Arquivos mensais: fevereiro 2022

Pesquisas mostram situações e desafios para os pré-candidatos a governador

 

Carlos Brandão avança e ameaça a liderança de Weverton Rocha

As pesquisas Exata e DataIlha divulgadas nesta semana com números que mostram as preferências do eleitorado em relação aos pré-candidatos ao Governo do Estado trouxeram informações cruciais para definir os próximos passos dos aspirantes. Uma delas foi a liderança estagnada do senador Weverton Rocha (PDT), que vem se mantendo há meses no mesmo patamar, e o crescimento do vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB), que já ameaça a posição do líder pedetista. Outra foi o enrosco do senador Roberto Rocha (sem partido), do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e do prefeito Lahesio Bonfim (Agir36) no campo intermediário. E a terceira e decisiva: os elevados percentuais de eleitores que não votariam em nenhum desses pré-candidatos e dos que não souberam ou não quiseram responder. Os desdobramentos dessas três informações serão trazidos à tona, mas próximas pesquisas e podem definir o desfecho da corrida ao Palácio dos Leões.

O primeiro ponto não surpreendeu os observadores mais atentos. As pesquisas feitas antes da batida de martelo sobre o candidato da base governista apontavam o senador Weverton Rocha na liderança com uma folga razoável, mostravam também um crescimento modesto, mas consistente, do vice-governador Carlos Brandão. Esses dados indicavam que haveria uma mudança de ritmo no movimento dos dois candidatos tão logo o governador Flávio Dino (PSB) batesse o martelo quanto a sua preferência. A escolha do vice-governador Carlos Brandão e a decisão do senador Weverton Rocha de manter seu projeto de candidatura virou o jogo, com o estancamento do pré-candidato pedetista e o crescimento mais acentuado do vice-governador. Os números das pesquisas Exata e DataIlha indicam com clareza que Carlos Brandão já briga pela liderança, obrigando Weverton Rocha a fazer ajustes decisivos na sua estratégia de campanha.

As duas pesquisas apontaram com nitidez indiscutível a formação de um bloco intermediário pelos pré-candidatos Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (Agir36), que não ameaçam fortemente os dois líderes e se afastam do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Esse bloco chama a atenção pela participação do senador Roberto Rocha, que não tem partido e vem sendo incluído nas pesquisas sem ter dito até agora se será candidato. Ao mesmo tempo, parece consolidar a tendência de estagnação da candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., que tem feito uma campanha sem muita expressão e sem sinalizar com ênfase sobre onde quer chegar. E, finalmente, a arrojada caminhada do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que vem contrariando a lógica com um bom desempenho. As duas pesquisas identificaram o bloco, mas não foram suficientes para indicar com alguma certeza qual dos três terá gás suficiente para dar o maior passo à frente.

E o terceiro é o elevado número de indecisos para uma sondagem envolvendo sete pré-candidatos, um indicador mais preciso de que a guerra está começando agora para valer. A pesquisa Exata encontrou 20% de eleitores que pretendem anular o voto ou não souberam ou não quiseram responder. Já a pesquisa DataIlha foi mais longe, encontrando nada menos que 40% desses eleitores. O elevado número de indecisos nesse momento dá aos pré-candidatos um bom motivo para apostar mais alto nos seus projetos e tentar uma virada de mesa. O problema é que, na maioria das vezes, a maior fatia desses eleitores acaba optando pelo candidato mais viável, posição que está agora sendo disputada pelo senador Weverton Rocha e pelo vice-governador Carlos Brandão.

Pelo arrojo que caracteriza sua ação política é lógico que o senador Weverton Rocha não vai cruzar os braços diante da ameaça que cresce na direção da sua liderança. Ao mesmo tempo, dificilmente o vice-governador Carlos Brandão vai tirar o pé do acelerador diante da possibilidade visível de tomar a ponta. Em relação aos intermediários, trata-se de uma peleja que só terá desfecho se o senador Roberto Rocha a entrar efetivamente na disputa, antes que seja muito tarde. E o desafio de todos os pré-candidatos só será vencido por aquele que conseguir atrair os indecisos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula dispara na preferência dos maranhenses

Lula da Silva tem o dobro das intenções de voto de Jair Bolsonaro no Maranhão

A pesquisa DataIlha mostrou que nada mudou em relação à corrida presidencial no Maranhão. Os números mostram que o ex-presidente Lula da Silva (PT) vence de goleada todos os interessados no Palácio do Planalto, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e também o seu maior desafeto, o ex-juiz-chefe da Lava Jato, Sérgio Moro (Podemos), que o mandou para a prisão.  Também questionou os eleitores sobre a preferência para presidência, caso as eleições fossem hoje. Se a eleição fosse hoje, Lula da Silva teria 49,8% das intenções de votos. Em segundo lugar, o presidente Jair Bolsonaro, com 25,7%, que amarga uma tendência de queda. Seguem o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), com 7,3%, o ex-juiz Sergio Moro, com 4,7%, e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), com apenas 1%. Não votariam em nenhum, ficou com O levantamento mostrou ainda que 7,3% não votariam em nenhum deles, e que 4,4% não souberam ou não quiseram responder. É uma situação praticamente consolidada, que dificilmente sofrerá alteração significativa.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha foi realizada entre os dias 8 e 11 de fevereiro, ouviu dois mil eleitores, tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o número 00422/2022.

 

Faltou um aspirante a deputado federal

Jefferson Portela 

A Coluna cometeu uma falha na edição de ontem ao não incluir o ex-secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela (PDT), na relação dos integrantes da equipe do governador Flávio Dino (PSB) que se preparam para disputar cadeiras na Câmara Federal. Ele foi um dos quadros mais ativos e produtivos do atual Governo, deputa de ter atuado também no mesmo cargo no Governo Jackson Lago (PDT), entre 2007 e 2009.

Politicamente, Jefferson Portela surpreendeu ao deixar o PCdoB, ao qual foi filiado por vários anos, para migrar para o PDT. Antes da mudança, alguns observadores acreditavam que ele se filiaria ao PSB, mas ele decidiu ficar exatamente na contramão do governador Flávio Dino ao se alinhar ao projeto do senador Weverton Rocha.

São Luís, 17 de Fevereiro de 2022.

 

Entrada de Roseana Sarney e de ex-secretários endurece mais a disputa para a Câmara Federal

 

Plenário da Câmara Federal: cadeiras muito disputadas para a bancada do MA

A saída da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) do campo de batalha onde se movimentam os pré-candidatos ao Palácio dos Leões acrescentou um dado de muito peso na corrida às 18 cadeiras da Câmara Federal. Em pelo menos três edições nos últimos seis meses, a Coluna tematizou essa que, na avaliação de muitos, será a mais dura, complexa e acirrada disputa eleitoral desse ano no Maranhão. Primeiro pela importância que o mandato de deputado federal ganhou com os novos ajustes nas regras que definem o papel e o formato do Poder Legislativo, e no caso específico do Maranhão, pelo peso político e eleitoral dos envolvidos nessa guerra pelo voto. Essa avaliação inclui os atuais deputados federais que buscarão a reeleição e figuras de proa da política estadual, como a ex-governadora, ex-prefeitos, ex-candidato a governador, secretários de Estado com o prestígio nas alturas, empresários consolidados que querem dar novo sentido à vida e deputados estaduais decididos a dar um passo gigantesco à frente.

Contas feitas por várias fontes mostram que a entrada de Roseana Sarney dá a essa disputa volume impressionante. Não se discute que parte dos atuais deputados federais reúne cacife eleitoral para pleitear a reeleição, a exemplo de Josimar de Maranhãozinho (PL), campeão de votos na eleição passada, Márcio Jerry (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Rubens Jr. (PCdoB), André Fufuca (PP), Edilázio Jr. (PSD), Juscelino Filho (União Brasil), Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), João Marcelo (MDB), Aloísio Mendes (PSC) e Cléber Verde (Republicanos). Mas não há também muitas dúvidas relacionadas ao fato de que candidatos muito fortes podem desequilibrar a medição de força.

No plano dos que estão querendo entrar, pelo menos dois deputados estaduais têm gás para se mudar para Brasília, caso de Duarte Jr. (PSB), de cujo potencial eleitoral ninguém duvida. E Márcio Honaiser (PDT), ex-titular da pasta do desenvolvimento Social, dono de larga experiência e que parece convencido de que chegou a sua vez. A estes se juntam três secretários de Estado que se movimentam com a segurança de quem sabe o que está fazendo. É o caso, por exemplo, do titular da Educação, Felipe Camarão (PT), que antes se lançou pré-candidato a governador, Carlos Lula (PSB), que se credenciou como titular da Saúde, Clayton Noleto (PCdoB), homem forte da Infraestrutura no atual Governo, e Simplício Araújo (SD), que tenta ultrapassar a condição de suplente em busca de um mandato efetivo.

