Arquivos mensais: agosto 2020

Confronto de “fogo amigo”, procura por aliado com cacife e mudança no ninho agitam a disputa em São Luís

 

Confronto entre Neto Evangelista e Rubens Júnior e desistência só beneficiam a Eduardo Braide

Faltam duas semanas para a abertura do prazo para a realização das convenções partidárias que definirão as candidaturas a prefeito, a vice e a vereador às eleições de 15 de Novembro. Em São Luís, o quadro de candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) já está praticamente definido, com 13 postulantes, faltando apenas a escolha dos candidatos a vice e o fechamento das chapas de candidatos à Câmara Municipal. Na seara da disputa majoritária, os pré-candidatos já se movimentam numa intensa pré-campanha, na qual se destacam três situações aparentemente distintas, mas que na verdade se entrelaçam e, dependendo da versão final de cada uma delas, a campanha poderá tomar rumos diferentes. A primeira é o embate já evidente entre os pré-candidatos do DEM, Neto Evangelista, e do PCdoB, Rubens Júnior. A segunda é a corrida do candidato do Podemos, Eduardo Braide, por uma aliança que lhe assegure um tempo razoável no rádio e na TV. E a terceira é à incerteza que ameaça o projeto do pré-candidato do PSDB, Wellington do Curso.

Donos dos dois projetos de candidatura mais estruturados, com alianças partidárias fortes, com cacifes políticos elevados e indiscutíveis potenciais de crescimento, Neto Evangelista e Rubens Júnior são expressões do mesmo campo político que é a aliança partidária que dá sustentação ao governador Flavio Dino (PCdoB). Em posições ainda pouco confortáveis nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, que confirmaram a ainda larga vantagem de Eduardo Braide, o adversário a ser batido, os dois resolveram se engalfinhar. Não é ainda um confronto direto, mas o clima de animosidade já visível nos canais virtuais que dão apoio aos dois. Parecem esquecer que entre eles e Eduardo Braide está o candidato do Republicanos, Duarte Júnior, que até aqui vem dando mostras de que sua posição de segundo colocado é consistente. Uma leitora bem pragmática do cenário sugere que os candidatos do DEM e do PCdoB podem estar cometendo um erro que pode lhes sair caro.

Aparentemente indiferente à troca de “fogo amigo” entre Neto Evangelista e Rubens Júnior, Eduardo Braide vai se mantendo na dianteira. Só que tentando superar uma dificuldade visível: para enfrentar concorrentes com o poder de fogo de Neto Evangelista e Rubens Júnior, o candidato do Podemos precisa de uma coligação forte, que lhe dê respaldo político e tempo de rádio e TV. Eduardo Braide sabe que se a base partidária da sua candidatura ficar limitada ao cacife modesto que será formado com a coligação Podemos/PSC/PSD, as dificuldades da sua campanha serão enormes e perigosas. Daí seus esforços para que Wellington do Curso desista da candidatura, cedendo-lhe o respeitável suporte do PSDB, como quer o chefe do partido no estado, senador Roberto Rocha (PSDB). Em outra frente, Eduardo Braide tenta agora atrair o MDB, que já esteve nas suas mãos, sendo agora uma “noiva” com poder de fogo razoável, incluindo o respeitável apoio da ex-governadora Roseana Sarney.

O pré-candidato do PSDB, Wellington do Curso, vive uma situação que começa a ganhar ares dramáticos. Terceiro colocado nas preferências do eleitorado, segundo todas as pesquisas mais recentes, ele parece ter chegado ao seu teto. Na avaliação do senador Roberto Rocha, Wellington do Curso encontra-se estacionado, aparentemente sem condições de avançar, por isso deveria abrir mão da candidatura e declarar apoio a Eduardo Braide, levando junto o seu cacife pessoal e o preciosíssimo tempo do PSDB no rádio e na TV, além, é claro, de um nome para candidato a vice. Wellington do Curso esteve irredutível, mas nos bastidores corre o comentário segundo o qual o apoio do PSDB pode ser decisivo para Eduardo Braide, podendo o pré-candidato tucano atender ao apelo do presidente do chefe dos tucanos maranhenses e abrir caminho para o candidato do Podemos.

Como se vê, o tabuleiro está montado, e quem souber mexer as pedras com mais inteligência e perspicácia pode se dar bem, o que não significa exatamente vencer a eleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Adriano Sarney quer controle do orçamento; Hertz Dias prega revolução proletária

Adriano Sarney e Hertz Dias: projetos radicalmente diferentes para governar São Luís a partir de janeiro

A TV Maranhense, braço da Band no estado, abriu ontem a temporada de entrevistas aos pré-candidatos a prefeito de São Luís. O espaço foi aberto no programa “Linha de Frente”, comandado pelo jornalista Osvaldo Maya. Obedecendo à ordem de um sorteio, os primeiros entrevistados foram Adriano Sarney (PV) e Hertz Dias (PSTU). Cada um foi entrevistado durante 10 minutos por Osvaldo Maya e pela jornalista Sílvia Tereza.

Adriano Sarney fez um discurso convencional e bem montado. Lembrou ser administrador e economista, o que lhe obriga planejar cuidadosamente as ações de um eventual governo por ele comandado. Mostrou estar bem informado a respeito da estrutura orçamentária da Prefeitura de São Luís, observando que o orçamento anual da Capital é de R$ 3 bilhões, dos quais 80% são transferências institucionais e apenas 20% são receita própria, e ele pretende mudar esse quadro incentivando a atividade econômica, a começar pelo turismo. Garantiu que, se eleito, vai “ouvir as pessoas” para planejar suas ações. E afirmou que se chegar ao Palácio de la Ravardière vai aproveitar o que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) deixar funcionando bem. E desmentindo rumores, disse que tem o apoio da sua família, mas deixou claro que pode andar com os próprios pés.

Por sua vez, o pré-candidato do PSTU, Hertz Dias, prometeu fazer um governo revolucionário em São Luís. “Será um governo da classe trabalhadora”, avisou, informando que seu programa a estatização do sistema de transporte público e do sistema de saúde, incluindo todos os hospitais privados. As decisões sobre o que fazer serão tomadas por conselhos populares, formados por representantes da classe trabalhadora. “Eu, como prefeito, farei o que os conselhos decidirem”, declarou, acrescentando que, como professor, vai continuar vivendo com o salário de professor. O pré-candidato do PSTU, que foi candidato a vice-presidente da República em 2018, não fez rodeios: se eleito, comandará uma revolução proletária em São Luís, onde a Câmara Municipal, por exemplo, será submetida às decisões dos conselhos populares. A forma de governo do pré-candidato do PSTU parece não ter similar em nenhum lugar do planeta.

César Pires quer Roseana Sarney fazendo oposição dura a Flávio Dino e apoiando sobrinho

César Pires tenta convencer Roseana Sarney a bater forte em Flávio Dino

O deputado estadual César Pires (PV) se movimenta como uma espécie de “consciência crítica” do Grupo Sarney. Algumas das suas declarações recentes sobre a situação do sarneysismo surpreenderam observadores. Uma delas foi a sugestão dada à ex-governadora Roseana Sarney (MDB) para que ela se posicione como adversária ferrenha do governador Flávio Dino (PCdoB). Outra uma cobrança para que a ex-governadora explique o fato de ela não estar apoiando a candidatura do seu sobrinho, deputado estadual Adriano Sarney (PV) à Prefeitura de São Luís, preferindo seguir a linha de ação do MDB.

Em relação à primeira questão, vale registrar que a ex-governadora é adversária ferrenha do governador Flávio Dino, o que torna a sugestão do deputado do PV fora de contexto. É verdade que Roseana Sarney tem mantido um prudente distanciamento do debate político e que, nas suas raras intervenções, tem preferido usar uma linguagem oposicionista mais amena, sem o tom agressivo que o próprio deputado César Pires às vezes usa na tribuna da Assembleia Legislativa quando se refere ao chefe do Poder Executivo. E pelo que é possível perceber, a ex-governadora não está interessada nem disposta a entrar numa guerra verbal injustificada contra o governador. A começar pelo fato de que o momento é inadequado.

Sobre a cobrança de apoio da ex-governadora ao sobrinho candidato à Prefeitura de São Luís, alegando que o ex-presidente José Sarney “seria” avalista da candidatura. Roseana Sarney é do MDB e nada tem a ver com o projeto de candidatura do sobrinho. Há uma vaga possibilidade de o MDB vir a apoiar a candidatura de Adriano Sarney, mas isso não será uma prioridade. O foco de Roseana Sarney é o de turbinar o MDB, preparando-o para 2022, quando ela poderá disputar votos para o Palácio dos Leões, para o Senado da República, ou até mesmo para a Câmara Federal.

Político inteligente e experiente, o deputado César Pires parece não estar sendo bem-sucedido na tentativa de influenciar a ex-governadora Roseana Sarney, como ele uma política inteligente e que conhece o caminho das pedras.

