Arquivos mensais: março 2019

Carlos Brandão se consolida na base política de Flávio Dino e é apontado por muitos como nome forte para 2022

 

Com Flávio Dino: cosolidaççao noprimeiro mandato; co,o “embaixador” do maranhçao na China; filiando-se ao PRB deppois de perder o PSD, e comemorando a posse na Assembleia Legislativa, com Flávio Dino na presença do presidente do Poder, deputado Othelino Neto (PCdoB)

“Olá, como vai?”, “Tudo bem com você?”, “Muito prazer em vê-lo”, são frases de cumprimento que, acompanhadas de abraços, apertos de mão, tapinhas nas costas e efusivos gestos de “positivo”, com o polegar apontado para o céu, estão virando marca do vice-governador Carlos Brandão (PRB), que, com o evidente aval do governador Flávio Dino (PCdoB), circula e participa dos atos oficiais com desenvoltura cada vez maior, parecendo, em alguns momentos, um político em pré-campanha. Com esse comportamento efusivo, que vem elaborando cuidadosamente de uns tempos para cá, o vice-governador alimenta fortemente o zumzum corrente nos bastidores do Governo e fora deles dando conta de que está abrindo caminho para ser opção forte e viável ao Palácio dos Leões à sucessão do governador Flávio Dino. Essa situação ficou muito clara sexta-feira (15), no concorrido ato de posse do ato de posse dos novos secretários de Estado, entre eles Luis Fernando Silva, e no qual Carlos Brandão se comportou e foi reconhecido como um quadro politicamente diferenciado da grande aliança que dá suporte ao atual Governo.

No ato de sexta-feira, Carlos Brandão se movimentou como um pré-candidato, mas com as cautelas de quem sabe onde está pisando e aonde quer chegar. Foi apontado como o principal articulador da surpreendente guinada por meio da qual Luis Fernando Silva – que fora por ele levado para o PSDB depois que deixara o PMDB, na esteira do fracasso da sua tentativa de sair candidato ao Governo do Estado em 2014 -, deixou a Prefeitura de São José de Ribamar para tomar assento no 1º escalão do Governo do Estado. E o próprio ex-prefeito, no seu discurso de posse na Secretaria de Programas Estratégicos, fez questão de saudar vice-governador com distinção excepcional, demonstrando que, se não foi principal responsável pela guinada, teve participação decisiva na operação, da qual participaram também os secretários Marcelo Tavares (Casa Civil) e Rodrigo Lago (Comunicação e Articulação Política).

Chefe da Casa Civil no Governo de José Reinaldo Tavares, em seguida deputado federal e chefe do PSDB maranhense, Carlos Brandão chegou à vaga de vice na chapa liderada por Flávio Dino em 2014 por arranjo partidário. Naquele momento, era importante ter um tucano na chapa, e ele liderava os tucanos e tinha o aval integral do ex-governador José Reinaldo Tavares.  Eleito, revelou-se um vice leal e ativo e aos poucos foi ganhando a confiança do governador, para em pouco tempo se tornar um aliado correto, eficiente, a quem foram confiadas diversas missões de envergadura, além de cumprir curtos períodos de ausência do chefe, assumindo o Governo interinamente sem cometer uma só gafe. Mais adiante, recebeu tarefas como representar o governador em Brasília e no exterior, tendo ido à China, Europa e Estados Unidos em missões oficiais em busca de parcerias. Tornou-se uma espécie de embaixador itinerante do Maranhão.

No campo político, Carlos Brandão levou o PSDB a uma grande vitória nas eleições municipais de 2016, saindo das urnas com 29 prefeitos, só perdendo para o PCdoB, que elegeu 46. Sofreu, porém, um duro revés em 2017, quando iludido pela falsa expectativa de que seria m ais forte no Maranhão, o comando nacional dos tucanos decidiu tirar-lhe da direção do PSDB e entregá-la ao senador Roberto Rocha. Aparentemente abatido pela subida perda de poder partidário, o vice-governador filiou-se ao PRB, perdeu o apoio de vários prefeitos, já que nem todos prefeitos tucanos o acompanharam na migração para o PRB, que no Maranhão é comandado pelo deputado federal Cleber Verde.

Ao longo do primeiro Governo Flávio Dino, o vice Carlos Brandão foi testado e retestado nos mais diferentes – confiabilidade, lealdade, desempenho administrativo, articulação política, entre outros -,   conseguindo passar em todos em todos os testes, a começar pelo da lealdade, alcançando com o tempo o status pleno de vice-governador e de um dos braços fortes do Governo, com assento cativo no chamado “núcleo de ferro” do governador Flávio Dino.

A julgar pela maneira hábil como vem se movimentando no cenário sucessório em plena evolução, afirmar, agora, que Carlos Brandão é o candidato do governador Flávio Dino à sua sucessão é demasiadamente precipitado. Mas apontá-lo como um dos nomes com cacife para vir a ser o candidato faz todo sentido. A começar pelo fato é que essa possibilidade permeia todas as conversas sobre a corrida ao Palácio dos Leões em 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney não teria avalizado integralmente o Acordo sobre Alcântara firmado ontem com os EUA

José Sarney tem laço forte com Alcântara e não aprova integralmente o Acordo de Salvaguarda Tecnológica firmado por Jair Bolsonaro com os Estados Unidos

A assinatura, ontem, em Washington do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre os Governos do Brasil e dos Estados Unidos para permitir o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) pelos Estados Unidos, não foi aplaudida pelo ex-presidente José Sarney (MDB), chefe de um dos Governos que mais investiu na implantação do CLA. Por mais liberal que possa aparentar, José Sarney tem um forte traço nacionalista na sua cultura política, e vê Alcântara como um poderoso instrumento de poder do Brasil. Ele apoia o AST, mas faz reservas ao “liberou geral” da versão que passou a vigorar desde ontem. Não concordou com a versão do Governo FHC, na qual os norte-americanos impunham uma série de restrições à presença de brasileiros nos seus lançamentos e que acabou rejeitada pelo Congresso Nacional em 2000. Defendeu, mais do que outro aspecto, a troca de tecnologias, apostando que o Brasil poderia ter ganhos tecnológicos imensuráveis se houvesse uma maior flexibilização nesse sentido, principalmente pelos EUA. Ontem, uma fonte ligada ao ex-presidente soprou à Coluna que, mesmo entendendo tratar-se de um passo importante decisivo para o futuro do CLA, ele não fez muita festa com a versão do AST que acabou prevalecendo.

 

Aniversário da Lava-Jato não deu bola para a mala de dinheiro que Alberto Youssef entregou no Hotel Luzeiros

Alberto Youssef foi preso no Hotel Luzeiro, mas a mala de dinheiro que ele entregou a emissário palaciano, minutos antes da prisão nunca apareceu

O quinto aniversário da Operação Lava-Jato, registrado no Domingo (17), trouxe à tona um balanço altamente positivo do terremoto policial-judicial, com forte tintura política: centenas de investigados, 153 condenados, entre eles o presidente Lula da Silva (PT), três ex-governadores, vários ex-poderosos, e a devolução aos cofres públicos de RS 38,5 bilhões, resgatados no Brasil e no exterior, frutos, em grande parte, da delação sem-vergonha – muitas duvidosas e outras mentirosas – de bandidos sem honra, feitas não como gestos de remissão, mas comente para aliviar o peso da condenação, tudo tingido fortemente por gravíssimos erros e pecados judiciais e demonstrações afrontosas de abuso de poder de juízes, procuradores e delegados. Mas curiosamente, o quinto ano não trouxe qualquer traço de esclarecimento sobre o destino da mala dinheiro que o doleiro Alberto Youssef passou a frente minutos antes de ser preso pela Polícia Federal nas dependências do Hotel Luzeiros, naquela noite de 17 de Março de 2014 em São Luís. Ao ser preso, Alberto Youssef revelou que a mala continha R$ 1,4 milhão em propina e teria sido entregue a Marco Antonio Ziegert, assessor do Palácio dos Leões, que deveria entregá-la a um figurão do Governo que nunca foi devidamente identificado. Com a operação para prender Alberto Youssef em São Luís, a PF procurava um infrator financeiro que intermediava propina para corruptos da máquina pública e acabou se deparando uma gigantesca teia de dreno criminoso dos recursos do País.

 

PSOL< PCB e PSTU devem se juntar em aliança para disputar Prefeitura de São Luís

Os raros sinais emitidos pelos braços maranhenses da esquerda radical indicam que PSOL, PCB e PSTU começam a se movimentar para formar uma aliança para as eleições municipais do ano que vem, principalmente na disputa para a prefeitura de São Luís. O PSOL, que é o mais articulado e promissor dos três, não descarta lançar candidato à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), e ainda em base embrionária, examina nomes para definir um candidato. Um nome com potencial é o do jornalista e professor universitário Franklin Douglas (foto), militante intenso e coerente na defesa dos postulados da ultra-esquerda, apontado também como viável para disputar uma cadeira da Câmara Municipal da Capital. Parceiros tradicionais e preferenciais, PSOL, PSTU e PCB deverão conversar ao longo dos próximos meses, de modo a entrar em 2019 com um projeto eleitoral pelo menos alinhavado.

São Luís, 18 de Março de 2019.

Posse de Luis Fernando Silva, Simplício Araújo, Luis Porto e Enos Ferreira na equipe de Flávio Dino vira ato de forte conotação política

 

Flávio Dino emoldurado por Luis Fernando Silva, Mical Damasceno, Enos ferreira, Pedro Lucas Fernandes, Carlos brandão, Luis Fernando Silva, Eliziane gama, Eudes Sampaio, Cleide Coutinho e Luis Porto apos o ato de posse no Henrique la Rocque

Muito mais que um ato administrativo, a posse dos secretários Luis Fernando Silva (Projetos Especiais), Simplício Araújo (Indústria e Comércio), Enos Ferreira (Relações Institucionais) e Luis Porto (Região Tocantina) e José de Ribamar Mendes (Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial ao Maranhão –  Inmeq), ontem, no Palácio Henrique de la Rocque, foi um evento de forte conotação política. Primeiro porque, com a reforma administrativa, feita por meio de engenhosas mexidas nas pedras da sua base partidária, o governador Flávio Dino (PCdoB) conseguiu abrigar no Governo representantes de todos os partidos da aliança que lidera, exibindo uma musculatura política excepcional. E depois, Luis Fernando Silva foi empossado como uma espécie de quadro diferenciado, em condições efetivas de contribuir o fortalecimento do Governo. E, finalmente, porque o auditório foi tomado por partidários do agora ex-prefeito de São José de Ribamar, numa clara indicação de que ele está longe da aposentadoria política.

