Arquivos mensais: abril 2019

MDB: João Alberto continua presidente, mas ala jovem dará as cartas com Roberto Costa 1º vice e maioria na Executiva

 

João Alberto ladeado por João Marcelo e por Roberto Costa na reunião do MDB

Um novo MDB começou a nascer ontem no Maranhão. Depois de meses de um intenso cabo-de-guerra interno, entre as alas jovem e conservador, o braço maranhense deflagrou um amplo processo de renovação. Comandada pelo deputado estadual Roberto Costa, a ala jovem saiu amplamente majoritária na estrutura de comando do partido, com domínio do Diretório estadual e da Comissão Executiva. Num grande acordo interno, que evitou o confronto que estava desenhado, as duas alas concordaram em manter o ex-governador João Alberto na presidência da Executiva, mas a ala jovem impôs sua força e ocupou todos os cargos importantes: Roberto Costa foi eleito 1º vice-presidente, o deputado federal Hildo Rocha ficou com a 2ª vice, e o ex-deputado federal Victor Mendes foi eleito 3º vice; Remi Ribeiro será o secretário geral, tendo como adjunto Francisco Soares, e Assis Filho será o tesoureiro. Após as definições, a palavra unidade começou a dominar os discursos das duas correntes.

O desfecho da luta pelo poder dentro do MDB maranhense se deu sem a influência direta do ex-presidente José Sarney nem da ex-governadora Roseana Sarney, que permaneceram em Brasília em operação permanente para preservar pelo menos alguns espaços de poder na máquina federal. A permanência do ex-governador João Aberto na presidência se deu mediante o compromisso por ele assumido de conduzir a transição que resultará na entrega do partido a um comando da ala jovem. Na prática, João Alberto vai continuar cuidando da gestão do partido, reconhecida como exemplar, ficando o 1º vice-presidente Roberto Costa com a responsabilidade de traçar e levar adiante a orientação política do partido.

Alguns observadores se equivocaram ao minimizar as mudanças feitas ontem no MDB. Parece não terem se dado cinta de que, com maioria no Diretório e com o controle da Comissão Executiva, a ala jovem passa a ter poder de fogo para dar as cartas no partido, podendo definir uma orientação política. E começa com o fato de que o ex-governador João Alberta, mesmo tendo cultivando algumas posições conservadoras, concorda com o movimento da ala jovem e aceitou permanecer na presidência exatamente para garantir um processo de transições sem maiores traumas. Todos sabem que o ex-presidente José Sarney continuará sendo a grande referência do MDB, e que a ex-governadora Roseana Sarney, pelo cacife que ainda detém e pela liderança que ainda exerce, terá influência nos destinos da agremiação. Mas sabem também que dificilmente imporão suas orientações.

Essa nova realidade começou a se desenhar no final do ano passado, quando a ex-governadora se apresentou para substituir João Alberto no comando do partido, mas foi avisada pelas duas alas que, se quisesse assumir a presidência do partido, teria de disputar o cargo em convenção. Ressabiada com a dura derrota que sofreu nas urnas, a outrora chefe incontestável preferiu permanecer onde está. O sonoro “não” à Roseana Sarney não apenas indicou que os Sarney não mandam como mandaram no partido, mas também sinalizou que a renovação no comando partidário teria de acontecer, de um jeito ou de outro. E aconteceu ontem, com uma tensão aqui, um mal-estar ali, um nhenhenhém acolá, mas com jeito de que o processo não tem volta.

O trabalho de articulação feitio por Roberto Costa, com o apoio de Victor Mendes e Assis Filho e outros deu à ala jovem do MDB força necessária para brecar o avanço da corrente que teve o deputado Hildo Rocha como representante. Certo de que sua posição seria derrotada, Hildo Rocha não participou da convenção, mas mandou recado reivindicando a 1ª vice-presidência; o cargo, porém foi destinado a Roberto Costa, restando-lhe a 2ª vice, que ele aceitou. A solução dessa foi possível com a intermediação do deputado federal João Marcelo, que preferiu não entrar na briga e permanecer apenas como membro do Diretório estadual.

– Agora é a hora de manter a unidade do partido, abri-lo para a sociedade, trazer novos quadros, para que o MDB volta a ser um grande partido – disse o deputado Roberto Costa, com a segurança de quem vai dar as cartas na agremiação a partir de agora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Atirando a esmo, Sérgio Cabral disparou também na direção de Roseana Sarney

Sérgio Cabral no depoimento bombástico ao juiz Marcelo Bretas: tiros para todos os lados

No seu bombástico depoimento, o mais completo e espantoso que prestou ao juiz Marcelo Bretas, chefe da Lava Jato no Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) revelou falcatruas no Governo fluminense desde quando o também emedebista Moreira Franco – preso na semana passada por outras bandalheiras – esteve no comando do Estado, passando a bola para Leonel Brizola (PDT), Marcelo Alencar (PDT),

Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho (PDT e PMDB). Já condenado a mais de 200 anos de cadeia e ainda podendo amargar mais um ou dois séculos, Sérgio Cabral revelou que começou a roubar quando presidiu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, detalhou as operações,  traçou os perfis da quadrilha ao longo do tempo, deu nome aos corruptores, aos operadores e aos corruptos, apontou  dados e valores roubados em cada gestão, enfim, abriu o verbo e mostrou que o rombo nas finanças do Rio de Janeiro é bem maior do que se imaginava até agora, tendo beneficiado até Aécio Neves (PSDB) na campanha presidencial de 2014, mesmo com Michel Temer candidato a vice-presidente de Dilma Rousseff (PT). E com a autoridade de maior desviador de dinheiro público do País, fez uma declaração bombástica: tem certeza absoluta de que tais falcatruas foram feitas “em todos os estados”, lamentando não ter Operações Lava Jato nessas unidades da Federação. Como foi enfático em afirmar “todos os estados”, não fazendo nenhuma exceção, e tendo o período citado coincidido com as gestões da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), a líder maranhense foi indiretamente alcançada pela bomba acesa por Sérgio Cabral. Com a palavra, a ex-governadora do Maranhão.