São Luís, 18 de Agosto de 2020.

Grupo Mateus abre capital e pode captar até 5 bilhões para investir e consolidar seu gigantismo

 

Grupo Mateus pode ganhar mais espaço regional com mais um passo ousado do seu capitão, Wilson Mateus, que decidiu abrir o capital e captar dinheiro no mercado

A última sexta-feira (14/08) entrará para a história como um momento de impacto e larga importância na história comercial do Maranhão. Nessa data, nos instantes finais do expediente, o Grupo Mateus protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o documento preliminar da oferta inicial de ações (IPO), operação por meio da qual prevê a captação, em Outubro, de nada menos que R$ 4,1 bilhões, bolada monumental, que pode chegar a R$ 5 bilhões e com a qual reforçará seu caixa, consolidará sua estrutura e turbinará seu crescimento. Com a entrada no mercado de ações, o Grupo Mateus, hoje reconhecido como um dos gigantes do varejo no Nordeste, deixará de ser uma empresa familiar – só tem quatro sócios -, para se tornar um megacomplexo empresarial a ser gerido pelo empresário Wilson Mateus com o apoio de sócios. E para se ter uma ideia do tamanho da operação deflagrada na noite se sexta-feira, ela está sendo liderada pela XP Investimentos, tendo o Bradesco BBI como agente estabilizador, e a participação direta do BTG Pactual, do Itaú BBA, do BB Investimentos, do Santander e do Safra, ou seja, a nata do mercado de capitais.

O documento que formula a oferta inicial de ações revela o gigantismo do Grupo Mateus.  Ao longo de 34 anos de trabalho duro, movido pela obsessão de investir tudo o que ganhava, e muitos lances de ousadia incorporando empresas comerciais que haviam estacionado no tempo, como o Grupo Lusitana, que não resistiu ao domínio familiar liderado pelo lendário empresário Manoel Ferreira, e outras mais agressivas, como a rede Preço Bom, criada pelo empresário Carlos Gaspar, Wilson Mateus montou um império. O seu grupo é hoje formado pelas marcas Mix Atacarejo, Supermercado Mateus, Eletro Mateus e Camiño Supermercados, além de uma plataforma de e-commerce. Essas bandeiras estão espalhadas pelo Maranhão, Tocantins e Pará por meio de 137 lojas físicas, sendo 29 atacarejos, 24 supermercados, dois hipermercados, 66 lojas de eletroeletrônicos, 16 lojas de vizinhança e nove centros de distribuição. Bem azeitado, o ano passado, o grupo faturou R$ 9,9 bilhões e teve lucro líquido de R$ 338 milhões.

O Grupo Mateus não está desembarcando no mercado de capitais por acaso nem por algum ímpeto impulsivo do seu construtor e chefe maior, Wilson Mateus, um sujeito de aparência modesta, de hábitos simples, que usa roupas baratas – quase sempre calças jeans e camisas de algodão de talho convencional -, carregando no bolso uma caneta Bic, e que, circulando dentro de uma das suas lojas, dificilmente será identificado como o dono. A entrada da empresa no mercado de ações está diretamente ligada ao seu atual gigantismo. E o interesse que tem despertado no mercado de capitais é fruto amadurecido da estrutura que montou e da sua competitividade que o mantém forte na região onde atua. “Isso proporciona um crescimento e uma rentabilidade contínuos. Além disso, a companhia conseguiu criar uma estrutura de logística e de venda digital in house, o que é louvável”, diz um especialista envolvido na operação.

Na avaliação de quem entende do riscado comercial, a oferta inicial de ações do Grupo Mateus é uma das mais aguardadas da temporada de captação no mercado brasileiro. Há até quem preveja que, com base no seu movimento atual e no seu potencial de crescimento nas diversas áreas em que atua, a captação pode chegar a R$ 5 bilhões, ou seja, R$ 900 milhões a mais do que a expectativa inicial do comando da empresa e dos coordenadores da operação. De acordo com a proposta de abertura de capital, os recursos captados serão investidos em projetos expoancionistas.

Homem de negócios que tem demonstrado enxergar muito mais que um palmo além do seu nariz, Wilson Mateus sabe que, por mais competente que seja sua gestão, uma empresa desse porte corre um risco enorme se mantida sob um controle societário familiar, principalmente agora, quando a pandemia do novo coronavírus vem impondo mudanças radicais no funcionamento de empresas comerciais, especialmente os supermercados. Sabe também que, muito além de uma gestão profissionalizada, comandada por executivos  experientes e competentes, a estabilidade e o crescimento do Grupo dependerão também de capital sólido e acionistas de grande envergadura. Tanto que os recursos a serem captados serão investidos na abertura de novas lojas.

O desembarque do Grupo Mateus no mercado de ações é o caminho natural de empresas do seu porte e com garra para crescer. E é exatamente por isso que a operação protocolada na CVM representa, sem favor, um marco na história econômica do Maranhão.

Em Tempo: as informações sobre a operação em curso e sobre o tamanho e os números do Grupo Mateus foram publicadas na edição de sábado (15) da coluna econômica “Capital”, de O Globo, assinada pelo jornalista Rennan Setti.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PSB confirma Bira do Pindaré e marca convenção para oficializar candidatura

Bira o Pindaré (camisa branca) aclamado candidato a prefeito pelo comando do PSB

O deputado federal Bira do Pindaré está confirmado como pré-candidato do PSB à prefeitura de São Luís e sua candidatura será confirmada na convenção do partido marcada para o dia 12 de Setembro. Até agora não há sinais de que o PSB venha a coligar com outras agremiações, embora já se saiba que nenhuma das grandes – como PT, PCdoB, PDT, DEM, MDB, entre outras -, parecendo claro que Bira do Pindaré liderará um projeto solo do partido. O PSB andou conversando com o PSOL sobre a possibilidade de coligação, mas a conversa não progrediu. Bira do Pindaré conversou também com o PT, onde tem muitos aliados, e também o bate-papo não avançou. Agora, todas as evidências de que o candidato do PSB deve fazer uma campanha livre de amarras, adotando o discurso que considerar conveniente em reação aos seus concorrentes. Durante o encontro, os socialistas reafirmaram o compromisso em continuar com uma pré-campanha de base, conversando com as pessoas, com as comunidades e respeitando todos os protocolos sanitários por uma questão de responsabilidade com todos. Como é sabido que Bira do Pindaré tem uma base respeitável em São Luís, que ele espera atrair durante a campanha, e por discurso o projeto “Pense São Luís”, criado para dialogar com a população ludovicense e especialistas sobre os desafios e soluções para a Capital.

 

Pesquisa DataIlha avisa que pode estar errado quem  subestimou Tema em Tuntum

Dida do Tio Luís e Cleomar Tema: candidatura mostra força do prefeito

Pesquisa do instituto DataIlha sobre a corrida sucessória em Tuntum, realizada no período de 3 a 5 deste mês e divulgada ontem pelo Jornal Pequeno, acendeu a luz amarela para o deputado estadual Fernando Pessoa (Solidariedade), até então apontado como franco favorito. O levantamento aponta o candidato do PSB, Dida do Tio Luís, apoiado pelo prefeito Cleomar Tema (PSB), na dianteira das preferências. Os números da pesquisa induzida: Dida do Tio Luís com 52,1% e Fernando Pessoa com 35,7%, com 5,9% dizendo que votarão em branco e 6,3% respondendo que não sabe ou não querendo responder. Quando se começou a falar sobre a corrida sucessória em Tuntum, muitos observadores, embalados por pesquisas que apontavam a liderança folgada do deputado Fernando Pessoa subestimaram o poder de fogo do prefeito Cleomar Tema, que naquele tempo nem candidato tinha ainda. Com a autoridade de quem é prefeito de Tuntum pela quinta vez, um item curricular que nenhum líder alcançou na política municipalista maranhense, Cleomar Tema avisou que a virada era apenas uma questão de tempo. A pesquisa mostra que o prefeito sabia o que estava dizendo e, contrariando os que apostavam na derrota do seu candidato, que seria a sua própria derrota, mostra agora que ainda tem cacife respeitável em Tuntum. O deputado Fernando Pessoa tem agora um grande desafio pela frente: mostrar que a realidade é outra. Uma tarefa complicada, a começar pelo fato de que ao longo do tempo o DataIlha tem se mostrado um confiável aferidor de tendências eleitorais.

Em Tempo: Contratada pelo blog do jornalista Djalma Rodrigues, a pesquisa DataIlha ouviu 459 eleitores, tem margem de erro de 4%, nível de confiança de 95% e está registrada no TER sob o protocolo MA-0527-2020.

São Luís, 17 de Agosto de 2020.

