Os seis candidatos ao Governo do Maranhão iniciaram ontem a corrida às urnas com uma informação que pode balizar os seus movimentos e suas estratégias a partir de agora. De acordo com os números levantados em nova pesquisa do instituto DataIlha, feita em parceria com o Grupo Difusora, se a eleição fosse realizada agora, o governador Flávio Dino (PCdoB) seria reeleito com 61,76% dos votos válidos – descartados os brancos, nulos e indecisos – contra 32,93% da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), 3,19% do senador Roberto Rocha (PSDB), 1,14% da ex-prefeita Maura Jorge (PSL), 0,61% de Odívio Neto (PSOL) e 0,37% de Ramon Zapata (PSTU). Já na votação nominal – quando se leva em conta os percentuais de brancos, nulos e indecisos -, Flávio Dino aparece com 51,1% das intenções de voto, enquanto Roseana Sarney tem a preferência de 28,1%, Roberto Rocha 3,0%, Maura Jorge 1,4%. Odívio Neto e Ramon Zapata 0,5% cada um. E um dado fundamental: a pesquisa tem uma margem de erro de 3,3% – o que significa dizer que o percentual de cada candidato pode variar para cima ou para baixo – com nível de confiança de 95%.
No montante de votos válidos, Flávio Dino lidera com 61,76% enquanto os demais concorrentes somados alcançam 36.24% dos votos. Nesse contexto, os que disseram que votarão em branco ou anularão seus votos somaram 5,6%, enquanto os que não souberam responder foram 9,8%, num total de 15,4%. Um exercício estatístico a partir desses percentuais leva à conclusão de que, mesmo se os 9,8% de indecisos viessem a se posicionar integralmente a favor dos candidatos de Oposição, o total seria de 46,09%, o que confirmaria a vantagem do governador. Mais ainda: se a diferença da margem de erro (3,3%) fosse distribuída entre os candidatos oposicionistas, isso não seria suficiente para virar o jogo, uma vez que Flávio Dino venceria no primeiro turno com uma vantagem de sete décimos – quatro décimos a mais do que a vantagem com que Roseana Sarney venceu a disputa de 2010 no primeiro turno.
A pesquisa revela que até aqui o quadro da disputa encontra-se rigorosamente estabilizado no seu todo, com variações que não impressionam nem sinalizam com a possibilidade de virada. O dado mais expressivo é a “volta” que o tucano Roberto Rocha deu na bolsonariana Maura Jorge, invertendo a posição em relação a outras pesquisas, passando a ser o terceiro colocado na corrida ao Governo do Estado. Essa troca de posições não alterou o cenário, já que, aparentemente, parte dos eleitores de Maura Jorge “migrou” para Roberto Rocha e parte para Roseana Sarney, enquanto o percentual de Flávio Dino permaneceu intacto, com variação de décimos. Na seara oposicionista, todas as pesquisas publicadas até aqui rascunharam a seguinte tendência: a migração de voto entre os candidatos de Oposição, enquanto os percentuais encontrados em favor de Flávio Dino se mantêm no mesmo patamar. Ou seja, Roseana Sarney, Roberto Rocha e Maura Jorge brigam entre si, sem conseguir até aqui romper a blindagem que garante o favoritismo do governador.
A pesquisa DataIlha/Difusora foi a última realizada antes da campanha eleitoral propriamente dita, que começou ontem e será intensificada a partir do dia 31 deste mês, quando começará a “guerra” eletrônica, com a presença dos candidatos no rádio e na TV. A partir de agora, cada informação estatística sobre intenções de voto será examinada com o máximo de atenção pelos estrategistas das campanhas, que buscarão nos percentuais que virão por aí dados que os permitam ajustar os procedimentos e os discursos dos seus candidatos. E nesse confronto, o governador Flávio Dino entra com uma vantagem a mais: a pesquisa DataIlha/Difusora apurou que 60,92% dos entrevistados disseram que aprovam seu Governo, enquanto 39,08% responderam que não aprovam
Em Tempo: A pesquisa DataIlha/Difusora foi realizada entre os dias 4 e 6 deste mês em 36 cidades e ouviu 2.037 eleitores, tendo margem de erro de 3,3% e intervalo de confiança de 95%. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo de nº MA-03307/2018.
PONTO & CONTRAPONTO
Lula lidera com folga a corrida dos presidenciáveis por votos no Maranhão
A pesquisa DataIlha/Difusora investigou também o cenário das intenções de voto dos maranhenses para a corrida ao Palácio do Planalto, encontrando um quadro previsível: se a eleição presidencial fosse agora, o ex-presidente Lula da Silva (PT), receberia nada menos que 67,9% dos maranhenses. Em segundo lugar viria Jair Bolsonaro (PSL), com 19,51%, seguido de Ciro Gomes (PDT), com 5,70%; Marina Silva (Rede), com 4,75%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 1,42%; Henrique Meirelles (MDB), com 0,74 %. Álvaro Dias (Podemos) e Guilherme Boulos (PSOL) aparecem cada um com 0,21 % e João Amoêdo (Novo) aparecendo em último lugar, com 0,16%. A deputada gaúcha Manuela DÁvila (PCdoB) aparece na pesquisa com 0,21% dos votos, mas ela abdicou da candidatura para apoiar o movimento PT em favor da candidatura do líder petista. Esse cenário poderá sofrer mudança radical se o ex-presidente Lula da Silva for enquadrado na Lei da Ficha Limpa, como está sendo desenhado. Nesse caso, será substituído pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que terá a comunista Manuela DÁvila como candidata a vice-presidente. Se Lula da Silva não entrar na corrida, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro poderão crescer no estado.
Ildon Marques sofre impugnação e pode deixar a corrida à Câmara Federal
Considerado por muitos um dos “pesos pesados” na briga por vagas na Câmara Federal, o empresário Ildon Marques (PP), ex-prefeito de Imperatriz, poderá ficar em casa na corrida eleitoral deste ano. Motivo: o Ministério Público Eleitoral protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA) ação de impugnação do seu pedido de registro de candidatura. O MPE alega que o ex-prefeito aparece na lista do Tribunal de Contas da União (TCU), na qual constam nomes de políticos condenados por improbidade administrativa, a exemplo do que aconteceu com Júnior Lourenço, ex-prefeito de Miranda do Norte, que também pretendeu disputar uma cadeira na Câmara Federal. O procurador justifica a impugnação do pedido de registro de candidatura do ex-prefeito de Imperatriz alegando que ele foi condenado à suspensão dos seus direitos políticos por decisão colegiada “em razão da prática de atos dolosos de improbidade administrativa que importaram dano ao erário e enriquecimento ilícito”. Ildon Marques deve recorrer da impugnação, mas tudo indica que ele dificilmente poderá se candidato.
São Luís, 17 de Agosto de 2018.