Campanha começa com candidatos usando a velha estratégia de centrar fogo contra o prefeito que busca a reeleição

 

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Edivaldo Jr. (de camisa azul e punho cerrado) fala para militância no início da caminhada pela Rua Grande, na sua primeira manifestação da campanha 

 

A corrida para a Prefeitura de São Luís começou oficialmente ontem com uma série de eventos anunciadores de que o embate entre os candidatos será duro, sem tréguas e com a indicação segundo a qual quem não tiver lastro político, potencial eleitoral e lisura pessoal será tragado pelo redemoinho que girará intensamente na Capital nos próximos 43 dias. E como não podia deixar de ser, todos os candidatos que se manifestaram na largada cometeram o que para muitos expert em embates eleitorais é um erro primário: atacaram o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que lidera a preferência do eleitorado, segundo as últimas pesquisas. Indiferente à pancadaria, o prefeito fez o primeiro dever de qualquer candidato ao Palácio de la Ravardière: enfrentou a Rua Grande, o mais heterogêneo e simbólico corredor político da Capital. Houve acusações, suspeitas, reações, deixando no ar a impressão de que nas próximas seis semanas o cenário político da Cidade Patrimônio da Humanidade vai pegar fogo.

Eliziane Gama com seus militantes  antes da caminhada que faria da Rua Grande

A candidata do PPS, Eliziane Gama, que havia marcado sua primeira caminhada na Rua Grande para o meio da tarde, foi surpreendida com a informação de que o prefeito Edivaldo Jr. programara o mesmo e no mesmo horário. Determinada a reverter sua tendência de queda apontada pelas pesquisas,  Eliziane resolveu abrir mão da caminhada alegando estar preocupada com a integridade da sua militância, por avaliar que se os dois grupos se cruzassem na mais importante e movimentada artéria de São Luís  poderia haver confronto de largas proporções, com graves repercussão. O resultado é que no embate direto com a candidata do PPS, o candidato do PDT levou a melhor, pois realizou uma caminhada fortemente animada pela militância pedetista, que tem tradição nesse tipo de ação política.

Outro que virou suas baterias para o prefeito foi o vereador Fábio Câmara, candidato do PMDB. Acusado de ser “laranja” do próprio Edivaldo Jr. – uma maldade que não tem rumo, mas que tira o candidato do eixo -, Câmara reagiu indignado por meio de uma nota em que refuta o ataque fazendo uma afirmação com sentido: é um candidato que sempre esteve na oposição ao prefeito, como provariam os registros do seu dia a dia na Câmara Municipal. O candidato pemedebista poderia ter ignorado a ilação maldosa e cuidado da sua corrida através de votos, mas por razões que não revelou, preferiu logo disparar chumbo grosso contra todos os suspeitos de haver disparado a maldade que lhe tirou do sério. Para ele, a maldade partiu das hostes do prefeito candidato à reeleição.

Outro petardo disparado na direção do candidato do PDT foi disparado ontem da Redação do jornal O Estado do Maranhão pelo candidato do PSOL, Valdeny Barros, que acusou o prefeito de São Luís de não fazer um governo transparente, mesmo que informações de órgãos de controle tenham avaliado exatamente o contrário, afirmando que São Luís tem hoje uma gestão transparente.  “O que Edivaldo vende é uma transparência chamada passiva, fruto de respostas dadas pela própria prefeitura a três perguntas, que já garante 50% da pontuação. mas a transparência ativa, aquela resultante da investigação dos órgãos de controle, não existe em São Luís”, disse Barros, segundo registro feito pelo blog do jornalista Marcos D`Eça, um dos entrevistadores do candidato do PSOL.

O fato é que a maioria dos candidatos resolveu repetir uma estratégia manjada e que nem sempre produziu bons resultados. Parecem não ter percebido que atirar no prefeito em bloco demonstra fragilidade, porque no fim das contas o recado que passam é o de que não estão seguros dos seus projetos de governo e tentam consolidar suas campanhas em eventuais escorregões do prefeito. O que parecem não perceber é que o Edivaldo Jr. de hoje é bem diferente do candidato de 2012, que aparentava inexperiência, mas que mesmo assim engoliu uma raposa traquejada, o então prefeito João Castelo (PSDB). Agora, depois de três anos e meio de depois de desafios e pancadas, o Edivaldo Jr. é um político bem mais experiente, que já conhece o caminho das pedras e conhece os antídotos certos para os mais diversos tipos de veneno usados por adversários na briga pelo voto.