Com uma habilidade verbal cada vez mais afinada, o governador Flávio Dino saudou os novos secretários com um discurso no qual usou diversas reflexões para reafirmar os princípios democráticos e o senso de justiça social e a natureza ética do seu Governo, assinalando que cada centavo do contribuinte tem sido destinados a programas voltados para os que de fato precisam da ação do Governo. E nesse sentido destacou, “especialmente, a incorporação do ex-prefeito Luís Fernando, uma liderança política e administrativa atestada e provada há muitas décadas”. E prosseguiu com o cuidado de saudar, com expressões adequadas e palavras de apreço, a todos os novos membros do Governo, notadamente a Simplício Araújo, que deixou a Câmara Federal para comandar pela terceira vez a pasta da Indústria, Comércio e Energia, e ao vice-governador Luis Porto, que foi vice-governador de Jackson Lago (PDT).

Na sua fala, o governador destacou o caráter social do seu Governo, as dificuldades que enfrenta e as conquistas que contabilizou até agora. Flávio Dino não falou como um mero chefe de Governo. Suas palavras foram as de um gestor bem-sucedido e de um líder político que tem plena consciência do papel que exerce num processo de transformação. Falou para um auditório se reuniram a senadora Eliziane Gama (PPS), deputados federais, deputados estaduais – estes capitaneados pela Cleide Coutinho, que representou o presidente Othelino Neto (PCdoB) -, prefeitos e vereadores. E pela entusiasmada reação dos presentes, Flávio Dino tem sua liderança cada vez mais consolidada.

Luis Fernando foi distinguido e falou em nome dos demais secretários

Luis Fernando Silva falou pelos novos secretários. Muito à vontade, e dando mostras de que tirou um fardo das costas ao renunciar a Prefeitura de São José de Ribamar, o novo secretário de Programas Estratégicos (Sepe) declarou: “Eu fico muito honrado com o convite e vamos dar o melhor de nós, como sempre fizemos, para colaborar com este grande Governo, que a cada dia constrói um Maranhão de todos nós”. Fez poucas referências a São José de Ribamar, preferindo centrar sua fala em destacar o governador Flávio Dino, a sua liderança e o sucesso da sua gestão. A prometeu se dedicar ao máximo à tarefa de buscar investimentos com o objetivo de fortalecer a economia estadual e, assim, dar ais força à gestão dinista.

Em nenhum momento o governador Flávio Dino falou sobre o cenário político estadual, dizendo apenas que as circunstâncias e as dificuldades têm-no feito manter permanentemente o foco no Governo, observando que “as eleições de 22 estão muito distantes”, e que trabalha com a realidade segundo a qual “cada dia com sua agonia”. Em outra abordagem sobre político, se disse satisfeito porque, ao contrário do que muitos pensam, acha “muito bom” que na sua base política e partidária existe mais de uma dezena de nomes candidato. “Isso é muito bom. Problema seria se não tivesse nenhum”, disse Flávio Dino, que não emitiu qualquer sinal de que tem reservado um papel político-eleitoral para Luis Fernando Silva, limitando-se a afirmar que esperar “uma grande contribuição”.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Luis Fernando assume secretaria sem explicar por que deixou o comando de São José de Ribamar

Quem esperou que Luís Fernando Silva  aproveitaria o discurso de posse na Sepe para explicar sua decisão e revelar o(s) motivo(s) que o levaram a renunciar à Prefeitura de São José de Ribamar perdeu tempo. Na sua fala, ele não fez qualquer referência ao fato, demonstrando que manterá essa informação no fundo do seu baú de segredos. Nas inúmeras entrevistas que concedeu após o ato de posse, o ex-prefeito de Cidade do Padroeiro usou de toda a sua habilidade para desconversar sobre e, dessa maneira, aumentar ainda mais a curiosidade geral. E o fez como quem estava feliz da vida, sem o ar sorumbático e enigmático que vinha exibindo em tempos recentes.

José Reinaldo Tavares surpreende: participou ao ato da posse e foi elogiado por Flávio Dino

Um dado surpreendente da posse dos novos secretários foi a presença do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) na fila da frente dos convidados. Bem à vontade e sem demonstrar qualquer constrangimento, nem parecia o político insatisfeito da última campanha, quando rompeu com o governador Flávio Dino e se aliou ao senador Roberto Rocha (PSDB), de quem fora adversário e que juntos amargaram uma derrota histórica nas urnas. No seu discurso, o governador fez questão de saudar o ex-aliado de primeira linha, tecendo elogios à sua figura de governante e de político, e afirmando, com muita ênfase, nutrir por ele um forte sentimento de respeito e gratidão. Soube-se nos bastidores do evento que a presença de Jose Reinaldo Tavares, ontem, no Palácio Henrique de la Rocque, foi fruto de uma ação articulada por Luis Fernando Silva e pelo vice-governador Carlos Brandão (PRB).

 

Rompido com Luis Fernando, PDT não marca presença na posse dos secretários

Nem o senador Weverton Rocha nem o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., os principais líderes do PDT compareceram  à posse dos quatro secretários. A Coluna apurou que a ausência pedetista foi o resultado de uma operação articulada pelo comando pedetista visando alfinetar a Luís Fernando Silva. Para começar, na ausência do presidente Othelino Neto (PCdoB), a Assembleia Legislativa deveria ser representada pelo deputado Glauberth Cutrim, 1º vice-presidente, mas ele teria recusado e passado a bola para a 2ª vice, deputado Cleide Coutinho (PDT), que foi o único pedetista presente no ato. Por contas das profundas diferenças com o ex-prefeito Gil Cutrim (PDT), que fora seu vice em 2008 e com quem acabou rompendo, abrindo um fosse que resultou na ida do PDT para a Oposição ao seu Governo em São José de Ribamar.

 

Eudes Sampaio não cabe em si ao se tornar prefeito de São José de Ribamar

O novo prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB) era ontem a felicidade em pessoa. Antes e depois da posse, ele permaneceu colado no ex-prefeito, reagindo com entusiasmados gestos de agradecimento aos que o saudavam pela chegada ao poder na Cidade do Padroeiro. Eudes Sampaio tem enormes desafios pela frente, mas o entusiasmo de ter chegado ao comando do quinto maior município do Maranhão em população e renda é tão grande que ele parece disposto a atropelas o que tiver à sua frente. E ficou mais feliz ainda quando ouviu o governador Flávio Dino dizer que, por ter tirado Luis Fernando Silva da Prefeitura, sente-se na obrigação de reforçar a atenção que vem dando ao segundo mais importante município da Ilha de Upaon Açu.

São Luís, 16 de Março de 2019.

Unidos, governadores criam consórcio, criticam reforma da Previdência e regras que facilitam acesso a arma de fogo

 

O governador Flávio Dino, o vice Carlos Brandão (e) e os governadores durante entrevista coletiva em que anunciou a criação do Consórcio do Nordeste 

Confirmado o que estava escrito no firmamento da política regional: reunidos ontem em São Luís, os governadores do Nordeste, que formam um bloco bem articulado de centro-esquerda, criaram o Consórcio Nordeste, por meio do qual poderão construir parcerias em várias áreas, e dispararam vários “misseis” na direção do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), entre eles duras críticas ao projeto de reforma da Previdência proposto ao Congresso Nacional pelo Palácio do Planalto, e outras mais duras ainda à flexibilização do uso de arma de fogo no País feita entusiasticamente pelo presidente da República. O Fórum de Governadores do Nordeste é formado pelos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), do Piauí, Wellington Dias (PT), do Ceará, Camilo Santana (PT), de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), da Paraíba, João Azevedo (PSB), da Bahia, Rui Costa (PT), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) e de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) – o único ausente foi o de Alagoas, Renan Filho (MDB), que mandou o vice, Luciano Barbosa.

Era forte a expectativa de que a reunião do Fórum dos Governadores da região em São Luís teria importância diferenciada de outras. E foi, como previra o governador Flávio Dino, anfitrião e um dos principais articuladores do movimento. O principal assunto da pauta, a criação do Consórcio do Nordeste, foi concretizado, dando aos Governos da região um importante e inovador instrumento de gestão, que permitirá, entre outras ações, a montagem de uma central de compras compartilhadas pelos Governos estaduais, garantindo forte redução nos custos. E como não poderia deixar de ser, os líderes nordestinos reafirmaram a política do bloco de manter posição crítica ao Governo da República, sem comprometer as relações institucionais que garantem a convivência dos Governos estaduais com o Governo central.

O posicionamento dos líderes regionais foi externado na Carta do Maranhão, divulgada no início da tarde, na qual eles criticaram duramente aspectos essenciais da reforma da Previdência proposta pelo Governo Bolsonaro, a partir da avaliação de que o preço maior das mudanças nas regras previdenciárias será pago pelos mais pobres. O documento propõe um debate mais amplo sobre a reforma, destacando três pontos: eles não aceitam a “desconstitucionalização”, rejeitam o “regime de capitalização” e preveem que as mudanças contribuirão para “piorar as contas do sistema vigente”. Afirma, ao mesmo tempo, que o Fórum de Governadores está aberto a um diálogo com o Governo. Na Carta, os governadores criticam ainda a flexibilização do acesso dos brasileiros a armas de fogo, manifestando a preocupação de que a política de Segurança Pública pode fracassar se o afrouxamento das regras avance e acabe facilitando o porte de arma de fogo.

