A guerra pelo poder no Maranhão, que terá seu ponto culminante durante a campanha eleitoral agendada para os meses de agosto e setembro, começa a acontecer de fato nos subterrâneos do mundo político. Nesse terreno movediço, coberto por sombras, os atores que não mostram a cara nem nomes e atuam para destruir a reputação dos seus adversários de maneira impiedosa, e assim fragilizá-los. Mas, ainda que usem todos os recursos para limpar o terreno sem deixar digitais, essas acabam vindo à tona, indicando claramente quem está por trás dessa ou daquela ação destrutiva. No momento, os alvos dessas ações são o governador Flávio Dino (PCdoB) e membros do seu Governo, bombardeados implacavelmente por canhões do Grupo Sarney com denúncias por meio das quais estão sendo montadas ousadas e surpreendentes armadilhas, todas com o objetivo de imprimir na gestão atual a marca da corrupção.
Tentaram, por exemplo, jogar no colo do governador e do secretário de Saúde, Carlos Lula, o cadáver de um suicida que estava em prisão domiciliar por suspeita de corrupção. A operação agitou o meio político e as redes sociais, mas não funcionou, pois a equação não fazia qualquer sentido. Na semana que passou, acusaram o chefe do Poder Executivo de haver ordenado que um oficial da Polícia Militar usasse a estrutura policial para identificar e fichar adversários políticos do Governo nas mais diversas regiões do Maranhão, algo também sem pé nem cabeça, a julgar pela pelo perfil do governador Flávio Dino. Os dois casos, que estão sendo resolvidos como deve ser na esfera policial, como deve ser em qualquer lugar do mundo, vêm ganhando versões as mais diversas, e claramente distorcidas, em controvertidos canais de informação, com vazamentos e interpretações que surpreendem até mesmo os investigadores policiais.
Como têm sido feitas com munição aparentemente destruidora, mas que têm se revelado inconsistente, as investidas para carimbar o governador Flávio Dino e seu Governo com marcas nada republicanas foram até aqui devidamente rechaçadas, desmontadas item por item em duras e esclarecedoras reações escritas pelo próprio governador e por secretários atingidos. E às vezes com acréscimos que fazem tremer as fileiras adversárias, como a exumação do Caso Reis Pacheco, por exemplo, um caso típico de fake news que assombrou o Maranhão e mudou o rumo da disputa pelo Governo do Estado, entre o ex-governador Epitácio Cafeteira (PTB) e Roseana Sarney (PMDB) em 1994. Outros contra-ataques têm atingido fortemente os redutos dos atacantes, causando por isso surpresa com a sua capacidade de produzir munição consistente, daquelas que causam duros estragos na imagem dos alcançados.
Um dado vem chamando a atenção nessa guerra: os ataques do Grupo Sarney ao governador Flávio Dino e sua equipe não têm produzido resultados favoráveis ao projeto de candidatura da ex-governadora Roseana Sarney. Primeiro porque sequer abalou a imagem do governador Flávio Dino, que se mantém líder, enquanto sua principal adversária continua estacionada, segundo todas as pesquisas feitas até agora para medir a posição dos candidatos na disputa pelo Palácio dos Leões. Tanto que o governador já montou sua chapa majoritária – com Carlos Brandão como vice e os deputados federais Weverton Rocha (DT) e Eliziane Gama (PPS) para o Senado – e continua ocupando espaço cada vez mais amplo como um dos principais líderes da esquerda no País.
Na semana que passou, ao reagir a um ataque a ele destinado pelo Grupo Sarney, o governador escreveu na sua conta no twitter: “Por que tantos ataques desvairados ao nosso governo? 1) Sarney desesperado para voltar ao poder; 2) alguns tentando me intimidar pelas minhas críticas sobre a prisão ilegal do presidente Lula. Vamos vencer nas urnas e continuarei a criticar o que acho errado”.
PONTO & CONTRAPONTO
Justiça atropela Astro de Ogum e manda Câmara realizar eleição da Mesa nesta segunda-feira.
A Câmara Municipal de São Luís terá de realizar, nesta segunda-feira (23), a eleição da Mesa Diretora que a comandará de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2022. Cumprirá, assim, decisão judicial contra a determinação do atual presidente, vereador Astro de Ogum (PMN), no sentido de realizar o pleito somente em Agosto, quando poderia, pela regra em vigor, pleitear a reeleição. A última decisão judicial, esta tomada pelo juiz Marcelo Matos e Oka, depois de Astro de Ogum ter tentado atropelar decisão do desembargador Jamil Gedeon, que bateu martelo determinando que o pleito tem de ser realizado neste mês de Abril, em data a ser determinada pela Câmara Municipal, e sem ter o atual presidente direito à reeleição. Dessa maneira, o presidente Astro de Ogum será triplamente derrotado. Primeiro por estar sendo obrigado pela Justiça a realizar agora uma eleição que ele pretendia realizar somente daqui a alguns meses: e segundo, por que, ao contrário do que projetou, não poderá ser candidato à reeleição, o que manda para o espaço um projeto de poder bem mais longevo; e finalmente, seu sucessor deverá ser o vereador Osmar Filho (PDT), atual 1º vice-presidente e exatamente quem ele não queria ver no comando do Palácio Pedro Neiva de Santana, por ser o maior dos entraves ao seu projeto de poder.
Encontro em Santa Inês mostra que o DEM ganhou força sob o comando de Juscelino Filho
Quem duvidava do potencial político do deputado federal Juscelino Filho (DEM) errou feio na avaliação. O Grande Encontro Estadual Democrata, realizado neste sábado em Santa Inês, jogou por terra todas as dúvidas e restrições que ainda pairavam sobre eficiência política do parlamentar. Para começar, o evento levou a Santa Inês ninguém menos que o governador Flávio Dino (PCdoB) e o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, pré-candidato do DEM à presidência da República e grande responsável pela oxigenação do partido. Se tivesse sido reduzido a elas, as duas participações já seriam suficientes para dar ao Encontro do DEM em Santa Inês uma dimensão diferenciada. A festa partidária de Santa Inês é o desfecho de uma das operações político-partidárias mais arrojadas e mais bem sucedidas ocorridas no Maranhão nos últimos tempos. Eleito deputado federal pelo PRP, Juscelino Filho não ficou à vontade no partido e decidiu buscar um novo caminho, dentro da janela partidária. Mirou o DEM, que até meados do ano passado encontrava-se mofando numa gaveta, como uma espécie de “reserva” do suplente de senador Clóvis Fecury. Certo de que encontrara seu “ovo de colombo”, bateu às portas do comando nacional do partido e pediu o seu controle no Maranhão. Carente de deputados federais, a cúpula partidária enxergou no deputado um bom caminho para a agremiação e entregou-lhe o poder sem reservas. Resultado: o novo chefe do DEM no estado atraiu deputados estaduais, prefeitos, vereadores e levou o partido para a aliança liderada pelo governador Flávio Dino, isso sem perder um naco de poder perante a direção nacional. A presença do presidente Rodrigo Maia – um dos avalistas da operação – no Encontro de Santa Inês é o atestado definitivo de que o deputado federal Juscelino Filho acertou na mosca quando decidiu colocar em marcha o ousado projeto de resgatar o DEM. Até aqui acertou todas as decisões que tomou.
Brasília, 22 de Abril de 2018.
Um sujeito ressentido é realmente desafeto virulento !!