 

“Rebelião” de aliados na Assembleia Legislativa mostra que há algo errado na base de apoio do Governo

Todas as evidências mostram que a “rebelião” de oito integrantes da base do Governo Flávio Dino na Assembleia Legislativa, que deixaram o plenário na quinta-feira para não votar matérias de interesse do Governo, como forma de pressão para a liberação de emendas carnavalescas, foi armada com o aval do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PR no Maranhão. Para começar, três dos nove “rebelados” são do PR, a começar pela deputada Detinha (PR), sua mulher, e pelo deputado Hélio Soares (PR), acompanhados pelo deputado Leonardo Sá (PR) hoje seu aliado de primeira linha e influente conselheiro. Curioso ainda que os deputados Ciro Neto e Thaíza Hortegal, ambos do PP, partido comandado no estado pelo deputado federal André Fufuca, e mais curioso ainda o fato de os deputados Helena Duailibe e Rildo Amaral pertencerem ao Solidariedade, partido chefiado no estado por Simplício Araújo, atual secretário de Estado de Indústria e Comércio. Essas curiosas coincidências levantam a suspeita de que algo errado está acontecendo na base parlamentar do governador Flávio Dino.

 

Emedebista maranhense pode ser secretário nacional de Esporte de Alto-Rendimento

A menos que haja uma reviravolta no roteiro executado até aqui, o economista, professor universitário e pastor pentecostal João Manoel Santos Souza, maranhense radicado em Brasília, será o novo secretário nacional de Esporte de Alto-Rendimento da Secretaria Especial, antigo Ministério dos Esportes, absorvido pelo do Ministério da Cidadania, comandado pelo deputado federal Osmar Terra (MDB). Filho do ex-governador João Alberto e filiado ao MDB, João Manoel Santos Souza, foi candidato a suplente de senador juntamente com o ex-deputado federal Clóvis Fecury na chapa de Sarney Filho (PV). A imprensa nacional afirma que se trata de um pleito do ex-presidente José Sarney (MDB), que foi acatado pelo ministro Osmar Terra e cuja consumação só depende agora do aval do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O ex-governador João Alberto informa aprova a indicação, mas esclarece que dela não participou.

São Luís, 06 de Abril de 2019.

 

MDB decide hoje se continua sob orientação conservadora ou entrega o comando político à ala jovem

 

João Alberto continuará presidente tendo como vice Roberto Costa ou Hilo Rocha para resolver a crise

Em meio às turbulências de duas tempestades que o atingem diretamente, uma em escala nacional, causada pelas desventuras do seu ex-comandante supremo, o ex-presidente Michel Temer, foi preso sob a acusação de corrupção, foi solto por uma liminar, mas corre o risco de voltar para a cadeia em pouco tempo -, e  outra no plano regional, provocada pela decisão do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, de abandonar o barco emedebista e se filiar ao DEM, o MDB do Maranhão realiza hoje reunião para escolher seu novo comando. A guerra que vinha se desenhando há até pouco tempo pela presidência não acontecerá, já que por um grande acordo interno, o ex-governador João Alberto continuará presidente, cargo que já exerce há 26 anos. Mas o entendimento termina aí, uma vez que o deputado estadual Roberto Costa, que lidera a ala jovem mobilizada para assumir as rédeas do partido, e o deputado federal Hildo Rocha, ligado a setores mais conservadores, que vinham medido forças pela presidência, travam agora um duelo igualmente acirrado pela vice-presidência da agremiação.

Tido por todos como a máquina partidária mais organizada e estruturada da região, com sede própria e contas em dia, e que já foi também a mais poderosa força política no estado, tendo como guru maior o ex-presidente José Sarney, o MDB maranhense é um partido mergulhado numa profunda crise. Destroçado nas gerais eleições de 2014, quando perdeu o comando do Estado, e praticamente liquidado nas de 2018, quando perdeu todo o seu poder de fogo, com a evaporação do seu poder no Senado, o partido caminhou rapidamente para uma crise interna. Diante do desastre nas últimas eleições, com a derrota acachapante de Roseana Sarney e Edison Lobão, e insatisfeita com o domínio absoluto dos cardeais, a ala jovem do partido, comandada pelo deputado Roberto Costa, reivindicou o comando partidário, determinada a dar uma guinada radical no destino da legenda Maranhão.

A gravidade da crise interna foi claramente definida quando, ainda em dezembro passado, a ex-governadora Roseana Sarney se dispôs a substituir ao ex-governador João Alberto na presidência, colocando-se como solução para a crise. Numa reação até pouco tempo inadmissível, a ala jovem rejeitou a proposta de Roseana Sarney, ganhando inclusive o apoio de boa parte da ala conservadora. Roberto Costa e Hildo Rocha avisaram que se Roseana Sarney fosse candidata a presidente, eles também se candidatariam e disputariam o cargo na convenção. A surpreendente reação acirrou ainda mais a crise. Depois de três meses de tensas negociações internas, as forças concordaram em manter João Alberto – que é bem aceito nas duas alas – na presidência, reivindicando a vice-presidência.

