Arquivos mensais: maio 2025

Brandonistas e dinistas travam embate duro na Assembleia por causa da corrida aos Leões

Mical Damasceno e Yglésio Moises fizeram o ataque;
Júlio Mendonça, Leandro Bello e Francisco Nagib
rebateram, e Ricardo Arruda fez a moderação

Pode ter sido apenas fortes ecos das declarações do governador Carlos Brandão (PSB) em Governador Luiz Rocha, na última sexta-feira (02), reafirmando que só vai tratar de eleição em 2026 e que pretende que seu sucessor seja leal e dê continuidade à sua obra de governo, e logo em seguida das declarações do vice-governador Felipe Camarão (PT) reafirmando enfaticamente que é candidato e que quer o governador Carlos Brandão como seu candidato ao Senado. Mas o fato é que as tensões entre brandonistas brandonistas e dinistas desembarcaram ontem no plenário da Assembleia Legislativa, em bate-rebate que pareceu a deflagração de um intenso e renhido embate, que pode afastar ainda mais os dois grupos.

Na sessão de terça-feira, deputados alinhados ao Palácio dos Leões alfinetaram os apoiadores de Felipe Camarão ao elogiarem fortemente as obras entregues pelo governador Carlos Brandão e atribuindo parte do mérito da ação municipalista do Governo ao secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, apontado por muitos como opção para o Governo caso o chefe do Executivo decida permanecer no cargo até o final do mandato. Os discursos causaram um claro incômodo aos dinistas, que não se manifestaram, deixando o rebate para o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que, como sempre, atacou duramente o governador Carlos Brandão.

Ontem, o roteiro foi diferente e mais tenso, tendo começado com um violento discurso lido pela deputada de extrema-direita Mical Damasceno (PSD) contra o vice-governador Felipe Camarão, a quem acusou de tentar pressionar o governador Carlos Brandão sobre a sucessão estadual, e aproveitou para estender o seu ataque ao ministro Flávio Dino (STF). Na sua fala, Mical Damasceno afirmou que se o governador Carlos Brandão deixar o Governo para se candidatar ao Senado, “será perseguido”. E acrescentou: “Governador, fique no Governo, não caia no canto da sereia”. Deputados dinistas tentaram aparteá-la, mas ela negou-lhe a palavra, fazendo concessão apenas ao deputado bolsonarista Yglésio Moises (PRTB), com quem atua em dobradinha, e que incrementou o ataque ao vice-governador e ao ministro do Supremo.

Por sua vez, deputados dinistas ocuparam a tribuna para defender o vice-governador Felipe Camarão e o ministro Flávio Dino. O deputado Júlio Mendonça (PCdoB) rebateu o ataque de Mical Damasceno e Yglésio Moises defendendo a “seriedade”, a “competência” e a “lealdade”, do vice-governador Felipe Camarão e o “legado” do ex-governador e atual ministro do Supremo Flávio Dino, a quem apontou como “o melhor governador” da história recente do Maranhão. O deputado Leandro Bello (Podemos) também fez a defesa do vice-governador Felipe Camarão e também o ministro Flávio Dino. Ambos evitaram qualquer crítica ao governador Carlos Brandão, preferindo defender a “unidade do grupo”, tendo o vice-governador Felipe Camarão como candidato “natural” à sucessão.

O embate de ontem entre dinistas e brandonista foi fechado com um equilibrado discurso do deputado Ricardo Arruda (MDB), que colocou a discussão em ordem. Sem tecer qualquer crítica ao vice-governador Felipe Camarão nem ao ministro Flávio Dino, O emedebista baseou sua fala em três premissas. A primeira é que o comando do grupo é do governador Carlos Brandão, cabendo a ele coordenar a escolha do candidato a sucessor. A segunda premissa é que o governador Carlos Brandão tem a prerrogativa de decidir o tempo em que essa escolha será feita, e se ele já disse que só o fará em 2026, “que assim seja”. E finalmente a terceira premissa: ficar no Governo até o fim ou renunciar em abril de 26 para se candidatar ao Senado é uma decisão pessoal do governador Carlos Brandão. E completou: “Estarei ao lado do governador Carlos Brandão qualquer que seja a sua decisão”.

O curioso é que até pouco tempo atrás, esses embates eram aliviados por ação de “bombeiros”, mas estes parecem ter deixado de vez o plenário. E se não houver gestos efetivos de conciliação, a tendência é que os embates de agora em diante se transformem em guerra permanente.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão manda recado claro ao elogiar ex-prefeito de Cajapió que elegeu sobrinho como sucessor

Carlos Brandão elogiou Marconi Pinheiro (de camisa
amarela) pelo fato de ter elegido seu sobrinho,
Rômulo Nunes (camisa azul), prefeito de Cajapió

O governador Carlos Brandão (PSB) mandou ontem, num discurso em Cajapió, um recado direto aos integrantes do seu grupo que tentam pressioná-lo para antecipar a definição sobre a sua sucessão apontando o vice-governador Felipe Camarão (PT) como candidato natural: ele poderá, sim, permanecer no cargo e lançar o seu sobrinho Orleans Brandão (MDB), atual secretário de Assuntos Municipalistas e braço direito do chefe do Executivo na relação  com prefeitos.

Num palanque que reunia secretários, deputados e políticos da região, além do prefeito Rômulo Nunes (PSB), o governador Carlos Brandão virou-se para o ex-prefeito de Cajapió, Marconi Pinheiro (PSB), e declarou:

“Marconi, quero te parabenizar. Você foi um dos melhores prefeitos de Cajapió. E teve a sabedoria de escolher o seu sobrinho, para dar continuidade a esse trabalho. Porque a gente não pode entregar para qualquer um. Você treinou o seu sobrinho. Ele está sabendo de tudo, e vai fazer um bom Governo porque vai dar continuidade ao teu trabalho. Parabéns pela escolha do teu sobrinho”.

A única interpretação possível é a de que o governador Carlos Brandão fez essa declaração como um recado, a quem interessar possa, de que poderá mesmo permanecer no Governo e lançar o secretário Orleans Brandão à sua sucessão, como fez o ex-prefeito cajapioense Marconi Pinheiro, passando bastão para o sobrinho Rômulo Nunes.

O governador Carlos Brandão discursou em Cajapió no mesmo momento em que deputados brandonistas e dinistas travavam um duro embate na Assembleia Legislativa.

