Aliança PSB/PT em torno de Lula/Alckmin fortalece a chapa Brandão/Dino, que comandará a campanha no MA

 

Congresso do PSB: sob o olhar de Flávio Dino, Lula da Silva conversa com Carlos Brandão; velhos conhecidos, Carlos Brandão e Geraldo Alckmin trocam cumprimentos e promessa de apoio

A participação do governador Carlos Brandão e do ex-governador Flávio Dino no congresso nacional do PSB, durante o qual o partido formalizou a aliança com o PT e o PCdoB, consolidou de vez a união dos três partidos no Maranhão. Ao longo do evento – que contou com a presença do ex-presidente Lula da Silva, virtual candidato presidencial do PT, e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), já escolhido companheiro de chapa do líder petista -, Carlos Brandão e Flávio Dino foram tratados como nomes fortes do partido nas eleições, recebendo da legenda socialista o apoio possível para saiam vitoriosos das urnas. Pré-candidatos à reeleição de governador e a senador, respectivamente, Carlos Brandão e Flávio Dino ouviram enfáticas declarações de apoio de Lula da Silva e de Geraldo Alckmin, que traduziram o sentimento dominante nos dois partidos. Nas conversas reservadas, ficou definido que além das suas campanhas, o governador e o ex-governador cuidarão da campanha da chapa Lula/Alckmin no Maranhão, tarefa que, vale registrar, Flávio Dino já iniciou em reuniões com os líderes das três agremiações partidárias.

O ajustamento dessa relação partidária é o resultado de um longo e cuidadoso trabalho de articulação feito por Flávio Dino ao longo de mais de dois anos, que culminou na migração dele do PCdoB para o PSB e a de Carlos Brandão do PSDB para a legenda socialista. O ingresso dos dois transformou a legenda recriada pelo lendário líder pernambucano Miguel Arraes na mais poderosa força partidária do Maranhão. Na equação que montou, Flávio Dino teve o cuidado de evitar o colapso do PCdoB, também não permitindo perdas no PT. A força política e eleitoral teria sido avassaladora se o PDT estivesse participando da aliança situacionista. Mas o projeto de poder do senador Weverton Rocha, que decidiu ser candidato a governador rompendo a base da aliança, inviabilizou a aliança que todos tinham como certa.

O congresso nacional do PSB desenhou em definitivo o formato da aliança liderada pelo ex-governador Flávio Dino e cuja chapa será encabeçada pelo governador Carlos Brandão, que tem o petista Felipe Camarão como pré-candidato a vice. Ao trio partidário se aliarão informalmente o PP (que se mantém na aliança maranhense mesmo estando em posição divergente no plano nacional), a federação PSDB/Cidadania, e o PV (que está alinhado em federação com o PCdoB). A chapa Carlos Brandão/Flávio Dino poderá contar ainda com o apoio informal, mas declarado, do MDB, que deve se manifestar nesse sentido tão logo o quadro de candidatos a presidente da República esteja definido. Além disso, a chapa contará com parte do Republicanos e parte do União Brasil. Outros partidos menores o poderão se alinhar ao grupo.

Depois das definições alinhavadas no congresso do PSB, a aliança situacionista deve sair a campo, mostrando ao eleitorado que Carlos Brandão e Flávio Dino são os legítimos aliados de Lula da Silva no Maranhão. Essa posição foi consolidada com a aliança PSB/PT por meio da chapa Lula/Alckmin. Esse quadro tirou do senador Weverton Rocha o discurso segundo o qual poderia vir a fazer uma aliança informal com uma banda pouco expressiva do PT, o que lhe daria autoridade política para se apresentar como candidato de Lula da Silva. Nos bastidores, corre que a aliança PSB/PT/PCdoB no Maranhão usará um discurso enfático no sentido de colocar os pingos nos is em relação a quem é quem no tabuleiro das alianças para as eleições de outubro.

A Coluna apurou também que a aliança governista retomará a pré-campanha com a disposição de quem está começando do zero, advertindo seus integrantes que não existe “eleição ganha” seis meses antes das eleições. A ordem é intensificar a luta pelo voto, sendo descartada a ideia pouco inteligente do “já ganhou”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino ignorou a declaração de Weverton negando-lhe o voto ao Senado

Declarações de Weverton foram ignoradas por Flávio Dino

O ex-governador Flávio Dino (PSB) não deu importância à declaração do senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT a governador, dizendo que ele e seu grupo não lhe darão o voto para o Senado. De acordo com uma fonte socialista, Flávio Dino já esperava essa atitude do senador, contrariando a lógica baseada no que aconteceu na eleição para o senado em 2018, quando Weverton Rocha se elegeu com o apoio decisivo do então governador Flávio Dino, candidato à reeleição. Flávio Dino tem convicção de que comandou o processo de escolha com correção, não criou qualquer obstáculo para o senador Weverton Rocha, inclusive mantendo o PDT, por meio do deputado estadual Márcio Honaiser, no comando da Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável, por exemplo, pelos restaurantes populares, sem cobrar qualquer contrapartida política. Nesse contexto, muita gente aguarda a manifestação do deputado Márcio Honaiser sobre o assunto. Pedetista histórico, o parlamentar é linha de frente da pré-campanha de Weverton Rocha.

 

Edivaldo Jr. mantém decisão de não lançar candidato ao Senado

Edivaldo Jr.

Edivaldo Holanda Jr. (PSD) não estaria inclinado a concordar com a ideia de que seu partido lance um candidato ao Senado. Quando aceitou o convite para ser o candidato do partido ao Palácio dos Leões, ele propôs, e foi atendido, que o PSD não lançasse candidato a senador. E justificou lembrando que, além de ter sido decisivo nas suas duas eleições para a Prefeitura de São Luís (2012 e 2016), Flávio Dino lhe deu apoio administrativo quando assumiu o Governo em 2015. Apoiar outro candidato ao Senado seria, no mínimo, constrangedor. Movido pela ética cristã, o ex-prefeito de São Luís se move pela absoluta convicção de que seus passos são guiados por Jesus, que no caso não aprovaria a negação do voto a Flávio Dino.

 

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São Luís, 01 de Maio de 2022.

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