Arquivos mensais: agosto 2025

Ana Paula assume o PSB e vai apoiar Camarão; Brandão e grupo devem reforçar Orleans no MDB

Foto 1: Ana Paula Lobato exibe ficha de filiação entre
Geraldo Alckmin e João Campos. Foto 2: Ana Paula
entre Leandro Bello, Rodrigo Lago, Carlos Lula, Othelino
Neto, Ricardo Rios, Márcio Jerry e Fernando Braide

 Consumada ontem, em Brasília, a mudança prevista no braço maranhense do PSB, com a refiliação da senadora Ana Paula Lobato ao partido e que, ato contínuo, assumiu a presidência da legenda. Com a volta da senadora à legenda, o governador Carlos Brandão deve deixar o partido e migrar com o seu grupo – oito deputados estaduais, entre eles a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, mais de uma dezena de prefeitos e um grupo expressivo de vereadores. Com a posse da senadora Ana Paula Lobato na presidência, a agremiação socialista voltará a ser controlada pelo grupo dinista. A reviravolta levará o PSB a romper com a pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), ao Governo do Estado, devendo se posicionar na base da pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), que ontem teve sua pré-candidatura confirmada pelo presidente nacional do PT, Edinho Silva.

A mudança consumada ontem em Brasília já era esperada pelo governador Carlos Brandão, que trabalhou intensamente para manter o controle do PSB, mas a movimentação do grupo dinista, com o qual o comando nacional socialista é mais identificado, acabou prevalecendo. Nas reuniões que manteve com a direção nacional, o governador demonstrou que sob o seu comando a legenda se manteve um partido forte, mas os interesses da agremiação – que inclui reforçar sua bancada no Senado -, e a pressão da corrente dinista falaram mais alto.

A refiliação da senadora Ana Paula Lobato ao PSB e sua assunção à presidência do partido se deram em ato conduzido pelo presidente nacional da legenda, o prefeito de Recife, João Campos, e teve o aval do vice-presidente Geraldo Alckmin, hoje o quadro mais importante do partido, que saudou a volta da parlamentar. A mudança foi respaldada pela ala dissidente, formada pelos deputados Carlos Lula e Francisco Nagib, membros do partido, e seus aliados do PCdoB, que, segundo alguns rumores, poderão deixar o “partidão” e migrar para a legenda socialista, a começar pelo deputado federal Márcio Jerry, que preside o braço do comunista no estado, seguindo os passos do ex-senador Flávio Dino.

Com a mudança de controle e de comando, o braço maranhense do PSB se afastará do projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, do qual foi linha de frente até ontem por conta das declarações e movimentos do governador Carlos Brandão e pelas manifestações fortes e entusiasmadas da deputada Iracema Vale, todas respaldadas pela maioria dos deputados estaduais e prefeitos do partido. Por outro lado, o PSB maranhense, além de intensificar sua condição de oposição ao Governo Carlos Brandão, vai encampar a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão. Isso porque, dependendo do rumo que o PT vier a tomar, há quem diga que a direção nacional do Partido poderá intervir. Há quem diga até que, caso o PT não se mobilize integralmente em seu apoio, é possível uma medida dura de Brasília para enquadrar a dissidência.  

A guinada dada no PSB do Maranhão com a filiação da senadora Ana Paula Lobato desencadeou imediatamente uma onda de especulações a respeito do futuro partidário do governador Carlos Brandão e do seu grupo mais próximo. Dois caminhos são cogitados nos bastidores. O primeiro é a migração para o MDB, partido forte, organizado, com estrutura, e hoje presidido pelo empresário Marcus Brandão, irmão do governador, e ao qual é filiado o secretário Orleans Brandão. O outro caminho partidário pode ser a filiação do governador e seu grupo no União Brasil, hoje controlado no Maranhão pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, lançado pré-candidato a senador.

Ontem à noite, uma fonte governista disse à Coluna ser quase certa a filiação do governador Carlos Brandão e seu grupo ao MDB. Ela praticamente descartou a opção pelo União Brasil.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão retorna de Brasília com pré-candidatura turbinada após conversa com o presidente do PT

Felipe Camarão recebe o aval de Edinho Silva

O vice-governador Felipe Camarão (PT) retornou ontem de Brasília muito animado com o seu projeto de candidatura do Governo do Estado.  Dois motivos turbinaram o estado de ânimo do vice-governador.  

O primeiro foi a conversa que ele manteve com o presidente nacional do PT, Edinho Silva, de quem ele ouviu a confirmação de que o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado é prioridade para o partido e tem o aval do presidente Lula da Silva (PT).

E o segundo foi a certeza de que, ao se filiar e assumir a presidência regional do PSB, a senadora Ana Paula Lobato conduzirá o partido no sentido de apoiar a sua pré-candidatura. O deputado estadual Carlos Lula, que será vice-presidente da agremiação socialista, declarou que a candidatura do vice-governador ao Palácio dos Leões será a prioridade do partido de agora por diante.

Na conversa com o presidente petista Edinho Silva, o vice-governador Felipe Camarão fez um relato do cenário político em relação à sucessão estadual, e no qual o PT ainda não está devidamente posicionado. O presidente Edinho Silva tranquilizou o vice-governador afirmando que a orientação definida é a de que o braço maranhense do PT tenha o seu projeto de candidatura como prioridade.

Presença de Fernando Braide no ato de mudança no PSB causou agito no meio político

Fernando Braide: elo entre
dinistas e Eduardo Braide

Em meio ao turbilhão que envolveu a mudança de comando do PSB maranhense, a grande interrogação ficou por conta da presença do deputado Fernando Braide (PSD) no grupo de parlamentares dinistas que foi a Brasília participar do ato em que a senadora Ana Paula Lobato assumiu o comando da legenda no Maranhão.