Nesse contexto, não há como não levar em conta, por exemplo, a candidatura do empresário, Lobão Filho (MDB), ex-suplente de senador, ex-candidato a governador, herdeiro do ex-governador e ex-senador Edison Lobão (MDB). Nem a jovem engenheira civil caxiense Amanda Gentil (Republicanos), filha e herdeira política do influente prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos). Não se pode também ignorar o poder de fogo do ex-vereador de São Luís, Roberto Rocha Filho, cuja eleição para a Câmara Federal seria prioridade para o pai, senador Roberto Rocha (sem partido), que ainda não definiu que mandato disputará, podendo ele próprio, numa hipótese remota, ser candidato. E nesse contexto vale observar o candidato que venha ser apoiado pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), que em 2018 foi o segundo mais votado para a Câmara Federal com mais de 180 mil votos.

Ainda que seja válido o argumento de que eleição proporcional é uma caixa de surpresa, muita gente está usando a margem de previsibilidade das disputas eleitorais, que é considerável, para fazer contas e tentar prever o resultado, ou pelo menos parte dele. A perspectiva mais comum é que de 10 a 12 deputados federais se reelegerão, o que significa abrir de seis a oito vagas para novos parlamentares. Há quem preveja que nessas eleições o número de novos será igual ou maior do que o de reeleito. O fato é que, com os candidatos que estão se apresentando, não há dúvidas de que o jogo será duro e com resultado imprevisível.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa DataIlha confirma tendência de crescimento de Carlos Brandão

Carlos Brandão lidera pesquisa espontânea na qual Flávio Dino é 3º  e Weverton Rocha é 4º 

Uma pesquisa espontânea, realizada pelo DataIlha e divulgada ontem pelo braço maranhense da Band, jogou mais lenha na fogueira da corrida ao Palácio dos Leões. Dos dois mil eleitores que responderam a indagação “Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para governador?”, 78% disse que não sabe. E dos que responderam afirmativamente, 5,4% disseram que votariam em Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), 4,5% votariam em Lahesio Bonfim (Agir36), 4,1 votariam em Flávio Dino (PSB), 3,5% votariam em Weverton Rocha (PDT), 2,0% em

Roseana Sarney (MDB), 1,4% em Josimar de Maranhãozinho (PL), 1,0% em Roberto Rocha (sem partido), 0,8% no candidato de Flávio Dino, 0,4% em Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e 0,4% em Eduardo Braide (Podemos). Outros nomes foram citados, mas com percentuais bem mais modestos.

Independentemente das discussões em torno do método usado pelo DataIlha, a pesquisa tem sólida base de sustentação, a começar pelo elevadíssimo número de eleitores que disseram não saber. Isso parece significar que o jogo vai mesmo começar agora, com o grupo de pré-candidatos definidos, incluindo o senador Roberto Rocha, que está em busca de um partido e estudando o melhor mandato a ser disputado.

Como indicou a pesquisa Exata, divulgada domingo por O Imparcial, a posição mais promissora no momento é a do vice-governador Carlos Brandão, sendo a menos confortável a do senador Weverton Rocha, que parece estagnada, carecendo de uma turbinada para ganhar força e movimento.

 

Movimentos e pesquisas ligaram sinal de alerta para Weverton e Edivaldo Jr.

Weverton Rocha e Edivaldo |Holanda Jr. sob forte alerta

Os últimos movimentos relacionados com a sucessão estadual acenderam um alerta amarelo flerte no comando da pré-campanha do senador Weverton Rocha (PDT) e no grupo que coordena a pré-campanha do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD).

No comando da pré-campanha de Weverton Rocha a preocupação é com a estagnação e tendência de queda sinalizada na pesquisa Exata, situação confirmada na pesquisa do DataIlha. Já em relação a Edivaldo Holanda Jr., a preocupação é que ele está correndo o risco de ser atropelado por Lahesio Bonfim (Agir36).

São Luís, 16 de Fevereiro de 2022.

Exata: Weverton lidera, mas Brandão avança, diminui diferença e se descola do segundo time

 

Weverton Rocha lidera seguido de Carlos Brandão isolados na frente. Roberto Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim, com Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo Enilton Rodrigues atrás na corrida ao Palácio dos Leões

Se a eleição para o Governo do Estado fosse agora, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB) disputariam um segundo turno. É esse o cenário encontrado pela pesquisa Exata, divulgada na edição de hoje do jornal O Imparcial e cujos números são os seguintes: Weverton Rocha tem 24% das intenções de voto, Carlos Brandão 17%, Roberto Rocha (sem partido) 13%, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) 10%, Lahesio Bonfim (Agir36) 9%, Josimar de Maranhãozinho (PL) 6%, Simplício Araújo (SD) 1% e Enilton Rodrigues (PSOL) não pontuou. O levantamento encontrou 8% que pretendem votar em branco ou anular o voto, e 12% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa Exata ouviu 1.413 eleitores em todo o estado, tem margem de erro de 3,3%, confiabilidade de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número 02686/22.

A pesquisa Exata não foi a melhor notícia para o senador Weverton Rocha, injetou ânimo no vice-governador Carlos Brandão, informou que o senador Roberto Rocha está vivo, alvejou o ex-prefeito Edivaldo Jr. com um jato de água natural, fez sorrir o prefeito Lahesio Bonfim, frustrou o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, manteve Simplício Araújo onde ele sempre esteva nessa corrida e avisou a Enilton Rodrigues que o eleitorado maranhense continua não querendo conversa com a esquerda tida como radical. E para o conjunto dos candidatos, a pesquisa do instituto Exata deu um aviso com apenas 12% de indecisos. O recado não poderia ser mais claro.

Líder na corrida, o senador Weverton Rocha enfrenta uma tendência de queda, sendo esse o pior percentual a ele atribuído em todas as pesquisas divulgadas até aqui. No contraponto, o vice-governador Carlos Brandão experimentou um crescimento modesto, mas firme, que não apenas o aproximou do líder, mas também o descolou do segundo time. Sete pontos separam os dois pré-candidatos, o que representa muito pouco numa corrida eleitoral que ainda tem sete meses e meio pela frente. Esse cenário revelou tendências claras e inequívocas na movimentação dos dois líderes: joga nos ombros do pré-candidato do PDT o desafio de estancar a sangria, corrigir o rumo e voltar a crescer, ao mesmo tempo em que injeta no pré-candidato do PSB doses generosas de ânimo para estimulá-lo a manter o ritmo de crescimento. Isso porque não há como fazer uma leitura diferente dos números, principalmente levando-se em conta os levantamentos anteriores.

No time intermediário o dado surpreendente é o que aponta o senador Roberto Rocha à frente do ex-prefeito Edivaldo Jr. e o prefeito Lahesio Bonfim ameaçando a posição dos dois. Os três estão embolados dentro da margem de erro, deixando para trás o deputado Josimar de Maranhãozinho, que parece preso ao patamar dos seis pontos percentuais, apesar da intensa pré-campanha que vem fazendo nas mais diferentes regiões do estado. Nesse patamar, chama a atenção o fato de o senador Roberto Rocha aparecer com 13 pontos percentuais de intenção de votos sem ter um partido e sem dizer se será ou não candidato a governador. Na mesma medida, surpreende a permanência do ex-prefeito de São Luís no mesmo degrau, enquanto o prefeito de São Pedro dos Crentes o alcança num empate quase integral.

O pré-candidato do Solidariedade mantém sua estratégia de fortalecer sua candidatura a deputado federal, uma vez que não há como enxergar sua caminhada até aqui por outra ótica. Com a não citação do pré-candidato do PSOL, a pesquisa repetiu o recado contundente de que o eleitorado não quer conversa com a chamada esquerda radical.

Como é visível, agora com o quadro de candidatos melhor definido, com o claro posicionamento político de cada um e sem a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), a pesquisa sugere que o cenário começa a ganhar contornos mais nítidos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar reafirma pré-candidatura ao Governo

Na entrevista que concedeu ontem à TV Mirante, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) reafirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, enfatizando que tem o apoio total do seu partido e que não pretende voltar atrás nesse projeto.

Com essa declaração, o parlamentar praticamente fechou as portas do PL ao senador Roberto Rocha, que deve decidir nos próximos dias o partido ao qual se filiará e o mandato que disputará nas eleições de outubro. Se Josimar de Maranhãozinho abrir as portas do partido ao senador, poderá assegurar-lhe a vaga de candidato ao senado, situação que Roberto Rocha dificilmente aceitará: não ter um partido sob o seu controle e ser obrigado a candidatar-se à reeleição por uma concessão do chefe do PL.