PT vai coligar com PCdoB e apoio fortalece a candidatura de Rubens Júnior à Prefeitura de São Luís

 

Honorato Fernandes e Rubens Júnior: PT confirma apoio a candidato do PCdoB

O presidente municipal do PT, vereador Honorato Fernandes, bateu martelo: o PT vai apoiar a candidatura do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), devendo indicar o candidato a vice-prefeito, que deve ser o próprio dirigente petista. Pelo com das declarações de Honorato Fernandes em entrevista ao jornal O Estado do Maranhão, a aliança PCdoB-PT está devidamente alinhavada, sem qualquer pendência, devendo ser oficialmente confirmada no Encontro de Definição de Tática Eleitoral que o braço do PT em São Luís realizará na próxima semana. Com a confirmação da participação do PT na coligação – que reúne também o Cidadania, liderado pela senadora Eliziane Gama; pelo PP, controlado pelo deputado federal André Fufuca; pelo DC, presidido por Totó Martins, e pelo PMB, dirigido por Efigênia e Samuel Silva -, o candidato do PCdoB reúne as condições políticas e partidárias – incluindo aí tempo de rádio e TV – para consolidar sua candidatura e enfrentar de igual para igual, por exemplo, o candidato do DEM, deputado estadual Neto Evangelista, que tem o apoio do PDT e do PSL. Ganha mais fôlego ainda para enfrentar também o líder da corrida até aqui, deputado federal Eduardo Braide (Podemos).

A confirmação da aliança PT-PCdoB não surpreendeu. Alinhavada nas conversas nem sempre afáveis do governador Flávio Dino com o ex-presidente Lula da Silva, estava decidida desde sempre, mas demorou a ser anunciada porque, além seguir um roteiro formal de reuniões e encontros para materializar decisões de caráter eleitoral, é movido também por várias correntes, que costumam se digladiar ferozmente entre quatro paredes defendendo suas posições. Em relação à sucessão em São Luís, havia no partido grupos pregando candidatura própria – chegou a lançar o deputado estadual Zé Inácio -; havia também defensores de uma aliança com o PSB em torno da candidatura do deputado federal Bira do Pindaré, e um grupo majoritário defendendo a aliança com o PCdoB. Esses grupos bateram cabeça durante meses, mesmo sabendo que politicamente o PT não teria como não apoiar o candidato do PCdoB, principalmente sendo ele o deputado federal Rubens Júnior. O vai-não-vai interno que durou meses foi na verdade ganho de tempo, uma vez que a aliança estava tacitamente decidida.

A entrada do PT na base de apoio do candidato do PCdoB fortalece expressivamente. Isso porque, mesmo não tendo grande expressão eleitoral, a agremiação petista tem trunfos importantes, que podem influenciar fortemente no desfecho da corrida às urnas em São Luís. Para começar, o partido entra com preciosos minutos de tempo para a campanha no rádio e na TV, dando a Rubens Júnior a garantia de espaço para se comunicar com o eleitorado. Entra também com o prestígio do ex-presidente Lula da Silva, que na avaliação de observadores tem peso durante a campanha. E ainda fortalece a caminhada do candidato do PCdoB com uma militância aguerrida, que somada à do PCdoB, animará expressivamente a campanha. A participação do PT na aliança terá, portanto, importância capital.

PT e PCdoB aparentemente vivem às turras, mas não há dúvida de que um passou a ter o outro como aliado preferencial desde que os petistas romperam os laços com o MDB, que apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff em favor do vice-presidente Michel Temer. De lá para cá, sob o comando do governador Flávio Dino, o PCdoB se tornou o principal aliado do PT, usando todos os seus recursos políticos contra as investidas contra o Governo e os líderes petistas. O governador e seu partido formaram a linha de frente contra o impeachment de Dilma Rousseff, tendo Flávio Dino colocado todo o seu prestígio em jogo defendendo Lula da Silva das acusações da Lava Jato. Nenhum outro líder e nenhum outro partido se envolveu tanto na defesa do PT quanto Flávio Dino e o PCdoB.

A declaração do vereador Honorato Fernandes é a confirmação de uma decisão que não podia ser outra, conforme pedra cantada pela Coluna há duas semanas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Depois de avaliar cenário, PDT declara apoio a Marco Aurélio em Imperatriz

Weverton Rocha, Othelino Neto, Clayton Noleto e Marco Aurélio no ato de adesão 

Depois de avaliar todas as possibilidades, o PDT finalmente bateu martelo em Imperatriz, declarando apoio ao candidato do PCdoB, deputado estadual Marco Aurélio. O anúncio foi feito ontem, em ato comandado pelo presidente do partido, senador Weverton Rocha, e com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) e do secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, que durante anos presidiu a legenda comunista em Imperatriz.

O apoio do PDT chega como um suporte respeitável à candidatura de Marco Aurélio, exatamente no momento em que o eleitorado da antiga Vila do Freira começa se definir. Na semana passada, uma pesquisa, que causou muita polêmica, mostrou um cenário em que Marco Aurélio, o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), o prefeito Assis Ramos (DEM) e o ex-prefeito Ildon Marques aparecem embolados, dando a impressão de que o desfecho da corrida é rigorosamente imprevisível. A entrada do PDT na base de apoio de Marco Aurélio pode alterar esse desenho a seu favor.

Ao justificar a escolha feita pelo PDT, o senador Weverton Rocha apontou Marco Aurélio como um político bem preparado, que conhece muito bem a cidade de Imperatriz e seus problemas, tendo a seu favor ainda uma boa relação com o Governo do Estado e com a bancada federal, fatores decisivos para uma boa gestão. “Não tenho dúvidas de que ele será um grande prefeito e pode contar com o nosso apoio. Estaremos irmanados, assim como tivemos em 2012, 2016 e em todos os anos que se passaram. É uma aliança permanente e a favor da cidade de Imperatriz”, declarou o líder pedetista.

Na mesma linha, o deputado-presidente Othelino Neto (PCdoB) previu o crescimento da pré-candidatura de Marco Aurélio, agora que tem como aliados PT, PSB, Solidariedade e, agora, o PDT. “Fico muito feliz em ver o carinho que a população de Imperatriz tem por ele (Marco Aurélio) e, ao mesmo tempo, essa construção política. Estamos confiantes que esse projeto será vitorioso e Imperatriz pode olhar para frente e ter um prefeito moderno, que vai ajudar a melhorar a vida das pessoas”, assinalou.

Marco Aurélio agradeceu o apoio do PDT à sua pré-candidatura e destacou a história em comum que há entre a legenda e o seu partido, o PCdoB, bem como todas as alianças que vêm fortalecendo o movimento “Imperatriz Pode Mais”. “Estamos muito confiantes em Deus, acima de tudo, no nosso povo e nesse grupo que pensa e quer o melhor da cidade. Tenho certeza que iremos para uma luta muito boa, onde apresentaremos o nosso propósito e faremos um grande trabalho por Imperatriz”, declarou, visivelmente entusiasmado.

 

MDB tem várias alternativas, inclusive investir só na eleição de vereadores

Roberto Costa e Roseana Sarney: MDB à vontade para negociar aliança em São Luís

O MDB decidiu adiar o seu posicionamento em relação à briga pela prefeitura de São Luís. Sem candidato a prefeito, mas repaginado, com um discurso sem ranço e emitindo fortes sinais de que está num caminho novo, representando a renovação do sarneysismo, o partido cuja articulação política é hoje comandada pelo deputado estadual Roberto Costa, que atua em sintonia com a ex-senadora Roseana Sarney, trabalha com quatro vertentes. A primeira coligar com partido que tenha um candidato com chances de vencer a eleição, podendo, no caso, indicar o vice. A segunda é participar de uma coligação forte, mesmo sem indicar. A terceira, e mais improvável, é lançar candidato próprio, mesmo que seja para marcar posição. E finalmente a quarta: não se envolver na disputa majoritária e investir todo o seu poder de fogo na eleição de uma bancada de vereadores. Já foi dito aqui, mas vale lembrar que o MDB é um partido com um alto nível de organização, bem estruturado e todo legalizado, com bom tempo de rádio e TV e razoável cacife político e eleitoral. Além disso, conta com a ex-governadora Roseana Sarney cabo eleitoral, o que faz da agremiação uma boa opção para coligação. Nos bastidores corre que os pré-candidatos Eduardo Braide (Podemos), Neto Evangelista (DEM), Duarte Júnior (Republicanos) e Carlos Madeira (Solidariedade) estão interessados numa aliança com o MDB. O caminho do partido será anunciado antes do final deste mês.

São Luís, 15 de Agosto de 2020.

Flávio Dino assume neutralidade no 1º turno em São Luís, mantendo postura que vem desde 2012

 

Flávio Dino reafirma neutralidade no 1º turno da disputa pela Prefeitura de  São Luís

O governador Flávio Dino (PCdoB) reafirma, em tom de quem dá a questão por encerrada: não se envolverá no 1º turno da eleição para a Prefeitura de São Luís, mesmo tendo seu partido um candidato, o deputado federal Rubens Júnior. E a explicação para a neutralidade é simples, também não deixando qualquer dúvida: vários partidos da aliança que ele lidera terão candidatos numa eleição que, a julgar por todas as pesquisas feitas até agora, será decidida em dois turnos, não justificando que ele se posicione na primeira volta. Apoiar o candidato do seu partido agora contra os aliados que estão na disputa seria uma incoerência política que, com a visão aliancista, não faria o menor sentido. O exemplo de 2016 está vivo na memória política da Capital: o governador só se posicionou no 2º turno, embalando a candidatura do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, então do PTC, à reeleição no embate com o então candidato do PMN, deputado estadual Eduardo Braide.