Assembleia dá à Academia Caxiense de Letras o status de Patrimônio Cultural e Imaterial do Maranhão

A ACL, que mantém a tradição literária Caxiense
aberta com Gonçalves Dias, foi homenageada
por iniciativa de Adelmo Soares

A Academia Caxiense de Letras – Casa de Coelho Neto encontra-se a um passo de se tornar Patrimônio Cultural e Imaterial do Maranhão. Essa posição foi alcançada ontem com a aprovação, pela Assembleia Legislativa, por unanimidade, do Projeto de Lei Nº 261/2024, de autoria do deputado Adelmo Soares (PSB).

O parlamentar agradeceu o reconhecimento, pelo parlamento estadual, da importância da Academia Caxiense de Letras como entidade cultural, voltada para as letras, que conserva e alimenta a tradição cultural da Princesa do Sertão, principalmente pelo seu viés mais especial, a poesia.

Fundada em 1997 por um grupo de escritores e intelectuais conscientes do peso de Caxias no contexto da literatura maranhense e brasileira, simbolizado pelo gigantismo poético de Gonçalves Dias, a Academia Caxiense de Letras é, indiscutivelmente, merecedora do reconhecimento. Além do fato de ser uma organização ativa, que mantém acesa a chama cultural de Caxias.

O deputado Adelmo Soares acertou em cheio na iniciativa, cuja concretização só depende agora da sanção do governador Carlos Brandão, transformando o projeto em Lei.

São Luís, 08 de Maio de 2025.

Camarão reafirma pré-candidatura ao Governo tendo Brandão como candidato ao Senado

Felipe Camarão diz que é candidato de Lula da Silva e que quer
Carlos Brandão como candidato ao Senado

“Sou pré-candidato ao Governo em 2026, pelo PT. Sou candidato do presidente Lula. Quero ser o candidato do Brandão e quero que o Brandão seja o meu candidato ao Senado. Quero que a gente caminhe unidos, em paz”.

Com essa declaração, dada em entrevista ao sítio “Enquanto isso, no Maranhão”, o vice-governador Felipe Camarão (PT), colocou as suas cartas na mesa em relação à corrida ao Palácio dos Leões no ano que vem. Acrescentou que “o Maranhão precisa disso, precisa de continuidade, para que a gente possa superar os desafios. Acho que o Maranhão merece ter um Governo do PT, com o presidente Lula”. Ele também se declarou seguidor incondicional da linha política praticada pelo ex-governador Flávio Dino, que na sua avaliação “encantou uma geração”, da qual ele faz parte.

Dadas ainda sob os ecos das declarações do governador Carlos Brandão (PSB), sábado, em Governador Luiz Rocha, onde afirmou que só vai tratar de sucessão no ano que vem e que quer como sucessor alguém que dê continuidade às obras do seu Governo e que não ataque nem persiga a ele e seus aliados, a entrevista do vice-governador Felipe Camarão repercutiu fortemente no meio político. Primeiro porque o tom e a ênfase das duas palavras deram à declaração a impressão de se tratar de uma posição definitiva, sem recuo, ao mesmo tempo em que contêm acenos para um grande entendimento, tendo a continuidade com o compromisso básico.

Em relação ao governador Carlos Brandão, o vice-governador acrescentou: “Acho que o Brandão merece ir para o Senado. Acho que a gente precisa do Brandão no Senado, para ajudar o presidente Lula”. E afirmou, com a mesma ênfase: “O Brandão é o meu candidato, é o único que já tenho escolhido, e tem meu voto declarado”. Em relação à segunda vaga, Felipe Camarão, ainda não se posicionou entre o senador Weverton Rocha (PDT), a senadora Eliziane Gama (PSD) e o ministro André Fufuca (PP), argumentando que os três são parceiros, e que por isso ainda não se posicionou.

Na sequência, Felipe Camarão disparou uma declaração que pode ser o fator decisivo para resolver a complexa equação que resultará na chapa o tendo como candidato a governador e Carlos Brandão como candidato ao Senado: a escolha do candidato a vice-governador. Ele deixou claro que não será uma escolha fácil, uma vez que ela terá de ser debatida dentro do grupo. Afinal, se Felipe Camarão chegar ao Governo e se reeleger em 2026, o seu vice será automaticamente pré-candidato a governador em 2030, dentro do mesmo processo que ele próprio está vivendo hoje.

Ainda que não tenha sido uma reposta formal e direta às declarações do governador Carlos Brandão, dadas sábado em Governador Luiz Rocha, quando remeteu o debate sucessório para 2026, as declarações do vice-governador Felipe Camarão ganharam essa interpretação. Carlos Brandão disse que quer como sucessor um parceiro confiável, que dê continuidade à sua obra de Governo e não persiga seu grupo, e Felipe Camarão se colocou como esse parceiro ao pregar o caminho da continuidade e defender a candidatura do governador ao Senado. Coincidência ou não, o fato é que os dois discursos convergiram integralmente.

Nas suas declarações, o vice-governador Felipe Camarão não cobrou do governador Carlos Brandão uma definição agora. Ele se limitou a se declarar pré-candidato, deixando claro que, pelo menos até aqui, esse projeto é irreversível na hipótese de o governador renunciar em abril para ser candidato ao Senado. Por seu turno, o governador Carlos Brandão não assumiu nenhum compromisso, mas também nada disse que comprometesse o projeto de candidatura de Felipe Camarão. Ou seja, os dois, cada um a seu modo, manifestaram o que pensam em relação à sucessão governamental no campo da aliança governista.

Com seus posicionamentos, o governador e o vice-governador produziram um forte clima de expectativa no meio político e fora dele.

PONTO & CONTRAPONTO

Deputados da base elogiam obras do Governo e avisam que seguirão Brandão sobre sucessão

Osmar Filho, Florêncio Neto, Davi Brandão, Guilherme Paz, Adelmo Soares apoiam posição de Carlos Brandão;
Othelino Neto faz oposição

Em meio à repercussão da entrevista do vice-governador Felipe Camarão (PT), deputados da base governista ocuparam ontem a tribuna da Assembleia Legislativa para reafirmar seu apoio ao governador Carlos Brandão (PSB), concordando com a decisão dele de só tratar de eleições no ano que vem. Guilherme Paz (PRD), Florêncio Neto (PSB), Davi Brandão (PSB), Osmar Filho (PDT) e Adelmo Soares (PSB), tendo o deputado Othelino Neto (Solidariedade) se posicionado contrariamente, atacando o chefe do Executivo, elogiando a ação municipalista do Governo.