Josimar de Maranhãozinho surpreendeu ao deixar claro que não vincula o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões ao projeto de candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. E explicou: o projeto de candidatura dele a governador é anterior à entrada do presidente Jair Bolsonaro.

 

Derrubada de vetos sugere que Braide deve construir maioria na Câmara Municipal

Eduardo Braide 

Com a derrubada de dois vetos a projetos importantes por ele propostos, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) obteve ontem uma prova cabal de que precisa construir uma maioria sólida e confiável na Câmara Municipal. Os vetos derrubados alteraram expressivamente os projetos de lei Nº 345/21, que trata do Cartão Alimentação, e o projeto Nº338/21, que dispõe sobre a concessão de abono aos profissionais da rede de Educação Básica municipal. Está mais que claro que o prefeito de São Luís não conta com uma base de apoio sólida e consistente na Câmara Municipal, o que o obriga a montar maiorias eventuais para garantir a aprovação de projetos mais importantes. O clima de disputa pelo comando da Casa vem alimentando instabilidade no plenário do Palácio Pedro Neiva de Santana, colocando em risco a integridade dos projetos propostos pelo prefeito Eduardo Braide. A situação pode se agravar se o vereador Paulo Victor (PCdoB) vier a derrotar o vereador Gutemberg Araújo (PSC) na disputa pela presidência do Legislativo municipal. Pragmático e bom analista de contexto, o prefeito Eduardo Braide com certeza está estudando meios de alcançar maioria na Casa.

São Luís, 15 de Fevereiro de 2022.

Guerra sucessória: mudança na CCJ e reação governista instala crise que pode levar Assembleia ao impasse

 

Othelino Neto no centro do fogo cruzado entre Carlos Brandão e Weverton Rocha na sucessão estadual

Em meio à grande disputa pelo poder, que começa a ser travada no País, a Assembleia Legislativa do Maranhão inicia a semana com seus 42 integrantes envolvidos em forte tensão. O pomo da discórdia é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cuja composição foi alterada na semana passada, com a eleição do deputado Márcio Honaiser (PDT) presidente, tendo o deputado Ricardo Rios (PDT) como vice-presidente. O controle da CCJ por partidários do senador Weverton Rocha (PDT) desencadeou uma forte reação da bancada governista, que na sexta-feira (11), apresentou requerimento com 23 assinaturas – metade mais dois do número de deputados – exigindo que o presidente Othelino Neto (PDT) desfaça a nova composição da Comissão. O problema é que a mudança na CCJ foi feita dentro das regras regimentais, não havendo ilegalidade, o que transforma o caso num embate político de desfecho imprevisível.

Estava escrito nas estrelas e registrado nas mais diferentes previsões para o ano eleitoral de 2022 no Maranhão que a Assembleia Legislativa seria um dos mais movimentados campos de batalha da guerra política que começa a ser travada pelas forças que disputam o poder no estado. Ali estão convivendo três grupos, um liderado pelo presidente Othelino Neto (PDT), que reúne cerca de uma dezena de deputados alinhados ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado; a bancada governista, formada por 23 integrantes alinhados ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), e um time de nove parlamentares que se dividem, entre os que estão os que não querem entrar na briga, os que pertencem a outras tendências e os que poderão se posicionar de um lado ou de outro, dependendo das circunstâncias. E como já está mais do que evidente, o pano de fundo das tensões é a guerra pelo Palácio dos Leões, estando de um lado o senador Weverton Rocha (PDT), que conta com o apoio do grupo hoje no comando da Casa, e do outro o vice-governador Carlos Brandão, que assumirá o Governo em abril e conta com maioria no plenário, mas sem o controle dos instrumentos regimentais do parlamento.

Trata-se de uma disputa com prós e contras para os dois lados. Até prova em contrário, o presidente Othelino Neto seguiu rigorosamente as regras regimentais ao chancelar a ascensão do deputado Márcio Honaiser ao comando da CCJ, a mais importante comissão da Casa, onde partidários de Weverton Rocha formam maioria. A mudança ocorreu duas semanas após o deputado Márcio Honaiser haver deixado a direção da poderosa Secretaria de Desenvolvimento Social, para se tornar um dos principais articuladores da oposição ao futuro Governo Carlos Brandão na Assembleia Legislativa. O episódio transformou a medida legislativa numa questão política, uma vez que a CCJ é o grande mecanismo de controle institucional da Casa, podendo ser transformada num instrumento capaz de criar problemas para o Poder Executivo.

Ao protocolar o requerimento com 23 assinaturas (metade mais duas) exigindo que o presidente da Casa revogue a mudança na CCJ ou submeta o pleito ao plenário, a bancada governista deu uma demonstração de força política e parlamentar, sinalizando disposição para o confronto. Ocorre que, apesar de coletivo, o Poder Legislativo tem natureza presidencialista, assegurando ao seu presidente prerrogativas que o blindam contra esse tipo de pressão. Assim, mesmo respaldado por 23 dos 42 deputados, o requerimento só será colocado em pauta se o presidente quiser. E como se trata de questionamento de uma medida sua, que segundo ele e seus aliados foi tomada dentro das regras e da legalidade, dificilmente o presidente Othelino Neto se dobrará à exigência da maioria governista.

O problema é que, como o pano de fundo desse roteiro é a disputa pelo poder no Maranhão, a negociação, que é a essência das relações numa Casa politicamente plural, parece não estar nos planos de nenhuma das correntes. Isso dá origem à situação mais complexa e de difícil solução numa crise política: o impasse.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Comando nacional do União Brasil não quer disputa entre Juscelino e Pedro Lucas

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: um dos dois vai comandar o União Brasil

Quem vai comandar o braço maranhense do União Brasil, o maior e mais rico partido político? É o que o meio político está se perguntando. Isso porque está no ar a suspeita de que a antes amistosa relação dos deputados federais Juscelino Filho, que comandava o DEM, e Pedro Lucas Fernandes, que presidia o PSL, estaria se transformando numa disputa pela presidência da nova sigla no estado. A direção nacional do União Brasil está se desdobrando para administrar ameaça de crise em todos os estados, onde ex-chefes dos dois partidos que se juntaram se encontram medindo força e prestígio em disputas pelo comando da agremiação. No Maranhão, o deputado Juscelino Filho saiu do plano da discrição e anunciou sua pretensão de presidir o União Brasil no estado, demonstrando que nada está resolvido nesse sentido. Por sua vez, o deputado Pedro Lucas Fernandes ainda não deu declarações nesse sentido, mas é sabido que ele está em campanha aberta junto à direção nacional com o mesmo objetivo. E por se tratar de dois deputados federais jovens e de futuro largo, que atualmente valem ouro para os partidos, a direção nacional do União Brasil estaria avaliando cuidadosamente o caso maranhense, de modo a acomodar bem os dois parlamentares. E a fórmula seria a seguinte: entregar a presidência para um deles e alçar o outro para um posto na Executiva nacional do partido. A decisão sairá em pouco tempo.

 

Simplício Araújo vai cumprir agenda de pré-candidato ao Governo

Simplício Araújo: maratona de pré-candidato a governador de mas de olho na Câmara Federal

Por mais que se avalie que o projeto de candidatura do suplente de deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade) ao Palácio dos Leões seja uma espécie de quimera política, não há como desconhecer o seu esforço de se manter num tabuleiro onde o espaço que ocupa é quase inexistente. Agora mesmo, recuperado de uma luta física contra o coronavírus, o ex-secretário de Indústria, Comércio e Energia retoma a rota das urnas e anuncia uma agenda de pré-candidato a governador. O roteiro foi traçado em reunião dele com seu staf de voluntários, e começa na terça-feira (15) em Teresina, onde se reunirá com empreendedores piauienses que estão se mudando para o Maranhão, e participa de do ato de filiação de políticos piauienses no Solidariedade, com a presença do comando nacional do partido, ao qual pertence. À noite, reúne-se com amigos e simpatizantes em Timon.

Na quinta-feira (17), visita Timon, onde concede entrevistas e almoça com vereadores aos quais agradece a concessão do título de Cidadão Timonense e visita o Polo Empresarial local. Na sexta-feira (18), concede entrevistas em Caxias, visita empreendimentos no município e almoça com amigos e simpatizantes. E no final da tarde do mesmo dia, tem encontro político em Miranda do Norte.