Em nota dirigida ao jornal O Imparcial, a Secretaria de Comunicação e Articulação Política, comandada pelo secretário Rodrigo Lago, informa o governador Flávio Dino “respeitará todos os aliados que o apoiaram em 2018 e, por isso, não adotará nenhuma posição quanto ao 1º turno das eleições em São Luís”. Mais do que isso, esclarece que, “coerente com essa posição, o governador não tem nenhuma opinião a emitir sobre os vários partidos aliados e que integram o Governo Estadual”.

A principal explicação está no fato de que uma frente formada por 17 agremiações faz a aliança partidária que dá sustentação política ao governador Flávio Dino. Dessas, nada menos que oito das 13 legendas que entraram na disputa são parte desse arco partidário e tentam viabilizar candidaturas ao Palácio de la Ravardière São eles: PCdoB (Rubens Júnior), Republicanos (Duarte Júnior), PSB (Bira do Pindaré), DEM (Neto Evangelista), PROS (Yglésio Moises), Rede (Jeisael Marx), Solidariedade (Carlos Madeira) e PL (Detinha). Três legendas de peso da base governista não lançaram candidatos, mas se posicionaram ostensivamente: o PDT, comandado pelo senador Weverton Rocha, que dá sustentação à candidatura do democrata Neto Evangelista; o Cidadania, liderado pela senadora Eliziane Gama, que declarou apoio incondicional à candidatura do comunista Rubens Júnior, e o PT, que vem fazendo charme, ensaiou candidatura própria, mas está claro de que vai apoiando o candidato do PCdoB.

A decisão do governador Flávio Dino de não participar da campanha do 1º turno na Capital é a expressão prática do seu discurso aliancista. Ele não vê sentido num projeto que sufoque projeto de candidatura dentro de um partido. Para ele, um número expressivo de candidatos dentro de uma mesma aliança é saudável e, em vez de problemas, proporciona o fortalecimento dos partidos, o que acaba beneficiando a aliança partidária que construiu nas eleições gerais de 2014, testou nas eleições municipais de 2016 e consolidou e ampliou e consolidou na corrida eleitoral de 2018. Hoje, a aliança que reúne partidos de esquerda, como o PCdoB, Cidadania, PT, PSB, PDT e Rede, é integrada também por legendas de centro, como PTB, PP, DEM, Republicanos, Solidariedade, PROS, PMB, PTC, DC, e também rebentos de direita, como PL, Avante. Tomar posição em relação a candidato numa disputa em que esses partidos estão distribuídos entre oito candidaturas seria um erro primário.

Com esse posicionamento, o governador Flávio Dino ratifica, portanto, o discurso que vem fazendo desde 2012, quando, ainda com o deputado federal, estimulou várias candidaturas de partidos aliados, entre eles o PTC do então deputado federal Edivaldo Holanda Júnior, só se posicionando no segundo turno, quando o atual prefeito foi para o confronto direto com o então prefeito João Castelo (PSDB), que buscava a reeleição, postura repetida em 2016. Mantendo, portanto, a coerência que prega.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Auxílio emergencial aumenta a aprovação de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro: popularidade pelo auxílio emergencial que não foi ideia dele

O auxílio emergencial de R$ 600 liberado pela União para garantir renda a milhões de brasileiros diretamente afetados pela pandemia do novo coronavírus está rendendo elevados dividendos políticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), embora tenha ele sido contrário à medida quando ela foi proposta no Congresso Nacional. O bônus chegou ontem à mesa do presidente, dias depois que ele comemorou efusivamente o campeonato do Palmeiras e não deu a mínima para a marca de 100 mil mortos pela Covid-19: pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 11 e 12, revelou que Jair Bolsonaro teve a maior aprovação desde que assumiu a presidência da República: 37% dos 2.065 entrevistados disseram que o desempenho dele é “bom e ótimo”, 27% avaliaram como “regular” e 37% responderam que seu desempenho é “ruim e péssimo”.

No Nordeste, justamente a região que concentra mais pessoas que recebem o auxílio, o presidente teve o melhor desempenho relativo. Sua rejeição caiu de 52% para 35%, e sua avaliação positiva subiu de 27% para 33%.

Em Tempo: as informações sobre a pesquisa foram publicadas no início da madrugada pelo jornal Folha de S. Paulo.

 

Avaliações começam a apontar quem fica, quem sai e quem entra na Câmara de São Luís

Osmar Filho  pode se reeleger; Júlio Pinheiro tem chance de entrar

Contas feitas por um experiente político de São Luís hoje fora das lutas pelo voto levaram ao seguinte desfecho na guerra por vagas na Câmara Municipal: dos 31 vereadores, pelo menos 15 serão reeleitos, resultado que abre 16 vagas. Alguns favoritos à renovação de mandato: Osmar Filho (PDT), atual presidente,  Astro de Ogum (PCdoB), atual vice-presidente, Ivaldo Rodrigues (PDT), Chico Carvalho (PSL), Honorato Fernandes (PT), Aldir Júnior (PL), Raimundo Penha (PDT), Marcelo Poeta (PCdoB), Afonso Manoel (Solidariedade) e Bárbara Soeiro (PSC), entre outros. Há partidos focados na eleição de vereadores, sendo um deles o MDB, que não tem candidato a prefeito, pode emplacar um candidato a vice, mas o foco principal do partido será ganhar cadeiras na Câmara Municipal. Há nomes fortes se movimentando para entrar, entre eles o vice-prefeito Júlio Pinheiro (PCdoB), havendo também rumores de que o ex-prefeito Tadeu Palácio, hoje filiado ao PSL, poderá tentar voltar à Câmara Municipal, onde exerceu três mandatos antes de ser candidato a vice-prefeito (1998) e depois a prefeito (2004) pelo PDT.

São Luís, 14 de Agosto de 2020.

Socorro Waquim assume Assembleia e MDB torna mais acirrada a disputa pela Prefeitura de Timon

 

Rigo Teles abre vaga para Socorro Waquim em articulação apoiada por Othelino Neto e comandada por Roberto Costa e que pode acirrar a disputa em Timon

Uma bem armada articulação nos bastidores da Assembleia Legislativa levou a ex-prefeita, ex-deputada e atual suplente de deputada estadual Socorro Waquim (MDB) a assumir ontem, temporariamente, o mandato parlamentar na vaga do deputado Rigo Teles (PV), fato que poderá ter forte influência na corrida sucessória à Prefeitura de Timon. O movimento foi conduzido pelo articulador do MDB, deputado Roberto Costa, e contou com o aval político do presidente do parlamento, deputado Othelino Neto (PCdoB). Como deputada, Socorro Waquim disputará a Prefeitura de Timon com apoio total do partido e com um sólido lastro político, o que deve transformar corrida à sucessão do prefeito Luciano Leitoa (PSB) numa guerra eleitoral de desfecho rigorosamente imprevisível. Nessa disputa estão em jogo o futuro do Grupo Leitoa, que controla o PSB e o PDT no município e comanda a Prefeitura desde a última década do século passado; o Grupo Waquim, que vem se alternando no poder municipal, e o Grupo Almeida, comandado pelo ex-deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB), que nunca chegou ao poder, mas tem cacife para desequilibrar uma disputa polarizada.

Os Leitoa, os Waquim e os Almeida estão ameaçados de perder o controle administrativo e político de Timon com a possibilidade da eleição do Coronel Schneyder (Republicanos), um oficial da PM que se tornou um outsider e vem liderando todas as pesquisas. Os levantamentos mais recentes indicam que ele vem perdendo fôlego, ao tempo em que a ex-prefeita vem reforçando o seu cacife político e eleitoral, sendo apontada como o nome que, no momento, reúne as condições para polarizar com o oficial que virou político com um discurso atacando a corrupção e prometendo mão de ferro contra a violência.

Terceiro maior município do Maranhão, com 180 mil habitantes e expressivo peso eleitoral no estado, Timon é politicamente estratégico, o que torna tensa a luta pelo poder local. Ali, os Leitoa, que controlam PSB e PDT, têm o prefeito e um deputado estadual, mas não souberam construir um candidato forte à sucessão do prefeito Luciano Leitoa. Durante meses, todos os sinais apontavam que o candidato seria o ativo e bem articulado deputado Rafael Leitoa (PDT), mas o projeto foi arquivado, levando o grupo a apostar na professora Dinair Veloso (PDT), secretária de Educação e quadro de confiança do prefeito e do líder maior do grupo, o ex-prefeito Chico Leitoa. Outros nomes se posicionaram e devem manter suas candidaturas, entre eles o vice-prefeito João Rodolfo (PCdoB), e o empresário Henrique Júnior (PMN). Não há qualquer sinal indicando um entendimento entre os grupos dominantes, embora se especule que a emedebista Socorro Waquim poderá receber o apoio do grupo liderado por Alexandre Almeida, caso o PSDB não lance um candidato.