A reunião de hoje poderia ser o desfecho de uma grande conciliação, mas não será. Isso porque o acordo para a permanência de João Alberto na presidência foi firmado na seguinte condição: o presidente cuidará da administração da máquina partidária, mas na prática as decisões políticas do partido serão conduzidas pelo vice-presidente. Daí a disputa aberta entre o deputado estadual Roberto Costa e o deputado federal Hildo Rocha. E como a escolha dos membros da Executiva não será feita pelo voto, mas pela força que cada um tem no Diretório estadual, o embate entre Costa e Rocha se dará nos bastidores.

Na guerra pela vice-presidência, Roberto Costa defende a renovação partidária, por acreditar que depois de tanto tempo de hegemonia e fechado sob o comando dos Sarney, o MDB maranhense precisa se abrir, buscar novos rumos, fazendo uma Oposição equilibrada ao Governo Flávio Dino, e só a ala jovem pode fazer isso. Já Hildo Rocha quer manter uma linha mais dura contra o Governo estadual, apostando que o partido pode se reciclar mantendo o confronto acirrado com o dinismo e sem entregar o comando à ala jovem. No final da tarde de hoje o mundo político saberá para onde irá o MDB sem os Sarney no comando direto e efetivo do partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Tentando evitar perdas, Sarney e Roseana acompanham o desfecho da crise em Brasília

José Sarney e Roseana Sarney estão em Brasília, longe da confusão doméstica

O ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney não devem participar da reunião que definirá o futuro do MDB no Maranhão. Ao dois encontram-se em Brasília operando para, pelo menos, minimizar os efeitos da pancada que o MDB nacional amargando depois que perdeu parte da sua bancada na Câmara Federal, tem o maior número de senadores, mas perdeu o poder no Senado e, principalmente, com a perda do controle da máquina federal, onde mantinham um grande número de afilhados. A nota da coluna Radar, da última edição da revista Veja, na qual José Sarney reclama classificando de “molecagem” a demissão de mais de duas dezenas de afilhados pelo novo presidente do Senado, o amapaense Davi Alcolumbre (DEM), dá bem a medida da situação em que o ex-presidente e a ex-governadora se encontram. Nesse contexto de um revés atrás do outro José Sarney e Roseana Sarney preferem manter distância da agitação que move hoje o MDB do Maranhão, sobre o qual já não exercem o poder de outros tempos.

 

Mesmo esperada no MDB, saída de Assis Ramos foi golpe duro para o partido

Levado por Juscelino Rezende (à esquerda), Assis Ramos (o quarto da esquerda para a direita) é recebido pelo presidente ACM  Neto (à direita) e pela cúpula do DEM

A pancada só não foi maior porque já era esperada. Foi assim que um emedebista de proa definiu a decisão do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, de abandonar a barca emedebista para se filiar ao DEM. Caso típico de outside na política do Maranhão, que se elegeu prefeito da segundo maior e mais importante município do Maranhão aproveitando a brecha aberta pelo erro monumental do PDT de insistir na candidatura furada da enfermeira Rosângela Curado, Assis Ramos nunca assumiu efetivamente uma identidade emedebista, e todas as suas atitudes, como a de não aceitar a presidência do partido, que lhe foi oferecida como solução para a crise, indicavam que mais cedo ou mais tarde ele deixaria a agremiação. Com a sua saída, o MDB perdeu muito do seu peso político.

 

Irlahi Moraes assume a posição de maior estrela municipal do MDB no Maranhão

Irlahi Moraes, de Rosário, passa a ser a estrela maior do MDB 

Com a saída do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, o posto de maior de estrela do partido na seara municipal passa a ser ocupado por Irlahi Moraes, prefeita de Rosário, hoje a mais importante cidade administrada por um emedebista no Maranhão. Irlahi Moraes é um quadro raro de coerência partidária. Ela ingressou no PMDB ainda muito jovem, ainda nos anos 80 do século passado, tornando-se discípula do então presidente da agremiação, o deputado federal Cid Carvalho, um dos mais competentes caciques políticos que o Maranhão conheceu. Mesmo com a queda de Cid Carvalho, tragado pela CPI dos Anões do Orçamento no Congresso Nacional e passando PMDB do Maranhão ao controle do Grupo Sarney, no início dos anos 90, quando João Alberto assumiu a presidência, Irlahi Moraes se manteve fiel ao partido, sofreu altos e baixos na sua trajetória política, mas teve sua dedicação e persistência recompensadas ao eleger-se prefeita de Rosário em 2012 e reeleger-se em 2016, encerrando um ciclo em que vários prefeitos rasparam os cofres do município e caíram em desgraça políticos. No novo cenário, a prefeita de Rosário ganha, cm justiça, peso maior na estrutura do MDB maranhense.

 

Destaque

Othelino Neto e Rodrigo Lago viabilizam apoio a Santa Helena, que sofre com a cheia do Rio Turiaçu

Rodrigo Lago, Othelino Neto, Jorge Malhadeira e Zezildo Almeida discutem a dramática situação da população Santa Helena causada pela cheia do Rio Turiaçu

As fortes e intensas chuvas estão causando estragos e transtornos em vários municípios da Baixada Ocidental. Santa Helena, por exemplo, está sofrendo as consequências do transbordamento do Rio Turiaçu, que causam inundação em boa parte do município, com danos severos na sede. A situação dramática levou o prefeito Zezildo Almeida (PTB), acompanhado do presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Malhadeira, a procurar o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) em busca de apoio. Othelino Neto intermediou uma reunião com o secretário de Estado de Comunicação e Articulação Política, Rodrigo Lago, a quem pediu providência no sentido de conseguir ajuda para o município, que é um dos mais importantes da região.