Os cinco governistas fizeram discursos na mesma linha. O deputado Florêncio Neto elogiou a maratona de entregas do governador, destacando o lançamento da ponte de 200 metros e a entrega de uma área de lazer revitalizada em Codó, um hospital de 100 leitos em Barra do Corda, e a Estrada do Leite, rodovia de 30 quilômetros que interliga municípios na região do Médio Mearim. O deputado Osmar Filho destacou a nomeação de 74 profissionais para a Polícia Civil – 40 delegados, 22 investigadores, três escrivães e nove peritos, além de novas viaturas e equipamentos, incluindo armamento. Davi Brandão (PSB) e Adelmo Soares (PSB) se manifestaram na mesma direção.

Os quatro manifestaram inteira concordância com o governador Carlos Brandão na decisão de focar na gestão ao longo deste ano e deixar para o próximo ano os movimentos visando as eleições. Mais do que isso, os quatro mandaram o mesmo recado: apoiarão o governador em qualquer que seja o rumo que ele definir para a corrida sucessória.

Os parlamentares também manifestaram o mesmo sentimento em relação à unidade do grupo liderado pelo governador Carlos Brandão. E também destacaram nos seus discursos a atuação do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão.

O deputado Othelino Neto fez o contraponto na tribuna criticando o Governo e afirmando que a saúde, a educação e as rodovias estão “um caos”. Não detalhou, porém, o que definiu como caos.

Com apoio de Paulo Victor, Beto Castro está a um passo de se tornar presidente da Câmara

Beto Castro vira rolo-compressor
com o apoio de Paulo Victor

A sucessão na Câmara Municipal de São Luís pode transformar o seu atual presidente, vereador Paulo Victor (PSB), no mais influente dos seus dirigentes na história recente da política ludovicense. A quase certa eleição do vereador beto Castro (Avante) como seu sucessor é o ponto culminante do seu projeto de Poder, que poderá se cristalizar de vez se ele for eleito deputado estadual no ano que vem.

Lançado com seu apoio, o vereador Beto Castro foi aos poucos recebendo declarações de apoio, alcançando pito votos na semana passada. Esse poder de fogo foi duplicado no final da semana, quando ele reuniu nada menos que 17 vereadores – o suficiente para sua eleição, uma vez que o grupo representa maioria simples da Câmara, que tem 31 assentos.

O que chama a atenção é o fato de o vereador Marquinhos (União), que se lançou em fevereiro com um discurso de candidato irreversível, não ter conseguido nenhuma manifestação de apoio, dando a entender que arquivou o seu projeto presidencial sem tornar pública a sua decisão. Pode ser uma estratégia na qual ele esteja esperando o momento certo para anunciar o seu próximo passo, que pode ser a manutenção de sua candidatura “para o que der e vier” ou anunciar sua desistência diante do rolo-compressor em que se transformou a candidatura de Beto Castro apoiada por Paulo Victor.

São Luís, 07 de Maio de 2025.

André Fufuca e Pedro Lucas dividirão comando da Federação PP/União no Maranhão

André Fufuca e Pedro Lucas Fernandes vão dividir
poder no comando da federação PP/União

Não haverá disputa nem foco de tensão pelo controle do braço da poderosa Federação PP/União no Maranhão. O novo mamute partidário será comandado de maneira compartilhada pelo deputado federal André Fufuca, atual ministro do Esporte, que se manterá à frente do PP no estado, e pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, atual líder do União na Câmara Federal, que continuará respondendo pelo partido no estado. O deputado federal Juscelino Filho (União) continuará atuando como articulador do União e da Federação no Maranhão e como uma das vozes da Federação na Câmara Federal e fora dela, o mesmo acontecendo com a deputada federal Amanda Gentil, que trabalha pela reeleição. Sem função formal na organização partidária, o ex-ministro das Comunicações vai precisar de tempo para se defender de acusações de malversação de recursos de emendas partidárias por ele destinadas a Vitorino Freire no processo que corre no Supremo Tribunal Federal no qual é réu.

A Federação PP/União tem pela frente o desafio de apoiar o projeto de candidatura do ministro André Fufuca ao Senado e a busca da reeleição de Pedro Lucas Fernandes, Juscelino Filho e Amanda Gentil para a Câmara Federal. Nesse desenho, segundo uma fonte do PP, cabe mais um candidato a deputado federal, caso André Fufuca confirme ingresso na corrida por um mandato de senador. O projeto da Federação é, portanto, manter as três cadeiras maranhenses, podendo ampliar para quatro com a eventual candidatura do suplente Allan Garcês (PP), atualmente ocupando a cadeira de André Fufuca.

O foco central da federação no Maranhão é manter sua participação na aliança partidária que dá suporte ao governador Carlos Brandão, participando efetivamente do Governo. O PP já tem representantes no Governo indicado pelo ministro André Fufuca, tendo ampliado sua cota recentemente com a nomeação do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PP), para a Secretaria de Estado da Agricultura, por indicação da deputada federal Amanda Gentil. O União Brasil também tem representantes no Governo estadual por indicação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes. O deputado federal Juscelino Filho, por sua vez, vem fazendo uma oposição light, por causa da divisão do seu grupo familiar, que tem como adversários a deputada estadual Andreia Rezende e o marido dela, ex-deputado Stênio Rezende, ambos do PSB, partido presidido pelo governador Carlos Brandão.

O fato é que atualmente com um ministro de Estado e quatro deputados federais, cinco deputados estaduais – quatro do PP e um do União Brasil – mais de 40 prefeitos, entre eles os de Imperatriz, Caxias e Santa Inês, por exemplo, e um pequeno exército de vereadores, a Federação PP/União nasceu com força para sentar à mesa na qual serão feitas as negociações que definirão a composição de chapas para as eleições do ano que vem.

Ao decidirem compartilhar o comando da Federação no Maranhão, com o aval dos seus colegas, André Fufuca e Pedro Lucas Fernandes usam a fórmula usada pelo comando nacional. Ali, o senador Ciro Nogueira fala em nome do PP, partido que já comanda nacionalmente, e Antonio Rueda representa o União Brasil, do qual é presidente nacional. Os dois dividirão a presidência da Federação PP/União até o ano que vem, quando, após ajustados todos os pontos mal resolvidos, elegerão um presidente. É o que deverá acontecer no Maranhão, depois que todas as decisões relacionadas às eleições de 2026 forem tomadas pelos quatro deputados federais.