Na Carta, os governadores lembraram o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, no Rio de Janeiro, completava exatamente um ano, e do massacre de estudantes, quarta-feira, em Suzano (SP), para criticar duramente a alteração do Estatuto do Desarmamento com o objetivo de flexibilizar a posse de armas de fogo no País. Tanto na Carta de São Luís quanto nos pronunciamentos e entrevistas, os governadores consideraram absurdas. “Tragédias como o assassinato da vereadora Marielle e a de Suzano, no Estado de São Paulo, mostram que armas servem para matar e aumentar a violência na sociedade”, diz o documento.

Anfitrião e um dos líderes mais destacados do Fórum, o governador Flávio Dino assinalou que o interesse maior dos governadores é dialogar, e não estimular Oposição ao Governo de Brasília. “Queremos evitar o aprofundamento do ciclo de violência no Brasil. Flexibilizar a posse de armas vai, longe de gerar paz, gerar mais violência. Há uma posição unânime em defesa do desarmamento”, declarou Flávio Dino, para em seguida assinalar:

– Nosso desejo é que o Brasil dê certo, que o Brasil avance. E por isso nós fazemos questão de dizer que nós temos propostas, nós temos uma visão sobre o desenvolvimento brasileiro. A nossa esperança, é claro, é que o atual Governo Federal, o presidente da República e os ministros, obviamente levem em conta, no diálogo respeitoso, as posições que nós estamos registrando, que vêm no sentido de aprimorar as instituições brasileiras – discursou o governador do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Frente Parlamentar está sendo formada para ser suporte aos governadores do Nordeste

Observado por Flávio Dino, o baiano Rui Costa fala após ter sido eleito para  presidir o Consórcio, que terá o apoio de Frente Parlamentar articulada por Márcio Jerry (e)

A reunião do Fórum de Governadores do Nordeste no Maranhão cumpriu todos os objetivos previstos na pauta, a começar pela criação do Consórcio Nordeste, que vai mexer com as administrações desses estados, e a Carta de São Luís, na qual se posicionam criticamente em relação ao projeto de reforma da Previdência e ao afrouxamento das regras do desarmamento no País. Os governadores foram unânimes em manifestar esse posicionamento, classificando a criação do Consórcio e os termos da Carta de São Luís como fatos históricos, que ganharão dimensão muito maior quando esses movimentos tiverem o respaldo da Frente Parlamentar mista, cuja criação está sendo articulada pelo deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e pelo senador Weverton Rocha (PDT), com a participação de deputados e senadores de todos os estados da região, que tem, no total, 153 deputados federais e 27 senadores. O deputado Márcio Jerry avaliou que a Frente Parlamentar não apenas fortalecerá o Fórum de Governadores do Nordeste como será o suporte político da unidade dos governadores, que está definitivamente identificada. Com a Frente, o Fórum de Governadores do Nordeste terá respaldo para aprofundar os temas os mais diversos, principalmente os relacionados a decisões do Governo Central. O deputado Márcio Jerry não faz previsões, mas afirma que Frente Parlamentar terá mais de uma centena de deputados e pelo menos duas dezenas de senadores. Tão logo esteja devidamente criada, com seus associados definidos, a Frente será lançada no Congresso Nacional, para a partir de então funcionar como o mais importante braço de apoio dos governadores Nordestino.

 

Othelino Neto lidera deputados em ato de apoio ao Fórum de Governadores

Othelino Neto e deputados com o governador Flávio Dino, no Palácio dos Leões

Para se tornar uma realidade, o Consórcio Nordeste terá de ser respaldado pela Assembleia Legislativa. E pelo que ficou bem claro durante a reunião do Fórum de Governadores, o parlamento estadual vai respaldar o projeto. Numa manifestação explícita de apoio, o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), fez questão de atender ao convite do governador Flávio Dino e foi ao Palácio dos Leões com um expressivo grupo de deputados que integram a bases do Governo, todos demonstrado muito boa vontade em relação ao documento, e declarando apoio ao novo governo

O presidente do Poder Legislativa enxergou no Fórum de Governadores do Nordeste uma iniciativa de importância fundamental para melhorar o desenvolvimento regional, principalmente se for levada em cinta a posição do Governo Federal. “O Consórcio Nordeste não é somente uma instância de representatividade política do Nordeste, por meio da qual os governadores posicionam-se sobre temas de interesse da região e nacionais, mas também constitui importante instrumento de gestão por intermédio do qual os estados poderão trocar experiências e licitar conjuntamente, entre outras ações. Enfim, é um ganho muito grande para o povo nordestino”, ressaltou.

O evento contou também com a presença dos deputados estaduais Rafael Leitoa (PDT), Cleide Coutinho (PDT), Carlinhos Florêncio (PCdoB), Dr. Yglésio (PDT), Zé Inácio (PT), Wendell Lages (PMN), Vinícius Louro (PR), Pastor Cavalcante (PROS), Marco Aurélio (PCdoB), Ariston (Avante), Fernando Pessoa (Solidariedade), Zito Rolim (PDT), Daniela Tema (DEM) e Helena Duailibe (Solidariedade).

São Luís, 15 de Março de 2019.

Reunião do Fórum de Governadores em São Luís reforça unidade política da região e fortalece posição de Flávio Dino

 

O imponente Palácio dos Leões sediará hoje o Fórum de Governadores do Nordeste

A reunião do Fórum de Governadores do Nordeste, que será realizada hoje em São Luís, com a participação dos chefes dos nove estados da região, tem dois vieses muito claros. O primeiro é o posicionamento político dos líderes nordestinos em relação ao Governo da União, um movimento que tem por base a certeza de que em certos aspectos só uma força conjunta, bem articulada e com discurso e pleitos comuns, poderá convencer o Governo da União. O outro é a liderança do governador Flávio Dino (PCdoB), anfitrião e um dos principais articuladores do Fórum e de outros movimentos destinados a revisar o Pacto Federativo de modo a fortalecer os estados e os municípios, independentemente das suas regiões. No encontro, além de   reivindicações pontuais para a região o Fórum formalizará a criação do Consórcio Nordeste, um instrumento por meio do qual os governos nordestinos poderão realizar coletivamente uma série de ações com maior eficiência e custos mais baixos. A reunião do Fórum em São Luís será, ao mesmo tempo, um grande esforço de articulação administrativa e um ato político de grande envergadura.

Do ponto de vista administrativo, os estados nordestinos encontram-se, em sua maioria, enfrentando sérias limitações financeiras, o que os leva a reivindicar uma partilha mais justa dos recursos tributários recolhidos pela União. Afinal, a região abriga uma população de aproximadamente 55 milhões de habitantes, algo em torno de um quarto do contingente populacional do País. E com a agravante de que é a menos contemplada pela massa de recursos arrecadados pelo Poder Central. Essa reivindicação foi explicitada na Carta de Brasília, que resultou da primeira reunião, realizada em Janeiro, e que deve ser reafirmada na Carta de São Luís, que será divulgada no final do encontro.

O Fórum de Governadores do Nordeste é hoje a tradução mais fiel da face política nordestina. E formado por líderes da nova geração de políticos da região, todos posicionados na banda de centro-esquerda, não tendo um só chefe de Estado posicionado ideologicamente à direita. Esse perfil reflete uma unidade política ímpar no País, o que facilita o entendimento entre eles e estimula as discussões que definem posições de importância, como a formação do Consórcio, por exemplos. Unidos em um bloco compacto, que reflete os problemas e os anseios da região, os governadores querem ser ouvidos nas reformas que estão sendo alinhavadas pelo Governo Central, como a da Previdência, por exemplo, e reivindicam recursos para eliminar as dificuldades que enfrentam por causa da escassez de recursos.

Nesse contexto, o governador Flávio Dino se destaca como um líder firme e confiável, e cujo discurso traduz fielmente a realidade da região. O governador maranhense tem ajustado cuidadosamente o seu discurso com a sua prática, à medida que mantém intacto o seu posicionamento político de Oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), atuando como um crítico duro das posições do presidente e seus principais porta-vozes. Ao mesmo tempo, se movimenta com equilíbrio na construção de uma relação institucional produtiva, que já o levou a audiências com o vice-presidente Hamilton Mourão e vários ministros, em Brasília e em São Luís, como aconteceu na semana passada os ministros da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

A reunião do Fórum de Governadores do Nordeste, hoje, em São Luís, é o reflexo de uma realidade resultante das lutas políticas travadas no País nos últimos tempos, agora com forças bem definidas nos dois campos ideológicos, estando os líderes nordestinos situados na seara que vai do centro à esquerda. Mas com a responsabilidade política e institucional de compreender que numa democracia há lugar para todas as tendências e de que cabe às urnas definir o espaço de cada uma a cada eleição. O Fórum de Governadores do Nordeste, que tem o governador Flávio Dino como um dos principais articuladores, é um reflexo dessa realidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT pode vir a ter candidato próprio a prefeito de São Luís

Zé Inácio Lula e Zé Carlos Araújo são opções do PT para a prefeitura de São Luís, se a opção for lançar candidato

O PT já conversa internamente sobre como participará da corrida para a Prefeitura de São Luís no ano que vem. Seus líderes alinhavam três caminhos possíveis: seguir com a aliança liderada pelo governador Flávio Dino, podendo indicar o candidato a vice-prefeito na chapa majoritária, ou lançar candidato próprio no primeiro turno, podendo também não lançar candidato. Na hipótese de entrar na briga com seu próprio candidato, dois nomes estão considerados, o deputado estadual Zé Inácio Lula e o deputado federal Zé Carlos Araújo. Até aqui são os nomes que estão de fato sendo considerados nas conversas prévias, sem que isso seja ainda uma decisão partidária. Até porque nenhuma decisão será tomada antes de o partido conversar com o governador Flávio Dino e com o prefeito Edivaldo Holanda Jr., que terão a palavra final sobre candidatura, o que só deverá acontecer em meados do segundo semestre, quando for iniciado o ano eleitoral.