Ao articular a licença de dois meses do deputado Rigo Teles – que disputará a Prefeitura de Barra do Corda -, o deputado Roberto Costa avisou que aposta alto na candidatura de Socorro Waquim, indicando que o MDB vai jogar todo o seu poder de fogo para tê-la de volta à Prefeitura de Timon. Política experiente e líder de uma expressiva fatia do eleitorado timonense, Socorro Waquim já é, segundo pesquisa recente, o principal adversário do Coronel Schneyder. E se a especulação sobre a possibilidade de ela receber o apoio do ex-deputado Alexandre Almeida vier a se confirmar, sua candidatura ganhará um forte impulso. Ao mesmo tempo, o prefeito Luciano Leitoa e seu grupo preparam a arrancada da pedetista Dinair Veloso, que muitos acreditam que atropelará os demais candidatos na reta final. Pode ser, pois afinal, com décadas de experiência, os Leitoa têm o mapa eleitoral de Timon na palma da mão, e sabem o que fazer para vencer eleições.

O fato do momento é que ontem, ao assumir o mandato de deputada estadual, mostrando que tem total apoio do seu partido, a ex-prefeita Socorro Waquim deu um passo importante na consolidação do seu projeto de voltar ao comando municipal, tornando-se forte fator de preocupação dos demais candidatos, a começar pelo Coronel Schneyder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mesmo fazendo charme, PT já está na aliança liderada por Rubens Júnior

Marcio Jerry, Samuel Silva, Efigênia Silva, André Fufuca, Eliziane Gama, Totó |Martins e Honorato Fernandes: aliança em torno da candidatura de Rubens Júnior (C)

Todos os sinais, mesmo emitidos em meio a trovoadas, indicam que o PT de São Luís, que é presidido pelo vereador Honorato Fernandes, já é parte da coligação que embalará a candidatura do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), e que contará também com o Cidadania, avalizado pela senadora Eliziane Gama, pelo PP, controlado pelo deputado federal André Fufuca, pelo DC, presidido por Totó Martins, e pelo PMB, liderado por Efigênia e Samuel Silva.  Esse grupo se reuniu ontem com Rubens Júnior e o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, para reforçar a aliança e começar a trabalhar com o objetivo de consolidá-la.

É verdade que, por conta de não afinação em outras capitais, PT e PCdoB estejam se estranhando, com troca de declarações fortes entre lideranças intermediárias dos dois partidos. Mas até as pedras de cantaria da praia grande sabem que o PT não tem outro caminho que não coligar com o PCdoB em São Luís. A banda petista está fazendo charme, adiando já por duas vezes reunião para se posicionar na eleição do novo prefeito de São Luís. Mas a presença do vereador Honorato Fernandes na reunião ontem com o candidato e o presidente do PCdoB é sinal forte de que líderes comunistas e petistas já acertaram os ponteiros e estão discutindo perfumaria, como, por exemplo, a data do anúncio oficial da aliança PCdoB/PT em São Luís.

Tudo o que for dito fora desse script será conversa mole, sem desdobramento fora do roteiro.

 

Wellington do Curso estaria sendo pressionado a desistir; tucanos negam pressão

Wellington do Curso

São cada vez mais fortes e intensos os rumores de que o comando estadual do PSDB estaria pressionando o deputado Wellington do Curso para desistir da sua candidatura à Prefeitura de São Luís. O motivo seria o projeto do presidente do ninho maranhense, senador Roberto Rocha, de liberar o PSDB para alinhá-lo numa aliança com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide. Terceiro colocado em todas as pesquisas, atrás de Eduardo Braide e do deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), Wellington do Curso estaria resistindo à pressão, determinado a levar sua candidatura até o final. Já apoiado pelo PSC e pelo PSD, com declarações formais dos seus chefes, os deputados federais Aluísio Mendes e Edilázio Júnior, respectivamente, Eduardo Braide precisa ampliar sua coligação para agregar principalmente tempo de rádio e TV, componentes fundamentais na sua campanha. Vozes tucanas minimizam a situação argumentando que não se trata de pressão, mas de conversas para convencer o parlamentar a desistir de uma candidatura sem futuro em favor de um projeto que pode dar certo. O desfecho dessa situação será conhecido em breve.

São Luís, 13 de Agosto de 2020.

Júlio Matos tira liderança de Eudes Sampaio e transforma sucessão de Ribamar em guerra política

 

Júlio Matos aparece à frente de Eudes Sampaio, colocando em xeque a liderança de Luis Fernando Silva e reforçando a posição de Gil Cutrim no cenário político de Ribamar

Depois de um longo período em que tudo parecia caminhar para um desfecho previsível, com a mais que provável reeleição do prefeito Eudes Sampaio (PTB), o quadro da disputa pela Prefeitura de São José de Ribamar mudou radicalmente, com o cenário sofrendo uma violenta reviravolta, com a entrada em cena do ex-prefeito Júlio Matos (PSDB). Antes da mudança, Eudes Sampaio caminhava a passos largos, movido pelo seu prestígio como prefeito e pelo o apoio incondicional do ex-prefeito e atual secretário estadual de Programas Especiais Luís Fernando Silva, de longe o maior e mais forte líder político da Cidade do Padroeiro. Porém, a volta de Júlio Matos à animada ciranda política ribamarense, surpreendentemente beneficiado por uma decisão do Tribunal de Contas do Estado que limpou sua ficha e lhe deu carta branca para entrar na briga pelo voto, o cenário ganhou outro desenho. E nele o ex-prefeito tomou o espaço de protagonista e o atual prefeito foi transformado num com concorrente fragilizado.

Pesquisa recente do instituto DataIlha – que ouviu 465 eleitores no período de 18 a 20 de Julho, com margem de erro de 4% e registro na Justiça Eleitoral sob o número MA-06138/2020 – causou forte impacto no ambiente político de São José de Ribamar ao apontar o tucano Júlio Matos disparado na liderança, com 42,2% das intenções de voto. Na segunda posição, separado por nada menos que 30 pontos percentuais de diferença, aparece o prefeito Eudes Sampaio, com pífios 12% das preferências. E o que é mais surpreendente, ameaçado pelo vereador Beto das Vilas (Republicanos) com 10,3%, e pelo ex-deputado Jota Pinto (PDT) com 9,9%, com folga apenas em relação a Edson Júnior (MDB), que aparece com 4,9%. De acordo com a pesquisa, 11% disseram que votarão nulo ou em branco, enquanto 9,7% não souberam ou não quiseram responder – mesmo que todos os insatisfeitos e indecisos decidam apoio ao prefeito, ele não alcançaria o primeiro colocado.

A volta do ex-prefeito Júlio Matos à cena política ribamarense tem o apoio do ex-prefeito e atual deputado federal Gil Cutrim (PDT), do seu irmão, o deputado estadual Glaubert Cutrim (PDT) e do chefe do clã, o ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Edimar Cutrim. Mesmo tendo o PDT lançado o ex-deputado Jota Pinto, os Cutrim avaliaram que ele não tem chance numa disputa direta com Eudes Sampaio, e decidiram usar todo o seu poder de fogo para derrotar o ex-prefeito Luís Fernando Silva apoiando a reabilitação do ex-prefeito. A decisão do TCE de limpar a ficha de Júlio Matos causou polêmica e está sendo questionada judicialmente, podendo ser tornada sem efeito. Mas se não for revista, o ex-prefeito poderá desmontar o poderoso lastro político e eleitoral de Luís Fernando Silva em São José de Ribamar.

Uma eventual vitória eleitoral de Júlio Matos significará também um golpe duro no PTB, hoje liderado pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que vinha apostando alto na permanência do partido no comando do terceiro maior município do Maranhão, com peso político e eleitoral decisivo no estado, a exemplo de Imperatriz, Timon e Caxias. A disputa pela Prefeitura ribamarense envolve a guerra particular dos Cutrim contra Luís Fernando Silva, o projeto do senador Weverton Rocha (PDT) para 2022 e o futuro do senador Roberto Rocha, que controle o PSDB no Maranhão e também estaria por trás da pré-candidatura de Júlio Matos.

São guerras isoladas, mas que influenciarão fortemente no posicionamento do eleitorado de São José de Ribamar. O prefeito Eudes Sampaio está numa posição delicada, ciente de que a sua situação é complicada, mas também que dispõe de aliados fortes, dos instrumentos e de bom tempo para encontrar o caminho da reeleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia garante parcelamento de IPVA e contrato de professores convertendo MPs em leis

Othelino Neto presidiu a sessão que aprovou a conversão das MPs em leis estaduais

A Assembleia Legislativa converteu em leis, ontem, em votações unânimes, duas importantes MPs editadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB).