A inundação desabrigou pelo menos três mil famílias em Santa Helena, que tem 45 mil habitantes. O prefeito Zezildo Almeida relatou os esforços que está fazendo para dar apoio aos desabrigados, mas os recursos da Prefeituras são parcos e ele precisa urgentemente da ajuda do Governo do Estado. O deputado Othelino Neto, que conhece bem a situação de Santa helena, reforçou o apelo do prefeito junto ao secretário Rodrigo Lago, argumentando que neste momento o município precisa de uma atenção especial. “O prefeito Zezildo tem me mantido informado da situação e tem feito o que pode para socorrer essas pessoas, que tiveram que sair das suas casas. Já são mais ou menos três mil famílias provisoriamente desabrigadas, por conta dessa enchente que não estava programada. O governador Flávio Dino já autorizou o envio de cestas básicas, o Corpo de Bombeiros já está na cidade, além da Força Estadual de Saúde, com seus profissionais e medicamentos. Enfim, nosso objetivo é fazer com que diminua, o mais rápido possível, o sofrimento da população até que elas possam voltar para as suas casas”, assinalou o presidente da Assembleia Legislativa.

O secretário Rodrigo Lago afirmou que o Governo do Estado já iniciou um plano emergencial para auxiliar a população de Santa Helena, garantindo insumos e apoio técnico. Ele destacou que, ainda no início da gestão do governador Flávio Dino, foi montado um comitê permanente de acompanhamento de desastres naturais, que tem atuado, principalmente, no período chuvoso.

– A Prefeitura de Santa Helena tem dado essa assistência imediata e o Governo do Estado está ajudando. Acionamos, no início da semana, o Corpo de Bombeiros, que já encaminhou equipe ao local para prestar assistência à população e apoio técnico para a Prefeitura, no sentido de decretar o estado de emergência em razão do desastre natural. Essa assistência chegará à população de forma que, imediatamente, a gente consiga dar uma resposta para quem está precisando, enquanto o Governo Federal é acionado e pode mandar, também, apoio para a população – destacou o secretário Rodrigo Lago, articulador político do Governo

São Luís, 05 de Abril de 2019.

Convidado, Flávio Dino vai aos EUA falar de finanças, escola digna e Pedrinhas para a exigente elite de Harvard

 

Flávio Dino numa numa recente palestra recente para intelectuais do Rio de Janeiro

O governador Flávio Dino (PCdoB) será mais uma vez protagonista de uma situação incomum no mais importante centro de ensino superior do hemisfério norte, a Universidade de Harvard, de onde sai o que há mais de refinado da base cultural e ideológica norte-americana. Ali, atendendo a convite, o governador maranhense fará duas palestras, uma na Escola de Governo, onde falará sobre finanças públicas e políticas educacionais, outra no evento Conferência Brasil, sobre o tema sistema penitenciário. Nesses eventos, Harvard reúne informações sobre o que está acontecendo de positivo nos mais diversos recantos do planeta, em especial no continente americano, principalmente quando se trata de experiências inovadoras, revolucionárias, capazes de transformar a realidade distorcida e violentas em sociedades desiguais, como é o caso do Maranhão.

Como palestrante convidado, o governador Flávio Dino viverá uma situação absolutamente especial: um governante de um Estado federado de um País do Cone Sul, militante esquerda, filiado ao Partido Comunista do Brasil, falando das suas ações de Governo para a nata da juventude e da elite universitária norte-americana. Ali, tratará de temas extremamente sensíveis nos dias atuais, como é o caso de finanças públicas, fator de conquistas e desgraças em países como o Brasil, a começar pelo fato de serem a base de sustentação das máquinas públicas e a causa do mais cruel dos males, a corrupção, e políticas educacionais, que podem transformar essas realidades distorcidas, assim como política penitenciária.

Os três assuntos a serem abordados pelo governador do Maranhão nas palestras em Harvard não foram escolhidos ao acaso. Os organizadores das palestras estão muito bem informados sobre o que está acontecendo no estado nesses campos. Sabem que, mesmo em meio à crise que que assola o Brasil, com estados importantes atolados no charco da falência, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o atual Governo do Maranhão faz uma gestão financeira eficiente, com as contas em dia, folha de pessoal sem atrasos e dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, e sem o registro de casos de corrupção. Os organizadores harvardianos estão devidamente informados de que o Maranhão é hoje campo de uma política educacional arrojada e inovadora, com a implantação progressiva de escolas de tempo integral, de escolas técnicas (Iemas) de qualidade e já reconhecidas, e do transformador programa Escola Digna, que vem revolucionando o ensino de base no interior do estado. E reúnem informações suficientes para saber que o Governo estadual também administra uma política penitenciária que tirou o estado do limbo nessa área, com a transformação do inferno que era a Penitenciária de Pedrinhas num complexo prisional de referência, onde a prática usual dos motins e das degolas foi substituída pela reeducação – mais de 300 detentos foram aprovados no último Enem.

A ida do governador Flávio Dino a Harvard para contar aos seus alunos e professores sobre o que seu Governo está realizando no Maranhão é a afirmação de que as realidades socialmente degradantes que colocam o Brasil, que tem a oitava maior economia do planeta, entre os países mais desiguais do mundo, pode ser revertida. E a receita é óbvia: substituir o obrismo faraônico e desvairado por investimentos no campo social, com a reinvenção do sistema educacional, melhorando a assistência ao cidadão – como o programa mais IDH, que dá atenção aos 30 municípios mais pobres -, incentivando a diversificação e o fortalecimento da economia.