Vale registrar que a sua presença na sede do PSB em Brasília não foi uma coincidência nem fruto de um convite a quem estava por acaso na Capital da República naquele momento. Não. Ele viajou com o grupo formado pelos deputados dinistas Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB) e Leandro Bello (Podemos). E participou do evento com a desenvoltura maior do que a de um simples convidado.

Fernando Braide tem sido, na verdade, o elo seguro de uma relação que o grupo dinista vem construindo com o prefeito Eduardo Braide, que lidera as pesquisas para o Governo do Estado, mas até agora não disse uma só palavra sobre se será ou não candidato.

No meio político, as especulações vão desde a possível candidatura do prefeito de São Luís apoiado pelo grupo dinista ao apoio dele, Eduardo Braide, à candidatura do vice-governador Felipe Camarão no grande acordo em que indicaria o vice.

A mudança no PSB deve esclarecer em pouco tempo o objetivo dessa relação.

São Luís, 07 de Agosto de 2025.

Assembleia retoma atividades com foco político; Iracema ganha força e é lançada ao Senado

Iracema Vale, que tem ao lado os deputados Davi Brandão e
Júnior Cascaria reafirmou seu apoio ao governador
Carlos Brandão e à pré-candidatura de Orleans Brandão

Com o plenário renovado pelo novo sistema eletrônico – painel de votação, estrutura de comunicação e de som – que dá suporte aos trabalhos legislativos, a Assembleia Legislativa reuniu ontem 36 dos 42 deputados para a sessão de retomada das atividades parlamentares, e como não poderia deixar de ser, os movimentos políticos e partidários voltados para as eleições do ano que vem dominaram as conversas e parte das manifestações na tribuna. Nesse contexto, em que foi alvo de elogios pelas mudanças, a presidente do Poder Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), entrou no plenário como chefe do Poder e dele saiu apontada como nome forte para a reeleição e até mesmo como opção do grupo governista para a segunda vaga de senador. Ela esteve também no epicentro das conversas envolvendo o futuro do PSB, que nos próximos dias deve sair do controle do governador Carlos Brandão para ser controlado pelo grupo político ligado ao ministro Flávio Dino (STF).

Em concorrida entrevista, que concedeu no intervalo da sessão, a presidente da Assembleia Legislativa demonstrou, mais uma vez, por que é apontada como o principal nome da base governista depois do governador Carlos Brandão. Sem demonstrar qualquer traço de dúvida ou insegurança, a deputada-presidente defendeu a decisão do governador de permanecer no cargo até o fim do mandato, elogiou o conjunto das obras do Governo do Estado, e reafirmou, sem deixar dúvidas, o seu apoio ao projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), à sucessão de Carlos Brandão. Ela garantiu que o grupo, formado em grande parte por deputados estaduais, está fechado com o governador e com o pré-candidato do grupo a governador.

Com habilidade, Iracema Vale minimizou a crise no PSB, dizendo acreditar que possa haver um diálogo pelo qual o partido permaneça sob o comando do governador Carlos Brandão, quando já seria fato consumado que a legenda socialista vai mesmo sair do controle governista para ser entregue ao chamado grupo dinista, de oposição. “Nós não gostaríamos de sair do partido dessa forma”, declarou, acrescentando: “Ainda acreditamos numa ponderação, acreditamos que o nosso presidente nacional do partido escute os deputados, escute aqueles que têm representatividade no partido, com mandato, para que a gente conduza o nosso partido ainda nessas próximas eleições”, declarou, admitindo, porém, que essa é a sua expectativa, que pode não ser o que vai acontecer.

A presidente da Assembleia Legislativa não se manifestou qual será o seu caminho partidário se a saída do PSB vier a se confirmar, como está sendo prevista.

Com a mesma firmeza, Iracema Vale reafirmou o seu apoio e do seu grupo ao projeto de reeleição do senador Weverton Rocha (PDT), que segundo ela é uma situação já resolvida. E perguntada sobre a outra vaga de senador – que tem a senadora Eliziane Gama (PSD), os deputados federais André Fufuca (PP), que é ministro do Esporte, e Pedro Lucas Fernandes (União) como postulantes -, ela respondeu que está aguardando uma sinalização do governador Carlos Brandão sobre o assunto. Momentos depois, de volta ao plenário, a presidente da Assembleia Legislativa foi surpreendida pelo deputado Adelmo Soares (PSB), que em discurso empolgado, a lançou candidata ao Senado.

A presidente da Assembleia Legislativa deixou nos seus entrevistadores a forte impressão de que o seu peso no grupo aumenta a cada dia, o que a credencia como nome forte um projeto eleitoral bem mais amplo do que a simples reeleição de deputada estadual. Não foi sem razão que o deputado Adelmo Soares fez um discurso tão empolgado lançando-a pré-candidata ao Senado.

PONTO & CONTRAPONTO

Destino do PSB no Maranhão deve ser decidido nos próximos dias

Carlos Brandão e Ana Paula Lobato disputam o PSB

Caminha para um desfecho, provavelmente nesta semana, a disputa pelo controle do PSB no Maranhão. O governador Carlos Brandão se movimenta para manter a legenda como base partidária dele e do seu grupo, e o chamando Grupo Dinista trabalha para retomar o domínio na agremiação, que foi presidida por Flávio Dino até dias antes de ele renunciar ao mandato de senador e assumir cadeira no Supremo Tribunal Federal.

A presidente da Assembleia Legislativa. Iracema Vale, disse que espera que o diálogo faça com que o PSB permaneça na seara brandonista, enquanto nos bastidores se dava como certo que a direção nacional já fechou questão e quer o partido sob o controle do grupo oposicionista.

