Arquivos mensais: julho 2017

Golpe duro: ao perder o controle do PSB em São Luís, Roberto Rocha deve sair do partido e pode amargar desgaste político

 

Roberto Rocha não tem lastro partidário firme
Roberto Rocha não tem lastro partidário firme

Saído das urnas de 2014 como um dos políticos mais bem sucedidos do Maranhão, e com o ânimo de quem brilharia no Senado da República para tornar-se a “terceira via” da política maranhense, com estatura para encarar uma disputa pelo Governo com o governador Flávio Dino (PCdoB) e com a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), o senador Roberto Rocha não decepcionou como parlamentar. Mas, por outro lado, vem perdendo terreno ao sofrer derrotas amargas e politicamente perigosas no campo partidário. No lance mais recente, ele perdeu o controle do PSB em São Luís, que foi entregue ao seu maior adversário doméstico, o deputado estadual Bira do Pindaré. A decisão da direção foi uma reação à aproximação cada vez maior do senador Roberto Rocha do presidente Michel Temer (PMDB), contrariando a orientação do comando socialista de que os parlamentares do PSB devem fazer oposição cerrada ao Governo e ao chefe da Nação.

Na verdade, o ato da direção socialista de trocar o comando do PSB em São Luís é o desfecho de uma longa peleja iniciada na década passada, quando Roberto Rocha deixou o PSDB – do qual chegou a ser presidente estadual – e ingressou no partido, coincidindo com a chegada ao terreiro socialista ludovicense do ex-governador João Reinaldo, que deixara o PTB. Roberto Rocha não perdeu tempo e assumiu o controle do partido, onde desembarcaria tempos depois Bira do Pindaré, que rompera com o PT por não aceitar a aliança do partido com o PMDB do Grupo Sarney no Maranhão. Sua permanência no PSB foi tranquila até as eleições de 2010, quando traumatizou sua relação com o ex-governador por causa da disputa para o Senado – até hoje José Reinaldo afirma que Roberto Rocha tirou-lhe a eleição de senador ao se lançar candidato. O racha no PSB continuou, com José Reinaldo dando as cartas no Diretório estadual e Roberto Roca controlando com mão de ferro o Diretório de São Luís.

A decisão do comando nacional tirando-lhe o controle do Diretório de São Luís e entregando-o ao deputado Bira do Pindaré sentencia que o senador perdeu não somente foi apeado do poder no partido, e funcionou também como um “convite” para que ele deixe a legenda. A derrota de Roberto Rocha dentro do PSB não pode ser interpretada como uma vitória de José Reinaldo, que também deve oficializar a qualquer hora sua migração ara o DEM.

A verdade é que com a decisão da cúpula do PSB o senador Roberto Rocha dificilmente permanecerá no partido mais que o tempo suficiente para encontrar outro pouso partidário. O partido refundado pelo célebre líder pernambucano Miguel Arraes fechou questão e vai trilhar uma linha ideológica de esquerda. Roberto Rocha é um político que ideologicamente chega no máximo ao centro, não tendo, portanto, nenhuma identificação com a esquerda. Ele poderá desembarcar de volta ao PSDB, do qual já foi presidente no Maranhão. O problema é que a sua condição de senador e a sua maneira de atuar dificilmente o farão aceitar ingressar num partido sem ter o seu controle no Maranhão. Para voltar ao PSDB como chefe do tucanato no estado, Roberto Rocha precisaria destituir o vice-governador Carlos Brandão do comando tucano, o que não será nada fácil, embora não seja impossível. Vai depender do cenário politico nacional a ser construído a partir de agosto, quando a situação do presidente Michel Temer (PMDB) for definida pela Câmara Federal.

O virtual rompimento com o PSB não será uma tragédia para o senador Roberto Rocha, pois é apenas o fim de um casamento sem amor e que  nunca deu certo. Vai permitir que o parlamentar procure  um pouso partidário com o qual tenha afinidade ideológica e identificação programática. Encaixar-se-ia com facilidade no PMDB, que pode ser identificado como um partido de centro, e mais ainda no DEM, que foi definido, com honestidade política, pelo presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, como um “projeto de centro-direita”. O problema é que se escolher o DEM, terá se entender o deputado federal Juscelino Filho, hoje detentor da confiança da direção partidária, e seu tio, o deputado estadual Stênio Rezende – dois políticos forjados na arte da sobrevivência. E se a escolha for o PMDB, Roberto Rocha pode até se tornar um cardeal no partido, desde que reze no missal do Grupo Sarney – situação à qual ele só se submeteria como candidato a governador com o apoio total e irrestrito do grupo.

Em resumo: o senador Roberto Rocha tem um baita problema para resolver, mas com a vantagem de que um mandato senatorial tem peso de ouro na balança que mede o cacife de um político jovem e de futuro como ele.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cúpula socialista acerta em cheio ao entregar PSB de São Luís para Bira do Pindaré

Bira do Pindaré agora no comando do PSB em São Luís
Bira do Pindaré agora no comando do PSB em SL