Reeleito deputado estadual com boa votação em São Luís, contrariando previsões que rezavam em sentido contrário, Zé Inácio Lula é hoje um dos líderes mais influentes do PT estadual, com bom trânsito na aliança e bem considerado no comando nacional do partido. Homem de partido e militante fiel, daqueles que cumprem missões partidárias sem pestanejar, Zé Inácio Lula sabe das dificuldades do cenário pré-eleitoral, mas acredita que o PT vai seguir o melhor caminho. Já o deputado Zé Carlos Araújo tem se mantido como uma espécie de reserva do partido, que poderá ser acionada na corrida à Prefeitura de São Luís. Inicialmente visto com reservas por segmentos mais “xiitas” do PT maranhense, Zé Carlos Araújo vai se firmando como uma liderança moderada, mas firme, dentro do partido, posição que consolidou com a reeleição em 2018, a exemplo de Zé Inácio Lula, podendo vir ser a opção petista para entrar na briga pelo Palácio de la Ravardière.

Em Tempo: Na semana passada, a Coluna levantou, com base em informações periféricas, a possibilidade de o PT lançar o vereador Honorato Fernandes ou o ex-secretário de Esporte e Lazer, Márcio Jardim. Uma apuração mais aprofundada levou à conclusão de que o vereador Honorato Fernandes prefere tentar a reeleição, e que Márcio Jardim deve mesmo brigar pela Prefeitura de Arari.

 

Vinícius Louro convoca deputados e autoridades para debater a situação de risco na Barragem do Flores

Vinícius Louro: alerta sobre os riscos de rompimento da Barragem do Rio  Flores, no município de Joselândia

É necessária e urgente uma tomada de posição para a produção de medidas práticas que reforcem a Barragem do Rio Flores, no município de Joselândia, que por falta de manutenção preventiva regular, corre o sério risco de romper-se, podendo resultar numa tragédia de largas proporções. Foi nesse sentido que o deputado Vinícius Louro (PSL) ocupou ontem a tribuna para convidar colegas e autoridades de diversos níveis e áreas para uma reunião, sábado (16), na Câmara Municipal de Pedreiras, para debater a situação daquela importante estrutura de represamento das águas do Rio Flores.

Essa não é a primeira vez que o deputado Vinicius Louro ocupa a tribuna para chamar a atenção para as condições precárias daquela barragem e alertar para os riscos de rompimento, que, se ocorrer, resultará numa tragédia de largas proporções. E o modo de prevenir é pressionar os órgãos responsáveis para providenciar as intervenções que reforcem a estrutura e garantam a segurança às populações da das cidades situadas no curso do Rio Flores.

Para o deputado Vinícius Louro, “é importantíssimo” criar uma força-tarefa que trabalhe com o objetivo de prevenir um desastre. Ele reforça o alerta: “Precisamos de união e, acima de tudo, de inciativa, para que possamos evitar o pior. Conheço a realidade de perto e o assunto é sério. Não podemos descansar. Temos que agir e buscar soluções para o problema”.

A situação da Barragem do Flores é apenas um item do elenco de várias barragens maranhenses que se encontram em estado que inspira cuidados e exige providências. Num dos seus primeiros discursos como parlamentar, a deputada Thaíza Hortegal (PP) denunciou a situação calamitosa da Barragem do Pericumã, em Pinheiro. E citando outros casos, como a Barragem do Bacanga, em São Luís, e a Barragem do Flores, propôs a formação de uma frente parlamentar de defesa das barragens do Maranhão.

São Luís, 14 de Março de 2019.

Com atraso de década, acordo do Brasil com os EUA pode transformar Alcântara em centro de ponta da corrida espacial

 

CLA: um lançamento de foguete experimental, a plataforma de lançamento, uma panorâmica das instalações do Centro  e um registro de visitantes ouvindo explicações sobre foguete

Quase quatro décadas depois de ter sido planejado, 16 anos após ter sido palco da maior tragédia que atingiu a área científica e tecnológica do País, com a explosão da sua plataforma, e de ter sido objeto de uma polêmica míope, que retardou o seu desenvolvimento como uma das bases mais promissoras entre as que movem a corrida espacial em todo o planeta, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) volta a ser alvo de atenções, discussões e decisões do Governo sobre o seu futuro. É que no dia 19, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) firmará com o colega norte-americano Donald Trump um acordo pelo qual o Brasil abre o CLA aos Estados Unidos, que poderão utilizá-lo para lançar seus foguetes. O acordo mantém salvaguardas tecnológicas, mas agora em um nível menos rigoroso, podendo o Brasil se beneficiar da tecnologia ianque, como também a questão da soberania parece bem mais amarrada, sem danos visíveis. E o que é mais interessante: o CLA será explorado comercialmente, tornando-se parte do bilionário mercado da indústria espacial, que cresce aceleradamente a cada ano, devendo o Maranhão auferir gordos dividendos em futuro próximo.

Alcântara se tornou alvo do interesse das potencias da corrida espacial nos anos 80 do século passado, quando o embrião do Programa Espacial Brasileiro (PEB) acontecia na Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte. Estudos realizados em todo o planeta durante a corrida que levou o homem à Lua revelaram que, situada na latitude 2°13’ sul, uma área próxima à histórica Alcântara é ideal para o lançamento de foguetes, que, grosso modo, lançado de lá, sobe mais rápido e gasta menos combustível, potencializando dois itens fundamentais dos lançamentos destinados a romper as camadas atmosféricas da Terra: tempo e custo. Alcântara é melhor do que Cabo Canaveral, nos EUA, do que a base francesa de Kourou, na Guiana Francesa, e melhor que as várias bases russas, ucranianas, e por aí vai. Isso fez com que as grandes potencias mirassem a área maranhense como o sonho de consumo da corrida espacial.

Tudo começou em março de 1983, quando o ainda Governo militar começou a implantação do CLA, destinando-lhe mais de 600 quilômetros quadrados de área exclusiva. Surgiu logo o primeiro e mais espinhoso problema: comunidades quilombola e agrícolas reagiram à imposição de serem remanejadas para agrovilas planejadas pelos militares. Foram anos de sai – não sai, vai – não vai, tensão, truculência e ações judiciais, que se arrastam até hoje. O CLA andou bem, apesar das questões periféricas. Com a chegada de José Sarney à presidência da República, a chamada “Base de Alcântara” ganhou impulso, com o robustecimento do PEB, com gordos investimentos na estrutura, na qualificação de mão-de-obra especializada e na segurança.

O aumento da sua importância atraiu de vez a cobiça norte-americana pela área, levando o Governo FHC a propor um acordo pelo qual usaria o CLA comercialmente. A proposta básica era a seguinte: a Nasa utilizaria o CLA para lançar seus foguetes, pagaria por isso, mas com uma condição inaceitável: o Brasil não poderia usar o dinheiro recebido para custear projetos de desenvolvimento dos seus próprios foguetes. Esse item desencadeou uma reação em cadeia, liderada pelos partidos de esquerda e engrossada por outros segmentos, que viram na cláusula impositiva uma inaceitável interferência do Tio Sam na soberania do Brasil. Ocorrida exatamente na virada do século (2000), a polêmica da soberania puxou outros itens do acordo, desencadeando uma celeuma que resultou na rejeição total do acordo pelo Congresso Nacional. Quando deputados e senadores debatiam, FHC chegou a um acordo com Bill Clynton, derrubando a restrição, mas o seu visível enfraquecimento político e o acirramento dos ânimos no Congresso Nacional inviabilizaram o projeto por inteiro. O desfecho causou perplexidade no mundo inteiro, porque os envolvidos na corrida espacial não conseguiram entender o motivo de o Brasil abrir mão de entrar para o clube.

Mesmo isolado, o CLA conseguiu fazer cerca de quatro dezenas de lançamentos de foguetes experimentais, que foram aumentando de tamanho até chegar ao VLS-2, que estava sendo preparado para ser lançado em grande estilo no dia 22 de Agosto de 2003. Para tanto, a quase totalidade da equipe de especialistas formada ao longo de anos pelo PEB encontrava-se em Alcântara, cuidando dos mínimos detalhes para aquele que seria um marco na história do CLA. E exatamente às 13h28m daquele sábado, um dos foguetes foi acionado antes da hora, causando em segundos uma explosão que pulverizou o artefato, destruiu a plataforma de lançamento e matou 22 técnicos, no que entrou para a História como uma das maiores tragédias da corrida espacial em todo o planeta. A explosão levou o Programa Espacial Brasileiro a uma regressão de décadas.

Durante os Governo de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o PEB viveu um período de recuperação, mas colocou o Brasil diante de uma realidade crua: dispõe de um pedaço de terra e uma estrutura que pode render milhões e milhões de dólares por ano e ainda agregar tecnologia para turbinar os seus próprios projetos na área. Sem querer acordo com os EUA, o Governo Lula ensaiou uma improvável parceria com a Ucrânia, que fora o centro nervoso do programa da antiga União Soviética na corrida espacial. Só que, agora como um país autônomo, que se mantém sob forte tensão com a Rússia, a Ucrânia detém conhecimentos e sucatas, não dispondo de capital para tirar seus projetos da prancheta. Mesmo assim, o Brasil firmou um acordo com a Ucrânia em torno do projeto Cyclone, um revolucionário foguete de médio porte. Para tanto, foi criada uma empresa, a Cyclone Space, que não saiu do papel pela incapacidade de a Ucrânia honrar com a parte que lhe coube. O acordo fracassou.

Durante o seu Governo, o presidente Michel Temer tirou o acordo da gaveta e reabriu as negociações com os EUA, conseguindo refazer vários itens polêmicos, entre eles o que gerou a crise em 2000. O presidente Jair Bolsonaro vai entrar para a História pegando carona sem qualquer mérito e sem ter dado uma única contribuição efetiva ao acordo que assinará com Donald Trump. Mas, independentemente desse detalhe, o acordo com os EUA para uso comercial do CLA deve produzir bons resultados para o Brasil e para o Maranhão.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Luis Fernando vai mesmo ser secretário. Por quê?

Luis Fernando e Flávio Dino: diminuindo a distância política que os separava em 2014

O governador Flávio Dino (PCdoB) confirmou ontem que Luis Fernando Silva (PSDB) renunciará ao cargo de prefeito de São José de Ribamar para assumir a Secretaria de Estado de Programas Estratégicos. Confirmou também que Simplício Araújo (SD) deixará a Câmara Federal para reassumir a Secretaria de Indústria e Comércio, abrindo vaga para Gastão Vieira (PROS). A posse dos dois novos secretários ocorrerá sexta-feira (15).