Simplício Araújo mantém o discurso de pré-candidato ao Governo do Estado, mas até os paralelepípedos das ruas da Praia grande sabem que o seu caminho é disputar uma cadeira na Câmara Federal.

São Luís, 14 de Fevereiro de 2022.

 

Roseana descarta os Leões, quer ser deputada federal e recuperar a força e o prestígio do MDB

 

Roseana Sarney quer ser deputada federal e fortalecer o MDB

O MDB não vai mesmo lançar candidatos majoritários, e, como foi previsto por esta Coluna ainda no final de 2020, logo após as eleições municipais, o partido vai investir todos os seus recursos na eleição de deputados federais e deputados estaduais. A diretriz emedebista nas eleições gerais deste ano foi anunciada ontem pela presidente do partido, a ex-governadora Roseana Sarney, em entrevista à TV Mirante, na qual afirmou, em termos definitivos, que não será candidata a cargo majoritário e que seu caminho será disputar uma cadeira na Câmara Federal. Ao mesmo tempo em que escolheu a neutralidade como sua posição pessoal em relação à disputa majoritária, ela liberou os integrantes do partido para fazerem suas próprias escolhas no que diz respeito à corrida ao Palácio dos Leões e ao Senado da República. O partido deve firmar posição integral na disputa presidencial. A Roseana Sarney entrevistada ontem pela TV Mirante falou como líder política e partidária, embalada pelo pragmatismo e também pelo bom senso, bem diferente da autora de declarações contraditórias de tempos recentes.

Roseana Sarney deixou bem claro que a participação do MDB nessas eleições terá um sentido de recomeço. Ela reconheceu que o partido, que é a base do Grupo Sarney, foi triturado nas eleições recentes, tendo perdido a disputa para o Governo em 2014 com a candidatura do empresário Lobão Filho, e em 2018 com ela própria candidata, tendo também desempenho pífio nas eleições municipais de 2016 e 2020.  Nas eleições deste ano, investirá os recursos ao seu alcance para retomar o caminho do fortalecimento político e partidário. “Queremos o MDB forte no Maranhão e com poder de decisão. Convenhamos, perdemos muito e precisamos recuperar essa nossa perda. Estou trabalhando para isso à frente da presidência estadual do partido”, assinalou.

No que diz respeito à sua posição, que tem o poder de influenciar a legenda como um todo, Roseana Sarney confirmou o que até as pedras de cantaria da Praia Grande já sabiam, exatamente porque era o mais inteligente a fazer: mesmo liderando as pesquisas der intenções de voto, não disputar nem o Governo nem o Senado. Correria o risco desnecessário de acrescentar mais uma derrota no seu currículo. Por outro lado, sua candidatura à Câmara Federal, com a força do prestígio político que ainda desfruta, pode lhe dar o título de campeã, com a vantagem adicional de injetar gás no seu partido, cujo projeto maior é se fortalecer no Congresso Nacional, especialmente na Câmara Federal.

Outro dado politicamente importante das declarações da ex-governadora Roseana Sarney foi a sua afirmação de que, mesmo ela já tendo escolhido a neutralidade na disputa para o Governo do Estado e para o Senado, está conduzindo conversações do MDB com outros partidos. E nesse contexto estão incluídos os que integram a aliança liderada pelo governador Flávio Dino e que estão na base da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, como PSB, PCdoB e PSDB, como também, mas com menor ênfase, o PDT, carro-chefe da pré-candidatura do senador Weverton Rocha. “Como ocorre em todos os partidos, há pluralidade e diferentes ideologias, mas estamos buscando um denominador comum para apoiar um candidato apenas”.

Roseana Sarney rompeu também um estranho e incômodo silêncio que vinha mantendo em relação à pré-candidatura da senadora Simone Tebet à presidência da República pelo MDB. Deixou claro que não é entusiasta do projeto da senadora mato-grossense, sem, no entanto, pretender desestimulá-la. E usou a tangência para se manifestar: “Ainda há muito o que ser construído. Tenho acompanhado as pesquisas e o partido irá avaliar se há possibilidades para uma terceira via. É o povo quem vai dizer”.

Com a entrevista de ontem, a presidente do MDB, que já governou o Maranhão por quatro vezes, pareceu ter encerrado definitivamente sua relação com o Palácio dos Leões, pelo menos por enquanto.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Ferdinando Coutinho declara apoio a Weverton Rocha

Ferdinando Coutinho, Weverton Rocha e Juscelino Filho na declaração de apoio

O prefeito de Matões do Norte, Ferdinando Coutinho (União Brasil), declarou apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. A manifestação repercutiu no meio político, porque passou a impressão de que essa posição pode impactar na equação da corrida sucessória em Caxias, onde o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e a deputada Cleide Coutinho (PDT), adversários, declararam apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB). Irmão do grande líder Humberto Coutinho, morto em 2018, e politicamente radicado em Matões, onde é prefeito reeleito, Ferdinando Coutinho não tem, como alguns imaginam, força na política e eleitoral em Caxias. Não se discute que a mulher dele, Cláudia Coutinho, com o apoio da família, venha a ser bem votada na Princesa do Sertão. Mas no que diz respeito à disputa para o Governo do Estado e para o Senado, o peso de sua influência se resume a Matões, onde enfrenta dura oposição do deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), e da mãe dele, a ex-prefeita eleita e reeleita Suely Pereira. Portanto, quem fizer contas eleitorais prevendo peso do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho, na política de Caxias, pode estar cometendo um grande erro.

 

Retomada do PTB por Jefferson pode colocar em risco posição de JP

Josivaldo JP: vai continuar no PTB?

Não está garantida a permanência do deputado federal Josivaldo JP no comando do PTB no Maranhão. A reviravolta na disputa do comando nacional pelo grupo liderado pelo ex-deputado federal e atual presidente de honra do partido, Roberto Jefferson, que numa série de golpes e contragolpes derrubou a presidente Graciela Nienov, pode complicar a situação de Josivaldo JP. Isso porque ele foi alçado à presidência do PTB no Maranhão por Graciela Nienov, antes da crise que acabou na sua derrubada. Não está claro se Roberto Jefferson concorda com a mudança que tirou a deputada estadual Mical Damasceno da presidência regional e a transferiu para a presidência do PTB Mulher. Com a queda de Graciela Nienov, a deputada Mical Damasceno se reconciliou rapidamente com Roberto Jefferson, devendo continuar onde está. Já o deputado Josivaldo JP poderá continuar ou não no comando do partido no Maranhão. Contra ele está o fato de ter sido turbinado por Graciela Nienov; a seu favor pesa o fato de ele ser deputado federal e bolsonarista de primeira hora. E a julgar pelo empenho com que os partidos bolsonaristas estão se preparando para tentar sobreviver nas urnas, não será surpresa se o deputado federal Josivaldo JP for mantido no chamando do PTB no Maranhão. Mas ele corre o risco de ser despachado se não jurar lealdade a Roberto Jefferson.

São Luís, 12 de Fevereiro de 2022.

Já intensas as articulações por vice e suplências na chapa Brandão/Dino e vice de Weverton

 

Vice de Carlos Brandão e suplentes de Flávio Dino e vice de Weverton Rocha  já movimentam bastidores da sucessão

Desde que o governador Flávio Dino (PSB) confirmou que será candidato ao Senado, disputando a única cadeira disponível nessas eleições, as duas vagas de suplente, especialmente a de 1º suplente, da sua chapa ganharam importância extraordinária, chegando a serem vistas por alguns políticos como tão cobiçadas quanto à vaga de candidato a vice-governador na chapa de Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB). E a explicação é simples: a avaliação é a de que o governador Flávio Dino reúne todas as condições para se eleger senador, o que valoriza muito a posição dos suplentes. E mais: a se confirmar a volta do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, é grande a probabilidade de Flávio Dino, uma vez eleito senador, vir a ser convidado para o ministério, e se ele aceitar, abrirá a vaga de senador para o seu 1º suplente. A situação é parecida com a dos suplentes do senador Weverton Rocha (PDT), que torcem pela sua eleição ao Governo do Estado na perspectiva de ganhar quatro anos no Olimpo parlamentar nacional.

Nos bastidores, esse debate já é frequente e o será mais ainda à medida que a corrida sucessória evoluir. Tanto que nos colóquios prévios para a montagem da chapa a ser liderada por Carlos Brandão para o Palácio dos Leões, com Flávio Dino para o Senado, os partidos da aliança governista se movimentam para indicar o candidato a vice-governador e os dois suplentes do candidato a senador. Nomes com potencial político para essas posições já começam a circular, fortemente motivados pelo potencial eleitoral da chapa situacionista. Os dois pré-candidatos não falam no assunto, alegando ser ainda cedo, mas nas reuniões partidárias e nas rodas de conversa, o assunto é abordado com frequência.

