O Maranhão é um dos estados onde a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) tem posição muito complicada, o que a tem levado a fazer de conta que nada está acontecendo no país. E o principal fator que a leva a esta situação inusitada e incômoda é exatamente o governador Flávio Dino (PCdoB), que assumiu uma das posições mais aguerridas contra o impeachment entre todos os governadores, deixando seus aliados domésticos sem margem de movimentação e visivelmente constrangidos. Nessa corda-bamba estão os líderes do PSDB, PSB, PPS, DEM, que diante dos movimentos do chefe do Governo, se mantêm em silêncio, como se seus partidos não estivessem agindo freneticamente para que o processo de impeachment tenha como desfecho o afastamento da presidente da República, sob a acusação de haver cometido crime de responsabilidade, principalmente no uso das chamadas pedaladas ficais. Não se sabe como ficará o cenário político maranhense se a presidente Dilma foi derrubada ou se, sendo ela confirmada no cargo, esses grupos tiverem que continuar dando apoio ao governo do PT.
A situação mais delicada é, de longe, a do PSDB. O partido é representado no Governo Flávio Dino por ninguém menos que o vice-governador Carlos Brandão e pelo deputado estadual licenciado Neto Evangelista, que ocupa o cargo de secretário de Desenvolvimento Social, tendo figuras mais proeminentes o ex-governador e ex-prefeito de São Luís, deputado federal João Castelo, e o mais tucano de todas essas lideranças, o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, um dos fundadores do ninho dos tucanos. O vice-governador Carlos Brandão tem feito de tudo para não ser indagado sobre se é a favor ou contra o impeachment, recorrendo à estratégia de se manter discreto e distante da polêmica. O secretário Neto Evangelista vive o mesmo drama, sendo pressionado pela direção nacional a se posicionar pelo impeachment, mas fazendo malabarismo para manter-se distante desse embate.
Tucano de primeira linha por causa do mandato, o deputado federal João Castelo tem se mantido em cima do muro e não assume uma posição clara contra ou a favor da presidente. Sabe, porém, que, se o pedido for admitido pela Comissão Especial, ele terá de se posicionar no plenário, para ser a favor ou contra, em votação aberta na Câmara Federal. Castelo já deixou claro que não gosta da ideia do impeachment, mas sabe que não pode permanecer alheio a uma guerra política na qual seu partido é linha de frente no apoio ao pedido. Tanto quanto o deputado João Castelo, o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, vive o drama de ter de se posicionar contra ou a favor do processo de impedimento da presidente. Mesmo fundador do PSDB, Madeira não quer bater de frente com o governador Flávio Dino, criando e liderando movimento pela queda da presidente, ainda que esse movimento seja praticamente uma invenção do PSDB. Madeira é pré-candidato assumido ao Senado em 2018 e não quer agora entrar em rota de confronto com o governador Flávio Dino.
A situação do PSB é também muito delicada. O senador Roberto Rocha, por exemplo, parece decidido a nadar contra a maré partidária estando inclinado a votar contra o impeachment, caso o processo chegue ao Senado. Ao contrário dele, o deputado federal José Reinaldo vem dando seguidas demonstrações de que nesse caso está em rota de colisão com o governador Flávio Dino ao defender a destituição da presidente da República. Já o deputado estadual licenciado e secretário de Inovação Tecnológica, Bira do Pindaré, segue a linha do chefe maior do Governo alinhando-se ao governador Flávio Dino.
Nesse contexto, o braço do PPS no Maranhão está pisando em ovos. No Congresso Nacional, o partido forma, junto com PSDB e DEM, a trinca mais agressiva contra a presidente Dilma. Só que no Maranhão, depois da saída da deputada federal Eliziane Gama, o PPS bateu às portas do Palácio dos Leões para jurar lealdade política ao governador Flávio Dino, obrigando-se, por via de consequência, a se posicionar contra o impeachment ou mergulhando numa posição de silêncio absoluto em relação ao tema. Na mesma linha encontra-se o DEM, que no plano nacional é radicalmente contra a presidente, mas no Maranhão tem posição no mínimo ambígua, já que não integra o grupo que orbita em torno do governador. Sem representante maranhense na Câmara federal, o DEM só é representado na Assembleia Legislativa, por dois deputados, Antonio Pereira e César Pires, que até agora não manifestaram claramente posição contra ou a favor do impeachment.