Com a confirmação, o governador coloca ponto final numa informação, inicialmente especulativa que espantou o meio político, gerando muitas interrogações, a partir de uma básica: como é possível um político com muita estrada pela frente renunciar ao comando de um dos cinco maiores municípios do Maranhão, ligado à Capital, que recebe FPM Especial e tem forte vocação turística, para assumir uma Secretaria de Estado que garante mais incertezas do que resultados palpáveis? Mesmo que seja um município com enormes desafios – dois mega-conjuntos habitacionais aumentaram sua população em mais de 60 mil pessoas de uma hora para outra, por exemplo -, isso não justifica a guinada surpreendente.

Em política, renúncia tem de ser sinônimo de passo à frente, tentar um voo mais alto; no caso, seria perfeitamente justificável se tivesse renunciado em abril de 2018 para disputar o Governo do Estado, uma vaga no Senado ou na Câmara Federal. A pasta que lhe será entregue pelo governador Flávio Dino não é algo menor, mas qualquer avaliação honesta concluirá que ao fazer a troca de um mandato desse porte por um cargo de Secretário de Estado, ele reduz expressivamente o seu peso político. A menos que isso seja parte de um plano que o leve a ser candidato a prefeito de São Luís ou a governador, mas não parece ser isso o que está acontecendo.

E chama também a atenção o fato de que com a sua renúncia, São José de Ribamar será entregue ao vice-prefeito Eudes Sampaio (PTB), um político gente boa, respeitado, mas sem liderança para comandar o barco.

 

Projeto de Hospital agita os bastidores da corrida sucessória em Imperatriz

Marco Aurélio, Antônio Pereira e Assis Ramos, posições diferentes sobre projeto de hospital em Imperatriz

A decisão do governador Flávio Dino de construir o Hospital de Urgência em Imperatriz foi o tema dominante na Assembleia Legislativa na tarde de segunda-feira. Um dos nomes bem situados entre os lembrados para disputar a Prefeitura de Imperatriz, o deputado Marco Aurélio (PCdoB) foi à tribuna para enaltecer a medida e detalhar o projeto. O mesmo fez o deputado Antônio Pereira (DEM), que é médico, destacando a importância do projeto e revelando que vai se engajar no processo para apoiar a construção do hospital “no que for possível”. Nenhum dos dois, porém, falou nos petardos que o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (MDB), vem disparando contra o projeto, insinuando que a iniciativa não tem futuro e que o Hospital de Urgência anunciado na semana passada pelos secretários de Saúde, Carlos Lula, e de Infraestrutura, Clayton Noleto, na presença de parlamentares e de pessoas renomadas da cidade, como o ex-prefeito Ildon Marques, por exemplo, não será construído.

Observadores atentos enxergam no projeto de construção do Hospital de Urgência o grande tema da campanha para a prefeitura de Imperatriz, podendo ser também a chave para o desfecho da eleição. Nos bastidores, é corrente a seguinte avaliação: se o hospital não sair do papel, o prefeito Assis Ramos tem alguma chance de reeleição, mas se a construção for, de fato, iniciada, o prefeito dificilmente renovará o mandato.

São Luís, 13 de Março de 2019.

Reunião do Fórum de Governadores do Nordeste em São Luís criação de Consórcio e apoio de Frente Parlamentar

 

Flávio Dino será o anfitrião do Fórum de Governadores; em São Luís; Márcio Jerry e Weverton articulam no Congresso a Frente parlamentar de Defesa do Nordeste

A segunda reunião do Fórum de Governadores do Nordeste (2019/2022), que será realizada em São Luís e terá como ponto alto a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Nordeste, deve ganhar uma dimensão política bem maior com o suporte de uma Frente Parlamentar de Defesa do Nordeste, reunindo deputados federais e senadores dos nove estados nordestinos e de outras regiões. A Frente está sendo articulada por parlamentares da região, entre eles o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e o senador Weverton Rocha (PDT), que estão na linha de frente do movimento, que tem o governador Flávio Dino (PCdoB) como um dos principais líderes. Devem desembarcar quinta-feira em São Luís os governadores do Piauí, Wellington Dias (PT), Ceará, Camilo Santana (PT), Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), Paraíba, João Azevedo (PSB), Bahia, Rui Costa (PT), Alagoas, Renan Filho (MDB), Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) e Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD). Todos estão “fechados” com o projeto de mobilização política regional e com a criação do Consórcio Nordeste, com base na Carta dos Governadores do Nordeste, que divulgaram na primeira reunião do Fórum, realizada em Brasília, semanas após a instalação dos novos Governos.

O Fórum de Governadores do Nordeste nasceu das dificuldades de relacionamento dos Governos da Região com o Governo do presidente Michel Temer (MDB), iniciado em 2017, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), e ganhou força com o resultado das urnas de 2018. Com a derrota fragorosa de Jair Bolsonaro (PSL) em todos os nove estados nordestinos – a começar pelo Maranhão, onde o candidato do PSL teve pouco mais de 30% dos votos – os governadores, quase todos ligados a partidos de esquerda, avaliaram o cenário e concluíram que a região sofreria restrição do novo Governo, posicionados na extrema direita. Diante desse contexto, consolidaram o Fórum, que realizou sua primeira edição em Janeiro, em Brasília. A reunião de quinta-feira, além de mais um passo na consolidação do Fórum, resultará numa medida prática da maior importância, que é a criação do Consórcio Nordeste, imaginado para ser um instrumento capaz de garantir uma relação mais efetiva entre os Governos da região e produzir resultados práticos.

O Consórcio cria mecanismos para que os estados possam firmar parcerias, turbinar resultados administrativos e economizar recursos financeiros. Isso será possível por meio de compras compartilhadas entre os Estados, com o que obterão a redução de custos. Além disso, os estados poderão firmar parcerias em áreas como infraestrutura, tecnologia e inovação, segurança pública, administração prisional e proteção do meio ambiente. E além de criá-lo, os governadores reafirmarão os termos da Carta de Brasília, na qual cobram soluções não traumáticas para a Previdência, programas destinados à criação de empregos e à geração de renda. Haverá também discussão mais profunda e abrangente sobre áreas como segurança pública, sobre o novo Fundeb e sobre temas como a revisão do Pacto Federativo, com a redefinição do papel dos estados e dos municípios.

A consolidação do Fórum dos Governadores do Nordeste será mais consistente com o suporte político da Frente Parlamentar formada, em princípio, por representantes da Região no Congresso Nacional. Os nove estados nordestinos são representados por 27 senadores e 151 deputados federais. Não há como garantir a adesão de todos, mas é possível que pelo menos 15 senadores e 100 deputados venham a integrar o movimento, que poderá ser reforçado com o apoio de parlamentares das regiões Norte e Centro-Oeste, por exemplo. Frente Parlamentar não é uma organização formal, é um movimento que mobiliza congressistas dos mais diferentes vieses partidários e ideológicos em torno de um tema. No caso, a Frente a ser criada terá como foco a defesa do Nordeste e o apoio ao Fórum de Governadores da Região. E a previsão do deputado federal Márcio Jerry, que é engajado nos esforços políticos do governador Flávio Dino em favor do Maranhão e da Região, é a de que é possível formar uma Frente Parlamentar robusta em defesa do Nordeste e em apoio ao movimento dos governantes regionais.

Por ter como pauta central a criação do Consórcio Nordeste e ganhando o suporte de uma Frente Parlamentar mista, congregando deputados federais e senadores nordestinos e de outras regiões, a reunião do Fórum dos Governadores do Nordeste em São Luís terá importância política bem maior do que as realizadas até agora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino e Santos Cruz: o emblemático encontro do governante comunista com general do núcleo duro do Governo Bolsonaro

Em clima descontraído, Flávio Dino mostra o Palácio dos Leões a Santos Cruz

A imagem, registrada na última sexta-feira (8), é emblemática. Mostra o governador Flávio Dino, um líder de esquerda da nova geração, como anfitrião do ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, integrante do chamado “núcleo duro” do presidente Jair Bolsonaro, e que, em tese, representa o suprassumo da direita. Os dois pertencem a campos ideológicos opostos, o primeiro lidera um Governo que faz firme Oposição política ao Governo ao qual o segundo pertence. O governador já recebeu em audiência outros comandantes das três Forças, com quem manteve diálogos aberto, deixando-os impressionados com a cortesia do recebimento e com o nível de informação mostrado por ele.

A visita do general Santos Cruz teve um caráter bem diferente, o que a tornou emblemática. A função dele no Governo Bolsonaro é cuidar da relação do Palácio do Planalto, com poder de fogo para dizer sim ou não, fazer ou negar concessões, e, claro, manter o presidente informado acerca de quem é quem e quem quer o quê no complicadíssimo tabuleiro do xadrez de Brasília. Daí ser absolutamente lógico supor que sua vinda ao Maranhão junto com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, teve um objetivo bem mais político do que tratar de assuntos como a BR-135, o Porto do Itaqui e o Aeroporto do Tirirical. A Coluna aposta que Santos Cruz, que já comandou tropas do Brasil a serviço da ONU no Haiti e Congo, voou para São Luís para, além de cumprir uma pauta administrativa, se informar sobre o que é e como funciona o bem-sucedido Governo do comunista Flávio Dino.

A atenção e a cortesia com que foi recebido pelo governador causaram uma impressão altamente positiva, pois em vez do comunista ranheta e agressivo, o anfitrião do general portou-se como um líder com os pés no chão, democrático e civilizado, que defende posições e não guarda ranços. Um adversário que não é inimigo e com quem o Governo central pode manter uma relação produtiva.