O governador Flávio Dino vai para Harvard depois de ter cumprido uma agenda eventos dessa natureza no Brasil, onde ele e seu Governo vêm chamando a atenção. É rara a semana que o governador não fale para plateia esclarecida em algum lugar do País, ou não conceda entrevista para veículos de comunicação diferenciados, inclusive estrangeiros. Na semana passada, por exemplo, ele falou para um grupo de jornalistas e intelectuais no Rio de Janeiro, deixando-os vivamente impressionados, segundo a respeitada e isenta colunista Hildegard Angel. Não será surpresa se impressionar também a exigente elite de Harvard.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Holanda Jr. se prepara para ter voz decisiva na escolha do candidato à sua sucessão

Edivaldo Holanda Jr.: estilo mais arrojado e determinação de ter voz decisiva na escolha do candidato a sucessor

Ninguém duvida de que o candidato da aliança governista ao à Prefeitura de São Luís sairá de um entendimento entre o prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) e o governador Flávio Dino (PDT), com forte influência do senador Weverton Rocha, que comanda o PDT, e do deputado federal Márcio Jerry, que preside o PCdoB. Mas começam a surgir sinais de que a voz do prefeito Edivaldo Holanda Jr. terá bem mais influência do que muitos estão imaginando. Para começar, o prefeito de São Luís seria hoje, sem favor, o maior eleitor da Capital. É o que estariam apontando pesquisas qualitativas feitas para consumo interno e para medir o prestígio dos líderes políticos maranhenses da atualidade. Nesses levantamentos, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. estaria tão bem situado quanto o governador Flávio Dino, melhor até que o senador Weverton Rocha, cuja base maior está em São Luís. Mesmo não sendo candidato, o prefeito adotou um estilo mais ousado, mais solto e mais informal de se relacionar com o público. De uns tempos para cá, o prefeito quase que diariamente visita obras, tendo intensificado essas visitas de trabalho no período em que a cidade foi castigada por pesadas chuvas. Entre os seus auxiliares mais próximos, há os que apostam que Edivaldo Holanda Jr. está trabalhando para ser voz determinante na escolha do candidato do grupo à sua sucessão. Só que ele não soltou até agora nenhuma pista de quem é o nome da sua preferência. Esses mesmos observadores dizem que os interessados em ser candidato a prefeito na aliança dinista terão de passar pelo crivo do atual ocupante do Palácio de la Ravardière.

 

Roberto Costa agradece ao DNIT pela obra de recuperação da BR-316 em Bacabal

Roberto Costa  elogio ao DNIT pela obra  em trecho da BR-316 em Bacabal

Adepto da política de resultados no que diz respeito a suprir as necessidades da sociedade, o deputado Roberto Costa (MDB) comemora o desfecho de um pleito que formulou ao braço maranhense do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT). Na semana passada, o parlamentar bateu às portas do órgão e pediu uma ação urgente no sentido de devolver trafegabilidade ao trecho da BR-326 que corte a cidade de Bacabal, que por conta das chuvas se tornou praticamente intransitável, gerando transtornos a caminhoneiros e motoristas de automóveis e outros veículos de pequeno porte. Na conversa com o superintendente regional do DNIT, Geraldo Freitas, o deputado emedebista fez um relato contundente da situação do trecho urbano da BR-316 em Bacabal e pediu providências urgentes. A resposta veio dias depois com o início dos serviços de restauração da rodovia, devolvendo ânimo à população bacabalense e aos caminhoneiros que por ali trafegam. Ontem, Roberto Costa fez questão de ocupar a tribuna para agradecer a diligência como o DNIT atuou para resolver o problema. Na sua fala, Roberto Costa disse o seguinte:  “Queremos agradecer ao Gerardo Freitas, do DNIT, por atender ao nosso pedido de recuperação do trecho na zona urbana, da BR-316, em Bacabal, que estava intrafegável. Semana passada, fomos ao local e ouvimos os motoristas e pedestres reclamarem da crítica situação que se encontrava a rodovia, prejudicando motoristas de ônibus, caminhões, carretas e carros pequenos. Nos comprometemos a ir até o DNIT fazer a solicitação de recuperação da BR e, prontamente fomos atendidos. Hoje, recebi informações do Gerardo Freitas sobre o início da primeira etapa da obra. Agora, teremos mais fluidez no trânsito”. É isso aí.

Em Tempo: Esse registro teve por base trecho de matéria produzida pela Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa.

São Luís, 04 de Abril de 2019.

 

Oposição gasta pólvora contra o Governo e corre o risco de disparar nos próprios pés

 

César Pires: boa retórica e competência legislativa em xeque; Edilázio Jr.: entusiasmo pode ser tiro no pé

Por mais que, exercendo o seu sacrossanto direito de criticar suas medidas e satanizar suas ações, a Oposição não tem conseguido ameaçar a estabilidade do Governo nem tirar o governador Flávio Dino (PCdoB) do eixo. Nos últimos dias, decidiu esmurrar em dois pandeirões, acreditando que poderá fazer tremer os alicerces políticos do Palácio dos Leões. Um deles é o projeto de lei por meio do qual o governador Flávio Dino pede à Assemble Legislativa autorização para contratar empréstimo no valor de R$ 623 milhões para pagar precatórios. O outro é um pedido feito pelo deputado federal Edilázio Jr. (PSD), ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que mande apurar denúncia feita pelo delegado Tiago Bardal, ex-titular da Superintendência de Investigações Criminais (Seic) preso sob suspeita de chefiar uma quadrilha de contrabandistas dando conta de que o secretário de Segurança , Jefferson Portela teria mandado investigar os desembargadores Froz Sobrinho, Nelma Sarney, Tyrone Silva e Guerreiro Jr. com o objetivos de mandá-los para a cadeia.