A escolha do companheiro de chapa de Carlos Brandão é item a ser conversado na formação da aliança em torno da sua candidatura, e nesse jogo estão o PCdoB, o PT e o próprio PSB. O PCdoB, pela afinidade que tem com o pré-candidato a governador, está  credenciado para pleitear a vaga.  Por seu turno, o PT trabalha com a possibilidade de indicar o vice do candidato governista. Carlos Brandão tem sido cauteloso na administração do seu poder de fogo, de modo que a escolha do seu vice seja o resultado de uma ampla negociação, para que o escolhido seja um fator de agregação e não um pavio para acender crises. O perfil do vice de Carlos Brandão deverá ser como ele: discreto, politicamente articulado e disposto a participar intensamente do futuro Governo, como aconteceu nos últimos sete anos.

A escolha dos suplentes para a chapa a ser liderada por Flávio Dino para o Senado é igualmente um motivo de cuidadosa avaliação política, a começar pelo fato de que o governador desponta nas pesquisas de opinião como franco favorito para a cadeira senatorial, dando aos interessados a expectativa de que essa chapa é o melhor caminho. O favoritismo de Flávio Dino é o resultado da conjunção de uma série de fatores, que vão desde a sua credibilidade pessoal, passando pela sua coerência política, pelo seu preparo intelectual, a sua habilidade como líder político até a seu reconhecimento como gestor público. Logo, a sua candidatura ao Senado é solidamente respaldada, o que explica o seu favoritismo e, com ele, a perspectiva dos que estão se movimentando para suplentes da sua chapa.

Por um outro viés, os suplentes do senador Weverton Rocha – Roberto Bringel, ex-prefeito de Santa Inês, e Suely Pereira, ex-prefeita de Matões – fazem sua torcida pela eleição do senador, na perspectiva de que a vaga por ele ocupada no Senado seja aberta a partir de janeiro do ano que vem. Como Carlos Brandão, Weverton Rocha avalia nomes para escolher seu companheiro de chapa.

Até onde chegam os rumores, a movimentação já é intensa em relação à vaga de vice-governador na chapa de Carlos Brandão e pelas vagas de suplentes de senador na chapa de Flávio Dino.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto garante equilíbrio no comando da Assembleia Legislativa

Othelino Neto garante equilíbrio no comando da Assembleia Legislativa durante a campanha

Não surpreenderam as declarações do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB a caminho do PDT), assegurando que nos próximos 10 meses usará as regras do equilíbrio para comandar a Casa durante o Governo de Carlos Brandão. O presidente fez questão de ser enfático pelo fato de que está posicionado como o principal avalista do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado. O grupo a que pertence será de oposição ao Governo Brandão, que por sua vez tem larga maioria no plenário.

O presidente Othelino Neto já tem experiência suficiente para saber que os fatos políticos que ocorrerem no plenário da Assembleia Legislativa terão imediata e  forte repercussão fora do palácio Manoel Beckman. E sabe que sua posição é delicada, o que o obriga a atuar  mais como um magistrado nos embates que certamente serão travados entre oposicionistas, que são minoria, e governistas, que são maioria. Cabe-lhe também não permitir que a oposição seja sufocada pela força da situação.

– De mim esperem o equilíbrio de sempre, porque o tom que eu vou adotar aqui no dia a dia,  vocês perceberão com a tramitação dos projetos de lei. Afinal de contas, ao que parece, o futuro governo que será exercido pelo vice-governador Carlos Brandão, terá a maioria na Casa, e o Plenário será soberano nas suas decisões. Então tenham como certo o meu equilíbrio de sempre. Eu não serei um presidente e nem um instrumento da discórdia, e também não serei um instrumento que atrapalhe a governabilidade do meu Estado – sentenciou.

O equilíbrio do deputado Othelino Neto no comando da Assembleia Legislativa se tornou visível desde o segundo semestre de 2017, quando assumiu o comando efetivo da Casa com o afastamento do então presidente Humberto Coutinho, falecido em janeiro de 2018.

 

Política educacional em curso no Maranhão é inatacável

Iema de Cururupu, um exemplo do programa educacional do atual Governo

Por mais que adversários vasculhem dados em busca de falhas ou distorções na política educacional do governador Flávio Dino, o fato é que todas as informações levantadas são positivas. Além de programas excepcionais como o Escola Digna, que não encontra similar no País em matéria de abrangência, e os Iemas, que estão levando o ensino técnico às diferentes regiões do Maranhão, e ainda o aumento do número e da qualificação de professores, se destaca também na remuneração.

Na vanguarda dos governos estaduais, o Governo do Maranhão paga um piso de R$ 3.433,84 ao professor com 20 horas semanais, quando o piso nacional é de apenas R$ 1.922,81. E ao professor de 40 horas semanais, o Governo do Maranhão paga R$ 6.867,68 contra o piso nacional de R$ 3.845,63.

Difícil alguém se habilitar para contestar a política educacional do atual Governo do Maranhão.

São Luís, 11 de Fevereiro de 2022.

André Fufuca se torna líder do PP e reforça caminhada das novas lideranças para embates futuros

 

André Fufuca é expoente de um time  formado por Juscelino Filho, Pedro Lucas, Edilázio Jr., Marreca Filho, Lahesio Bonfim, Duarte Jr., Felipe Camarão  e Rubens Jr.  que logo vai brigar pelo poder maior no Maranhão

A eleição, ontem, por aclamação, do deputado federal André Fufuca para a liderança do Partido Progressistas (PP) na Câmara Federal, cargo que ele acumulará temporariamente com a presidência nacional do partido, chamou, mais uma vez, a atenção para políticos maranhenses da nova geração que estão se consolidando como referências e caminham firme na direção do poder maior no Maranhão, a exemplo do que acontece agora. Além de André Fufuca, esse time é formado pelos deputados federais Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes, que nesse momento disputam o comando regional do União Brasil; Edilázio Jr., que comanda o PSD e avaliza a pré-candidatura do ex-prefeito Edivaldo Jr. ao Governo do Estado, e Marreca Filho, que preside o Patriotas, além do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, chefe do Agir36, pelo qual disputará o Governo do Estado. São políticos que vão da direita ao centro e que, cedo ou tarde, brigarão por espaço em embates políticos e eleitorais diretos com as forças partidárias de esquerda, que integram o PSB, hoje comandado pelo deputado federal Bira do Pindaré e que tem o governador Flávio Dino como líder maior, pelo PCdoB, comandado pelo deputado federal Márcio Jerry, e pelo PDT, que tem no controle o senador Weverton Rocha, pré-candidato ao Governo do Estado.

Com menos de 40 anos, mas com surpreendente lastro político – já presidiu a Câmara Federal temporariamente -, André Fufuca é hoje vice-presidente do PP, a terceira força partidária na Câmara Baixa, e está no exercício da presidência com o deslocamento do presidente titular, senador Ciro Nogueira (PI), que assumiu a chefia da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro (PL). No mandato passado, na condição de vice-presidente da Câmara Federal, chegou a assumir a presidência da Casa em meio a forte crise. Sua intensa movimentação nos bastidores o catapultaram para a vice-presidência nacional do PP, posto que o tornou um dos chefes partidários mais importantes do Congresso Nacional. E agora, como líder da terceira maior bancada na Câmara Federal, formada por nada menos que 44 deputados, o jovem parlamentar acumula uma massa de poder que poucos congressistas experientes conseguiram acumular em tempos recentes. Todos os sinais indicam que ele deve entrar na disputa do poder a partir de 2026.

Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL) fazem parte dessa “nata” política que se movimenta de olho no Palácio dos Leões. No momento, eles se juntam com a fusão dos dois partidos para a formação do União Brasil, projeto chancelado ontem pela Justiça Eleitoral. Deputado de primeiro mandato, Juscelino Filho surpreendeu com a sua movimentação na Câmara Federal, ocupando espaço muito além do previsto, ao receber do DEM missões como a de relatar o novo Código de Trânsito e assumir a presidência da Comissão de Ética da Casa, tornando-se também conhecido como articulador. No segundo mandato federal e durante anos presidente regional do PTB, Pedro Lucas Fernandes foi um dos destaques da bancada trabalhista, da qual foi líder ativo, até que, empurrado pelas loucuras do presidente Roberto Jefferson, migrou para o PSL, cujas rédeas assumiu no Maranhão. O comando nacional do União Brasil vai decidir quem deles presidirá o novo e poderoso partido no Maranhão.