A campanha em São Luís começou animada, com caminhadas e declarações fortes, mas tematicamente distantes do que o eleitor quer saber, que é como serão solucionados os problemas que lhe dizem respeito. O resto será mera perda de tempo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo Sarney se divide mais com apoio de Edilázio Jr. a Wellington
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Wellington do Curso e Edilázio Jr. comemoram depois da declaração de apoio na AL

A pulverização do Grupo Sarney na corrida para as prefeitura de São Luís aumentou ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, quando o deputado Edilázio Jr. (PV) usou a tribuna para anunciar o seu apoio ao candidato do PP, Wellington do Curso. “Quero pedir a compreensão do meu partido, mas neste momento declaro meu apoio ao meu colega Wellington do Curso, e passo a ser um soldado a serviço da sua candidatura a prefeito de São Luís”, declarou Edilázio Jr., causando surpresa inclusive nos seus colegas de PV. A guinada de Edilázio Jr. contraria frontalmente a posição do partido, que é parte da aliança liderada pela candidata do PPS, Eliziane Gama. Ele justificou o movimento criticando a posição do governador Flávio Dino (PCdoB) que, segundo sua interpretação, estaria torcendo para uma disputa entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama, dois aliados governistas, no segundo turno. Para o deputado do PP, ao fazer tais escolhas, o governador menospreza a candidatura de Wellington do Curso, que, de maneira independente, também integra a base governista no parlamento. “É assim que esse governador trata seus aliados”, assinalou. Por causa disso, decidiu apoiar o candidato do PP, “que é um deputado correto, um dos que mais trabalham aqui e que ganhou o respeito de todos”. Para Edilázio Jr., Wellington do Curso chegou à Assembleia Legislativa sem muita expressão, mas à medida que o tempo foi passando, “ele revelou seu valor e hoje é respeitado por todos nós pelo seu trabalho e suas posições de coerência”. E acrescentou: “Vou colocar meu nome e minha juventude à serviço dessa candidatura”, anunciou.  Entusiasmado em ouvir a declaração de apoio e elogios pela sua desenvoltura parlamentar e politica, Wellington do Curso declarou: “A palavra aqui é gratidão. A atitude do deputado Edilázio Jr. é um gesto de coerência. Não esquecerei suas declarações, jamais esquecerei essa declaração de apoio. Fique certo, deputado, que serei eternamente grato pelas suas palavras”.

Grupão está espalhado em quatro candidaturas

Com a declaração de Edilázio Jr. a Wellington do Curso, as correntes que fazem o Grupo Sarney estão agora espalhadas em quatro das oito chapas. Para começar, o PMDB, que é a espinha dorsal do grupão, disputa a prefeitura de São Luís com candidato próprio, o vereador Fábio Câmara, que não decolou nas pesquisas. O PV, que hoje é espelho do Grupo Sarney, fechou acordo com o PPS e integra a coligação liderada por Eliziane Gama. O PTB, um dos braços do grupão, apoia a candidatura de Edivaldo Jr..

Conceição Andrade declara apoio a Rose Sales
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Cartaz anunciando o apoio de Conceiçao Andrade à candidata Rose Sales

Ao deixar sua posição discreta e declarar publicamente apoio à candidatura da vereadora Rose Sales (PMB) à Prefeitura de São Luís, as ex-prefeita Conceição Andrade (1992/1996) volta ao cenário político  da Capital manifestando vontade de, se não retomar, pelo menos ocupar um espaço para movimentações futuras. Candidata do PSB apoiada pelo então prefeito Jackson Lago (PDT) em 1992, Conceição foi eleita numa disputa de segundo turno com o então ex-governador João Alberto (PFL). Fez um governo tenso e politicamente tumultuado, principalmente depois de ter rompido com o seu patrono Jackson Lago, que a chamou de “vírus da traição”. Como rompimento, Conceição Andrade apoiou o então deputado federal João Castelo em 1996 com o apoio do senador Epitácio Cafeteira (PTB) contra Jackson Lago, que venceu a eleição. Conceição Andrade terminou seu governo politicamente isolada e hostilizada pela militância do PDT. Mas se manteve de pé, entrou para o PMDB e colaborou com os vários governos de Roseana Sarney como secretária de Estado e gerente regional. Conceição Andrade é um quadro de larga experiência, que tem muito a oferecer na seara política e no serviço público.

 

São Luís, 16 de Agosto de 2016.

 

 

2 comentários sobre “Campanha começa com candidatos usando a velha estratégia de centrar fogo contra o prefeito que busca a reeleição

  1. Pra mim os candidatos que ficam tentando atingir o outro é porque nao tem propostas para apresentar ao povo. Hoje vi a sabatina do Wellington no Estado na net e vi um candidato raso, sem propostas, agredindo ao prefeito todo o tempo… demonstrando claramente total despreparo para assumir cargo de tamanha importancia.

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