 

Sem lastro para encarar seus pares, Fábio Macedo vai se licenciar para cuidar da saúde e curar a ferida moral

Fábio Macedo: licença  do mandato para curar vício do álcool e ressaca moral

Protagonista de um dos episódios mais lamentáveis do universo político do Maranhão nos últimos tempos, causado por embriaguez alcoólica, com todos os ingredientes de uma opereta de baixo nível, ocorrido em Teresina (PI), o deputado Fábio Macedo (PDT) vai se licenciar do mandato por quatro meses, período em que tentará encontrar uma relação menos indigna com as limitações de uma cirurgia bariátrica e o consumo de álcool. Além dos problemas de saúde que ele próprio afirma amargar, o parlamentar encontra-se absolutamente impossibilitado moral e eticamente de enfrentar o plenário da Assembleia Legislativa, onde todos os seus pares, sem uma única exceção, se encontram tomados pela perplexidade provocada pelos vídeos que causaram estupefação em toda a sociedade maranhense e pais afora.

O oportuno pedido de desculpas por ele feito em redes sociais e jornais pode até ter estancado a indignação, mas certamente não eliminará a impressão de que suas declarações embriagadas, como “sou gente do povo” e “sou rico”, tornaram o senhor Fábio Macedo absolutamente desprovido de autoridade pessoal e política para falar em nome do povo, propor projetos de lei ou emitir votos sobre matéria de qualquer natureza no parlamento estadual. Tal situação só lhe dá uma chance de remissão: o afastamento pelo prazo maior de 121 dias, tempo suficiente para iniciar um tratamento sério e para refletir sobre o seu futuro político, a começar pelo seu retorno ao plenário da Assembleia Legislativa.

Ao deixar a Casa para uma ausência temporária, o deputado Fábio Macedo deve desculpar-se e agradecer ao presidente Othelino Neto (PCdoB), que passou pelo constrangimento de interceder junto às autoridades policiais piauienses. O presidente, que tem se firmado como um chefe de Poder sereno e equilibrado, entrou no circuito para, pelo menos, amenizar a dramática situação em que se meteu o deputado por ter trocado tapas com o cantor de periferia Léo Cachorrão e ter sido agressivo com policiais piauienses, o que resultou na sua detenção. Não fosse a iniciativa do presidente Othelino Neto, que conversou com o secretário de Segurança do Piauí, a quem pediu desculpas pelos desatinos alcoólicos do parlamentar pedetista, Fábio Macedo certamente teria prolongada sua condição de preso na capital piauiense.

Em Tempo: A patacoada monumental do deputado Fábio Macedo produziu pelo menos um resultado positivo para a Assembleia Legislativa: o retorno temporário da ex-deputada Valéria Macedo (PDT), que reforçará o time feminino da Casa.

São Luís, 12 de Março de 2019.

Ministro fica perplexo e reforça suspeita de que existe algo de podre na duplicação da BR-135

 

O ministro Tarcísio Freitas ficou perplexo com o estado da BR-135 inaugurada a menos de dois anos e que está com muitos problemas, mesmo tendo custado R$ meio bilhão

A declaração do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, durante vistoria que fez, sexta-feira (8), no trecho da BR-135 que liga Estiva a Bacabeira e cuja duplicação foi concluída há pouco mais de dois anos reforça a suspeita de que algo de muito errado aconteceu durante a realização dessa obra, que custou mais de R$ 500 milhões e hoje, tanto a velha pista quanto a novas estão seriamente comprometidas. O ministro fez a vistoria acompanhado de deputados federais e estaduais, e de técnicos do DNIT responsáveis pelo controle e acompanhamento das obras em rodovias federais, e sua reação foi a de quem ficou escandalizado com o que viu entre Estiva e Bacabeira, principalmente no trecho que corta o Campo de Perizes. Ali, a velha pista, com mais de 50 anos sobrevive quase intacta, carecendo apenas de reparos, enquanto a nova, construída sobre uma “cordilheira” feitas com milhares e milhares de toneladas de barro e pedra, está quase intrafegável, por causa dos buracos e das deformações estruturais, “patologias” apontadas pelo ministro da Infraestrutura.

– O que vimos aqui impressiona bastante, porque é uma obra que acabou recentemente e está cheia de patologias. Vamos cobrar da empresa (Consórcio Serveng-Artepa) a reparação do trecho e também aplicar sanções que são previstas no contrato. A gente não pode, de maneira alguma, concordar ou permitir que uma empresa venha, ganhe meio bilhão de reais e entregue um pavimento nas condições que a gente viu hoje – declarou o ministro, demonstrando clara perplexidade diante do que constatou junto com deputados federais e estaduais que o acompanharam. O tom dado pelo ministro de Infraestrutura às suas palavras foi o de quem estava diante de um cenário no qual estão reunidos crimes de má gestão do ente público responsável – no caso o DNIT – e banditismo empresarial praticados sob o argumento de que é área é complicada e a União demora a pagar.

O projeto de duplicação dos 124 quilômetros da BR-135 entre São Luís e Miranda do Norte, que representam a única via terrestre que liga a ilha de São Luís ao resto do mundo, é uma reivindicação do início dos anos 80 do século passado, quando já era possível perceber sua defasagem e estrangulamento em pouco tempo. Muitos apostaram que a duplicação seria feita durante a presidência de José Sarney, na segunda metade da década de 1980, mas por razões até hoje não reveladas, o então ministro dos Transportes, José Reinaldo Tavares, não deu a menor importância ao projeto, provavelmente por estar totalmente envolvido com iniciativas gigantescas, como a ferrovia Norte-Sul, que até hoje não foi concluída. A duplicação dos 124 quilômetros da BR-135 entre São Luís e Miranda do Norte foi iniciada com a construção dos 24 quilômetros entre São Luís e Estiva no início do novo século, coincidentemente no período em que José Reinaldo Tavares foi governador. E só aconteceu porque, devido ao volume e a intensidade do tráfego, o trecho da BR-135 entre São Luís e Bacabeira ganhou o dramático e escandaloso apelido de “Estrada da Morte”, por conta do elevado número de acidentes com vítimas fatais.

Chama a atenção o fato de que a duplicação do trecho São Luís-Estiva aconteceu sem maiores problemas, com os atrasos de pagamento e as “dificuldades técnicas” de praxe, mas sem os sinais evidentes de má gestão, de suspeitas de desvios e de banditismo empresarial como está acontecendo. A manifestação do ministro Tarcísio Freitas deveria ecoar como um escândalo nacional. Afinal, não é todo dia que um ministro de Estado se manifesta como ele se manifestou na sexta-feira, em São Luís, referindo-se a uma obra mal realizada que dragou nada menos que meio bilhão de reais, dinheiro suficiente para se construir pelo menos dois ou mais trechos iguais, com todas as dificuldades geográficas.

Diante das palavras visivelmente indignadas do ministro da Infraestrutura, o mínimo que se pode esperar é a deflagração de uma profunda investigação acerca do que aconteceu na construção do trecho da BR-135 entre Estiva e Bacabeira, onde, vale repetir, foram enterrados meio bilhão de reais, dinheiro suficiente para cobrir duas folhas de salários dos servidores do Estado do Maranhão, por exemplo. Se esses esclarecimentos não vierem à tona, o ministro Tarcísio Freitas, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União entrarão para a lista de suspeitos, juntando-se ao DNIT, ao Consórcio Serveng-Artepa e prováveis “atravessadores”.

Vale aguardar as providências do ministro de Infraestrutura.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Destaque

Assembleia Legislativa comemora Semana da Mulher com a ampliação da presença feminina no plenário

Cleide Coutinho, Helena Duailibe, Ana Mendonça, Detinha, Daniella Tema, Thaíza Hortegal, Andreia Rezende e Mical Damasceno: mulheres que fazem a diferença na Assembleia Legislativa, atuando efetivamente no exercício do mandato 

Na Semana da Mulher, pode-se dizer que poucos parlamentos do Brasil, incluindo as esferas municipal, estadual e federal, têm tantos motivos para comemorar o Dia Internacional da Mulher (8 de Março) como a Assembleia Legislativa do Maranhão. A começar pelo fato maior: oito mulheres eleitas em 2018 representam 20% das 42 cadeiras do parlamento estadual, mantendo uma tendência de crescimento da presença feminina na composição do plenário. Ainda não é a fatia ideal, que é de 50%, nem a satisfatória, que a legislação fixou em 30%, mas a tendência de crescimento verificada nas últimas eleições indica que o eleitorado maranhense começa, de fato, a entender que política é também coisa de mulher, que tanto quanto os homens, vivem os problemas da sociedade maranhense, às vezes com um nível de compreensão bem mais profundo. As urnas de 2018 mandaram para a Assembleia Legislativa as deputadas Cleide Coutinho (PDT), Helena Duailibe (SD), Ana do Gás (PCdoB), Detinha (PR), Daniella tema (DEM), Andreia Rezende (DEM), Thaíza Hortegal (PP) e Mical Damasceno (PTB).

Cleide Coutinho – Médica por profissão, tem larga vivência política, decorrente da condição de braço direito do marido, o também médico e líder político Humberto Coutinho, que nos últimos anos foi uma das principais referências políticas do Maranhão. Sabe tudo sobre o parlamento estadual, conhecimento que acumulou e lapidou como deputada e como presidente do Gedema. De volta à Assembleia na atual legislatura, agora com o desafio de manter o legado deixado por Humberto Coutinho, movimenta-se como uma das vozes mais destacadas da base de apoio do governador Flávio Dino, atuando principalmente como voz moderadora e conselheira. Faz parte da Mesa Diretora do Poder Legislativo.

Helena Duailibe – Uma das mulheres mais atuantes do Maranhão na atualidade, a deputada Helena Duailide atua em várias frentes. Médica por formação, atua no atendimento direto a pacientes. No campo administrativo, é uma das referências no estado em matéria de gestão na área de Saúde Pública, já tendo sido secretária municipal de Saúde (gestão João Castelo) e Secretária de Estado da Saúde (gestão José Reinaldo Tavares). No campo político, já foi vereadora de São Luís e agora inicia mandato na Assembleia Legislativa. Seu lastro a tornou presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, tendo também sido eleita para comandar a Procuradoria da Mulher, órgão do Poder Legislativo.