A primeira, de número 322/2020, deu base legal ao parcelamento excepcional, com anistia de multas e juros, de débitos fiscais relacionados ao IPVA, correspondente a até 31 de 2019. Os débitos com o IPVA cujos fatos geradores ocorreram até 31 de dezembro de 2019, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, ajuizados ou não, poderão ser pagos seguindo alguns critérios: com 100% de redução dos juros e das multas punitivas e moratórias, para pagamento à vista, e com 60% de abatimento para pagamento em até 12 parcelas. Para motocicletas e similares, o valor mínimo por parcela é de R$ 30,00. Para os demais veículos o valor mínimo é de R$ 100,00 por parcela.

Para os veículos usados, os débitos do IPVA relativos ao exercício de 2020 poderão ser efetuados em parcela única, sem incidência de juros e multa, com redução de 10%, até 30 de setembro de 2020. E, em até cinco parcelas mensais, iguais e sucessivas, com os acréscimos moratórios estabelecidos legalmente, desde que o vencimento da última parcela não ultrapasse 30 de dezembro deste ano. O pedido de parcelamento poderá ser feito até o dia 30 de Setembro.

Ao colocar a matéria em votação, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), assinalou: “Uma importante iniciativa que irá ajudar os contribuintes neste momento de recessão econômica, levando em consideração, também, que muitos dependem dos seus veículos para trabalhar”.

A outra MP convertida em lei foi a 318/20, que altera a Lei 6.915/97, que dispõe sobre a contratação, por tempo determinado, de pessoal para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Diante da suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas maranhenses, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a MP autoriza prorrogação, por mais 90 dias a vigência dos contratos temporários firmados com professores para o Ensino Fundamental, Especial e Médio, como necessidade excepcional, conforme garante a Constituição Federal. O término da vigência desses contratos poderia comprometer a continuidade dos serviços educacionais pelas instituições da rede estadual de educação.

 

Situação de Ildon Marques pode mudar o rumo da disputa em Imperatriz

Ildon Marques

São muitas as dúvidas em relação ao futuro da pré-candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PP), que de acordo com pesquisa do instituto Emet, lidera a corrida em Imperatriz por alguns centésimos à frente do prefeito Assis Ramos (DEM). Em decisão recente, o Supremo Tribunal Federal teria ratificado decisão da Justiça Eleitoral que o tornou inelegível por improbidade administrativa. Vozes tarimbadas têm dito que a decisão é irrevogável, enquanto o ex-prefeito tem garantido que a situação está sob controle e que vai reverter a decisão e recuperar a elegibilidade. Aliados do prefeito Assis Ramos afirmam que Ildon Marques está fora, e manifestam agora preocupação com os rumos que os eleitores do ex-prefeito tomarão. Na terceira posição, segundo a pesquisa, o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) aguarda o desenrolar dos acontecimentos, enquanto o deputado Marco Aurélio (PCdoB), se prepara para acelerar o motor da sua campanha. O fato é que, se o cenário da disputa for mesmo o mostrado pela pesquisa  Emet, o jogo está praticamente zerado na Princesa do Tocantins.

São Luís, 12 de Agosto de 2020.

Pesquisa do Ibope aponta dois turnos em São Luís, confirma liderança de Braide e tira Detinha do zero

 

Eduardo Braide lidera e Duarte Júnior é o segundo, ameaçado por Wellington do Curso e Neto Evangelista; Detinha saiu do anonimato mostrado por outras pesquisas

Por mais forte que seja a polêmica que a cerca, a começar pelo fato de ter sido contratada pela empresa que cuida da campanha da deputada Detinha (PL), pondo em marcha uma estratégia do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), a pesquisa Ibope divulgada ontem sobre as preferências do eleitorado na corrida à Prefeitura de São Luís parece ter encontrado um cenário realista, se a eleição fosse agora. O deputado federal Eduardo Braide (Podemos) aparece liderando com 39% das intenções de voto, seguido do deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) com 13%, do deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) com 9%, do deputado estadual Neto Evangelista (DEM) com 8%, do deputado federal Bira do Pindaré (PSB) com 5%, do deputado estadual Adriano Sarney (PV) com 3%, da deputada estadual Detinha (PL), do radialista Jeisael Marx (Rede) e do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) com 2% e do ex-juiz federal Carlos Madeira (Solidariedade) e do deputado estadual Yglésio Moyses (PROS) com 1%. Além disso, 9% disseram que votariam em branco ou nulo, e 6% não souberam ou não quiseram responder. Dado importante: a margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Os números do Ibope desenharam um cenário em que Eduardo Braide mantém intacta sua liderança, posição reforçada pelo fato de não haver um nome que o ameace com uma polarização. A soma das intenções de voto aos demais pré-candidatos, porém, é de 46 pontos percentuais, indicando ser quase certo que a eleição do novo prefeito se dará em dois turnos. Levando-se em conta a expressiva margem de erro, o pré-candidato do Podemos está situado num intervalo que vai de 35 a 43 pontos percentuais, o que não lhe dá qualquer garantia de que vencerá a eleição em turno único. A se confirmar essa tendência, o pré-candidato do Podemos enfrentará num segundo turno uma campanha de elevado risco, principalmente se vier de enfrentar um candidato como Neto Evangelista ou Rubens Júnior, ambos embalados por forte estrutura partidária. Ou Duarte Júnior, que mesmo não tendo uma base partidária forte, tem carisma de sobra para turbinar sua candidatura numa eventual segunda volta.

A julgar pelas variações possíveis da elevada margem de erro, Duarte Júnior e Wellington do Curso estão medindo forças pela segunda posição, com vantagem óbvia do primeiro, num cenário em que Neto Evangelista aparece logo em seguida como forte pretendente à posição de adversário de Eduardo Braide. Nesse espaço intermediário do tabuleiro da disputa na Capital, Bira do Pindaré também tem potencial para seguir em frente. Os quatro são militantes experientes, que conhecem as reentrâncias políticas e eleitorais da Capital, podendo, cada um ao seu modo, reunir cacife para brigar pela ponta.

No pelotão de trás, onde seis pré-candidatos de engalfinham, a pesquisa Ibope trouxe dois dados importantes. O primeiro é a permanência de Rubens Júnior num patamar eleitoralmente modesto, embora ninguém acredite que ele venha nele permanecer. O outro dado é o surpreendente aparecimento de Detinha com 2% das intenções de voto, quando a última pesquisa, divulgada recentemente, informou que ela foi simplesmente fora ignorada pelos entrevistados, a exemplo do que aconteceu com os pré-candidatos do PSOL, Franklin Douglas, e do PSTU, Saulo Arcangeli, que já não é mais candidato a prefeito, tendo passado a bola para o militante social Wertz Dias, que foi candidato a vice-presidente da República em 2018. O aparecimento de Detinha com dois pontos percentuais foi festejado por Josimar de Maranhãozinho.

A pesquisa do Ibope deverá servir de base para uma série de decisões e ajustes nas mais diversas candidaturas, em particular na de Rubens Júnior, que tem o aval do governador Flávio Dino e deverá receber apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Mais ainda: reforçou o recado dos eleitores ao projeto eleitoral do PSOL, que tem como candidato o jornalista, advogado e professor Franklin Douglas, que a exemplo da pesquisa anterior, não recebeu nenhuma intenção de votos.

Em Tempo: Contratada pela agência Jakarta Publicidade, a pesquisa Ibope foi realizada no período de 30 de julho a 5 de agosto e ouviu 602 eleitores. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para mais, ou para menos, sendo o intervalo de confiança de 95%, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-05532/2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Imperatriz: pesquisa mostra empate entre Ildon e Assis, ameaçados por Madeira e Marco Aurélio

Ildon Marques e Assis Ramos estão empatados e ameaçados por Sebastião Madeira e Marco Aurélio

Se as informações numéricas da pesquisa Emet estiverem pelo menos próximos da realidade, o cenário da corrida à Prefeitura de Imperatriz evolui para um desfecho absolutamente imprevisível. Ali, de acordo com a pesquisa que entrevistou 1.105 eleitores no período de 5 a 7 de Agosto, tem margem de erro de 2,9%, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número 09178/2020, o ex-prefeito Ildon Marques (PP), com 17,83% das intenções de voto, e o prefeito Assis Ramos (DEM), com 17,47%, aparecem rigorosamente empatados. Na terceira posição o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), com 13,48%, encontra-se empatado com o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que tem 12,67%. No segundo time de candidatos encontram-se Daniel Fiim (4,43%), Pastor Laércio (3,17%), Rodrigo Brasmar (3,08%), Dra. Graça (1,54%) e Zé Carlos (1,18%). A opção “nenhum deles” recebeu 13,76%, e “não sabe” 11,40%.