É esse o cenário, e não há sinal de que ele seja mudado, pelo menos por enquanto.
PONTO & CONTRAPONTO
Fábio Braga intensifica ação política
focado no campo e na cidade
Quando se candidatos e se elegeu para primeiro mandato de deputado estadual, o advogado Fábio Braga alinhavou o roteiro da sua trajetória parlamentar montado em dois pilares. O primeiro centrado na busca de soluções para os problemas urbanos, principalmente da região polarizada pelo município de Vargem Grande, um dos polos mais importantes da macrorregião compreendida pelo Baixo Parnaíba e pelo Vale do Itapecuru. O outro envolve todos os aspectos do meio rural, da agricultura familiar, passando pela pecuária até alcançar o agronegócio. Entre esses dois pilares, abriu uma larga trilha para se dedicar a temas básicos da vida maranhense: educação, saúde e segurança. Hoje no terceiro mandato, Fábio Braga está consolidado um dos mais ativos representantes do Leste do Maranhão e com reputação que lhe deu votos em 170 dos 217 municípios.
Com discurso fácil e contundente, parte por dom e parte pelo exercício da advocacia e pelo traquejo obtido por quem exerceu cargos em instituição universitária (Ceuma) em no primeiro escalão do Governo do Estado – foi secretário de Agricultura no Governo de Roseana Sarney –, o deputado natural de Vargem Grande é um dos mais frequentes usuários da tribuna da Assembleia Legislativa. Suas intervenções são sempre objetivas e abordam assuntos relevantes, tratados com riqueza de dados e manifestações propositivas.
O parlamentar, que é o único membro do PTdoB no Legislativo estadual, integra a base de apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), a cujo governo tem respaldado nas votações e em discursos em que reconhece os bons resultados alcançados até aqui. Braga é também um político movido pela independência, que não abre mão das suas convicções, mas que também não alimenta ranços ideológicos. Tanto que na vida de cidadão atua como criador de ovinos e caprinos e milita corporativamente como diretor da Associação dos Criadores do Maranhão, segmento da malha produtiva no qual é respeitado como um dos seus defensores mais ativos. Nessa seara, atua para ampliar e melhorar o padrão de qualidade do rebanho maranhense, e relatou, empolgado, na semana passada, o que vu de novidades numa feira agropecuária internacional realizada na Bahia. E em vez das maravilhas macros, informou seus pares sobre avanços no que respeita à agricultura familiar, que pode ser inserida inteligentemente no contexto maior do setor primário integrando, com bons resultados, a cadeia produtiva. “Trago essa experiência aos nossos secretários do setor agropecuário do nosso estado”, disse.
Deputado assíduo no plenário e na tribuna, Fábio Braga se mantém sintonizado com o que se diz e pensa a respeito do Maranhão, aplaudindo as boas manifestações e repudiando o que denigre a imagem do estado. Nos dois últimos meses, por exemplo, fez uma série de fortes pronunciamentos relacionados, por exemplo, com a situação das cidades maranhenses, principalmente em relação à economia e à segurança. No primeiro, feito em outubro, anunciou que o Ministério da Agricultura estaria preparando investimentos mais 60 municípios de regiões produtoras de soja no chamado circuito Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), anunciando a mobilização dos 15 maranhenses para uma audiência no Ministério da Agricultura.
Em outro discurso, destacou, com entusiasmo incontido, resultado de pesquisa da revista IstoÉ mostrando que Vargem Grande – sua terra natal e principal base eleitoral – está no ranking das 50 melhores cidades para se viver no país. E deixando a modéstia de lado, avaliou que nos primeiros mandatos e também agora tem contribuído para melhorar a cidade, “que era abandonada”, mas que de uns tempos para cá, ajudou a melhorá-la com investimentos governamentais, mas também reconhecendo que há ainda muito que fazer, não somente por Vagem Grande, mas para todos os 217 municípios maranhenses.
O deputado Fábio Braga acha que isso é possível se o governo fizer os investimentos corretos, principalmente com a colaboração dos integrantes da Assembleia Legislativa.
São Luís, 12 de Dezembro de 2015.