Se alguém duvidava da possibilidade de a eleição para a Prefeitura de São Luís ser resolvida em turno único, com a reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD), essa dúvida foi para o espaço ontem, com a divulgação, pela TV Mirante, da segunda pesquisa Quaest sobre a corrida ao Palácio de la Ravardière. Os números são os seguintes: Eduardo Braide lidera com estratosféricos 63% das intenções de voto, o que indica a sua provável vitória no dia 6 de outubro, colocando 42 pontos percentuais sobre o segundo colocado, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que aparece com 21%. Duarte Jr. coloca 18 pontos percentuais sobre o terceiro colocado, Wellington do Curso (Novo), que tem 3%, seguido do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) com 2%, Fábio Câmara (PDT) e Flávia Alves (Solidariedade) ambos com 1%. Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU) não pontuaram. Os indecisos somaram 5% e os que votarão em branco ou anularão o voto são 4%.
A pesquisa Quaest revelou que a maioria do eleitorado ludovicense já se posicionou, num indicativo de que, a menos que ocorra um desastre absolutamente imprevisível, o páreo está decidido em São Luís. Isso porque, ao mesmo tempo em que a forte campanha do socialista Duarte Jr. ganhou intensidade, ele se manteve estacionado, aparentemente sem condições de reagir. O mesmo acontece com todos os demais candidatos, que não se movimentaram em relação à primeira pesquisa Quaest, e que, como o candidato socialista, encontram-se estacionados, sem condições de reagir.
Chama a atenção o fato de o prefeito Eduardo Braide vir ganhando terreno desde a localização do Clio vermelho com o porta-malas abarrotado de dinheiro vivo. Embora não tenha surgido qualquer sinal envolvendo o prefeito, seus adversários jogaram pesado, até agora sem sucesso, para ligá-lo ao dinheiro. E mais curioso ainda é o fato de que foi a partir desse caso que ele saiu do patamar dos 40% e disparou, alcançando 63%, segundo a pesquisa Quaest. Ocorreu, de fato, o chamado “efeito fermento de bolo”, ou seja, quando mais lhe bateram ligando-o ao Clio vermelho, mais ele cresceu na preferência do eleitorado.
Ontem, no seu horário gratuito na TV, o prefeito Eduardo Braide usou parte do seu tempo para registrar o fato de ser ele o alvo preferencial dos ataques nessa corrida. Não revelou nomes, mas acusou adversários de usarem “fake news” para tentar prejudica-lo, mostrando, ao mesmo tempo, que enquanto concorrentes tentam atingi-lo, ele se dedica ao trabalho, afirmando que é disso que a Capital, com seus 1,2 milhão de habitantes, precisa. Vale registrar que até agora o único que lhe bateu fortemente na propaganda de campanha foi Duarte Jr., que é também o seu principal adversário.
A pesquisa mandou também dois recados muito fortes. Um para o deputado Yglésio Moises, avisando-o que a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro a São Luís para apoiá-lo, foi absolutamente inócua, o que significa dizer que a sua conversão à direita radical e a decisão de ter Jair Bolsonaro como líder e como referência foram mal recebidas, mostrando-lhe que o eleitor de São Luís não fecha com o bolsonarismo. O outro recado foi para os candidatos da esquerda dura, Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU): assim como não tolera o radicalismo de direita, não tolera o de esquerda.
O único evento desta campanha que pode alterar alguns percentuais será o debate do dia 3 na TV Mirante, que terá a presença do prefeito Eduardo Braide, informada por ele próprio.
Em Tempo: A pesquisa Quaest foi encomendada pela TV Mirante e ouviu 852 eleitores entre os dias 24 e 26 de setembro, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95%, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-06269/2024.
PONTO & CONTRAPONTO
É imprevisível o desfecho da disputa eleitoral em Caxias e em Codó
Duas disputas municipais estão chamando a atenção de observadores e da classe política como um todo: Caxias e Codó.
Em Caxias, a opinião de observadores é no sentido de que a uma semana da eleição o quadro da disputa entre Gentil Neto (PP), candidato apoiado pelo governador Carlos Brandão e pelo ministro do Esporte André Fufuca (PP), e Paulo Marinho Jr. (PL), que tem o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT).
Ali, os dois lados cantam vitória.
Em Codó, depois de um longo período de “banho maria”, a disputa entrou em clima de reta final com um embate cerrado entre o prefeito Zé Francisco (PSDB) e Chiquinho da FC (PT). Depois de um período em que parecia desanimado, o prefeito Zé Francisco partiu para a luta, buscando os votos de indecisos. E hoje, segundo observadores, vislumbrando a possibilidade concreta de que pode o prefeito pode conquistar a reeleição.
A impressão geral é a de que nesse momento é difícil dizer quem vai levar a melhor.
Wellington do Curso e Yglésio Moises disputam o rótulo de voz da direita
Os bastidores da Assembleia Legislativa estão sendo movimentados pelo embate entre os deputados Wellington do Curso e Yglésio Moises. Até uma bolsinha de apostas estaria formada motivada pelos dois parlamentares.
Nivelados pelo fato de não terem participação no horário gratuito do Rádio e da TV, e confrontados por causa do rótulo “direita”, os dois fazem campanha à base da panfletagem, caminhadas, arrastões, entrevistas, sabatinas e participação em debates.
Antes próximos por uma boa convivência, Wellington do Curso e Yglésio Moises se distanciaram depois que o segundo resolveu se autoproclamar como detentor do espaço da direita no Maranhão. Daí surgiram as diferenças que já chegaram à seara dos insultos.
Nas rodas de conversa vale a regra básica de uma disputa: quem tiver mais votos leva o título de maior direitista do Maranhão.
São Luís, 28 de Setembro de 2024.