Até onde se sabe, a direção nacional decidiu que o PSB será entregue à senadora Ana Paula Lobato, que está de saída do PDT para retornar à legenda socialista, pela qual se elegeu suplente de senador em 2022 Junto com ele, assumirão os deputados Othelino Neto, que está deixando o Solidariedade, e Carlos Lula e Francisco Nagib.

Se a troca de comando se consumar, o PSB vai perder nada menos que sete deputados estaduais, que formam a linha de frente da base governista na Assembleia Legislativa: Iracema Vale, Andrea Rezende, Antônio Pereira, Daniella Gidão, Davi Brandão, Florêncio Neto e Edson Araújo – Adelmo Soares, que é suplente no exercício do mandato, também deixará o partido.

A grande incógnita é Duarte Jr., o único deputado federal do PSB do Maranhão. Ele ainda não se manifestou com clareza a respeito do seu futuro. Se deixar o partido, se manterá na base de apoio do governador Carlos Brandão. Se ele permanecer na legenda, confirmará sua ligação com o grupo dinista, do qual foi linha de frente, o que significará um rompimento com o grupo brandonista. Há quem diga que Duarte Jr. poderá deixar o PSB, mas não seguirá o grupo governista para o MDB, preferindo uma terceira via.

Essa novela, com ritmo de minissérie, terá seu desfecho conhecido em poucos dias.

Carlos Lula reafirma que projeto do grupo dinista é a candidatura de Felipe Camarão

Carlos Lula reafirma
apoio a Felipe Camarão

“O nosso projeto é a candidatura do vice-governador Felipe Camarão e a reeleição do presidente Lula. Não há como mudar isso”. A declaração, feita de maneira enfática, foi pronunciada pelo deputado estadual Carlos Lula, que juntamente com o deputado Francisco Nagib, se mantém no PSB e faz dura oposição ao governador Carlos Brandão, que ainda controla o partido no Maranhão.

Expressando a posição do chamado Grupo Dinista, do qual é o membro mais atuante, Carlos Lula já vê a permanência do governador Carlos Brandão no cargo e a pré-candidatura do secretário Orleans Brandão (MDB) como fatos consumados. Nesse cenário, ele não vê qualquer possibilidade de reatamento da corrente dinista com o governador Carlos Brandão.

– Não fomos nós que saímos. Foi ele que nos tirou da base governista. E isso é irreversível. O governador nos fechou a porta, trancou-a e jogou a chave fora, e ainda colocou cimento em cima – declarou Carlos Lula, que afirma que não permanecerá no partido se ele continuar sob o controle do governador Carlos Brandão.

Carlos Lula não vê o vice-governador Felipe Camarão (PT) quase isolado no contexto da disputa pelo comando do Estado. Ao contrário, o parlamentar dinista afirma que a candidatura do vice-governador ao Palácio dos Leões é fato irreversível. E perguntado como viabilizar a candidatura, que nas pesquisas aparece em quarto lugar, Carlos Lula rebate afirmando que Felipe Camarão é bem avaliado e que pesquisas internas apontam que o vice-governador tem lastro para disputar o pleito com chances de eleição.

– Nada está definido. Estamos longe da eleição. Tem muito tempo pela frente. E até lá muita água vai correr, muita coisa vai acontecer – declarou.

São Luís, 06 de Agosto de 2025.

Anulação de eleição e realização de segundo turno podem mudar o rumo do PT na corrida aos Leões

Com Francimar Melo inelegível, comando do PT
será disputado entre Genilson Alves e
o veterano Raimundo Monteiro em 2º turno

O braço maranhense do PT mergulhou ontem numa nova crise com a decisão judicial tornando inelegível o presidente recém reeleito Francimar Melo, por não estar em dia com as suas contribuições para o partido, o que pelas regras da legenda é uma falta gravíssima. A inadimplência tira do militante o direito de votar e ser votado no Processo de Eleição Interna (PED), sistema pelo qual a agremiação escolhe os seus dirigentes municipais, estaduais e nacionais. Numa sentença dura, resposta a ação de líderes petistas que se consideraram lesados na eleição concluída no mês passado, o juiz Márcio Castro Brandão, titular da 3ª Vara Cível de São Luís, determinou a realização de um segundo turno das eleições entre os dois candidatos imediatamente mais votados na primeira etapa da eleição: Genilson Alves, Raimundo Monteiro e Francisco Rogério. De acordo com a decisão judicial, Francimar Melo deve R$ 7,7 mil ao PT e não poderia ter sido candidato.

A sentença do juiz Márcio Castro Brandão teve um alcança amplo dentro do PT maranhense. Primeiro porque desmontou o projeto de Francimar Melo e seu grupo, que tem como referência maior o ex-vice-governador, ex-conselheiro do TCE e atual secretário do Governo do Maranhão em Brasília Washington Oliveira. E também porque invalidou uma decisão da Câmara de Recursos do Diretório Nacional do PT, que havia confirmado a eleição do agora ex-presidente sem aguardar o desfecho dos questionamentos. Além disso, dependendo de quem será o presidente eleito no segundo turno – que deve ser realizado imediatamente -, o PT poderá dar uma guinada na sua posição em relação à corrida pelo Governo do Estado, tornando mais intensa e decisiva a disputa entre partidários da aliança com o governador Carlos brandão (PSB) em torno da pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), e os segmentos do partido que apoiam o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT).