O compartilhamento do comando estadual entre o ministro André Fufuca e o líder Pedro Lucas Fernandes é uma espécie de garantia de que a Federação PP/União falará a mesma linguagem em relação ao Governo do Estado, com o aval da deputada Amanda Gentil e o possível assentimento do deputado Juscelino Filho. Não há como ser diferente.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane reafirma candidatura à reeleição, para “fechar meu ciclo no Senado Federal”

Eliziane Gama quer novo mandato no Senado

“Minha proposta é continuar senadora. Não quero me perpetuar na política, mas espero ter um novo mandato para fechar meu ciclo no Senado Federal”. Foi o que declarou a senadora Eliziane Gama (PSD) ontem, em entrevista à Rádio Mirante, reafirmando o seu projeto de renovar seu mandato senatorial.

Dos pré-candidatos e prováveis pré-candidatos conhecidos até aqui – senador Weverton Rocha (PDT), candidato declarado à reeleição; o governador Carlos Brandão (PSB), que ainda não declarou ser pré-candidato; e o ministro André Fufuca (PP), que já não esconde a condição de pré-candidato -, a senadora Eliziane Gama é quem tem a situação mais diferenciada.

Ela pertence ao PSD, partido do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que lidera até aqui, com folga, as preferências do eleitorado para o Governo, mas que politicamente integra o grupo liderado pelo governador Carlos Brandão, com o projeto de ser candidata à reeleição na chapa do mandatário, que poderá ter como candidato a governador o vice-governador Felipe Camarão (PT).

Sobre a inusitada e complexa situação de pertencer a um partido que tem um candidato a governador líder nas pesquisas e querer ser candidata na chapa de outro candidato, a senadora deu a seguinte explicação:

“Sou do PSD e o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, me assegurou a oportunidade de buscar a reeleição. O Braide nunca se posicionou oficialmente se disputará a eleição de 2026, mas ele tem o respeito e respaldo do partido e está fazendo um excelente trabalho em São Luís, com excelente aprovação da população. Integro o grupo político do governador Brandão e tenho muita convicção na unidade desse grupo. Espero que o governador seja candidato ao Senado junto comigo e que o vice-governador seja o candidato ao Governo do Maranhão em 2026”.

Só que sendo candidata numa chapa liderada pelo prefeito Eduardo Braide, ela será candidata ao Senado sem escolher a vaga. Já se entrar na aliança governista, terá de disputar a condição de parceira do governador na mesma chapa com o ministro André Fufuca, que tem trabalhado nessa direção.

Trata-se de uma equação que só depende da senadora para ser resolvida.

Braide opera sem pressa para montar lastro político para se candidatar ao Governo

Eduardo Braide: montando lastro

Ainda que não tenha dito até aqui uma só palavra sobre se será ou não candidato a governador, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) está se movimentando discretamente no sentido de formar um lastro político para dar sustentação ao projeto.

Além de alimentar a imagem que construiu no eleitorado da Capital e nos demais municípios da Ilha de Upaon Açu, que formam um exército de quase 900 mil eleitores, ele vem focando na Região Tocantina, procurando ali parceiros confiáveis.

Um deles é o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que andou cortejando o grupo que representa ali o governador Carlos Brandão (PSB), liderado pelo prefeito Rildo Amaral (PP). O fracasso do seu projeto de chegar à Prefeitura de Imperatriz, porém, deve leva-lo a se incorporar de vez ao projeto do prefeito de São Luís.

E o outro é a suplente de deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos), ainda que ela esteja divulgando a intenção de apoiar a candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), com quem tem conversado.

Tarimbado nesse tabuleiro de incertezas no que diz respeito a alianças, o prefeito Eduardo Braide vai montando suas peças sem pressa.

São Luís, 06 de Maio de 2025.

Em visita a Codó, Brandão avança na política de distensão para recompor a base governista

No clima de boa vontade em Codó, no lançamento
da pedra Fundamental da ponte sobre o Rio
Itapecuru, uma imagem emblemática: o
governador Carlos Brandão ao lado do deputado
Francisco Nagib e do prefeito Chiquinho da FC,
que usava um boné do Governo Brandão

A sexta-feira (2) foi um dia diferenciado na agenda de “entregas e anúncios” do governador Carlos Brandão (PSB). É que a maratona municipalista se deu em Codó, um dos maiores e mais importantes municípios maranhenses, governado por Chiquinho da FC, um poderoso empresário espantosamente filiado ao PT, juntamente com o filho, o deputado estadual Francisco Nagib, que é do PSB, partido do governador, mas que está situado num grupo de oposição na Assembleia Legislativa. Uma situação absolutamente inusitada, criada nas eleições municipais de 2024, porque o Palácio dos Leões apoiou a candidatura do então prefeito, José Francisco (PSDB), à reeleição. A eleição do neopetista Chiquinho da FC resultou no seu afastamento da aliança governista. A presença do governador em Codó, na sexta-feira, e o ambiente amistoso com que foi recebido, sinalizaram com clareza que, se não foram cortadas, as arestas que separam os dois grupos estão com os seus dias contados.

Por mais complexa que seja a situação, a reaproximação do grupo dominante de Codó com a aliança governista faz todo sentido. Começa com o fato de que o prefeito Chiquinho da FC é do PT, partido que é linha de frente na base governista e que tem como principal referência o vice-governador Felipe Camarão (PT), que, se as águas políticas correrem pelo leito natural, será o sucessor do governador Carlos Brandão, e nessa condição, candidato à reeleição em 2026, numa aliança em que o atual governador será candidato ao Senado. Por mais que alguns tentem explica-lo, o afastamento do prefeito de Codó e seu grupo do Palácio dos Leões não faz sentido algum.

Pelo que foi informado, partiu do governador Carlos Brandão a iniciativa de incluir Codó na sua agenda, com base no argumento de que o município, por sua posição geopolítica e econômica, é muito maior e mais importante do que as diferenças que separavam Governo e Prefeitura. Tanto que ali, ao lado do prefeito Chiquinho da FC e do deputado estadual Francisco Nagib, em clima de total descontração, o governador Carlos Brandão reinaugurou o Parque Ambiental Trizidela, uma área de lazer e esporte importante para o município, e lançou a pedra fundamental da construção de uma ponte sobre o rio Itapecuru, que interligará o município com a MA-026, um investimento de R$ 51 milhões.