Denúncias são comuns na vida política, principalmente quando a relação é conflituosa como a que pauta a convivência do Grupo Sarney com a aliança liderada pelo governador Flávio Dino. A primeira, que visa apontar erros e vícios comprometedores no projeto de lei que autoriza a contratação de empréstimo para pagar precatórios é tão inconsistente que chega a ser singela, e só esteve de pé porque o experiente deputado César Pires (PV), arauto oposicionista, vem teimando, em vão, na busca de erros formais no texto. A segunda parece enredo de filme policial de segunda: um delegado antes muito conceituado pé flagrado com os dois pés n o crime e resolve se vingar acusando o chefe maior da Polícia de armar um complô contra o Judiciário armando para prender quatro desembargadores.

Sobre o ataque ao pedido de autorização para contratar empréstimo destinado a pagar precatório, o Governo não dá a menor importância aos movimentos da Oposição. Pelo simples fato de que está fazendo o que é certo. O secretário chefe da casa Civil, Marcelo Tavares, lembra que, ao contrário de mandatários anteriores, a começar por Roseana Sarney (MDB), o governador Flávio Dino pagou nada menos que R$ 500 milhões de precatórios em quatro anos, resolvendo os problemas de dezenas de credores já sem esperanças de ver a cor do dinheiro. “O que acho estranho é que são exatamente os caloteiros que estão cobrando o pagamento de precatórios”, diz o chefe da Casa Civil, em entrevista ao radialista Álvaro Luiz, apontando o fato como inusitado e mostrando que o ataque por essa via não faz qualquer sentido, mesmo partindo de um atacante do quilate de César Pires.

A iniciativa de escandalizar nacionalmente a declaração do delegado Tiago Bardal sobre a suposta ordem do secretário Jefferson Portela de mandá-lo investigar os desembargadores Froz Sobrinho, Nelma Sarney, Guerreiro Jr. e Tyrone Silva com o objetivo de prendê-los e pedindo agora que o ministro Sérgio Moro esclareça ocaso usando a Polícia Federal pode ser uma faca de dois gumes. Em primeiro lugar, o caso perde muito em credibilidade ao ter o deputado Edilázio Jr., que é genro e tratado como filho pela desembargadora Nelma Sarney, como denunciante. E depois, pela lógica mais elementar, se o secretário Jefferson Portela determinou tal investigação, é porque alguma suspeita rondou os quatro desembargadores. Conhecido pelo seu destemor e pela gana com que ataca o governador Flávio Dino, o deputado Edilázio Jr. pode estar dando um tiro no pé. E mais ainda, se houver um rastilho de motivos para justificar a investigação supostamente autorizada por Jefferson Portela, ninguém poderá medir com segurança o tamanho do estrago que poderá atingir os quatro desembargadores.

O resumo da opereta é que os dois motes são reveladores de que a Oposição no Maranhão está completamente perdida vem disparando seus cartuchos a esmo, sem a menor possibilidade de, pelo menos no momento, realizar o sonho de voltar ao poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Em ato concorrido e dominado pela emoção, Humberto Coutinho foi eternizado ontem na Galeria dos Ex-Presidentes da Assembleia Legislativa

Humberto Coutinho, em foto, chega à Galeria observado por Aldenir Silva (alto), caxiense que como ele presidiu a Casa ainda muito jovem; Flávio Dino, Cleide Coutinho e Othelino Neto; gesto de carinho de Cleide Coutinho; e a presenta da família reverenciando a memória do seu líder

Foi concorrida e emocionante a cerimônia em que a imagem fotográfica do ex-deputado Humberto Coutinho na galeria de Ex-Presidentes da Assembleia Legislativa, no Salão Nobre do Palácio Manuel Beckman. Familiares, amigos, correligionários, parlamentares e autoridades das três esferas de Poder prestigiaram o evento. O ato foi conduzido pelo atual presidente da instituição legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), tendo ao lado a viúva, deputada Cleide Coutinho (PDT) e a presença do governador Flávio Dino e do vice-governador Caros Brandão (PRB), e até adversários, como o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB). E o que seria um evento praxe, transformou-se num evento emocionalmente forte e politicamente expressivo.

“Hoje é o dia de colocarmos a foto do querido e saudoso Humberto Coutinho – que conviveu conosco até primeiro janeiro de 2018 – na extensa Galeria dos Ex-Presidentes desta Casa. Humberto Coutinho foi uma pessoa muito querida e muito nos ensinou. Foi uma pessoa com quem tivemos o prazer de fazer política e de conviver”, declarou o presidente Othelino Neto ao abrir a cerimônia. E acrescentou: “Um momento de grande emoção para a família e os amigos. Por isso, esta cerimônia tão prestigiada de homenagem e de reconhecimento a esse grande personagem da política do Maranhão, que está em nossas cabeças e corações”.

O governador Flávio Dino, em sua fala, reconheceu a grande liderança política que foi Humberto Coutinho. Disse ser discípulo de uma forma de fazer política ensinada por Humberto Coutinho, que consiste em “entender a política como sendo a arte de fazer amigos e de somar”. E prosseguiu: “Humberto Coutinho faz muita falta na política no Maranhão. Bebi muito na experiência política existente em Humberto Coutinho. Poucos líderes conseguiram reunir tantos em torno de si como Humberto, prova de que sua liderança é eterna. Humberto é uma inspiração para os políticos do Maranhão. Esta é uma homenagem justa e histórica”.