Sob a presidência de Francimar Melo, o PT vinha manifestando uma clara tendência de apoiar a candidatura de Orleans Brandão, reforçando a aliança com o governador Carlos Brandão. O comando do partido vinha tendo o aval de lideranças petistas que ocupam diversos cargos importante no Governo do Estado, entre eles o próprio Francimar Melo, que é assessor comissionado na Secretaria de Articulação Política, o secretário Washington Oliveira, a professora Cricielle Muniz, que dirige a rede de Iemas, entre outros secretários e adjuntos, alguns deles pré-candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. Esse grupo, que tem representantes de diferentes correntes do partido, não fecha com o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão.

Se for mesmo confirmado e realizado de acordo com a decisão do juiz Márcio Castro Brandão, o segundo turno da eleição petista será uma disputa dura entre Genilson Alves, que representa uma ala mais jovem e mais aguerrida do PT, com forte identificação com o projeto de candidatura de Felipe Camarão, mas também com grupos alinhados ao Palácio dos Leões, e Raimundo Monteiro, representante das correntes mais tradicionais do partido no Maranhão, como a que manteve a agremiação petista alinhada ao Grupo Sarney de 2006 a 2014. A corrente que chegar ao poder no segundo turno do pleito interno do PT deverá posicionar o partido em relação à corrida ao palácio dos Leões, o que torna rigorosamente imprevisível o desfecho do pleito.

Não há dúvida de que Francimar Melo e o grupo que o apoia vão brigar pela confirmação da sua eleição como presidente do PT no Maranhão. Mas a tendência é a de que decisão judicial que invalidou a eleição de presidente estadual do partido. Até porque existe outro fator que fragiliza a posição de Francimar Melo. É que nos cálculos de algumas lideranças de oposição, o número de votos que recebeu não foi suficiente para elegê-lo em turno único.

PONTO & CONTRAPONTO

Bacabal: Roberto Costa alcança aprovação de 82% e se torna referência como gestor

Roberto Costa com estudantes com fardamento
doado pela Prefeitura de Bacabal

Não surpreendeu que em sete meses no comando da Prefeitura de Bacabal, um dos dez maiores e mais importantes municípios do Maranhão, o prefeito Roberto Costa (MDB) tenha alcançado 82,17% de aprovação, conforme pesquisa do instituto Exata, realizada no período de 26 a 28 de julho. Outros 15,67% disseram não aprovar a gestão, e apenas 2,16% não souberam avaliar a gestão.

Quando decidiu ser candidato a prefeito, o então deputado estadual no quarto mandato o fez com um propósito muito claro: não faria uma gestão qualquer. Ao contrário, colocaria em prática um projeto ousado de transformar a cidade que polariza o Médio Mearim, uma das regiões mais importantes do estado, não só em relação à economia. Suas primeiras ações indicaram com clareza que Bacabal dava passos para ser outra cidade daqui a quatro anos.

Para começar, fez uma avaliação profunda e tomou medidas duras e amplas para ajustar e tornar mais produtiva a relação entre os servidores e a administração pública. E adotou medidas diferenciadas para tornar mais eficientes segmentos essenciais como Educação – reposicionou o quadro de professores, atualizou a estrutura física da rede de ensino e brindou os estudantes da rede municipal com fardamento -, Saúde – colocou em funcionamento pleno toda a estrutura hospitalar do município, incluindo clínicas e postos de saúde -, Infraestrutura – colocou em marcha um plano abrangente de restaurar as vias urbanas e a estrutura rodoviária do município -, Cultura – realizou Carnaval, São João e vários eventos, entre eles o 1º Festival de Verão, que movimentaram a cidade nesse período.

Nenhum segmento de responsabilidade da prefeitura ficou de fora da onda de mudanças que vem transformando Bacabal num centro dinâmico nas mais diversas áreas. E entre a ações, o prefeito Roberto Costa decidiu vencer o seu maior desafio: dotar Bacabal de um sistema de abastecimento de água regular, já tendo aberto negociações no plano federal para obter recursos e viabilizar o projeto, que revolucionará a cidade.

Político tarimbado no plano das articulações, no qual se tornou um dos líderes mais importantes da sua geração, o prefeito Roberto Costa se elegeu presidente da Federação dos Município, que congrega as 217 prefeituras maranhenses, o que o obriga a ser uma referência para seus colegas prefeitos. E trabalha em sintonia fina com o governador Carlos Brandão (PSB), de quem é parceiro nos planos político e administrativo.

Suspeito de comprar votos, Josivaldo JP é alvo de investigação da Polícia Federal

Josivaldo JP na mira da Polícia
Federal e da Justiça Eleitoral

O deputado federal Josivaldo JP (PSD) entrou no plano fumacento das suspeitas de compra de votos na eleição municipal de 2024. Ele foi alcançado pela Operação Eclesiastes 5, que está desvendando suspeitas de compra de voto na corrida para prefeito de Imperatriz, na qual foi candidato e terminou em terceiro lugar.

Não são novos os rumores de que o deputado federal Josivaldo JP teria usado recursos financeiros para atrair eleitores à sua candidatura. Tais suspeitas foram levantadas durante a pré-campanha e a campanha eleitoral propriamente dita, quando ele figurava como o principal adversário do então candidato do PP, deputado Rildo Amaral, com quem alternava a liderança nas pesquisas. Depois foi ultrapassado pela suplente de deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos), perdendo a competitividade e ficando em terceiro lugar no primeiro turno.

Josivaldo JP se tornou deputado federal quando o deputado federal Eduardo Braide (PMN) renunciou ao mandato para disputar a Prefeitura de São Luís em 2020. Ativo e disposto a sobreviver na selva parlamentar, logo se embrenhou no túnel das emendas parlamentares, e usou todos os recursos que conseguiu para pavimentar ruas, construir pontes e bancar outras obras, o que lhe garantiu a reeleição em 2022.