O clima de boa vontade recíproca chegou ao ponto de que, ao anunciar a construção da ponte, destacando os seus benefícios para Codó e para a região, o governador Carlos Brandão ouviu do prefeito Chiquinho da FC, que usava boné com a marca do Governo estadual, a seguinte declaração: “O governador vai ficar marcado na história de Codó. Nosso agradecimento em nome dos 117 mil habitantes da cidade. Serei eternamente grato por essa grande obra, que não é de 1 milhão, mas de mais de 50 milhões de reais. Um verdadeiro presente para a sociedade codoense”.

A visita do governador Carlos Brandão não sela de vez a reintegração do prefeito Chiquinho da FC e do deputado Francisco Nagib à base governista, mas ninguém duvida de que foi um passo gigantesco nessa direção e que a conclusão do processo só dependerá da boa vontade dos dois grupos. E nesse contexto o vice-governador Felipe Camarão, que tem relação plena com as lideranças codoenses, terá papel decisivo na costura que levará ao fim todas as divergências, segundo a previsão de uma fonte com trânsito no Palácio dos Leões.

A visita a Codó foi emblemática, pois com esse movimento, o governador Carlos Brandão entra de vez na linha da conciliação, atuando para trazer de volta a plenitude da aliança governista. E com a vantagem de que está encontrando nos dissidentes sinais claros de boa vontade com a reconciliação, como foi o caso do prefeito Chiquinho da FC, que poderá incluir o Palácio dos Leões no seu roteiro entre Codó e Brasília.

PONTO & CONTRAPONTO

Governador avisa que vai entregar o bastão para a “pessoa certa”, mas só decidirá no ano que vem

Carlos Brandão em Governador Luiz Rocha: eleições só no ano que vem

Na mesma sexta-feira em que visitou Codó e abriu caminho para uma relação institucional e – quem sabe? – política, com o prefeito neopetista Chiquinho da FC, o governador Carlos Brandão (PSB) visitou também Governador Luiz Rocha. Só que ali, onde também entregou e anunciou obras, numa festa promovida pelo prefeito José Orlanildo (PSDB), o governador mandou um recado direito e sem rodeios à classe política, especialmente os segmentos que o pressionam para definir candidaturas a 17 meses das eleições.

 – O que o povo tá querendo saber agora é de obra. O povo não tá querendo saber de eleição agora. Eleição é em 26 – disparou Carlos Brandão, em tom firme e enfático.

Ele avisou que no momento oportuno reunirá prefeitos e vereadores para conversar sobre eleições e candidaturas. E mandou outro recado, igualmente claro, especificamente sobre candidatura à sua sucessão. Sem sinalizar se será candidato ao Senado ou cumprirá o mandato até o fim, o governador apertou mais uma vez o seu gatilho verbal:  

– A gente precisa eleger alguém que dê continuidade ao nosso trabalho. O Maranhão não pode retroceder, tem que continuar avançando. Tem algumas coisas que não vai dar tempo de eu inaugurar. É muito importante a gente entregar para a pessoa certa, a pessoa que realmente possa conduzir e dar continuidade. Estou muito tranquilo, em 2026 a gente reúne, senta e vê qual destino melhor para o nosso estado.

E sem soltar qualquer pista sobre se já tem essa pessoa, Carlos Brandão reafirmou que eleições e corrida sucessória, só no ano que vem.

Firme na Sintra, Bandeira encara aumento no volume de obras

Aparício Bandeira: trabalho
dobrado na Sinfra

Quem apostou na saída do engenheiro e ex-prefeito de Vitorino Freire, Aparício Bandeira, do comando da importante Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), perdeu feio. Ele está mais firme do que nunca à frente da máquina mais poderosa da engrenagem movida pelo Governo do Estado.

No final do ano passado, por volta de novembro, correu rumor de que o comandante da Sinfra estaria na iminência de deixar o cargo. O tempo passou, Aparício Bandeira continuou trabalhando de sol a sol, e ninguém mais falou no assunto. Se houve alguma coisa nesse sentido, ela foi resolvida sem alarde.

O fato é que Aparício Bandeira vem dobrando a sua jornada de trabalho com o volume de obras físicas que o governador Carlos Brandão vem anunciando em todo o estado e que pretende entregar até abril do ano que vem, quando, tudo indica, renunciará para se candidatar ao Senado. A ponte sobre o rio Itapecuru, anunciada sexta-feira em Codó, é um exemplo de item dessa agenda desafiadora.

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Em Tempo: A Coluna alcança hoje, orgulhosamente, um número emblemático: 3030 edições.

São Luís, 04 de Maio de 2025.

Comando da Federação PP/UB no MA sairá de um acerto entre André Fufuca, Pedro Lucas e Juscelino Filho

André Fufuca, Pedro Lucas Fernandes e Juscelino
Filho farão acordo pelo comando
da Federação PP/UB no Maranhão

Por conta das muitas correntes que abriga e das diferenças que tem o desafio de superar, a recém fundada Federação PP/UB, que reúne os partidos Progressistas e União Brasil, decidiu iniciar sua existência dividindo o poder com dois presidentes, o senador Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (UB), que farão uma gestão compartilhada até que, ajustados os procedimentos e alinhada a convivência, o novo mamute partidário possa eleger um presidente. Antes, porém, terá de resolver as gestões estaduais, devendo já escolher presidente para cada estado. No Maranhão, a Federação PP/UB tem três deputados federais – André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte; Pedro Lucas Fernandes (UB), atual líder do partido na Câmara Federal; e Juscelino Filho (UB), ex-ministro das Comunicações. Não há sinalização ainda a respeito de como os três vão alinhavar a relação, que deve resultar na escolha de um deles para comandar a Federação, que nasceu para defender também os interesses de cinco deputados estaduais, 46 prefeitos e um grande número de vereadores, e terá peso nas montagens para as eleições de 2026.  

Difícil imaginar que licenciado para comandar o Ministério do Esporte, tendo sua vaga ocupada pelo suplente bolsonarista Allan Garcês, o deputado André Fufuca tenha condições de assumir a direção do braço maranhense da Federação PP/UB. Principalmente se levado em conta o fato de que ele trabalha com o desafio de viabilizar sua candidatura ao Senado. O problema é que dentro da Federação existem vozes que estão cobrando a saída do PP e do UB da base de apoio do Governo Lula da Silva (PT), começando pela entrega dos ministérios, entre eles o do Esporte, em que André Fufuca é membro destacado da ala que não concorda com a entrega dos ministérios, defendendo a permanência dos atuais ministros do PP e UB. Se vier a deixar o ministério, o que é improvável, poderá vir a comandar a Federação no Maranhão.