Difícil prever o desfecho da disputa na antiga Vila do Frei. A começar pelo fato de que, conforme decisão recente da Justiça Eleitoral, o ex-prefeito Ildon Marques está inelegível. Se ele conseguir concorrer liminarmente, o cenário da disputa será um, mas se ele ficar de fora, a grande pergunta será: para quem seus eleitores migrarão? Esse movimento dependerá muito da posição que o próprio Ildon Marques vier a adotar. Além disso, o prefeito Assis Ramos, que no início do ano amargava baixos índices de popularidade, conseguiu sair do limbo e viabilizar o seu projeto de reeleição, tornando-se um candidato competitivo.

Na outra ponta da linha desponta o ex-prefeito Sebastião Madeira, que saiu de quase zero e vem avançando, conseguindo se posicionar entre em terceiro lugar, e com possibilidade de crescer na hipótese da não participação de Ildon Marques. Já o deputado Marco Aurélio, que é muito acreditado na cidade, trabalha sem alarde, com o aval do PCdoB, certo de que chegará na reta final liderando a corrida.

Os demais não parecem ter chance de chegar a algum lugar.

 

Decreto de luto oficial pelas 100 mil mortes reforça posição do Legislativo contra a pandemia

Othelino Neto decretou luto oficial pelas 100 mil mortes por Covid-19

Termina hoje o período do luto oficial de três dias decretado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) em memória dos mais de 100 mil brasileiros mortos por Covid-19 no Brasil. O decreto foi editado no Domingo e traduz o sentimento solidariedade dominante no parlamento estadual em favor dos maranhenses e brasileiros alcançados pela pandemia do novo coronavírus.  “Chegamos a esta triste marca no País. E neste momento de dor, lamento a perda de cada uma das vidas brasileiras ceifadas por essa doença. São mais de 100 mil vidas que importam muito. Que Deus possa confortar o coração das pessoas que perderam alguém do seu convívio em razão da Covid-19”, declarou o presidente do Poder Legislativo ao editar o decreto.

Vale registrar que a Assembleia Legislativa do Maranhão não se omitiu da luta contra o novo coronavírus. Agiu com razão e responsabilidade quando suspendeu suas atividades presenciais, reduziu drasticamente as atividades administrativas da Casa, liberou os servidores e deputados do grupo de risco. Em meio ao clima de tensão e insegurança, fez história ao iniciar a era das sessões virtuais à distância, por meio das quais aprovou uma série de matérias importantes para o combate à pandemia e seus efeitos sociais e econômicos.

O luto de três dias decretado pelo presidente Othelino Neto foi um gesto que ratificou tudo o que o Legislativo maranhense fez contra pandemia.

São Luís, 11 de Agosto de 2020.

Resultado da luta contra a pandemia e atuação política nacional põem Flávio Dino no jogo político para 22

 

Flávio Dino: informações que dão força à sua atuação política no plano nacional

Duas informações de larga importância e ampla repercussão, uma de natureza gerencial e outra de caráter político, invadiram com força o gabinete principal do Palácio dos Leões. A primeira: o Maranhão já é, sem favor, o estado que melhor enfrentou a pandemia do novo coronavírus em toda a Federação, incluindo o Distrito Federal. A segunda: pesquisa realizada pelo PoderData, um instituto acreditado nacionalmente, revelou que o governador Flávio Dino (PCdoB) entrou definitivamente no time dos presidenciáveis, consolidando-se como uma personalidade política de influência nacional. As duas informações, que aparentemente nada têm a ver uma com a outra, colocaram o Maranhão no epicentro dos dois grandes movimentos que mobilizam as atenções e as perspectivas dos brasileiros, exatamente por estarem diretamente associados ao futuro do País em curto, médio e longo prazo. Nele, independente do que venha a acontecer, o governador Flávio Dino se tornou e, tudo indica, continuará sendo, voz destacada e ouvida atentamente em todos os segmentos da vida nacional, a começar pela seara política.

Dados do próprio Ministério da Saúde e de todas as agências de acompanhamento e controle de referência nacional, levantados e divulgados no exato momento em que o Brasil amarga a triste marca dos 100 mil mortos pela Covid-19 e ultrapassa o patamar dos três milhões de infectados,  apontaram Maranhão como o estado melhor posicionado no combate à pandemia que assola o País e o planeta, com indicador de transmissão de contágio abaixo de 1%, estando proporcionalmente na melhor posição entre os estados que mais testaram. Os dados informaram também que o Maranhão montou uma estrutura hospitalar cuja ocupação dos indispensáveis e salvadores leitos de UTI fechou a semana com apenas 39% e a dos leitos clínicos menor ainda: 22%. Nesse cenário, que coloca o Maranhão como referência num contexto em que ainda há estados enfrentando o pior da pandemia, como Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás, o governador Flávio Dino desponta como um gestor eficiente, que, que enxergou cedo o poder avassalador da pandemia, driblou dificuldades e vem alcançando êxitos concretos, inquestionáveis. E com um discurso que aponta soluções ousadas para os problemas que o Brasil já enfrenta e que se agravarão no pós-pandemia.

Na sexta-feira, o confuso e instável tabuleiro da política nacional foi mexido pela primeira pesquisa sobre a corrida ao Palácio do Planalto feita pelo instituto PoderData, que ouviu 2.500 em 512 municípios (por telefone) no período de 3 a 5 de Agosto, encontrando o seguinte cenário de intensões de voto: Jair Bolsonaro (38%), Fernando Haddad (14%), Sérgio Moro 10%, Ciro Gomes (6%), Henrique Mandetta (5%), João Doria (4%) e Flávio Dino (3%). Um contingente de 12% respondeu que votaria nulo ou em branco e 8% não quiseram ou não souberam responder.

Nesse contexto, o governador do Maranhão tem motivos de sobra para comemorar os 3% de intenção de voto que recebeu. Primeiro porque, pela margem de erro de 2%, aparece ombreado com ninguém menos que o poderoso e midiático governador de paulista, e com o deputado federal Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde que ganhou fôlego ao se contrapor ao presidente da República, e bem situado em relação ao ex-ministro Ciro Gomes, candidato assumido desde que foi eliminado do páreo em 2018. Suas possibilidades nesse confronto que já ganha forma são ainda muito modestas, mas todos os indicadores apontam que, ao contrário de Ciro Gomes, que perde força, e João Doria, que parece estacionado, sua posição é a de quem está em ascensão. Até onde chegará? Só o tempo, os desdobramentos da pandemia no campo econômico e da crise nacional, os passos do presidente Jair Bolsonaro e as articulações, principalmente no amplo espectro representado pelo centro e pela esquerda, produzirão elementos para uma resposta.

Se o curso do seu Governo e da sua ação política continuar evoluindo, como parece ser tendência, Flávio Dino tem as condições para chegar em 2022 com um lastro político denso, independentemente do cenário que tiver sido montado pelas circunstâncias que estão movendo a Nação. Poderá estar política e eleitoralmente balizado para entrar na briga pela Presidência da República ou participar de uma chapa forte como candidato a vice-presidente. Se não, estará certamente posicionado para desembarcar no Senado da República como uma das vozes mais credenciadas para debater o futuro do Brasil e do Maranhão a partir de 2023.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Rubens Júnior mantém candidatura com alto poder de fogo

Rubens Júnior mantém candidatura politicamente forte e sem risco de retrocesso

Causou apenas surpresa, mas nenhum impacto, a especulação, logo desmentida, de que o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) poderia renunciar à sua candidatura à Prefeitura de São Luís. Primeiro, a candidatura de Rubens Júnior, muito mais do que um movimento pessoal, é um projeto do seu partido, aprovado pelo governador Flávio Dino, avalizado pelo presidente da agremiação, deputado federal Marcio Jerry, e apoiado por uma boa fatia da aliança partidária que dá suporte ao Governo do Estado. Depois, não houve um fato, um gesto, uma declaração que indicasse essa possibilidade. Ao contrário, todos os movimentos do pré-candidato do PCdoB e dos seus apoiadores foram no sentido de consolidar a sua candidatura. Ainda que enfrentando alguma dificuldade na formação da sua aliança, a começar pelo jogo velho e surrado do PT de dificultar entendimentos mesmo que não tenha muitas opções, Rubens Júnior vem demonstrando disposição para se manter no jogo como um nome viável, inclusive dando uma mostra de sensatez política ao abrir canal de diálogo com o MDB. Além do mais, sua candidatura está associada diretamente ao governador Flávio Dino, ainda que o mesmo não venha a se envolver no primeiro turno da corrida. E conta mais com um trunfo, que deverá se manifestar na hora certa, diretamente ou de maneira indireta: o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que não apoiará o candidato apoiado pelo seu partido, Neto Evangelista (DEM). Jovem, com boa formação e visível ambição políticas, dono de um lastro invejável de mandatos parlamentares e reconhecido como um político sério e de personalidade forte, Rubens Júnior não parece o candidato que desiste fácil. E reúne as condições políticas básicas para entrar firme na guerra pelo voto. Se vai se dar bem, essa é outra história.

