“Foi um ano de muitas lutas, mas também de muitas vitórias”. Foi como o governador Flávio Dino (PCdoB) definiu 2019, o primeiro ano do seu segundo mandato e o primeiro do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem tem mantido uma convivência politicamente conflituosa e administrativamente complicada. As dificuldades na relação Palácio dos Leões-Palácio do Planalto, porém, não impediram que o Governo do Maranhão mantivesse suas contas em ordem, servidores pagos em dia, incluindo o 13º salário, serviços funcionando a contento nas áreas de educação, saúde, segurança e infraestrutura, assim como em todas as demais áreas do Governo. Relatou que, rompendo barreiras e dificuldades, realizou investimentos arrojados, frutos de uma gestão financeira racional e exigente quanto à qualidade do gasto público e, pode-se afirmar, sem traço de corrupção. Esse cenário foi desenhado com entusiasmo e otimismo pelo governador Flávio Dino na segunda-feira, numa longa e detalhada entrevista-balanço que concedeu à Rádio Timbira AM, no programa comandado pelo jornalista Gilberto Lima.
Ao longo de 92 minutos, o governador mostrou que governa plenamente, que mantém controle implacável sobre as finanças, que faz uma gestão planejada e racional, que conhece em detalhes o que está sendo feito em cada segmento do Governo, e que, apesar das dificuldades financeiras, planeja fazer muito mais nos próximos três anos. Demonstrou, de maneira convincente, que consegue informar, com detalhes, sobre uma obra de qualquer porte em qualquer povoado maranhense, relaciona pontes, estradas, escolas, casas de saúde, projeto social ou qualquer outra atividade do Governo, informando tamanho, extensão, custo e finalidade. Dá, enfim, seguidas demonstrações de que as 14 horas diárias que dedica ao trabalho – em São Luís, no interior, fora do estado e, às vezes, fora do País – são de mão na massa, orientando, discutindo e cobrando, numa maratona diária, sem interrupções.
Na entrevista, além do balanço positivo do primeiro ano do seu segundo mandato, o governador Flávio Dino fez revelações surpreendentes: aplica atualmente R$ 130 milhões mensais para manter a rede estadual de saúde, formada por dezenas de hospitais, recebendo apenas de R$ 30 milhões de suporte federal; recebeu cinco restaurantes populares e hoje mantém 42, devendo chegar a 50 em pouco tempo, já tendo servido nada menos que 14 milhões de refeições, o equivalente ao dobro da população do Maranhão. A lista de obras inauguradas neste ano é expressiva, obrigando a presidir inaugurações até no dia 30 de dezembro. E comemorou, por exemplo, o fato de São Luís ter saído de uma situação de 90 assassinatos/mês para apenas 10 casos., mas ressalvando que mesmo somente uma dezena ainda é muita cousa. E informou que, se comparado aos Governos até 2014, ele governa proporcionalmente com menos recursos, já que, ao contrário daqueles, seu Governo não conta com o apoio do Governo Federal.
Numa conversa franca, Flávio Dino não dourou a pílula da sua gestão. Sua entrevista não foi uma peça produzida por orientação de marqueteiros. Falou sobre os resultados alcançados com a convicção do gestor que dribla enormes dificuldades para fazer o melhor que as condições lhe permitem, e que dorme tranquilo por ter no plano social o foco maior das suas ações. Demonstrou certeza plena de que vem fazendo o que deve ser feito num estado como o Maranhão, lamentando que programas federais como o Minha Casa, Minha Vida estejam sendo desativados, gerando desencanto e causando desemprego. Reafirmou sua crença de que o foco de um governo deve ser a maioria, com prioridade para os mais necessitados, e chamou de “fariseus” e de “sepulcros caiados” aqueles, no seu entendimento, “governam para poucos”. Avaliou, com indisfarçável vaidade, que tem o reconhecimento e a confiança dos maranhenses. “Mesmo aqueles que não gostam do meu Governo nos respeitam, porque eles também são respeitados”, disse, com a segurança de quem sabe o alcance e a gravidade do que está dizendo.
PONTO & CONTRAPONTO
Marco Aurélio caminha para ampliar e consolidar liderança em Imperatriz
Com base em 600 entrevistas, realizadas entre os dias 11 e 13 de dezembro, e com margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, nova pesquisa do Instituto Econométrica mostrou que a corrida para a Prefeitura de Imperatriz começa a ganhar contornos mais definidos, com posições mais ajustadas à realidade política da antiga Vila do Frei.
Para começar, sinaliza que, agora embalada por 26,2% das intenções de voto, a liderança do pré-candidato do PCdoB, deputado estadual Marco Aurélio, tende a se ampliar e se consolidar, produzindo o resultado previsto pela grande articulação política que ele vem conduzindo cuidadosamente no segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão.
O segundo ponto é que o líder coloca quase o dobro da margem de erro sobre o segundo colocado, com 20,2%, o ex-prefeito Ildon Marques (PSB), que já foi o primeiro e agora, em queda, se vê ameaçado pelo ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que com 15%, avançou quatro pontos percentuais desde o último levantamento. Se não reagir logo e não encontrar o caminho do crescimento, o ex-prefeito Ildon Marques corre o risco de ser atropelado pelo velho adversário.
Finalmente, a situação do prefeito Assis Ramos (14,7%), agora posicionado em empate técnico com seu antecessor Sebastião Madeira, de quem já esteve à frente com vários pontos percentuais. O prefeito de Imperatriz encontra-se numa situação dramática de desidratação, enfrentando gigantescos obstáculos para repetir a performance de 2016, quando venceu a eleição como azarão.
O deputado Marco Aurélio avança como líder consistente, que vem sabendo construir uma base eleitoral sólida, a partir de uma plataforma política bem trabalhada.
Wellington do Curso ignora posição de Roberto Rocha e mantém candidatura pelo PSDB
A corrida para a Prefeitura de São Luís vem produzindo uma crise que poderá terminar com a desagregação do PSDB municipal. A equação que pode explodir o ninho dos tucanos já é conhecida e só tende a se agravar. Bem posicionado nas pesquisas, o deputado estadual Wellington do Curso se movimenta como candidato autodeclarado do partido, mas não encontra apoio no presidente da agremiação tucana, senador Roberto Rocha, que vem articulando uma aliança com candidato do Podemos, deputado federal Eduardo Braide, líder da corrida até aqui. Ancorado por uma base de mais de uma dezena de percentuais de intenções de voto, segundo várias pesquisas, Wellington do Curso já avisou que não abre mão da candidatura nem pretende deixar o partido para disputar por outra legenda. E estaria disposto a pedir do apoio do chefe maior do partido, o prefeito de São Paulo, João Dória, que não estaria satisfeito com a linha bolsonarista adotada por Roberto Rocha no Senado. Especulações à parte, o fato é que Wellington do Curso está disposto a encarar a disputa dentro do PSDB.
São Luís, 18 de Dezembro de 2019.