Por sua vez, mesmo sabendo que o comando estadual da Federação é muito importante, o deputado Pedro Lucas Fernandes não sinaliza qualquer interesse em assumir o comando da entidade partidária no estado. Para ele, o mais importante é permanecer na liderança do UB na Câmara Federal, onde comanda uma enorme massa de poder, influenciando até sobre bolada milionária de emendas cujos destinos dependem da decisão dos líderes de bancada. Mesmo não havendo ainda uma negativa categórica sobre o assunto, é lógico e lícito supor que o deputado Pedro Lucas Fernandes não abrirá mão do poder que tem hoje em Brasília para assumir o comando do braço estadual da Federação no Maranhão.

Por fim, mesmo com todos os indícios apontando na sua direção, o deputado Juscelino Filho enfrenta dificuldades para assumir o comando da Federação PP/UB no estado, se isso for do seu interesse. E a explicação é simples, começando pelo fato de que, ao contrário de André Fufuca e Pedro Lucas Fernandes, que são alinhados do governador Carlos Brandão (PSB), Juscelino Filho milita em campo adversário ao governador Carlos Brandão, ainda que não seja um oposicionista declarado. Além do mais, se vier a apoiar o governador ao Senado, em chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), Juscelino Filho terá de optar para a segunda vaga entre André Fufuca, que é da Federação, e o senador Weverton Rocha (PDT), de quem é politicamente próximo. Em resumo, não será fácil para o ex-ministro das Comunicações comandar a Federação PP/UB no Maranhão.

Como é sabido, a política comporta os mais surpreendentes arranjos, e não há dúvida de que os chefes e articuladores da Federação PP/UB encontrarão um meio-termo para resolver o comando do gigante partidário no Maranhão. Mas essa fórmula terá de ser o resultado de um acordo feito entre André Fufuca, Pedro Luca Fernandes e o próprio Juscelino Filho.

PONTO & CONTRAPONTO

Saída de Lupi reduz a influência de Weverton Rocha no Ministério da Previdência

Com saída de Lupi, Weverton tem
poder reduzido na Previdência

O senador Weverton Rocha (PDT) trabalhou duramente nas últimas 72 horas nos bastidores do poder em Brasília. Primeiro na inglória tentativa de segurar o presidente nacional do seu partido, Carlos Lupi, no comando do Ministério da Previdência. E depois, diante da impossibilidade da permanência de Carlos Lupi no cargo, tentar emplacar um aliado como substituto.

O senador perdeu na primeira tentativa, uma vez que Carlos Lupi não segurou a onda e foi mandado para casa. E no caso da escolha do substituto, Wolney Queiroz, que foi deputado federal várias vezes pelo PDT, era secretário-geral do Ministério da Previdência e foi promovido. Não era exatamente a preferência do senador, maranhense, mas diante da gravidade do escândalo e do risco de o PDT sair chumascado no caso, ele preferiu apoiar a escolha do presidente Lula da Silva (PT).

Do alto do seu cacife como senador e do poder de fogo como líder da bancada do PDT no Senado, Weverton Rocha continuará influente no Ministério da Previdência, mas sem o espaço que tinha com o ministro Carlos Lupi.

Deputado ligado à pesca pode ter recebido milhões da fraude no INSS

Edson Araújo sob suspeita

Como estava escrito nas estrelas, o escândalo da fraude dos descontos milionários de dinheiro de aposentados por meio de entidades corporativas criminosas, chegou ao fumacento e suspeitíssimo universo das colônias de pescadores do Maranhão.

O deputado estadual Edson Araújo (PSB) foi citado na investigação da Polícia Federal como suposto beneficiário de R$ 5,4 milhões oriundos da ação criminosa. Segundo o site de notícia Metrópoles, essa bolada teria chegado às contas do parlamentar no período de maio de 2023 a maio de 2024, por meio da Colônia de Pescadores do Estado do Maranhão.

O dinheiro foi repassado à Colônia pela Confederação Brasileira de Trabalhadores na Pesca e Aquicultura, que arrancou nada menos que R$ 99 milhões das contas de pescadores aposentados do INS, repassando parte dessa dinheirama a braços estaduais, como a Colônia de Pescadores do Maranhão controlada por Edson Araújo.

Como é sabido, Edson Araújo é um dos manda-chuva do setor pesqueiro, o que lhe assegura milhares de votos a cada eleição. Ele tem o controle de inúmeras associações e sindicatos que abrigam milhares e milhares de pescadores – muitos deles nunca sequer viram um anzol ou uma rede de pesca na vida.

Em Tempo: a revelação feita pelo Metrópoles sobre o suposto recebimento de milhões por Edson Araújo no escândalo do INSS causa incômodo ao ao PSB e ao Palácio dos Leões, uma vez que ele é secretário de Estado.

São Luís, 03 de Maio de 2025.

Se confirmar rompimento com Governo, PL ampliará oposição na Assembleia Legislativa

Josimar de Maranhãozinho sinalizou rompimento
usando Fabiana Vilar como porta-voz do PL

Se o rompimento do PL, controlado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, com o governador Carlos Brandão (PSB), for fato consumado, como noticiaram ontem a jornalista Carla Lima, na TV Mirante, e parte da blogosfera, situações imprevistas poderão ocorrer na Assembleia Legislativa, onde o desenho da relação situação/oposição será alterado, pelo menos formalmente. Nesse novo ambiente, os seis deputados do PL – Fabiana Vilar, Cláudio Cunha, Aluízio Santos, João Batista Segundo, Solange Almeida e Pará Figueiredo – se somarão aos sete parlamentares já situados na oposição – Fernando Braide (PSD), Othelino Neto (Solidariedade), Francisco Nagib (PSB), Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Ricardo Rios (PCdoB) – formando uma frente com 13 deputados no campo da oposição ao Governo no parlamento estadual, que é composto por 42 parlamentares. Esse novo desenho deverá levar o governador Carlos Brandão a refazer as suas contas e redefinir suas estratégias na convivência com o Poder Legislativo.