O mandato federal elevou sua vida antes simples para um patamar de surpreendente prosperidade, que ficou evidente quando se lançou candidato a prefeito de Imperatriz e pontificou em primeiro nas pesquisas durante meses. E teria sino nesse período que teria usado fatos recursos para seduzir o eleitorado.

Ele se disse espantado e indignado por estar sendo alvo da Operação Eclesiastes 5. E como todo suspeito que se presa, o deputado federal Josivaldo JP reagiu: “Fui pego de surpresa com essa operação… Não entendo qual o objetivo disso… Será que meu desempenho tem incomodado muita gente? Não sei. Nem para o segundo turno eu fui, não ganhei a eleição. Fica a pergunta: qual é a intenção dessa busca na minha casa? ”.

Os resultados da Operação Eclesiastes 5 vão responder.

São Luís, 05 de Agosto de 2025.

Deputados voltarão ao trabalho motivados por melhorias no plenário e sob forte tensão política

Plenário modernizado da Assembleia Legislativa, projeto implantado
por Iracema Vale, com aval da Mesa Diretora

A Assembleia Legislativa retomará suas atividades nesta terça-feira (07/08) motivada por dois motores, um ativado pela tecnologia e outro turbinado pela movimentação política. Os deputados encontrarão o Plenário Nagib Haickel inteiramente renovado, com um novo sistema de comunicação eletrônica, que facilitará os debates e as votações, e se reencontrarão num clima de densa tensão política. Esses dois ingredientes devem tornar a segunda sessão legislativa de 2025 um período de debates, confrontos, aproximações e distanciamentos por conta as eleições do ano que vem. A tensão chega principalmente no que diz respeito à disputa sucessória ao Palácio dos Leões, que ganhou força nas últimas semanas com a decisão do governador Carlos Brandão (PSB) de antecipar a sua participação no processo, anunciando que permanecerá no cargo até o último dia do seu mandato, e lançando o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), como pré-candidato à sua sucessão.

Durante o recesso, a presidente Iracema Vale, com aval da Mesa Diretora, atualizou a estrutura eletrônica multimídia por meio do qual os deputados se comunicam, discursam, debatem, consultam e votam. Ali foram instalados sistemas eletrônicos e biométricos, novos painéis de votação, terminais interativos para uso dos parlamentares, câmeras com resolução 4K e controle automático, além de aprimoramentos no sistema de som e na automação do plenário. Os novos equipamentos garantirão mais eficiência, segurança, transparência e agilidade aos trabalhos parlamentares. O grande destaque é o novo painel principal de LED, com 9,6 metros centímetros de largura por 1,92 metro. A mesa da presidência ganhou uma tela de 21,5 polegadas sensível ao toque, enquanto os parlamentares passarão a utilizar terminais individuais com telas sensíveis e identificação biométrica. Uma inovação arrojada, destinada a dinamizar muito o trabalho legislativo.

É nesse ambiente físico renovado que os 42 deputados retomarão os seus trabalhos, que serão intensamente afetados pelo viés político, o qual, ninguém duvida, norteará os debates no plenário e que ecoarão nas bases eleitorais. Ali, a julgar pelos fatos ocorridos antes do recesso e pelos movimentos que marcaram as férias parlamentares, serão travados fortes e duros embates entre situação e oposição e entre adversários isolados. Formada pelos deputados identificados como dinistas, associados a deputados independentes, a bancada de oposição enfrentará a poderosa base governista, composta pela maioria esmagadora dos deputados. Pelo menos 80% dos 42 deputados são candidatos à reeleição.

Além da movimentação individual de cada um pela reeleição, os deputados situacionistas e oposicionistas travarão um confronto mais amplo, envolvendo as disputas pera o Governo do Estado e para as duas cadeiras no Senado. Com algumas exceções, que ainda não se posicionaram claramente, os deputados governistas, liderados pela presidente Iracema Vale, festejaram a permanência no governador Carlos Brandão no cargo e encamparam, alguns com entusiasmo, o projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão. No contrapeso, a bancada de oposição, em especial os parlamentares dinistas, defendem a pré-candidaturas do vice-governador Felipe Camarão (PT), enquanto um só parlamentar, Fernando Braide (PSD), defende a ainda não definida nem anunciada pré-candidatura do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD). Nenhum deputado levantou a voz manifestando simpatia pela pré-candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo).

Um pronunciamento recente da presidente Iracema Vale evidenciou um dos focos da tensão política que dominarão o plenário da Assembleia Legislativa a partir desta terça-feira. Sem citar nomes, mas deixando claro que se dirigia à oposição dinista, ela disparou afirmando que o parlamento “não é lugar para perseguidor”, acrescentando que os adversários “perseguem o Governo e o governador de manhã, de tarde e de noite”. Pelo menos até ontem, os deputados dinistas preferiram não acusar o golpe. E se deixaram para tratar do assunto na tribuna, irão com a certeza de que a presidente Iracema Vale está preparada para o embate. Principalmente se a pauta incluir nomeações para o TCE e a eleição da presidência da Casa, ambas já resolvidas, mas aguardando canetada final no birô do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal.

É nesse clima de facilidades tecnológicas e dificuldades políticas que os deputados estaduais voltarão ao trabalho nesta terça-feira.

PONTO & CONTRAPONTO

Postos de vice e “segundo” senador começam a movimentar a base governista

Iracema Vale e Maura Jorge lembradas
para vice e André Fufuca e Roseana
Sarney para “segundo” senador

Duas guerras começam a ser travadas, na surdina, nos bastidores da base que dá sustentação à pré-candidatura de Orleans Brandão (MDB) ao Governo do Estado. Uma pela vaga de candidato a vice-governador e outra pelo “posto” de segundo candidato ao Senado.

