões. Daí, a situação mais próxima da realidade é mesmo prever-se um embate duro entre o governador e a ex-governadora, tendo o senador na periferia tentando ampliar o seu raio de ação política de olho no futuro. Pesquisa divulgada recentemente diz que Roseana Sarney estaria em vantagem, mas nem seus partidários mais ardorosos veem nisso um quadro consolidado. Outra pesquisa mostra Flávio Dino com excelente avaliação, o que o credencia para aspirar mais um mandato.

No painel que traduz o atual momento, todas as avaliações com algum lastro indicam que muito do que acontecerá no Maranhão na corrida eleitoral do ano que virá dos desdobramentos da política nacional. Para fortalecer ainda mais sua candidatura à reeleição, o governador Flávio Dino precisará manter consolidada a base política e partidária que construiu afiná-la com um projeto nacional de fôlego. Nome hoje proeminente e acreditado na seara esquerdista e até em amplos setores do centro e da direita, o governador do Maranhão é apontado como favorito num confronto direto com a ex-governadora Roseana Sarney ou qualquer outro candidato do Grupo Sarney ou de outra vertente. Essa força política e eleitoral, que vem de uma postura reta, uma imagem limpa e com baixo grau de rejeição, é fortemente turbinada por dois fatores: um relativamente baixo grau de rejeição e uma aliança com o ex-presidente Lula as Silva (PT), que tem mais de 60% de preferência no eleitorado maranhense, segundo pesquisa recente. Se vier a acontecer como está previsto, a dobradinha Dino/Lula será imbatível. Daí a impressão dominante de que o projeto político e eleitoral do governador é, de longe, o mais sólido e consistente.

Roseana Sarney tem cacife eleitoral expressivo, para entrar na disputa, segundo pesquisa de agora. Mas as condições para a viabilização de sua candidatura são bem mais complicadas, já que os fatores que podem turbiná-la são ainda inconsistentes. Primeiro, ela precisa remobilizar a sua base política e partidária, que foi desmantelada nas eleições de 2014 e não deu sinais de recuperação nas eleições municipais de em 2016. Depois, precisa da sobrevivência do presidente Michel Temer, que significa o PMDB no poder, e, também, atrelar seu projeto a uma candidatura presidencial forte. São três condições políticas de importância vital, às quais se soma o desafio nada desprezível de superar uma rejeição acima de 40%. Mas como se trata de uma disputa que acontecerá em condições políticas excepcionais, esses obstáculos poderão ser minimizados se a ex-governadora usar a habilidade para se colocar “acima” dos problemas, o que não será nada fácil. Fora a discutida pesquisa Escutec, não há qualquer outro levantamento que aponte Roseana Sarney como favorita nessa disputa, como também algum que a interprete como uma candidata sem futuro.

O governador Flávio Dino já acumulou experiência suficiente para saber que a seara política do Maranhão é um campo minado onde uma base de apoio pode ser construída de uma hora para outra, mas onde também essa mesma base pode ser pulverizada como num passe de mágica. Sabe também que o sucesso do seu projeto de reeleição deve ser lastreado por apoio popular amplo e suporte político sólido, o que só se conquista realizando um Governo positivo e sem mácula, como o que está em curso no Maranhão. Por outro lado, a ex-governadora Roseana Sarney sabe que depois de governar por quase 14 anos, lidera uma base saudosista, que sonha com a volta ao poder, só que num ambiente onde a maioria aspira o novo, que ela não mais representa, o que exigirá dos seus estrategistas a descoberta de um discurso que junte as duas coisas.

Em resumo: Flávio Dino e Roseana Sarney têm de maximizar suas vantagens e minimizar suas dificuldades. Mas está muito claro que o governador entra na briga mais preparado, dono de uma posição pessoal e política construída com determinação pessoal e coerência política, enquanto que a ex-governadora, se entrar, o fará com bom suporte, mas com muitos desafios a vencer e pendências a resolver.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino visita Humberto Coutinho e reafirma que presidente da Assembleia é o copiloto do seu Governo

Ao lado da esposa Cleide Coutinho, Humberto Coutinho comemora visita de Flávio Dino
Ao lado de Cleide Coutinho, Humberto Coutinho  visita do governador Flávio Dino

Um encontro de chefes de Poder e amigos, marcado pelo simbolismo político e institucional e pela emoção devida aos laços de amizade que ligam os protagonistas. Foi assim a visita que o governador Flávio Dino (PCdoB) fez, sábado (24), em Caxias, presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), durante a qual ambos reafirmaram a amizade e a parceria política de todas as horas. Emocionado por constatar a firme recuperação de Humberto Coutinho – que passou por dois processos cirúrgicos -, Flávio Dino comemorou a boa disposição amigo e a informação de que ele logo reassumirá o comando do Legislativo, “e pronto para me ajudar na grande obra de reconstrução do Maranhão”.