O posicionamento duro da deputada Fabiana Vilar, que representa o comando do PL na bancada estadual, em relação à influência do deputado já cassado Hemetério Weba (PP) em hospital do interior. Ele cobrou com veemência que a Assembleia Legislativa encerre o mandato de Hemetério Weba e convoque a suplente Helena Duailibe (PL) para a vaga. O tom do discurso da deputada do PL no caso do hospital foi de insatisfação com o Governo, o que reforça a informação sobre o ainda suposto rompimento. Antes disso, a bancada do PL se posicionou na contramão do Governo estadual na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, em novembro do ano passado. Os cinco votos do partido foram decisivos para o resultado de 21 a 21, tendo o pleito sido vencido pela presidente Iracema Vale (PSB) pelo critério da maior idade.

Nesse contexto, vale também observar que não será fácil para o comando do PL induzir os seus deputados estaduais a assumir postura oposicionista em relação ao Governo do Estado. É difícil, por exemplo, supor que o deputado Aluízio Santos, marido da prefeita Belezinha (PL), de Chapadinha, se posicione abertamente contra o governador Carlos Brandão. O mesmo se pode dizer em relação ao deputado Batista Segundo, que foi segundo na corrida à Prefeitura de Pinheiro, e que quando assumiu como titular na vaga aberta por Juscelino Marreca (PRD), atual prefeito de Santa Luzia, declarou apoio total ao governador Carlos Brandão. Mais difícil ainda é imaginar postura antigovernista no Pará Figueiredo, cuja permanência na Assembleia Legislativa depende exclusivamente da boa vontade do Palácio dos Leões.

A regra básica da existência de qualquer Governo é ampliar ao máximo a sua base de apoio e evitar a formação de uma oposição forte. O governador Carlos Brandão é pragmático o suficiente para manter Josimar de Maranhãozinho e seu grupo no seu ciclo de relações. Isso porque, mesmo se tratando de um grupo político controverso, que se movimenta sob pressão de diversas denúncias de corrupção, o braço maranhense do PL, controlado com mão de ferro por Josimar de Maranhãozinho é muito maior e mais poderoso do que os seus seis representantes no parlamento estadual. O partido é formado por quatro deputados federais, que atuam via de regra em sintonia, 40 prefeitos eleitos em 2024 e uma penca de cerca de três centenas de vereadores, segundo os cálculos de um dos chefes do partido. Ou seja, uma força política nada desprezível.

O governador Carlos Brandão conhece esse xadrez político e sabe o caminho para evitar um rompimento. Afinal, além da tranquilidade do seu Governo na relação com o Poder Legislativo, ele tem alinhavado o projeto de se tornar senador da República e não faz muito sentido abrir mão de um aliado como o PL, que tem influência em nichos importantes do eleitorado. A animosidade da deputada Fabiana Vilar – que, vale lembrar, foi secretária de Agricultura no primeiro Governo Flávio Dino – pode ser aplacada com um bom acordo de governança, que garanta ao grupo representado pela deputada o espaço de poder que ele reivindica.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão afina relação com a Federação PP/União

Antonio Rueda e Carlos Brandão: “Boa conversa”

Traquejado no jogo político, sabendo como se movimentam as forças políticas do país nesse momento, o governador Carlos Brandão (PSD) não perdeu tempo e, passando por Brasília, visitou Antonio Rueda, um dos chefes da Federação PP/União Brasil, formalizada há poucos dias. Com a sua vivência, Carlos Brandão sabe o novo grupamento partidário que pode mexer profundamente com o tabuleiro da política nacional, com reflexos na esfera estadual.

No caso do Maranhão, a Federação PP/União Brasil tem peso nada desprezível: os deputados federais André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes (União) e Juscelino Filho (União).  E com o diferencial de que o primeiro é ministro do Esporte e quadro influente da cúpula nacional do PP; o segundo é o atual líder do União Brasil na Câmara Federal, e o terceiro acabou de deixar o Ministério das Comunicações, com força na cúpula do União Brasil.

André Fufuca, que é pré-candidato ao Senado, tem relação estreita com o governador Carlos Brandão, sendo inclusive apontado como provável parceiro dele numa dobradinha para o Senado. Pedro Lucas Fernandes também cultiva boa e sólida relação com o Palácio dos Leões. Juscelino Filho não integra a base de apoio do Governo, mas também não é um opositor agressivo. Ao contrário, tem pregado o lançamento de uma chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT) para o Governo e o governador Carlos Brandão para o Senado.

Na conversa com Antonio Rueda, que preside o União Brasil e divide o comando da Federação com o senador piauiense Ciro Nogueira, comandante do PP, o governador Carlos Brandão atualizou a relação com a nova potência partidária.

Paulo Victor atua para ter Beto Castro como sucessor

Beto Castro tem o apoio de Paulo Victor

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), caminha para consumar o seu projeto de fazer o seu sucessor. Ele é pré-candidato à Assembleia Legislativa e pretende passar o bastão ao colega e atual 2º vice-presidente, vereador Beto Castro (Avante).

O aspirante a presidente do parlamento ludovicense já está em campanha aberta e, até aqui, obteve a declaração aberta de voto de sete colegas. O último a fazê-lo foi Otávio Soeiro (PSB), que na sessão de quarta-feira (30/04) ocupou a tribuna para fazer a declaração de apoio.

A Câmara de São Luís tem 31 vereadores. O candidato Beto Castro sai na frente com oito votos – incluindo o dele próprio. O seu provável adversário, vereador Marquinhos (União Brasil), que lançou sua candidatura em fevereiro, não recebeu até aqui nenhuma intenção de voto. O mesmo aconteceu com a atual 1ª vice-presidente, vereadora Concita Pinto (PSB), que até aqui fez apenas uma discreta declaração manifestando a intenção de se candidatar, mas que não foi em frente até agora.

É claro que alguma água ainda vai rolar por sob essa ponte, mas pelo que está sendo desenhado, não será em volume suficiente para reverter o que está decidido até aqui.

São Luís, 02 de Maio de 2025.

Nomeado vice-líder do Governo, Jerry amplia espaço da bancada maranhense na Câmara Federal

Márcio Jerry, Pedro Lucas Fernandes, Rubens Júnior
e André Fufuca: destaques na bancada federal

A nomeação do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) para o posto de vice-líder do Governo manteve o espaço diferenciado de quatro integrantes da bancada maranhense na Câmara Federal. Ali já pontificam os deputados Pedro Lucas Fernandes, que assumiu há pouco a liderança da bancada do União Brasil; Rubens Jr. (PT), que é vice-líder do PT e um dos mais atuantes membros da bancada petista; e André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Há tempos a representação maranhense na Câmara Baixa não tinha um número tão expressivo de parlamentares em postos importantes no Congresso Nacional, onde o senador Weverton Rocha ocupa a liderança do PDT na Casa.

Publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União, a nomeação do deputado Márcio Jerry para vice-líder do Governo tem dois vieses. O primeiro é uma manifestação de reconhecimento do presidente Lula da Silva (PT) ao trabalho que o parlamentar vem realizando na defesa dos projetos e da imagem do Governo como líder da bancada do PCdoB. E o outro é o fato de ser Márcio Jerry um político de larga experiência nesse meio de campo, desde sua intensa atuação como líder estudantil, passando pelo assessoramento direto do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., entre 2012 e 2014, e o comando da campanha de Flávio Dino em 2014, e a direção das áreas de Comunicação Social, Articulação Política e Cidades no primeiro Governo dinista.

Eleito deputado federal em 2018, Márcio Jerry foi voz intensa e dura como opositor do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), conseguiu a reeleição em 2022 e passou a ser um dos esteios da bancada governista na Câmara Federal, com forte atuação no plenário e nas comissões da Câmara Federal. Ao nomeá-lo vice-líder do Governo, o presidente Lulas da Silva, que o tem como aliado fiel e da linha de frente, sinaliza claramente que o quer como um dos articuladores da base governista, e também como quadro talhado para o enfrentamento com a oposição.

– Recebo com responsabilidade essa missão (…). Vamos seguir firmes na construção de consensos e no diálogo democrático com todas as bancadas – declarou o parlamentar ao comentar a nomeação. Ele, que já foi líder do PCdoB, sabe exatamente o que deve fazer como vice-líder, que é substituir eventualmente o líder e ajuda-lo na articulação com outras bancadas e no diálogo – sempre muito difícil – com a oposição, principalmente em relação a temas que marcam as diferenças políticas e ideológicas.  

A rigor, como vice-líder o deputado Márcio Jerry vai dar continuidade, agora com mais intensidade e abrangência, ao trabalho que já vem realizando como integrante da base governista, que por ser minoritária, enfrenta enormes desafios para viabilizar os pleitos propostos pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. A isso se soma o fato de que um bom desempenho na vice-liderança pode ser decisivo para o seu projeto de reeleição em 2026.

Nesse trabalho, Márcio Jerry poderá, em algum momento, enfrentar o líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas Fernandes, que abriu mão do Ministério das Comunicações para continuar na liderança do União Brasil, agora federado com o PP e que tende a se portar como oposição. E nessa atividade, o vice-líder terá a parceria de outro vice-líder governista, o deputado petista Rubens Jr., que vem sendo apontado pela sua competência parlamentar e o seu preparo técnico, fruto da sua sólida formação na área do Direito. Terá como aliado o ministro do Esporte André Fufuca, que pertence à ala da Federação PP/União Brasil identificada com o Governo e pretende permanecer no ministério até em 2025.

A atuação destacada dos quatro parlamentares não pode ser considerada como exceção. Afinal, a bancada maranhense na Câmara Federal conta com outros quadros diferenciados, como os deputados Duarte Jr. (PSB), que preside a comissão que cuida dos interesses de pessoas com deficiência, o deputado Hildo Rocha (MDB), conhecido pela sua produção legislativa, e o deputado Aluísio Mendes (Republicanos), pela sua forte atuação na seara oposicionista.

PONTO & CONTRAPONTO       

Yglésio Moises se lança ao Senado, mas sua meta verdadeira é não ficar sem mandato

Yglésio Moises: pré-candidato
a senador em 2026

Não surpreendeu o anúncio do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) se lançando pré-candidato ao Senado em 2026, na esteira dos números de uma pesquisa sobre a corrida senatorial feita nos quatro municípios de Upaon Açu, na qual ele aparece entre os cinco mais votados, alcançando até 20 pontos percentuais numa das quatro simulações em que foi incluído.

Um dos políticos mais inteligentes, ativos e controversos na sua geração, que nasceu no centro-esquerda como militante do PDT, Yglésio Moises, que está no segundo mandato, vem protagonizando a mais impressionante migração político-ideológica, deixando a seara esquerdista para se tornar um militante infatigável da direita radical, integrante destacado da corrente bolsonarista.

E nessa toada se tornou um crítico feroz do Supremo Tribunal Federal, partidário enfático da interpretação de que o 8 de janeiro de 2023 foi coisa de vândalos infiltrados e defendendo a mais pura inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de estado, que para ele é apenas uma invenção da esquerda.

É com esse perfil que ele se lança pré-candidato ao Senado, atuando para ser escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como o representante maior do bolsonarismo no Maranhão, rivalizando com o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que é candidato a governador, mas pode disputar a senatória.

Ele sabe que entre numa disputa com pouquíssimas chances de sucesso, à medida que na corrida às duas vagas de senador estão o governador Carlos Brandão, os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), o ministro do Esporte André Fufuca (PP) e o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza).

Nesse contexto, uma verdade se impõe: o que realmente o deputado Yglésio Moises não quer é ficar sem mandato.

Braide mantém silêncio obstinado sobre pesquisas e corrida aos Leões

Eduardo Braide

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) tem no silêncio sobre seus próximos passos políticos uma das melhores e mais eficientes ferramentas da sua bem-sucedida carreira política. A atitude de se manter calado até onde a conveniência determina, independentemente do que está acontecendo à sua volta, chega a ser extremada.

Ele não deu uma palavra sequer sobre as oito pesquisas divulgadas nos últimos seis meses dando conta da sua indiscutível liderança nas preferências do eleitorado em relação à corrida ao Governo do Estado.

Nem o levantamento mais recente, do instituto Prever, sobre as tendências do eleitorado da Ilha de Upaon Açu, que o apontou com 74% das intenções de voto, nada menos que 67 pontos percentuais à frente do vice-governador Felipe Camarão, que recebeu sete pontos percentuais, o animou a comentar o cenário da corrida sucessória.

Há quem aposte que o prefeito de São Luís é candidato já decidido, mas que só falará sobre o assunto a partir de janeiro do ano que vem.

Em Tempo: a Coluna se congratula com todos os trabalhadores do Brasil, em especial os maranhenses.

São Luís, 1º de Maio de 2025.