Há no círculo mais próximo do governador Carlos Brandão vozes defendendo que seja o vice seja uma mulher, o que vem estimulando sugestões para uma lista que inclui a deputada-presidente Iracema Vale (PSB), a prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PSDB), a vice-prefeita de Imperatriz Carol Duailibe – mulher do deputado Antônio Pereira (PSB), 1º vice-presidente da Alema -, e até mesmo a deputada federal Roseana Sarney (MDB), entre outros nomes “chutados” em conversas informais. O único já admitido no meio político foi Maura Jorge.

Em relação à segunda vaga para o Senado, para fazer dobradinha com o senador Weverton Rocha (PDT), que foi apontado como o primeiro escolhido desde que o governador Carlos Brandão decidiu ficar de fora da disputa, o nome mais citado até agora é o do deputado federal e ministro do Esporte André Fufuca (PP). Há também quem defenda o apoio ao projeto de reeleição da senadora Eliziane Gama (PSD) na hipótese de o prefeito Eduardo Braide não se candidatar a governador. O eventual apoio a Eliziane Gama teria a simpatia do Palácio do Planalto. Mas a vaga de segundo candidato a senador poderá ser da deputada federal Roseana Sarney, caso ela resolva entrar na corrida senatorial.

Essas duas disputas – que em breve serão reforçadas duplicadas pelos pretensos vices de Felipe Camarão (PT) e Lahesio Bonfim (Novo), estão ainda em fase embrionária, mas já existem movimentos concretos nessa seara.

Brandão tem razões de sobra para festejar o funcionamento integral do complexo da Inpasa em Balsas

O governador Carlos Brandão ladeado pelo secretário Orleans Brandão,
o presidente da Inpasa Eder Lopes, o presidente do Grupo Inpasa
Gustavo Mariano, o prefeito de Balsas Alan da Marisol e o
deputado federal Hildo Rocha (MDB) no pátio da nova fábrica

O governador Carlos Brandão tem toda razão para comemorar, com entusiasmo, a inauguração plena da biorrefinaria da Inpasa em Balsas, que vai processar dois milhões de toneladas de milho e sorgo por ano, produzindo no mesmo período 925 milhões de toneladas de produtos para nutrição animal (DDGS) e 47 mil toneladas de óleo vegetal. O complexo, que é parte de um conglomerado de cinco fábricas no Brasil e duas no Paraguai, gerou mais de 4.500 empregos durante a implantação, que se deu em tempo recorde, funciona agora com 500 empregos fixos e centenas de outros indiretos, mais do que isso, movimentando a economia da região, do estado e do país.

O complexo da Inpasa em Balsas foi um desses gols que todo governante de bom senso marcaria diante da oportunidade como essa. Tudo começou com uma conversa na qual o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, informou ao governador Carlos Brandão que esse grupo estava à procura de um estado para implantar o empreendimento, que envolveria investimento de R$ 2,5 bilhões, e que o Paraná, e o Mato Grosso do Sul estavam se preparando para atrair o projeto de qualquer maneira. Entusiasmado com a oportunidade de fortalecer a economia estadual, Carlos Brandão entrou na disputa, e depois de uma negociação que incluiu várias etapas, garantiu que o complexo industrial seria implantado em Balsas.

O início do processo de implantação se deu em 10 de outubro de 2023, com o lançamento da pedra fundamental do complexo, em ato com a presença do governador Carlos Brandão e do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. Implantado em ritmo acelerado, o complexo teve sua primeira fase inaugurada em março deste ano, como estava previsto, e a ampliação na última sexta-feira. Agora, o conglomerado já está projetando a ampliação da unidade de Balsas, que na verdade terá três plantas, ou seja, três fábricas dentro de um só complexo.

E não há como negar: o entusiasmo com que o governador Carlos Brandão abraçou a oportunidade que lhe foi proporcionada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin foi decisivo para que o complexo fosse implantado em tempo recorde.

São Luís, 03 de Agosto de 2025.

Carta de “filiadas e filiados” do PT defende a pré-candidatura de Felipe Camarão

Felipe Camarão: carta de apoio
mostra racha no PT na sucessão

Uma carta defendendo a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão ao Governo do Estado expôs ontem o racha que abala o braço maranhense do PT em relação à sucessão estadual. O documento, assinado por “Filiadas e Filiadas”, sem que nenhuma liderança das diversas correntes do partido se identifique, chega ao cenário da corrida sucessória no momento em que é nítida a inclinação do recém reeleito comando petista no sentido de apoiar a pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que tem o aval declarado governador Carlos Brandão (PSB). O clima de racha ganhou forma depois que o presidente reeleito do partido, Francimar Melo, que havia chancelado a pré-candidatura de Felipe Camarão, voltou atrás, após ida a Brasília, de onde retornou dizendo que o partido ainda não discutiu candidaturas.

A carta afirma que “Felipe Camarão representa a continuidade com inovação de um projeto democrático-popular para o Maranhão, enraizado nas lutas sociais e nos valores históricos do PT. Sua trajetória como educador, gestor público e vice-governador revela o compromisso verdadeiro com as políticas públicas de inclusção, redução das desigualdes e respeito aos direitos do povo” . Segue lembrando a trajetória dele na Secretaria de Educação, destaca o programa Escola Digna e ressalta a preocupação do então secretário de melhorar a situação dos professores.

Os signatários da carta defendem que “a unidade do campo político liderado pelo presdidente Lula é essencial para consolidar conquistas sociais e ampliar políticas públicas no Maranhão”. E destacam que a pré-candidatura de Felipe Camarão expressa essa unidade e está plenamente alinhada ao projeto nacional de reconstrução do Brasil”. Assinala que  ex-governador Flávio Dino “é uma liderança central na construção desse caminho. Sob sua condução, o Maranhão iniciou um ciclo de transformação com foco na inclusão social, valorização do serviço público e respeito às instituições”. E lembra que “Felipe Camarão é um dos principais nomes formados dentro desse projeto, e sua pré-candidatura garante que esse legado de coinquistas de Dino constinue avançando com ousadia e compromisso”.