Muito emocionada, a deputada Cleide Coutinho externou o sentimento de ter sido a parceira ativa e apaixonada de Humberto Coutinho durante 52 anos: “Humberto foi o grande amor de minha vida para sempre. Resumiria a pessoa que ele foi em duas palavras: generosidade e compromisso. Humberto era homem de palavra. Hoje, ele entra definitivamente para a história desta Casa com a inserção de sua foto na Galeria dos Ex-presidentes”.

Quase um ano e meio após a sua morte, Humberto Coutinho continua com presença forte no cenário político do Maranhão. São frequentes, por exemplo, as manifestações de políticos a seu respeito, enquanto que, vez por outra, seu nome é lembrado como uma referência de habilidade política no plenário da casa. Ontem, após a cerimônia de inserção da sua foto na Galeria dos Ex-Presidentes, alguns dos presentes disseram o que pensam a seu respeito:

Deputada Helena Duailibe (SD), procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa: “Tive a felicidade de conviver com esse homem simples, humano, humilde e grande líder político. Ele fez história e por merecer essas homenagens”.

Deputado Vinicius Louro (PR): “Tive a satisfação de conviver com o grande Humberto Coutinho quando ele sabiamente presidiu esta Casa. Foi um homem de fibra, coragem e de palavra. Foi o melhor presidente que esta Casa já teve”.

Fábio Gentil (PRB), prefeito de Caxias, adversário político: “O Humberto contribuiu muito com o Maranhão e especialmente com a cidade de Caxias. Deixa um grande legado e temos que assumir o compromisso de dar continuidade ao seu grande trabalho em favor do Maranhão e de Caxias. Está de parabéns a Assembleia por esse justo reconhecimento”.

Deputado federal licenciado Rubens Júnior, atual secretário de Estado das Cidades: “Ele foi um apoio decisivo para a eleição do governador Flávio Dino. Sentimo-nos orgulhosos de termos sido seus amigos. Merece todas essas homenagens”.

O secretário Chefe da Casa Civil e ex-presidente da Assembleia, Deputado licenciado Marcelo Tavares (PSB), ex-presidente da Assembleia Legislativa e atual chefe da Casa Civil: “Esse ato engrandece a Assembleia e enaltece um dos maiores políticos do Maranhão nos últimos anos”.

Deputado e ex-presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (MDB): “Homenagem muito justa. A Casa Legislativa do Maranhão foi marcada pela passagem desse grande homem que foi Humberto Coutinho como cidadão e parlamentar. Dirigiu esta Casa de forma altaneira e soube manter sempre a harmonia entre os poderes. Deixou uma grande legados para todos nós deputados”.

Em Tempo: Humberto Coutinho era médico, foi prefeito de Caxias e deputado estadual. Faleceu em janeiro de 2018, quando ainda presidia a Assembleia Legislativa.

 

Luís Fernando “mergulha” e prepara máquina para dar respostas

Empossado no comando da Secretaria de Programas Estratégicos em ato de grande repercussão política, Luís Fernando Silva “mergulhou” fundo na tarefa de organizar a pequena, mas azeitada, máquina que comandará. Preparado, experiente e competente, o ex-prefeito de São José de Ribamar disse a um interlocutor que não vai decepcionar os ribamarenses nem o governador Flávio Dino. Não pretende ser a estrela do primeiro escalão, mas também pretende ser apenas mais um nome no secretariado.  Está, portanto, disposto a mover céu e terra para deixar sua marca no segundo mandato do Governo Flávio Dino.

São Luís, 03 de Abril de 2019.

Flávio Dino mantém ação política e amplia espaço na Oposição como opção para disputar o Planalto

 

Flávio Dino fala a jornalistas alternativos na Fundação barão de Itararé sobre o País

Ainda não é fato consumado, e certamente a consumação ainda vai demorar algum tempo, mas são cada vez mais fortes os sinais de que o governador Flávio Dino (PCdoB) caminha para liderar uma frente de esquerda como como o mais credenciado candidato de Oposição na corrida presidencial de 2022. Essa tendência se evidenciou mais uma vez na semana passada, mais precisamente na sexta-feira (29), em São Paulo, quando ele foi entrevistado por jornalistas independentes e ligados a órgão alternativos de imprensa, no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Submetido a uma intensa sabatina sobre o presente e o futuro político do Brasil, o governador do Maranhão defendeu enfaticamente a formação deu uma grande frente de esquerda e a adoção do chamou de “flexibilidade tática”, criando as condições para a apresentação de uma agenda positiva para o País.

Antes, da entrevista na Fundação Barão de Itararé, Flávio Dino participou do lançamento do embrião de uma frente de esquerda, juntamente com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), do presidente nacional do PSOL, Guilherme Boulos, e do presidente do PSB, Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba.

Com uma visão ampliada na conjuntura política nacional, Flávio Dino tem se destacado como a mais equilibrada e enfática voz oposicionista. Tanto que na entrevista aos jornalistas alternativos, ele foi enfático ao afirmar que “o que precisamos ter é essa dimensão da luta política e institucional”. E chamou a atenção para o fato de que o poder político do Brasil encontra-se nas mãos de um presidente fraco, sem consistência política e retrógrado no campo ideológico, e que se firmou devido ao fato de o chamado centro democrático – MDB e PSDB – “perdeu substância e qualidade nas últimas décadas”. Na sua interpretação acerca de como levar a esquerda novamente ao poder, não pode haver “abordagens sectárias”, e é preciso buscar o “homem médio”, o cidadão comum.