 

A maioria dos candidatos está de olho no apoio do MDB

Roberto Costa e Rosana Sarney: alinhados no MDB e procurados por candidatos em São Luís

A sede do MDB no São Francisco (Conjunto dos Bancários) tem sido escalada quase que obrigatória dos candidatos a prefeito de São Luís. Por lá já passaram Neto Evangelista (DEM), Rubens Júnior (PCdoB), Duarte Júnior (Republicanos), Yglésio Moises (PROS), Carlos Madeira (Solidariedade), Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PSDB). Todos conversaram com o deputado Roberto Costa, vice-presidente regional e articulador da participação do partido nas eleições municipais. Têm sido “boas conversas”, diz Roberto Costa, responsável pelas mudanças que têm levado o MDB a tirar das costas o peso de ser apontado como bastião sarneysista, sem renunciar à sua relação com o grupo do ex-presidente José Sarney nem perder a ex-governadora Roseana Sarney como a maior estrela e o maior trunfo eleitoral do partido. O MDB tem uma boa estrutura em São Luís, é dono de algum capital eleitoral e pode vender grandes obras e investimentos sociais e culturais na cidade, além de um nada desprezível tempo no rádio e na TV. Todos os candidatos estão de olho no cacife emedebista. Tanto que alguns candidatos que já estiveram ao partido completar o roteiro com uma visita à ex-governadora. Essa movimentação gerou expectativa em relação a como se posicionará o partido.

São Luís, 09 de Agosto de 2020.

Esquerda radical faz gestos para sair do isolamento na guerra pelo voto em São Luís

 

Saulo Arcangeli será candidato a vereador, Wertz Dias disputará Prefeitura e Franklin Douglas embalará candidatos à Câmara Municipal de São Luís

O braço ludovicense do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) tomou uma decisão surpreendente: trocou o seu candidato à Prefeitura de São Luís. Saiu o bacharel em Computação e professor Saulo Arcangeli e entrou o militante social Hertz Dias. A troca sinaliza uma mudança expressiva no projeto político e eleitoral do partido na Capital, à medida que Saulo Arcangeli deixa a disputa majoritária para entrar na guerra por uma cadeira na Câmara Municipal. O projeto se assemelha ao do PSOL, que lançou o jornalista, advogado e professor Franklin Douglas à disputa pela Prefeitura, mas também com o compromisso de apoiar e dar substância a uma chapa de candidatos a vereador. De longe os mais expressivos e ativos bastiões da esquerda extremada no Maranhão, os dois partidos passam a impressão de que estão caindo na real e se dando conta de que o fato de não terem representantes eleitos, como prefeitos e vereadores, os manterá alijados do grande debate sobre o futuro de São Luís, correndo o risco de desparecerem do cenário político estadual.

Fundado em São Paulo e tendo o braço de São Luís como um dos mais ativos do País, o PSTU é quase um fantasma partidário, à medida que – pelo menos até onde a Coluna alcança – não tem representantes no Congresso Nacional, em Assembleias Legislativas, em Câmaras Municipais nem em governos estaduais ou em Prefeituras. Sua atuação tem sido limitada a eventos de rua, aos quais seus poucos militantes marcam presença com bandeiras vermelhas com a sigla do partido em branco, sem a evidência de uma liderança forte que fale em nome em seu nome. No Maranhão, o PSTU foi durante muitos anos comandado pelo eletricitário Marcos Silva – que disputou a Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado várias vezes, e que recentemente migrou para o PCdoB, pelo qual pretende tentar uma cadeira na Câmara Municipal – e por integrantes da família Durans, todos militantes, que só aparecem em períodos eleitorais.

Tudo indica que, calejado de atuar como figuração eleitoralmente inexpressiva, o partido de Zé Maria firmou mais os pés no chão ao decidir dar ao seu quadro mais importante a oportunidade concreta de conquistar um mandato. Figurante em várias eleições, tendo disputado a Prefeitura, o Governo do Estado e o Senado, Saulo Arcangeli se tornou, por suas boas participações, um político conhecido, ideologicamente coerente, talhado, portanto, para disputar um mandato de vereador. Já Hertz Dias tem no currículo uma candidatura a vice-presidente da República em 2018, na chapa liderada pela sergipana Vera Lúcia. É provável que o comando do PSTU tenha mergulhado na razão e concluído é mais racional e promissor investir toda sua força política e eleitoral na tentativa de eleger um vereador, do que alimentar a ilusão de conquistar nas urnas o Palácio de la Ravardière.

Surgido de uma dissidência do PT durante o primeiro mandato presidencial de Lula da Silva, o PSOL é um partido bem mais forte e estruturado do que o PSTU. Tem representantes no Congresso Nacional, em alguns parlamentos estaduais e municipais. Em São Luís teve momentos promissores, mas divergências internas o enfraqueceram. Já teve nomes politicamente conhecidos e eleitoralmente viáveis, como o ex-deputado federal Haroldo Sabóia. Hoje, Franklin Douglas é o seu quadro mais conhecido, e sua candidatura é também uma estratégia de embalar uma chapa do partido à Câmara Municipal, tendo como um dos destaques o sindicalista Raimundo Noleto, que foi candidato a senador em 2018.

Numericamente inexpressivos, os chefes e os militantes do PSTU e do PSOL no Maranhão sabem que nesse novo cenário político do Maranhão, no qual estão pontificando líderes da chamada esquerda democrática, que alguns preferem identificar como centro-esquerda, não há lugar para uma esquerda radical. Isso pode explicar a mudança de objetivo de ambas as agremiações.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Imagem de Hilton Gonçalo foi colocada em xeque pela “Operação Falsa Esperança”

Hilton Gonçalo teve sua imagem de bom político colocada em xeque

A “Operação Falsa Esperança”, feita pela Polícia Federal para investigar fortes suspeitas de desvio recursos públicos na compra de respiradores para leitos de UTIs destinados a infectados pelo novo coronavírus em Santa Rita, Bacabeira e Miranda do Norte foi uma pancada sem precedentes no prestígio do prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Republicanos) e da mulher dele, Fernanda Gonçalo (PMN), prefeita da vizinha Bacabeira. Festejados no meio político maranhense como líderes de referência administrativa, com influência em outros municípios, ambos estão ameaçados pela artilharia do descrédito, exatamente no momento em que se preparam para encarar a luta pela reeleição.

Conhecido pela sua eficiência administrativa, tendo colocado Santa Rita como exemplo de boa gestão, o médico Hilton Gonçalo entre os políticos mais importantes do Maranhão, apesar das suas estranhas movimentações políticas. Foi eleito com quase 90% dos votos em 2006, tendo eleito sua mulher, Fernanda Gonçalo, prefeita de Bacabeira também por larga maioria de votos, tendo tido ainda influência decisiva na eleição de Iriane Gonçalo, sua irmã, em Pastos Bons. Em 2016, além das vitórias acachapantes que liderou, foi um dos coordenadores da campanha do então deputado estadual Eduardo Braide, então no PMN, à Prefeitura de São Luís, relação política mantida até agora.

A acusação de desvio na compra de respiradores é forte. Impressionam as imagens mostrando toscos cilindros de oxigênio substituindo respiradores comprados e não recebidos, numa operação que movimento R$ 4,5 milhões, colocou em xeque a credibilidade dos bem avaliados prefeitos de Santa Rita e Bacabeira. Muitos torcem para que eles tombem no charco das ilegalidades, mas há também muitos que torcem para que eles expliquem o que aconteceu, que não houve desvio nos dois municípios e saiam ilesos.

A mesma situação envolve o prefeito de Miranda do Norte, Eduardo Belfort (PSDB), que também caminha para a reeleição, mas pode encontrar enormes pedras no meio do caminho.

 

Carlos Brandão pode ajudar nas articulações do Republicanos para as eleições municipais

Carlos Brandão:  experiência 

A tragédia que atingiu o deputado federal Cleber Verde com o brutal assassinato dos seus pais, no mês passado, numa fazenda em Turiaçu, o tirou temporariamente do eixo das articulações para conduzir o seu partido, o Republicanos, a um bom desempenho nas eleições municipais. A agremiação partidária, porém, não ficará sem comando, uma vez que o vice-governador Carlos Brandão poderá assumir a tarefa de cuidar do processo. Considerado um articulador eficiente, que sabe trabalhar nos bastidores, Carlos Brandão poderá, pelo menos, consolidar parte do que já estava sendo articulado por Cleber Verde. A eficiência do vice como articulador foi mostrada em 2016, quando ainda comandava o PSDB e saiu das urnas com 29 prefeitos eleitos, um a mais do que o PDT e só perdendo para o PCdoB, que sob a batuta do hoje deputado federal Márcio Jerry foi vitorioso em 46 municípios.

São Luís, 08 de Agosto de 2020.