Edilázio Jr. ganha corpo no comando estadual do PSD, a começar pelo fato de ser ele o principal avalista da pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., ao Governo do Estado, desempenho que vem aumentando o seu respaldo no comando nacional do partido. A mesma situação é vivenciada pelo jovem deputado federal Marreca Filho, que preside o Patriotas no Maranhão, ainda que essa legenda integre a malha partidária controlada no estado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. E, finalmente, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que depois de fracassar na operação de assumir o PTB, conseguiu o controle do Agir36, pelo qual é candidato a governador.

São ainda políticos em formação, mas já com experiências consolidadas e com ações que indicam serem eles os nomes que disputarão o poder na etapa política que ganhará forma em 2026, tendo como oponentes jovens progressistas como o secretário e candidato a deputado federal Felipe Camarão (PT) e o deputado estadual Duarte Jr. (PSB), e o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), três apostas altas no grupo liderado pelo governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar reafirma candidatura, mas deixa pistas sobre alternativa

Josimar de Maranhãozinho mantém candidatura, mas deixa pistas

Na entrevista que concedeu ontem à TV Mirante, o deputado Josimar de Maranhãozinho, que comanda o bloco partidário formado pelo PL, o Avante e o Patriotas, e que tem três deputados federais e cinco deputados estaduais e, segundo cálculos de aliados dele, controla politicamente pelo menos 40 prefeitos, reafirmou, sem muita ênfase, o seu projeto de disputar o Governo do Estado. E, provavelmente como estratégia, deixou no ar uma decisão e uma pista. A decisão: não apoiará a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, sob a alegação de que ambos estão em campos diferentes, de modo que nem diálogo existe entre os dois. A pista: se mudar de ideia em relação ao seu projeto de ser governador agora, seu caminho provável será uma aliança com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), ou, numa hipótese remota, fazer uma dobradinha com o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PSD). A aliança com Carlos Brandão é baseada na lógica, a começar pelo fato de que Josimar de Maranhãozinho dificilmente comporá com Edivaldo Jr. (PSD), ou com Lahesio Bonfim (Agir36), com base num argumento simples: não joga para perder.

Leis oportunas propostas por Edivaldo Holanda promulgadas por Othelino Neto

Othelino Neto promulgou leis oportunas de Edivaldo Holanda

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), promulgou ontem duas leis de autoria do deputado Edivaldo Holanda (PTC): a Lei a Lei 11.654/2022, que institui a Semana de Conscientização e Valorização da Língua Portuguesa nas escolas públicas do Maranhão, a ser comemorada na primeira semana do mês de maio, e a Lei 11.656/2022, que proíbe os estabelecimentos do setor hoteleiro do Maranhão a utilizarem placas informativas que isentam a empresa da responsabilidade por objetos deixados nos quartos ou apartamentos durante a estada.

A lei que cria a semana de valorização da Língua Portuguesa é de grande importância na preservação da Língua Portuguesa, principalmente no Maranhão, que durante longo tempo teve São Luís como a cidade onde melhor se falava a língua nacional em todo o País. O texto prevê a realização nas escolas atividades voltadas para o estímulo à literatura, poesia, jornalismo, textos didáticos, contos, fábulas, peças teatrais, soletração, gincanas, oficinas de jogos educativos, bem como qualquer outra forma de incentivo que envolva os alunos e professores. Tudo com a seguinte justificativa: “Não basta apenas políticas sociais e educacionais para mudarmos o futuro. É preciso valorizar a nossa cultura e nossa língua, principalmente dentro da escola”.

Já a outra lei proíbe o uso de impressão em bilhetes, cartazes, panfletos ou qualquer outro meio de divulgação de informação dizeres de teor similar com o mesmo objetivo em hotéis, motéis, pensões, pousadas, albergues e estabelecimentos congêneres. O descumprimento implicará no pagamento de multa no valor de R$ 500,00, a ser aplicada pelo Procon.

Do alto da sua experiência, o deputado Edivaldo Holanda acertou a mão nos dois casos, acerto consolidado com a promulgação feita pelo presidente Othelino Neto.

São Luís, 10 de Janeiro de 2022.

Roseana Sarney cai na real, para de jogar e confirma candidatura à Câmara Federal

Roseana Sarney vai disputar cadeira na Câmara Federal

Depois de cansar-se de jogar no tabuleiro da sucessão maranhense e tomar uma boa dose de juízo político, a ex-governadora Roseana Sarney, presidente regional do MDB, retomou o seu projeto eleitoral inicial confirmando que vai mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal, e não o Governo do Estado. A informação foi dada ontem, em tom formal, pelo deputado Roberto Costa, vice-presidente regional do MDB, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, e por ela própria em conversa com amigos e aliados. Com a decisão, o MDB, sob seu comando, não disputará as eleições majoritárias, já que também não terá candidato ao Senado, e vai investir todo o seu peso político e prestígio eleitoral para eleger deputados federais e deputados estaduais. E num plano mais aberto, a decisão de Roseana Sarney ajusta o quadro de pré-candidatos ao Palácio dos Leões, nele permanecendo, por enquanto, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), o senador Weverton Rocha (PDT), o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), o prefeito Lahesio Bonfim (Agir36), e, de uma maneira furta-cor, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).

Roseana Sarney jogou o tempo que pôde como pré-candidata ao Governo do Estado, embalada pelas pesquisas que a apontaram na liderança da corrida, levando muitos dos aliados a acreditarem que ela, de fato, poderia ser candidata. Esse entusiasmo foi mantido por meses, fazendo com que a ex-governadora saísse um pouco da realidade, provavelmente ela própria, em algum momento, acreditando que tinha condições políticas e eleitorais de voltar ao comando do Estado, que ela governou por mais de uma década. Sob o generoso pacote de intenções de votos, as pesquisas trouxeram um contrapeso amargo: um elevado e fatal percentual de rejeição, consequência natural do desgaste de um grupo político que deu as cartas no Maranhão por mais de 50 anos.

Sem lastro para disputar o Governo ou o Senado, Roseana Sarney tem agora duas missões politicamente importantes pela frente. A primeira é mobilizar e incentivar as forças que formam o MDB, para que o partido saia das urnas com uma minibancada de deputados federais, incluindo ela própria como “puxadora de voto”, e uma bancada expressiva de deputados estaduais, para manter de pé o partido frente ao próximo Governo. Sua candidatura a deputada federal é a soma de três fatores: a vontade de sair da zona de esquecimento e retornar à ribalta da política, a possibilidade de obter uma grande votação e, desse modo, ajudar o partido a eleger mais deputados federais, e, assim, fortalecer a estratégia nacional do MDB, que pretende chegar à Câmara Federal com uma bancada numerosa e politicamente expressiva.

A outra missão da ex-governadora como chefe partidária é situar o MDB no contexto da disputa majoritária estadual. No que diz respeito à “guerra” pelos Leões, parte do MDB já esteve inclinada a apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha, mas todos os indícios mais recentes são de que, com o seu aval, o MDB irá para as urnas alinhado à candidatura do vice-governador Carlos Brandão. O vice-governador tem conversado com as mais diversas vozes sarneysistas e, pelo que sopram os bastidores, esse entendimento já estaria fechado. Em relação à única vaga para o Senado, que poderia disputar correndo sério risco de não chegar lá, a ex-governadora decidiu, de acordo com o comando partidário, não lançar candidato e liberar suas bases para votar no governador Flávio Dino (PSB).

E ao que tudo indica, Roseana Sarney decidiu que chegou a hora de colocar o MDB nos trilhos.

Em Tempo: a decisão da ex-governadora Roseana Sarney de disputar a Câmara Federal foi revelada pela Coluna, em primeira mão, no início do ano passado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Além do aval do PT, Brandão terá o apoio de Alckmin

Carlos Brandão tem boa relação com o ex-tucano Geraldo Alckmin

É cada vez mais forte a ligação do vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB) com o PT para consolidar a aliança no Maranhão. Não bastasse o aval unânime dos comandos estadual e nacional ao apoio do PT à sua candidatura, Carlos Brandão deve ganhar um forte aliado na seara petista: o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Explica-se: ambos tiveram boa convivência quando Carlos Brandão foi deputado federal e Geraldo Alckmin governador de São Paulo. Essa convivência levou o então governador de São Paulo a chancelar a aliança do PSDB com o PCdoB em 2014, quando os tucanos indicaram Carlos Brandão para vice de Flávio Dino. A relação de Carlos Brandão com Geraldo Alckmin deverá se estreitar quando os dois desembarquem oficialmente no PSB, o que deverá acontecer nos próximos dias.