E termina convidando “toda a militância petista, os movimentos sociais, as juventudes, as mulheres, os trabalhadores e trabalhadoras, as lideranças comunitárias das cidades e do campo a se engajaram nesse projeto”.

A carta não faz qualquer referência à inclinação de uma banda do partido pelo projeto de candidatura de Orleans Brandão, não fazendo também nenhuma menção à decisão do governador Carlos Brandão de lançar o seu candidato e permanecer no Governo. E passa a impressão de que é um esforço de setores do partido que defendem a pré-candidatura de Felipe Camarão, têm a alinha de ação dinista como referência, mas não querem entrar em conflito direto com o Governo Brandão, de quem o PT, que integra a Federação Brasil Esperança, juntamente com PV e PCdoB, é formalmente aliado. Para tomar uma posição, precisará do apoio dos dois, ou de um dos dois partidos, para formar maioria. E até onde se sabe, já conta com o aval do PV para o caso de vir a apoiar Orleans Brandão, e certamente terá o apoio do PCdoB se optar por Felipe Camarão.

Essa manifestação de “Filiadas e Filiados” é um indicador preciso de que o PT, mesmo com a sua cúpula recém confirmada mostrando uma forte tendência para um alinhamento com o Palácio dos Leões, está longe de bater martelo em relação à sucessão estadual. Há quem diga que a sua definição para valer deve começar quando a crise que se instalou no PSB for resolvida, com a permanência ou a saída do governador Carlos Brandão e seu grupo, incluindo a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, que há muito vem flertando com o MDB.

O fato é que a carta defendendo a pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão chega como um forte contraponto ao movimento que quer o PT alinhado ao projeto de candidatura de Orleans Brandão.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane atua para fortalecer projeto de reeleição e sabe que o PT o terá como prioridade

Eliziane Gama tem realizado
eventos para embalar candidatura

Ainda não posicionada em relação à corrida ao Palácio dos Leões, uma vez que o provável candidato do seu partido, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, ainda não decidiu se entrará ou não na disputa, a senadora Eliziane Gama (PSD) vai construindo sozinha a base da sua candidatura à reeleição.

A senadora tem comandado uma série de ações por meio das quais vem ganhando visibilidade no estado. Na programação que efetivou até agora, ela já reuniu empresários, profissionais liberais, segmentos evangélicos, especialmente da Assembleia de Deus, à qual pertence, entre outros. E liderou também ações concretas nas áreas de saúde e educação.

Ao longo da semana, a senadora reforçou o seu bom estado de ânimo ao ser informada pelo presidente nacional do PT, Edinho Silva, em  Brasília, de que a orientação do presidente Lula da Silva é no sentido de que o partido encampe o projeto de reeleição de Eliziane Gama como uma prioridade.

Operação 18 Minutos: Informações do processo mostram desembargadores muito complicados

Guerreiro Júnior e Nelma Sarney:
situações muito complicadas

A semana foi difícil para os desdembargadores afastados Guerreiro Júnior e Nelma Sarney, envolvidos por inteiro na trama fraudalenta que arrancou milhões do Banco do Nordeste, conforme apurou a Polícia Federal na “Operação 18 Minutos”.

Para agravar ainda mais a situação de Guerreiro Júnior, foram divulgados diálogos por ele mantidos com outros envolvidos na trama e que não deixam dúvida de que o magistrado, que é filho de desembargador e já presidiu o Tribunal de Justiça, foi um dos cabeças e um dos operadores da fraude contra o banco estatal.

A situação da desembargadora Nelma Sarney se tornou mais grave por informações, também retiradas do processo, dando conta de que ela acertava as sentenças com o advogado Edilázio Júnior, seu genro, que foi deputado estadual e deputado federal.

Vale lembrar que o escândalo de corrupção no Tribunal de Justiça em relação ao Banco do Nordeste envolveu mais dois desembargadores, dois juízes, mais de uma dezena de advogados – entre eles Fred Campos (PSB), atual prefeito de Paço do Lumiar – e dois servidores do Poder Judiciário.  

São Luís, 02 de Agosto de 2025.

Apoio formal do PSDB amplia a base partidária do projeto de candidatura de Orleans Brandão

Orleans Brandão é saudado à direita por Marconi Perillo,
Iracema Vale e Sebastião Madeira

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB: “Governo bom não perde eleição. (…) Orleans será o governador mais jovem do Brasil”. Sebastião Madeira, presidente estadual do PSDB: “Apoiamos o Orleans para dar continuidade a esse Governo”. Orleans Brandão, pré-candidato do MDB ao Governo do Estado: “Aceito a missão de dar continuidade a esse trabalho”.

As três manifestações resumem integralmente o ato – um jantar na Cabana do Sol, quarta-feira – no qual as cúpulas nacional e estadual do PSDB anunciaram o apoio dos tucanos à pré-candidatura de Orleans Brandão (MDB), secretário de Assuntos Municipalistas e braço direito do governador Carlos Brandão (PSB), ao Governo do Estado. O partido, que quase foi extinto no estado, mas sobreviveu às  eleições municipais capitaneado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, seu atual presidente, entra agora efetivamente na base do pré-candidato emedebista.