O governador destacou também a relação com o chefe do Poder Legislativo: “Todos sabem que Humberto, mais que um amigo e presidente da Assembleia Legislativa, é o copiloto do meu governo e sua presença na Assembleia é decisiva para as vitórias do povo maranhense que, manifestamente, tem apoiado nossas ações para melhorar ainda mais nosso estado”.

A visita e as palavras do governador causaram forte emoção no deputado Humberto Coutinho: “Tenho pelo Flávio uma estima única. Ele é o governador e líder político de todos nós. Sua inteligência e sua capacidade política e administrativa, além da generosidade pessoal, o colocam acima de todos os políticos. Recebê-lo aqui na minha casa, em Caxias, encheu a mim e à Cleide (Coutinho, sua esposa) de alegria e satisfação. Por isto, disse ao governador que estarei no comando da Assembleia nos próximos dias para conduzir os projetos de grande alcance social do Governo do Estado que beneficiam milhares de maranhenses, como o projeto Juros Zero, já aprovado, e o projeto Mais Alfabetização”.

Juntos, o governador Flávio Dino e o presidente da Assembleia Legislativa reafirmaram o compromisso de continuar trabalhando por todo o Maranhão e, especialmente, pela Região dos Cocais, com ações que já melhoraram o padrão de vida de todos os maranhenses e inúmeros projetos sociais e econômicos que estão mudando a face social do estado.

Em Tempo: Durante a visita do governador, o presidente do Legislativo solicitou que o Governo do Estado continue apoiando a Maternidade Carmosina Coutinho, que atende toda a Região dos Cocais. O pleito foi prontamente atendido pelo governador, que garantiu que a Secretaria de Saúde repassará os recursos necessários para a manutenção da equipe de profissionais que trabalham naquela entidade hospitalar.

 

 

João Alberto garante que fez o certo ao arquivar a denúncia contra Aécio Neves ao Conselho de Ética

João Alberto reafirma que fez o que achou certo
João Alberto diz que fez o que achou certo

“Estou tranquilo. Estou convencido de que tomei a decisão certa”. As declarações são do senador João Alberto (PMDB), 2º vice-presidente do Senado e presidente do Conselho de Ética e decoro Parlamentar da instituição, em comentar sua decisão de arquivar, na sexta-feira (23), a Representação em que o senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede) pede a cassação do senador afastado mineiro Aécio Neves (PSDB) por quebra de decoro, com base na delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na leitura que fez da Representação e do que está sendo mostrado, não existe, no seu entendimento, um só elemento que prove que o chefe nacional dos tucanos tenha pedido propina ao empresário. “Eu procurei, vasculhei, mas nada encontrei uma prova de que Aécio Neves tenha cometido um crime, e por isso não poderia levar isso adiante no Conselho”, explicou o senador. Mas deixou claro que se o senador amapaense autor da acusação recorrer da sua decisão e o Conselho acatar o recurso, dará tramitação normal à Representação, deixando a decisão para o colegiado.

João Alberto avalia que muitos compreenderam sua posição e elogiou os grandes órgãos de imprensa, principalmente os grandes jornais, de terem registrado sua decisão de maneira jornalisticamente correta, sem distorcer os fatos. O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo fizerem registros isentos da decisão de arquivar a Representação, não emitindo juízo de valor nas suas reportagens sobre o assunto. Houve, aqui e ali, manifestações de opinião críticas, mas dentro de limites e linguagens aceitáveis. Os jornais lembraram que o pemedebista é um dos próceres do grupo liderado pelo ex-presidente José Sarney (PMDB) e que integra a cúpula do PMDB no País e no Senado. Nada, portanto, de agressões. Ao contrário, todos os registros sobre a decisão apontaram João Alberto como um político experimentado, que não entraria numa roubada para salvar na marra um membro da Casa. Nenhum optou pela versão “decepcionada”, mas contida, da Globo, que relacionou o arquivamento a um suposto acordo de troca em que o PSDB manteria o apoio ao Governo Michel Temer em troca do salvamento do senador Aécio Neves. Pode até ter havido tal acordo, mas isso não mudou o entendimento do presidente do Conselho de Ética, que mantém categoricamente o argumento de que não encontrou provas que justificassem a admissão da denúncia formulada pela Rede.

– Não tenho mais idade (81 anos) para me dobrar a pressões, venham elas de onde vierem – declarou o senador maranhense, dando por encerrado o episódio do arquivamento e reafirmando mais uma vez a sua emblemática coragem política.

São Luís, 25 de Junho de 2017.

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