 

Aprovação do União Brasil abre debate sobre comando da sigla no Maranhão

Juscelino Filho e Pedro Lucas: um deles chefiará o União Brasil

A aprovação, ontem, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da fusão do PSL com o DEM, dando origem ao União Brasil, deve provocar algumas mudanças na estrutura original desse partido no Maranhão. Para começar, o comando regional deverá ficar com o atual presidente do PSL, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que sai por cima depois de ter sido praticamente expulso do PTB. Ao chefe do DEM, deputado federal Juscelino Filho, será dado um cargo na Executiva nacional, fazendo com que ele fique sem um partido para chamar de seu, como quando tinha o comando do DEM. Além disso, a abertura, em março, da janela para a mudança de partido, vários deputados poderão fazer movimentos de entrada e de saída do novo partido, como é o caso dos deputados estaduais Daniela Tema, do DEM, que estuda permanecer no União Brasil ou migrar para outra agremiação, que pode ser o PSB, liderado pelo governador Flávio Dino. Já os deputados estaduais Paulo Neto e Andrea Rezende poderão permanecer no União Brasil, podendo também migrar. Parte desse movimento será definido nas próximas semanas.

São Luís, 09 de Fevereiro de 2022.

Othelino vai para o PDT, reafirma apoio a Weverton, descarta ser vice de Brandão e não disputa Senado com Dino

 

Observado por Weverton Rocha, Ricardo Rios e Edwin Jinkins, Othelino Neto, anuncia  sua saída doo PCdoB para ingressar no PDT, como já estava previsto 

O deputado Othelino Neto, presidente da Assembleia Legislativa, resolveu uma das últimas e mais importantes pendências relacionadas com a formação do movimento partidário destinado a dar sustentação à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. Ele anunciou ontem, em entrevista coletiva, que vai migrar do PCdoB para o PDT, consolidando o seu perfil de político pautado na coerência. Ele justificou sua escolha na corrida ao Governo, afirmou que não aceita a pecha de “traidor” e reafirmou que, se o governador Flávio Dino (PSB) for candidato ao Senado, ele não entrará nessa disputa, admitindo, em seguida, a possibilidade de vir a mudar de rota e se candidatar a outro cargo, podendo ser o de vice-governador. E foi taxativo: não existe a hipótese de ele vir a ser candidato a vice na chapa liderada pelo vice-governador Carlos Brandão. O presidente da Assembleia Legislativa anunciou a mudança partidária tendo ao lado o senador Weverton Rocha, que preside o PDT no Maranhão, e que também se manifestou sobre diversos itens da pauta que envolve a medição de forças pelo Palácio dos Leões.

Sobre a migração do PCdoB para o PDT, Othelino Neto foi sucinto e objetivo: “Fui bem acolhido no PCdoB nesses dois mandatos, mas chega um tempo em que nós temos de tomar decisões. Não dá para ficar num partido que está apoiando um candidato, sendo que eu estou apoiando outro. Portanto, essa decisão de deixar o PCdoB e de me filiar ao PDT é natural”. Ele explicou: “o PDT é um partido com o qual tenho afinidade ideológica, e por isso eu fico muito à vontade com essa filiação. É um partido que tem uma história associada aos direitos dos trabalhadores, e causas sociais que julgo essenciais, e que tem uma história marcante no Brasil e no Maranhão”.

Na sequência, o presidente do Poder Legislativo reafirmou que seu projeto inicial é reeleger-se deputado estadual. Mas ponderou que até às convenções, daqui a seis meses, muita coisa pode mudar no cenário político maranhense, podendo ele “mudar a rota” e vir a ser candidato a outro cargo eletivo, como o de vice-governador numa chapa do próprio PDT. E, provocado por jornalistas, descartou, enfaticamente, a possibilidade de vir a ser candidato a vice na chapa de Carlos Brandão. “Essa hipótese não existe”. E sobre uma eventual candidatura ao Senado, Othelino Neto foi igualmente enfático: não será candidato a senador se o governador Flávio Dino for candidato. “Eu, o senador Weverton (Rocha) e a senadora Eliziane (Gama – Cidadania), dissemos isso ao governador presencialmente no dia 31 de Janeiro”, revelou. E deixou em aberto o seu futuro nas urnas ao admitir que pode haver uma mudança de rota: “Quanto a outra possibilidade, ainda está longe, e talvez a gente tenha a necessidade de fazer uma movimentação diferente. Não dá para afirmar, a seis meses das convenções. Tem a questão de fechar a chapa como vice-governador, e questões assim…”

O presidente da Assembleia Legislativa reagiu com firmeza e muita segurança quando lhe perguntarem se ele aceita ser chamado de traidor. “Nada de traição. Nós estamos mantendo a nossa coerência, porque é com esse campo que nós e o governador Flávio Dino nos identificamos. No lado de lá é mais conservador, mas nós respeitamos”. E deu uma demonstração de alinhamento ao Governo Flávio Dino, ao responder sobre empobrecimento do Maranhão: “É injusto colocar o empobrecimento do Maranhão na conta do governador Flávio Dino”. E destacou conquistas importantes do atual Governo, como Restaurantes Populares, Escola Digna e a implantação da rede de saúde no estado. “Não há como negar esses avanços” E fechou com o bordão do senador Weverton Rocha: “É preciso avançar mais”.

Bem ao seu estilo direto e objetivo, enfatizando aqui e ponderando ali, de modo a não deixar qualquer dúvida em relação às suas posições, e sem usar tom agressivo, o presidente da Assembleia Legislativa não deixou qualquer dúvida quanto a sua posição em relação à corrida ao Palácio dos Leões. E declarou, com todas as letras, que acredita no projeto liderado pelo senador Weverton Rocha:  “A trajetória de Weverton o credencia a ser, na nossa avaliação, a melhor opção para o Maranhão”.

Em Tempo: a desfiliação do deputado Othelino Neto do PCdoB e seu ingresso nas fileiras do PDT só acontecerão na prática em março, com a abertura da janela da legislação eleitoral para a troca de partido sem o risco de perder o mandato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton saúda Othelino e diz que migração para o PDT “é um grande fato”

Weverton Rocha anuncia ingresso de Ciro Neto e Wendell Lages no PDT e indica Neto Evangelista para deputado federal

Mais candidato do que nunca a governador, e com o discurso que vem afinando desde a fase inicial da pré-campanha, o senador Weverton Rocha participou da entrevista coletiva em que o deputado Othelino Neto anunciou sua migração do PCdoB para o PDT. O chefe pedetista saudou o futuro membro da agremiação brizolista, que na sua avaliação, com essa decisão, “esse político jovem” está agindo politicamente para “construir uma história de protagonismo no Maranhão”.  E avançou no discurso: “Tomar essa decisão política de construir um projeto que gere emprego e que abra o Maranhão para o desenvolvimento, e que sem dúvida ajude o maranhense a recuperar a sua autoestima, é, sem dúvida nenhuma, um grande fato. Então seja bem-vindo ao PDT, presidente Othelino”.

Junto com o presidente do PDT estavam vários deputados do partido, entre eles Glaubert Cutrim, que é vice-presidente da Assembleia Legislativa e reafirmou que o Bloco Democrático, do qual o PDT faz parte, fará oposição ao Governo de Carlos Brandão; o deputado Ricardo Rios, que contestou a informação de que teria se encontrado com Carlos Brandão; o deputado Ciro Neto, que também vai deixar o PP e migrar para o PDT; o deputado Wendell Lages, que vai sair do PMN e entrar no PDT, e o deputado Neto Evangelista (DEM), anunciado por Weverton Rocha como pré-candidato a deputado federal.

 

Senador diz que pedirá publicamente o apoio do prefeito de São Luís

Eduardo Braide não falou sobre alianças para 22

Na entrevista, o senador Weverton Rocha declarou que vai procurar o prefeito Eduardo Braide (Podemos) e pedir o apoio dele ao seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões. E na mesma resposta, fez uma revelação: até agora o prefeito de São Luís não se manifestou em relação à disputa para o Governo do Estado. “Peço publicamente o apoio do prefeito Eduardo Braide”, disse o pré-candidato do PDT, acrescentando fazer todos os esforços para conseguir o apoio do prefeito de São Luís, a quem o PDT apoiou no segundo turno da eleição municipal, contra o deputado Duarte Jr. (Republicanos e hoje no PSB)

De fato, o prefeito Eduardo Braide ainda não se manifestou a disputa pelo Governo do Maranhão. Ele recebeu o apoio do grupo liderado pelo senador Weverton Rocha no segundo turno da eleição, mas não há registro de informação confiável de que Eduardo Braide tenha assumindo algum tipo de compromisso com o PDT para eleições futuras tenha. A própria declaração do senador Weverton Rocha é a confirmação de que o prefeito Eduardo Braide não se manifestou ainda sobre as eleições. Nem sobre a disputa no pleno estadual, nem no plano nacional do seu partido, que terá o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, como candidato presidencial do Podemos.