O governador identifica no atual presidente da República, não o líder de um movimento política e ideologicamente definido, mas apenas um “filho legítimo de um ethos nazifascista que privilegia o conflito”, movido pela “retórica do inimigo”. Esse ânimo só contribui para acirrar contradições como democracia e autoritarismo, pobres e ricos, nacionalismo e imperialismo. Aponta que o Estado democrático de direito está “objetivamente em risco”. E alerta, em tom elevado: “Não temos o direito, pela nossa experiência histórica trágica, de minimizar esse risco”.

Ciente das armadilhas que no atual cenário político nacional, Flávio Dino insiste na mobilização da esquerda, abrindo caminho também para uma composição com o centro, alertando: “É importante fazer os alertas certos para não combater os inimigos errados”. E provocado sobre o fator Ciro Gomes (PDT) na corrida presidencial, o governador do Maranhão é taxativo:  “Claro que Ciro é uma liderança do nosso campo político. Com seu patrimônio de erros e acertos, como todos nós. Agora, expurgá-lo? Isso eu não aceito de jeito nenhum”. Ao contrário de próceres da esquerda, Flávio Dino trata Ciro Gomes como um aliado, certamente lembrando de que, quando esteve no Maranhão, no início de 2018, como pré-candidato a presidente, Ciro Gomes declarou que Flávio Dino “foi a melhor coisa que apareceu na política brasileira”.

O fato é que, embira não seja ainda unanimidade na faixa que vai do centro à esquerda, Flávio Dino já é uma das principais referências. E diante da pergunta direta feita pelo escritor Fernando Morais – autor de biografias célebres como “Chatô” e “Olga” -, sobre se é candidato à Presidência da República, o governador respondeu lembrando que está para completar 51 anos (em 30 de abril) e o que fez até agora – juiz federal, deputado e governador – já o deixa feliz. Qualquer outro rumo depende de “um processo muito mais amplo, coletivo”. Nos bastidores partidários, porém, corre a quase certeza de que sua candidatura tem rumo e deverá se tornar irreversível depois das eleições municipal de 2020.

Em Tempo: O presente comentário teve como eixo matéria produzida pelo jornalista Vitor Nuzzi (Rede Brasil Atual), publicada na íntegra no Blog do Garrone em 29/03/2019.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Se for mesmo lançada pelo SD em São Luís, Helena Duailibe é nome a ser considerado

Helena Duailibe pode ser candidata à Prefeitura de São Luís pelo Solidariedade

Não surpreendeu a especulação segundo a qual o comando estadual do Solidariedade poderá lançar a deputada estadual Helena Duailibe como candidata a prefeita de São Luís. Esse projeto é acalentado pela parlamentar há muito tempo, estando entre os objetivos da sua carreira política. Helena Duailibe tem lastro para entrar nessa guerra. Primeiro atuou como médica, o que a levou à Secretaria Municipal de Saúde e à pasta estadual da mesma área, tendo criado uma teia de apoios no município e no estado com força suficiente para mantê-la e ao marido, o vereador Afonso Manoel no complicado tabuleiro da política. Militante da direita católica, estando entre os líderes mais destacados dos movimentos reformistas da Igreja em São Luís e em todo o estado, Helena Duailibe surpreendeu ao eleger-se deputada estadual num ambiente em que muitos apostavam que ela não seria eleita. Sua presença na Assembleia Legislativa tem mostrado que ela sabe se movimentar nesse cenário, onde já viveu altos e baixos – depois de ter sido a poderosa secretária de Saúde do Governo José Reinaldo Tavares, ela ocupou o cargo em São Luís no Governo João Castelo, tendo sido demitida pelo prefeito numa entrevista de rádio. Se manteve discreta, elegeu-se vereadora em 2012, abriu mão da reeleição em 2016 para dar vaga ao marido Afonso Manoel e preservando seu cacife para 2018, quando saiu das urnas para a Assembleia Legislativa. Se a candidatura vingar, será um nome a ser observado com atenção.

Palácio dos Leões deve escolher entre Marco Aurélio e Clayton Noleto para disputar em Imperatriz

Marco Aurélio e Clayton Noleto: nomes fortes para a Prefeitura de Imperatriz com o apoio do do governador Flávio Dino e da base governista

As conversas que correm nos bastidores do Governo começam a desenhar o caminho por meio do qual o Palácio dos Leões pretende levar um aliado à Prefeitura de Imperatriz. Na base governista, dois nomes ganham destaque, o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) e o secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto. Segundo uma fonte bem informada e confiável com trânsito na seara governista, o aspirante eleitoralmente mais forte é o deputado Marco Aurélio, apontado como líder em todas as pesquisas feitas até agora. Político considerado e respeitado na base do governista pelo seu trabalho parlamentar, Marco Aurélio não esconde de ninguém que sonha com a candidatura e que está disposto a entrar na briga. Ao mesmo tempo, se mantém numa posição discreta, evitando pressionar o Palácio dos Leões. Já o secretário Clayton Noleto, que é militantes do PCdoB, segundo a mesma fonte, é também nome muito forte na cúpula do partido, principalmente pela sua eficiência como secretário. O fato é que é que o governador Flávio Dino, que tem o apoio da maioria dos imperatrizenses, tem na sua mesa de decisões dois nomes em condições de disputar para valer com o prefeito Assis Ramos (MDB), que já avisou que está se preparando para renovar o mandato.

São Luís, 02 de Abril de 2019.