Deusteth Rodrigues (Detinha) – Assistente Social por formação e com dois mandatos de prefeita bem avaliada de Centro do Guilherme, a deputada Detinha chegou à Assembleia Legislativa com a responsabilidade de ter sido campeã de votos entre os deputados estaduais eleitos, tendo também o marido, Josimar de Maranhãozinho, saído das urnas como campeão de votos para deputado federal. Nos pronunciamentos que fez até agora, defendeu a parceria política que tem com o marido, certa de que a parceria e a cumplicidade dos dois pode gerar muitas ações positivas. Como ex-prefeita, mostra bom conhecimento sobre a realidade social e econômica do Maranhão.

Ana Mendonça, mais conhecida como Ana do Gás – Empresária por profissão, foi a única   das seis deputadas da legislatura passada que conseguiu se reeleger em 2018. Iniciada politicamente com foco no apoio a municípios, Ana do Gás diversificou seu raio de atuação na legislatura passada, envolvendo-se fortemente com a área social, a começar pelo apoio a famílias de baixa renda. E nesse contexto, abraçou a luta em favor da mulher, atacando problemas graves, como o feminicídio, por exemplo. Iniciou o novo mandato denunciando na tribuna a violência que atinge a mulher maranhense. Esse posicionamento levou o governador Flávio Dino a convidá-la para comandar a Secretaria de Estado da Mulher, cargo que assumiu há duas semanas.

Daniella Tema – Nutricionista por formação, dedica-se há anos à administração hospitalar – foi diretora geral do Hospital Regional de Presidente Dutra -, entrou para a política também por atuar como braço direito do marido, o prefeito de Tuntum pela quinta vez, Cleomar Tema, que presidiu a Famem. Jovem e preparada, Daniella Tema é militante política ativa, que tem foco das questões de natureza social e da defesa intransigente do municipalismo. Nos vários pronunciamentos que fez na Assembleia Legislativa, defendeu políticas públicas, propôs ajustes das ações sociais do Governo, pediu ações para melhorar a infraestrutura urbana e rodoviária do estado declarou total apoio às políticas da saúde e educação.

Andreia Rezende – Odontóloga por formação e profissão, a deputada nasceu respirando política, já que seu pai, o também médico e ex-deputado Francisco Martins, sempre foi militante político. Com os movimentos temporariamente limitados por um acidente automobilístico que sofreu junto com o marido, o ex-deputado Stênio Rezende, que também é médico, a parlamentar deixou claro que a limitação dos seus movimentos não será empecilho para sua ação política, que é focada no apoio aos municípios, principalmente os das regiões polarizada por Balsas e por Vitorino Freire, suas duas principais bases políticas e eleitorais. Tem dado seguidas demonstrações de que está determinada a realizar um mandato produtivo. Integra a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Thaíza Hortegal – Médica por formação, chegou ao parlamento estadual embalada pela trajetória do marido, o prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP). Logo nas suas primeiras manifestações no plenário da Assembleia Legislativa, deixou claro que não pretende cumprir um mandato formal e sem resultados práticos. Tanto que denunciou as condições das barragens do Rio Pericumã, na região de Pinheiro, e do Rio Flores, em Joselândia, e conseguiu formar uma Frente Parlamentar em defesa das barragens do Maranhão. No final da semana passada, a imprensa registrou sua atuação no Itaqui, questionando empresas a respeito da segurança na travessia dos ferry-boats para a Baixada Ocidental.

Mical Damasceno – Administradora por formação, nasceu política no seio da comunidade evangélica da Assembleia de Deus, iniciou seu mandato na tribuna da Assembleia Legislativa cantando louvor e manifestando disposição de cumprir seu mandato dentro dos postulados da sua religião. Tem ocupado a tribuna para pedir ações do Governo nas mais diferentes áreas, demonstrando que está disposta a cumprir os compromissos que assumiu com o eleitorado durante a campanha.

São oito mulheres que parecem dispostas a demonstrar que podem fazer a diferença numa atividade ainda fortemente dominada por homens.

 

Ildon Marques diz que não pretende ser candidato em Imperatriz, a não ser…

Ildon Marques, em ação no Senado, quando assumiu temporariamente

“Não pretendo, não está nos meus planos e não estou interessado”. Foi o que respondeu o ex-prefeito e empresário Ildon Marques, ao ser indagado pela Coluna, à queima roupa, sobre se estaria no páreo para a Prefeitura de Imperatriz na corrida eleitoral do ano que vem. Mas, ao mesmo tempo, deixou entrever que o vírus da política, que segundo o ex-presidente José Sarney, é indestrutível, ainda o afeta, levando-o a admitir uma única possibilidade de pensar no assunto: se a candidatura lhe for oferecida pelo partido – o seu atualmente é o PP -, com a garantia de bancar as despesas de campanha, podendo aceitar ou recusar a proposta.

Numa conversa franca, Ildon Marques sinaliza que está de bem com a vida, que as suas empresas estão enfrentando a crise sem maiores traumas, e que ele, aos 73 anos, está em paz com ele mesmo. Os insucessos recentes nas urnas parecem não fazer a menor diferença, deixando no ar a impressão de que nunca teve a política como objetivo de vida, mas apenas como uma atividade de exercitar a sua cidadania, de preferência colaborando com a sociedade. “As empresas vão bem., crescendo dentro da realidade, e eu vou cuidando da minha vida de maneira simples, sem luxo e sem afetação”, revelou, sem em nenhum momento colocar a política num plano superior.

A possibilidade de vir a ser candidato a prefeito de Imperatriz – cidade que já governou como interventor (1995, nomeado por Roseana Sarney), em razão da cassação do prefeito, discípulo de Davi Alves Silva e envolvido com o crime organizado na região, e depois duas vezes como prefeito eleito com votações consagradoras – parece remota. A começar pela determinação aparentemente irrevogável de não usar um só centavo das suas empresas para cobrir gastos de campanha, como aconteceu várias vezes. E também pelo fato de que, como homem de larga experiência e cultura sólida, certamente tem clara a noção de que, por maior que seja o seu lastro como gestor público e empresário bem sucedido, existe uma nova realidade política em curso, que ele acompanha com atenção, mas sobre a qual não emite qualquer juízo de valor.

Em resumo, o empresário Ildon Marques voltou a se impor sobre o político Ildon Marques, condicionando severamente uma eventual candidatura a prefeito de Imperatriz.

São Luís, 10 de Março de 2019.

 

Fortes em São Luís, Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr. terão palavra final sobre candidato governista a prefeito

 

Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr. terão influência decisiva na escolha do candidato governista à Prefeitura de São Luís

A escolha do candidato governista à Prefeitura de São Luís na eleição do ano que vem será o resultado de um entendimento entre o prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) e o governador Flávio Dino (PCdoB), hoje os dois mais importantes eleitores da Capital. E essa escolha, além do viés político, levará em conta a capacidade gestora e empreendedora do nome a ser escolhido, como também a sua experiência e capacidade de articulação política. A movimentação registrada até agora nesse campo é fruto da ação de pré-candidatos, e não de discussões sobre o assunto entre quem realmente pode dar as cartas nesse jogo, que são o prefeito e o governador. Os dois estão cautelosos sobre o tema, avaliam que ainda é muito cedo para bater martelo sobre candidatura e nem sequer fazem previsões de quando darão, de fato, a largada para valer nesse processo.

O prefeito Edivaldo Holanda Jr. ganhou força nos últimos tempos, depois de ter superado uma série de problemas urbanos que vinham desgastando fortemente sua gestão. Muito discreto em todos os sentidos, o prefeito também acha que ainda é cedo para definir o candidato. Além disso, no que lhe diz respeito, essa escolha será compartilhada com o senador Weverton Rocha, que presidente do PDT, e com quem debate todas as decisões políticas de peso que deve tomar. Até agora, Edivaldo Holanda Jr. não fez qualquer gesto que indicasse a sua preferência por esse o por aquele nome, pois sabe que se o fizer informalmente, causará uma crise no seu partido e na aliança liderada pelo governador Flávio Dino. O prefeito, portanto, só se manifestará sobre o assunto após afinar o discurso com o governador e com o senador. Até porque sabe que um gesto precipitado ou uma escolha errada poderá comprometer seriamente o seu futuro político, que só será desenhado com a posse do seu sucessor no Palácio de la Ravardière.

O governador Flávio Dino também mantém silêncio em relação à escolha do candidato à Prefeitura de São Luís. Mas não consegue esconder que alguns movimentos não previstos – como o convite para Luis Fernando Silva deixar a Prefeitura de São José de Ribamar para assumir a Secretaria de Programas Estratégicos, por exemplo – podem relacionados com a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr., deixando rolar um eletrizante processo de especulação. Com o prestígio turbinado em São Luís, onde seu Governo tem trabalhado intensamente, e por conta das posições políticas que vem tomando no plano nacional, principalmente com vistas à eleição presidencial de 2022, Flávio Dino vive o melhor momento da sua relação com a cidade. Esse affair com a Capital e o comando que exerce sobre a aliança partidária que construiu o tornam um eleitor privilegiado, com poder de fogo para influenciar fortemente na escolha do candidato do seu campo à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr..

Tanto o prefeito quanto o governador têm plena ciência de que São Luís funciona como um grande diferencial nas disputas eleitorais majoritárias do Maranhão. Ganhar por larga margem na Capital significa, na maioria das vezes, vencer a eleição majoritária no estado, já que o perdedor, via de regra, não consegue cobrir a diferença nos demais colégios eleitorais. Daí, conquistar a simpatia e o apoio da banda maior do eleitorado da Capital é item destacado de qualquer projeto político-eleitoral visando o estado como um todo. Não surpreende, portanto, que a escolha do candidato a prefeito seja uma tarefa tão especial no campo governista.