O PSDB não é um partido forte, com grande peso político e eleitoral, mas o seu posicionamento em favor do projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas produz ecos estridentes no tabuleiro da política estadual. São oito prefeitos, vários vices e algumas dezenas vereadores, que se mobilizarão para reforçar o lastro desse arrojado projeto político liderado pelo governador Carlos Brandão, que, em razão disso, decidiu permanecer no cargo até o final do seu mandato. E desde que tornou pública a sua posição, o governador recebeu o apoio do secretário Sebastião Madeira, que é um dos mais destacados membros da sua equipe política e um político forjado nas guerras eleitorais.

Com aval do PSDB, o projeto de candidatura de Orleans Brandão amplia o seu cacife político, à medida que já tem na base o seu próprio partido, o MDB, o PSB, que está em fase de transição, o PDT, que está sendo levado pelo senador Weverton Rocha, o Podemos, cujo presidente, deputado federal Fábio Macedo, já se manifestou nesse sentido, o PRD, que é comandado pelo deputado federal Marreca Filho e participa do Governo com o ex-deputado federal Júnior Marreca como secretário de Indústria, Comércio e Serviço, e o Republicanos, que chegou à base governista recentemente pelas mãos do seu presidente, o deputado federal Aluísio Mendes. Outros partidos estariam a caminho dessa aliança, como o PT, que já vem emitindo fortes sinais de que seguirá esse caminho.

Foi um ato político com força proporcional ao tamanho do PSDB no Maranhão. Na sua fala, o presidente nacional do tucanato disse que o apoio do partido a Orleans Brandão se deve ao fato de que o emedebista, se eleito, vai garantir “a continuidade desse Governo”. Sebastião Madeira, que desponta como nome forte para a Assembleia Legislativa, reforçou a avaliação de Marconi Perillo afirmando que o PSDB apoia o pré-candidato do MDB por conta dos resultados da gestão do governador Carlos Brandão, “que trabalha sem descanso”.

A importância política do ato está também no fato de que, além dos líderes tucanos e do próprio pré-candidato emedebista, ele foi marcado pela presença politicamente destacada da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, em nome do seu partido, o PSB e da aliança governista, e que mais uma vez atuou como representante do governador Carlos Brandão, que, como mandam as regras da política, não participou do evento, preservando o seu papel institucional. Iracema Vale avalizou o apoio tucano ao emedebista: “Orleans é humilde, trabalhador e perseverante. Esse grupo está unido para defender um governo que coloca o povo em primeiro lugar”.

Orleans Brandão foi direto ao receber o apoio do PSDB, afirmando que pretende dar continuidade ao Governo, que “tem obras em todos os 217 municípios”, defendendo o viés municipalista pregado pelo governador Carlos Brandão. O pré-candidato agradeceu o aval prevendo que “com o apoio de vocês seremos vitoriosos”, e resumindo o seu estado de ânimo como que assumindo um compromisso: “Aceito a missão”.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema manda recado duro a adversários: “ Não é na política o lugar de perseguidores”.

Iracema Vale substituiu a suavidade
pela veemência no seu discurso

De longe o mais destacado nome da base governista mobilizada em torno da pré-candidatura do secretário Orleans Brandão (MDB), a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), tem sido cada vez mais enfática, não apenas na defesa do projeto sucessório posto em prática pelo governador Carlos Brandão (PSB), mas também no embate com os adversários, principalmente as principais vozes do grupo dinista no parlamento estadual.

No ato em que o PSDB declarou apoio ao secretário Orleans Brandão, Iracema Vale fez um discurso forte em apoio ao governador Carlos Brandão e sua gestão. Ela disparou duros petardos verbais na direção dos deputados dinistas que fazem críticas dura ao Governo e ao governador.

– Lugar de advogado é nos tribunais – declarou, para em seguida acrescentar: “Não é na política o lugar de perseguidor”. E completou afirmando que os tais “perseguidores boicotam o Governo de manhã, de tarde e de noite”.

O tom usado por Iracema Vale surpreendeu os presentes ao ato realizado pelo PSDB, e como ela não usou nomes, muitos chagaram à conclusão de que os alvos da metralha verbal foram os deputados estaduais Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB).

A fala da presidente da Assembleia Legislativa foi vista como um claro indicador de que ela está determinada a enfrentar a oposição com manifestações verbais cada vez mais fortes.

Registro

Partiu ontem, aos 54 anos, o advogado, professor e militante político e social Mário Macieira

Mário Macieira: trajetória coerente

Profissional renomado, cidadão pleno e gente boa no sentido mais amplo, Mário Macieira foi membro destacado da “Geração 86”, forjada nas salas, praças e auditórios da Universidade Federal do Maranhão, e que produziu personalidades como o ex-governador, ex-senador Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal, mostrada no denso registro jornalista e escritor Félix Alberto.

O advogado Mário Macieira conquistou renome com a sua intensa e bem-sucedida militância na advocacia, cujo prestígio ganhou forma no escritório que leva seu nome, voltado principalmente para a defesa dos direitos trabalhistas. Esse prestígio foi estendido ao Curso de Direito da UFMA, onde atuou como professor. E chegou ao cume ao exercer a presidência da Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Maranhão.

Além dos bancos da UFMA e do Movimento Estudantil, a rica trajetória de Mário Macieira foi em parte traçada pela excepcionalidade política do seu ambiente familiar. De um lado o seu pai, o respeitado economista Roberto Macieira, irmão mais novo de Marly Sarney, cunhado, portanto, de José Sarney. Do outro lado, a mãe, a professora Simone Macieira, que foi vereadora de São Luís pelo PCdoB, filha da legendária médica e militante comunista Maria Aragão. Foi nesse ambiente que Mário Macieira se tornou um homem gentil, um intelectual sólido e um militante intenso, que foi ao longo da vida, interrompida precocemente.

Mário Macieira parte deixando filhos e um legado de trabalho e coerência.

São Luís, 01 de Agosto de 2025.