São Luís, 08 de Fevereiro de 2022.

Brandão e Weverton fazem disputa equilibrada nos dez maiores municípios

 

Carlos brandão, Weverton Rocha e Edivaldo Holanda Jr.:

A pouco mais de oito meses das eleições, e já contando o tabuleiro eleitoral com cinco pré-candidatos assumidos ao Palácio dos Leões – Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (Agir36) e Josimar de Maranhãozinho (PL) -, é imprecisa ainda a divisão do bolo eleitoral nos 10 maiores municípios do Maranhão – São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Codó, Paço do Lumiar, Açailândia, Bacabal e Balsas. Via de regra, a avaliação prévia de como se posicionará um município em relação aos candidatos é feita com base na posição do prefeito, que é, sem favor, a maior referência política de cada unidade municipal, com maior ou menor grau de influência na corrida eleitoral dependendo do seu prestígio pessoal ou força política. No caso dos dez maiores municípios do Maranhão, que respondem por 2,6 milhão de habitantes, entre eles quase 1,2 milhão de eleitores São Luís, que abriga cerca de 700 mil eleitores, é um caso diferenciado e cujo eleitorado atua com maior independência, não dando importância Capital à posição do seu prefeito.

Nesse exato momento, por várias razões não há como fazer qualquer previsão consistente sobre como se comportará o eleitorado da Capital: o eleitor de São Luís é, por tradição, independente; porque o prefeito Eduardo Braide (Podemos) está iniciando o seu segundo ano de mandato, e por mais que seja ele politicamente forte, não é possível prever ainda o peso que ele terá no pleito. O PDT é muito influente na Capital, o que favorece a candidatura de Weverton Rocha, mais ainda se ele vier a ter o apoio do prefeito Eduardo Braide, como está previsto. Por outro lado, a maioria de São Luís tem forte identificação com os movimentos políticos do governador Flávio Dino (PSB), o que pode ser revertido em votos para Carlos Brandão, que também tem seus vínculos com a cidade. Entre os dois estará o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., que deixou a Prefeitura bem avaliado, o que pode ser convertido em votos. Em resumo: o eleitorado de São Luís pode surpreender.

O caso de Imperatriz é emblemático. Ali, o prefeito Assis Ramos (DEM) disse e repetiu pedirá votos para Weverton Rocha, mas o fato de ele ter sido reeleito com pouco mais de 25% dos votos é um forte indicador de que sua força política é reduzida. Além do apoio do prefeito, Weverton Rocha é filho da cidade e conta também com o apoio do ex-prefeito Ildon Marques, entre outras lideranças. No contrapeso, Carlos Brandão conta com o apoio do bem avaliado deputado estadual Marco Aurélio (PSB) e com o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), tendo ainda o prestígio do governador Flávio Dino e do PCdoB e do PT, que têm fortes raízes na Princesa do Tocantins. Até aqui, Weverton Rocha está melhor situado.

Em São José de Ribamar a disputa será renhida. Ali, o prefeito Júlio Matos, politicamente alinhado ao deputado Josimar de Maranhãozinho, devendo apoia-lo, caso ele mantenha a candidatura. Mas Weverton Rocha conta com os ex-prefeitos Eudes Sampaio (PTB) e Gil Cutrim, hoje deputado federal pelo Republicanos. Carlos Brandão disputa em São José com a força do Grupo Sarney e do prestígio do ex-governador José Reinaldo Tavares no município.

Em Timon, Weverton Rocha conta com a força do Grupo Leitoa, que controla ali o PDT e o PSB, e da prefeita Dinair Veloso (PSB),  num indicativo de que terá ali um bom desempenho. Por sua vez, Carlos Brandão tem em Timon o apoio da deputada e ex-prefeita Socorro Waquim (MDB), do deputado Rafael Leitoa (PDT), dissidente do Grupo Leitoa, do ex-deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB) e do oficial/PM Schneider, que concorreu à Prefeitura, além do prestígio do governador Flávio Dino.

Em Caxias, o indicativo favorece largamente a Carlos Brandão, que leva grande vantagem por ter o apoio do Grupo Coutinho, liderado pela deputada Cleide Coutinho, e também do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) e seu grupo, restando poucas opções para Weverton Rocha na Princesa do Sertão. Em Codó, o prefeito José Francisco (PSD) tende a apoiar o candidato do seu partido, Edivaldo Holanda Jr., enquanto que o grupo mais forte, ligado ao PDT, liderado pelo deputado e ex-prefeito Zito Rolim e pelo também ex-prefeito Francisco Nagib promete uma disputa equilibrada.

Em Paço do Lumiar, a tendência é favorável a Carlos Brandão, uma vez que ele conta com o apoio da prefeita Paula da Pindoba (PCdoB) e do ex-prefeito Domingos Dutra, podendo contar também com o ex-prefeito Gilberto Aroso (MDB). Weverton Rocha também entra no município com a militância do PDT, que reúne várias lideranças. O grupo liderado pelo ex-vereador Fred Campos (PL), que disputou Prefeitura apoiado por Josimar de Maranhãozinho, deve apoiá-lo para governador. Em Açailândia, o prefeito Aloísio Souza (Republicanos), deve apoiar o senado, Weverton Rocha, podendo Carlos Brandão contar com pelo menos três ex-prefeitos.

Em Bacabal, Carlos Brandão conta com o apoio do prefeito Edvan Brandão (PDT) e do grupo liderado pelo deputado estadual Carlinhos Florêncio (PCdoB), tendo Weverton Rocha de buscar apoio em outros grupos, como o do ex-prefeito Raimundo Lisboa (PDT). E em Balsas, Weverton Rocha conta com o prefeito Éric Silva (PDT) e com o deputado Márcio Honaiser (PDT), enquanto que Carlos Brandão deve ser apoiado pela deputada Andreia Rezende (DEM) e pelo grupo ex-deputado Francisco Martins como um dos líderes e que é também integrado pelo ex-deputado Stênio Rezende.

É esse o retrato político do momento nos dez maiores municípios do Maranhão, os quais, vale lembrar, representam mais de 2,5 milhões de habitantes e pelo menos 1,2 milhão de eleitores.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bira do Pindaré mantém firme sua coerência política

Bira do Pindaré 

A prestigiada e bem informada coluna política do jornal O Estado de S. Paulo publicou, na sua edição deste sábado, a seguinte informação:

RACISMO – O líder do PSB, deputado Bira do Pindaré, negocia com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a criação de uma comissão permanente de igualdade racial e combate ao racismo. Segundo o parlamentar, Arthur Lira já sinalizou estar de acordo com a sugestão.

CHEGA – “Os casos de racismo e violência contra pretos estão em ascensão. Parece que sob um governo genocida, fascista, a matança de pessoas pretas foi liberada e normalizada. Basta. Disse Bira do Pindaré.

A iniciativa do deputado Bira do Pindaré não surpreende. Ele é, se não o mais, um dos mais atuantes membros de todo o Congresso Nacional na defesa da igualdade racial, com ações destacadas em favor dos direitos das comunidades quilombolas, historicamente relegadas a plano inferior pelo poder público. Suas ações fazem dele um dos políticos mais coerentes do Maranhão na sua geração.

 

Disputa pelo comando da Câmara de São Luís ganha intensidade

Paulo Victor e Dr. Gutemberg: disputa dura na Câmara 

Ganha cada vez mais intensidade a movimentação nos bastidores da corrida pelo comando da Câmara Municipal de São Luís, cuja eleição acontecerá em meados de abril, em data ainda a ser definida. De um lado, a situação tenta ampliar e consolidar a base eleitoral do experiente vereador Dr. Gutemberg (PSC), que tem o apoio declarado do prefeito Eduardo Braide, contando até agora com 14 votos. Do outro, o vereador Paulo Victor (PCdoB), avalizado pelo Palácio dos Leões e que até aqui conta com 16 votos. Aparentemente, a disputa está fechada, com a possível vitória do vereador Paulo Victor. Mas quem conhece os bastidores da política municipal alerta para o fato de que alguém pode estar subestimando o poder de fogo do Palácio de la Ravardière, de onde o prefeito Eduardo Braide vai jogar duro para garantir a eleição do seu aliado.

São Luís, 06 de Fevereiro de 2022.