Ontem, uma fonte de peso da Coluna observo que a escolha do candidato a ser apoiado pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr. e pelo governador Flávio Dino, e com apoio dos senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) encontra-se ainda num estágio “embrionário”. Isso significa dizer que o prefeito Edivaldo Holanda Jr. e o governador Flávio Dino ainda não conversaram à sério sobre assunto, o que só deverá acontecer daqui a alguns meses.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT pode lançar candidato próprio em São Luís, mas pensa também em emplacar o vice

Márcio Jardim e Honorato Fernandes: nomes lembrados por vozes do PT para disputar a Prefeitura de São Luís

Não será surpresa se o PT vier a se movimentar n o sentido de lançar candidato próprio à Prefeitura de São Luís. O partido faz parte da aliança comandada pelo governador Flávio Dino e é aliado do prefeito Edivaldo Holanda Jr., mas internamente há vozes pregando a agremiação lance candidatos próprios na Capital e nos maiores colégios, como Imperatriz, Caxias e São José de Ribamar e Pinheiro, por exemplo. O argumento é o de que o PT não pode continuar parecendo um partido estigmatizado pela perda do poder. Deve reagir a isso participando efetivamente das eleições no maior número possível de municípios, tentando fazer o maior número possível de prefeitos e vereadores. Para essas vozes, é imperativo que o PT tenha candidato na disputa em São Luís, reafirmando assim sua condição de partido identificado com as massas urbanas. Nessas conversas informais, dois nomes surgem como prováveis pré-candidatos, o vereador  Honorato Fernandes, que comanda o partido em São Luís, e o ex-secretário Marcio Jardim. Nada impede, no entanto, que o PT venha a apoiar o candidato que for escolhido pelo governador Flávio Dino e o prefeito Edivaldo Holanda Jr.. De preferência indicando o candidato a vice, por exemplo.

 

Rogério Cafeteira ganha uma preocupação e um desafio com o desabamento da cobertura do Castelinho

Rogério Cafeteira, depende do apoio de Flávio Dino e do suporte de Clayton Noleto para reconstruir o teto do Castelinho Noleto

O desabamento do teto do Ginásio Georgiana Pflueger, o Castelinho, causado por um temporal na tarde de quarta-feira (7), deu ao novo secretário de Estado de Esporte e Lazer, Rogério Cafeteira, uma baita preocupação e um instigante desafio. Aprovado como líder do Governo na Assembleia Legislativa durante quatro anos, e agora, como ex-deputado, convocado pelo governador Flávio Dino para comandar a pasta, Rogério Cafeteira começa sua gestão com a preocupação de ter no chão, por desabamento, a cobertura da mais importante quadra esportiva do Maranhão, parte do complexo do Castelão, e o enorme desafio de reconstruí-lo o mais rapidamente possível. A ordem expressa do governador para a reconstrução não aliviará a preocupação do secretário de Esporte e Lazer, já que ele terá de fazer arranjos para compensar a falta temporária da praça esportiva. Ao mesmo tempo, enfrentará o desafio de ter a reconstrução concluída o mais rapidamente possível. Para tanto, Rogério Cafeteira contará com o apoio decisivo do governador Flávio Dino, que numa reunião de emergência, após o desabamento, autorizou o início imediato da reconstrução, e com o suporte do colega de secretariado Clayton Noleto, da pasta da Infraestrutura, a quem cabe a execução da obra.

São Luís, 08 de Março de 2019.

Corrida para a Prefeitura de São Luís ainda não tem nomes definidos, mas a movimentação já é intensa

 

Neto Evangelista, F=Duarte Jr., Osmar Filho, Rubens Jr., Luis Fernando Silva, Adriano Sarney, Wellington do Curso e Eliziane Gama: nomes para a Prefeitura de São Luís na eleição de 2020

Faltam ainda 19 meses, ou seja, exatos 570 dias, para as eleições municipais de 2020, mas a julgar pela intensa movimentação na seara dos partidos políticos, o cenário pré-campanha já ganha formas nítidas, com o avanço de um expressivo número de aspirantes às vagas de candidato. A maior movimentação envolve a corrida para a Prefeitura de São Luís, para a qual o governador Flávio Dino (PCdoB) atua com o objetivo de encontrar um candidato que represente todas as correntes da aliança que comanda, enquanto a Oposição, principalmente o Grupo Sarney emite sinais de que já trabalha um nome, o deputado estadual Adriano Sarney (PV), e em outro campo oposicionista, o deputado federal Eduardo Braide, ainda sem partido, continua sendo a grande incógnita dessa fase da disputa. Aguarda-se também uma manifestação do senador Roberto Rocha sobre o rumo que o PSDB tomará nessa corrida.

Na Capital, o cenário ainda é impreciso, principalmente pela não definição, ainda, do candidato governista. O prefeito Edivaldo Holanda Jr. e o senador Weverton Rocha se movimentam para emplacar um nome do partido, que pode ser o presidente da Câmara Municipal, vereador Osmar Filho (PDT), tendo como alternativa uma aliança com o DEM em torno do deputado estadual Neto Evangelista. Diretamente interessado na disputa, o Palácio dos Leões trabalha efetivamente com duas opções do PCdoB, o deputado estadual Duarte Jr. e o deputado federal Rubens Jr., que assumiu recentemente a Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano, podendo ainda, numa hipótese remita, lançar o deputado federal Márcio Jerry. Uma terceira via foi especulada durante o carnaval, com o ainda não confirmado convite do governador ao prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), para uma super secretaria (Programas Estratégicos), de onde poderá ser catapultado para a condição de candidato a prefeito de São Luís. Assim, pelo que está posto, o candidato governista será objeto de muita negociação, ou poderá ser o mais votado de um pool de candidatos. Por isso, até agora qualquer afirmação sobre candidatura governista será mera especulação.

No campo oposicionista, dois nomes ganham peso. O primeiro é o deputado federal Eduard Braide, apontado como candidatável desde 2016, quando foi derrotado em disputa dura pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Eduardo Braide está sem partido, faz o jogo de pré-candidato, mas como tem um projeto bem mais abrangente do que o município de São Luís, relutado em se declarar candidato irreversível, pois sabe que se fizer tal declaração não poderá voltar atrás, tem ciência também de que sua eleição não é fato consumado, e de que mais uma derrota na Capital poderá complicar seus planos futuros. Por sua vez, o deputado Adriano Sarney tem partido, é parte de um grupo partidário (PV e MDB e outros partidos menores), tem o aval dos chefes desse grupo e, pelo que declarou à Coluna há alguns dias, está entusiasmado com a ideia de ser candidato, se anunciando como pré-candidato. A ex-governadora Roseana Sarney e o ex-suplente de senador Lobão Filho também são lembrados para disputar a Prefeitura de São Luís pelo Grupo Sarney, mas fontes próximas aos dois desanimam as especulações, praticamente descartando os dois projetos.

Ainda na seara oposicionista, o PSDB tenta se recompor, estando o senador Roberto Rocha avaliando a possibilidade de fechar em torno do deputado estadual tucano Wellington do Curso – o 3º colocado do pleito de 2016 -, que ainda não se declarou pré-candidato, como também poderá apostar numa aliança, provavelmente com o Grupo Sarney, podendo indicar o candidato a vice, como o próprio senador Roberto Rocha o foi, então pelo PSB, na chapa do prefeito Edivaldo Holanda Jr, em 2012. E no campo da esquerda, o PSOL e o PSTU vêm sinalizando que terão candidatos próprios no primeiro turno, mas só definirão nomes em reuniões partidárias que realizarão no segundo semestre.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Se Luis Fernando deixar Prefeitura, a guerra sucessória em São José de Ribamar terá desfecho imprevisível

Sem Luís Fernando, Prefeitura poderá ser disputada por Eudes Sampaio, Gil Cutrim e Jota Pinto

A eventual renúncia do prefeito Luis Fernando Silva (PSDB) para assumir a Secretaria de Estado de Programas Estratégicos, atendendo a convite do governador Flávio Dino, passando o cargo para o vice-prefeito Eudes Sampaio (PTB), abrirá um grande flanco na corrida sucessória em São José de Ribamar. Luis Fernando seria naturalmente candidato à reeleição com largas chances de vencer o pleito, o que desanimaria vários aspirantes a candidato. Sem ele, o candidato natural será o prefeito Eudes Sampaio, que terá seu apoio, mas enfrentará concorrência pesada. A ausência de Luiz Fernando aumentaria fortemente o poder de fogo da família Cutrim, com a possibilidade de o ex-prefeito e hoje deputado federal Gil Cutrim (PDT) tentar voltar ao comando do município com o aval do senador Weverton Rocha. Além disso, corre a informação de que, caso Luis Fernando sair mesmo, o ex-deputado Jota Pinto (??) aguardará o momento certo para lançar sua candidatura a prefeito, o que, se confirmado. O fato é que, se Luis Fernando Silva permanecer e se candidatar à reeleição, terá poucos adversários e muito provavelmente se reelegerá. Mas se deixar o cargo, o desfecho da corrida para a Prefeitura da Cidade do Padroeiro será rigorosamente imprevisível.

 

Josimar de Maranhãozinho quer sair das eleições municipais com cacife pesado para 2022

Josimar de Maranhãozinho conta com aliados fiéis, como a deputada Detinha, sua mulher

Numa conversa com jornalistas, há algumas semanas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PR), revelou que foi campeão de votos porque foi votado em 214 municípios e que montou estrutura em mais de 100. Agora, para as eleições municiais, o parlamentar aposta seu partido poderá ter candidato em pelo menos 80 municípios, com a perspectiva de sair das urnas com pelo menos 40 prefeitos. Os números parecem ambiciosos demais para o comando de um deputado federal, mas em se tratado de Josimar de Maranhãozinho, nada parece impossível no campo político-eleitoral. Um levantamento rápido revela que ele tem hoje o controle político dos municípios de Maranhãozinho, Centro do Guilherme e Zé Doca, onde sus irmã é prefeita, além de exercer forte influência sobre pelo menos uma dezena de prefeituras, cujos titulares são aliados fiéis. Liderando hoje um deputado federal (Júnior Lourenço) e quatro deputados estaduais (Detinha, Hélio Soares, Vinícius Louro e Leonardo Sá) e exibindo um espantoso poder de articulação, Josimar de Maranhãozinho quer sair das eleições municipais com cacife para sentar na mesa de decisões para 2022.

São Luís, 06 de Março de 2019.