À medida que se aproxima o momento – até final de novembro, pela previsão dominante – em que o governador Flávio Dino (PSB) anunciará o resultado das suas consultas para a definição do candidato da aliança por ele liderada à sua sucessão, a movimentação dos principais pré-candidatos assumidos – o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o secretário Felipe Camarão (PT), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (sem partido) – ganha ritmo. Com isso, eles estão produzindo um cenário em que já é possível perceber algumas tendências, que podem dar, finalmente, indicações de como a guerra pelo Palácio dos Leões vai se desenvolver até a corrida às urnas daqui a menos de um ano.
Todas informações que circularam na última semana apontaram para um aumento visível do otimismo dos partidários do vice-governador Carlos Brandão, que chegou ao ponto máximo na sexta-feira, em Caxias. Ali, na presença do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), o governador avisou que deixará o Governo em abril para ser candidato ao Senado, e encheu a bola do seu sucessor afirmando ter certeza de que, por conhecer muito bem o governo e estar afinado com a sua linha de ação, assumira o comando do Estado para fazer um governo de excelência. Partidários da pré-candidatura do vice-governador passaram a apostar alto que o governador Flávio Dino apoiará a sua candidatura escolhendo-o para candidato do grupo.
No QG do senador Weverton Rocha aumenta a convicção de que o projeto de candidatura dele é irreversível, com ou sem o apoio do governador Flávio Dino. Segundo colocado em todas as pesquisas feitas até, aqui de todas as pesquisas Protagonizando sua pré-campanha baseada no projeto “Maranhão mais feliz”, por meio do qual tem realizado grandes eventos políticos em cidades-polo, o senador Weverton Rocha movimenta-se em buscas de aliados fortes, como o ex-presidente Lula (PT) e dá indicações de que se distancia do governador e seu grupo mais próximo. Arrojado nas ações para o fortalecimento do seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha e seus partidários sugerem a certeza de que será um dos nomes no segundo turno.
Na seara governista, a disputa ganhou força com a entrada em cena do secretário de Educação, Felipe Camarão (PT), que se lançou pré-candidato a governador com o apoio de uma ala do partido, que agora está dividido entre ele, o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha. No mesmo ambiente, o secretário de Indústria e Comércio e Energia, Simplício Araújo (Solidariedade), manteve sua marcha de pré-candidato solitário.
O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. passou a semana em incursão política por vários municípios do Baixo Parnaíba, onde se reuniu com lideranças importantes da região, deixando seus apoiadores empolgados com a receptividade do seu nome como pré-candidato a governador. O ex-prefeito de São Luís precisa urgentemente ampliar sua base de apoio, e tudo indica que abrirá negociações para contar como apoio do MDB e de forças que fizeram parte do Grupo Sarney. O pré-candidato PSD também trabalha fortemente para ganhar o apoio de pelo menos uma fatia importante do eleitorado evangélico, que foi um dos seus esteios nas suas duas campanhas para a Prefeitura de São Luís.
O deputado federal Josimar de Maranhãozinho continuou dizendo que é pré-candidato a governador, mas suas declarações são cada vez mais inconsistentes. O problema é que o presidente do PL e manda-chuva do Avante e do Patriotas parece caminhar para o isolamento, à medida que aumenta o volume de denúncias sobre supostos envolvimento deles num grande esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares, sendo a mais forte. Político ousado, Josimar de Maranhãozinho vem fazendo de conta de que as denúncias não o estão afetando, mas o que corre nos bastidores é que ele estaria começando a sentir o peso das denúncias, que já resultaram em duas operações policiais em imóveis a ele ligados.
Até pouco tempo em pré-campanha aberta, percorrendo o estado se articulando com porta-voz da direita conservadora, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim tirou o pé do acelerador depois que foi obrigado a desativar seu esquema de propaganda antecipada, mas deixando no ar o aviso de que é pré-candidato. Quando ao senador Roberto Rocha, além da indefinição partidária, ele manteve nos últimos dias o mistério sobre que mandato disputará nas eleições do ano que vem.
Esse ambiente tende a ganhar mais movimento e agitação nas próximas semanas.
PONTO & CONTRAPONTO
Flávio Dino e Othelino Neto mantêm Executivo e Legislativo alinhados
O Maranhão vai se tornar, ainda neste ano, um dos poucos estados brasileiros que terá uma legislação própria e especial para os povos indígenas, com a aprovação em breve, pela Assembleia Legislativa, do Estatuto Estadual dos Povos Indígenas. As providências nesse sentido foi item de pauta discutida ontem, numa reunião entre o governador Flávio Dino (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Os dois chefes de Poder trataram sobre o andamento de projetos do Poder Executivo que tramitam no Poder Legislativo, que em breve serão colocados em pauta para votação, segundo assegurou o presidente Othelino Neto.
O bom relacionamento do governador Flávio Dino e seu Governo com a Assembleia Legislativa tem sido alimentado por dois fatores decisivos. O primeiro é, na linha republicana com que faz política, o governador Flávio Dino tem tratado a Assembleia Legislativa como um Poder autônomo e independente, como devem ser os parlamentos numa democracia. Na contrapartida, sem pressionar os deputados, o presidente Othelino Neto tem articulado para que as matérias relevantes propostas pelo Governo, como o Estatuto para os povos indígenas. Às vezes, o debate de propostas governistas são alvo de fortes debates, mas sempre dentro dos limites da civilidade política
– Nós continuamos prezando por essa relação independente e harmoniosa, pois essa é uma regra no Maranhão. Tratamos sobre alguns projetos de lei, em especial o que cria o Estatuto do Indígena, cuja tramitação está em fase de conclusão na Assembleia, assim como o PL que institui as microrregiões de saneamento básico, que também será um marco importante na área, no estado” – assinalou Othelino Neto.
O governador Flávio Dino, por sua vez, destacou a convergência de propósitos entre o Legislativo e o Executivo, naquilo que é importante para o Maranhão. “Estamos na reta final do ano legislativo e conseguimos avançar muito em leis importantes. Por isso, agradeço à Assembleia Legislativa, especialmente ao presidente Casa, Othelino Neto. Todos os avanços sociais que temos conseguido contam com o apoio e a presteza do Parlamento Estadual, principalmente na autorização de programas fundamentais em benefício da população maranhense”, declarou o governador.
A reunião entre o governador e o presidente do Legislativo foi acompanhada pelo secretário das Cidades Márcio Jerry, deputado federal licenciado e presidente estadual do PCdoB.
Migração de Antônio Pereira mostrará duas situações partidárias no Maranhão
O deputado estadual Antônio Pereira decidiu mudar de partido. Ele vai deixar o DEM, no qual milita desde que a legenda se chamava PDS, e deve assinar ficha de filiação no PSB, comandado no Maranhão pelo governador Flávio Dino. A mudança partidária do parlamentar tocantino reflete duas situações. A primeira é que o partido que está nascendo da fusão do DEM com o PSL deverá ser fraco no Maranhão, também pela perspectiva de que seu comando no estado será objeto de uma guerra entre os deputados federais Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes. A outra situação é o fortalecimento do PSB, que deve sair das urnas de 2022 como um gigante partidário.
São Luís, 19 de Outubro de 2021.