Se foi traumática para o senador Roberto Rocha, a entrega do comando do PSB em São Luís para o deputado Bira do Pindaré foi um tiro certeiro do partido no Maranhão. Forjado no rico aprendizado desafios do movimento estudantil, nas renhidas lutas sindicais e na militância que construiu o PT no estado, Bira do Pindaré é uma autêntica referencia da esquerda no cenário político. E com um lastro eleitoral invejável, que além dos dois mandatos de deputado estadual, inclui uma memorável candidatura ao Senado em 2006, quando conseguiu a proeza de bater  ninguém menos que os ex-governadores João Castelo e Epitácio Cafeteira em São Luís. Carreira bem sucedida de Bira do Pindaré tem sido pautada pela coerência ideológica e política. É um quadro autêntico e bem resolvido da chamada esquerda democrática, e sempre militou na Oposição ao Grupo Sarney, não lhe fazendo qualquer concessão – tanto que deixou uma posição de liderança destacada no PT, que ajudou a consolidar no estado, por não concordar com a aliança com o PMDB no Maranhão, migrando para o PSB. Enfrentou no novo partido duros embates com o senador Roberto Rocha e com fragmentos ainda influenciados por uma breve e incompreensível passagem do ex-deputado Ricardo Murad pelo partido. Identificado cm a linha do partido, Bira do Pindaré resistiu a muitas as intempéries no partido, chegando em alguns momentos preparado as malas para migrar para outras legendas, mas pensou melhor e decidiu permanecer, convencido de que cedo ou tarde a cúpula do partido cairia na real e lhe entregar o partido em São Luís, construindo assim a unidade que faltava ao PSB, cujo potencial agora poderá fluir sob a orientação do prefeito de Timon, Luciano leitoa, um quatro inteiramente afinado com a linha partidária. Com a saída do deputado federal José Reinaldo, o PSB recuperará a identidade que ganhou quando foi fundado no Maranhão no início dos anos 80 do século passado por um grupo de idealistas, entre eles Guilherme Freire, Valdelino Cécio, Rossini Corrêa e Ribamar Corrêa.

Em Tempo: A Comissão Provisória do PSB de São Luís nomeada pela Direção Nacional tem a seguinte composição:  Bira do Pindaré (presidente), Conceição Marques (vice-presidente), Ângelo Francisco Freitas (secretário geral), Fabrizio Henrique Goulart do Couto Correa (primeiro-secretário), Nelson Brito Martins (secretário de Finanças), Carlos André Lobato Mendes (secretário de Mobilização) e Renata Teixeira Pearce Sousa (secretária de Comunicação).

 

José Reinaldo deve oficializar saída do PSB e ingresso no DEM, onde está sua origem política

José Reinaldo: voltando ao DEM, sua origem paertidária
José Reinaldo: voltando ao DEM, sua origem partidária

O ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares deve confirmar oficialmente, nas próximas horas, a sua saída dos quadros do PSB para empreender uma viagem de volta às origens ingressando no DEM, onde nasceu político quando a agremiação ainda se chamava PDS. Se for efetivamente confirmada, a saída do ex-governador do PSD encerrará uma relação nada harmônica. Político ideologicamente de centro-direita, José Reinaldo Tavares jamais nutriu maiores amores pela esquerda, embira a sua formação liberal e democrática lhe permita conviver sem maiores problemas com a seara esquerdista, a ponto de permanecer vários anos filiado ao PSB, a ponto de ter sido mola-mestra da candidatura de Jackson Lago em 2016 e um dos esteios da candidatura de Flávio Dino em 2014. No DEM, José Reinaldo se reencontrará com as suas origens partidárias e retomará a convivência com lideranças com as quais tem afinidade, como o presidente nacional da agremiação, o senador capixaba José Agripino Maia, e o atual líder maior do partido, o presidente da Câmara Federal, o fluminense Rodrigo Maia.

São Luís, 19 de Julho de 2017.

Polêmica sobre pedido de quebra de sigilo bancário de Nelma Sarney evidencia guerra pelo comando do Judiciário

 

Nelma Sarney: no centro da disputa pelo comando do Judiciário
Controvérsias: Nelma Sarney está no centro da disputa pelo comando do  Poder Judiciário

As duas últimas semanas foram marcadas por uma agitação forte nos bastidores do Tribunal de Justiça, com repercussão visível no meio político, por causa da decisão do Ministério Público de pedir a quebra do sigilo bancário da desembargadora Nelma Sarney, negada pelo juiz Clésio Cunha, titular da 3ª Vara Criminal. O pedido e a negação causaram um certo frisson, como se a iniciativa do MP fosse um absurdo e a posição do Judiciário uma espécie de reação paladina para salvar a honra da magistratura. Nem uma coisa nem outra. A repercussão se explica pelo fato de que daqui a quatro meses o Poder Judiciário, por meio do Colégio de Desembargadores, elegerá os novos presidente, vice-presidente e corregedor geral da Justiça, sendo a desembargadora Nelma Sarney um dos membros do colegiado com o direito de ser candidata a presidente, queiram ou não seus eventuais adversários.

Não precisa ir muito longe para constatar que a surpreendente repercussão do quebra-não quebra em torno do sigilo bancário da desembargadora Nelma Sarney está diretamente relacionada com a corrida sucessória no Tribunal de Justiça. Em qualquer roda que reúna advogados, magistrados, jornalistas e servidores graduados da Justiça, o caso acaba sendo abordado, ganhando as versões mais diversas, algumas estapafúrdias, seja por desinformação, seja pura e simples tomada de posição contra ou a favor, dependendo das preferências na disputa para o comando do Poder Judiciário, para o qual estão habilitados os desembargadores Nelma Sarney, Marcelo Carvalho e José Joaquim  Figueiredo dos Anjos, exatamente por serem os mais antigos membros da Corte que ainda não a presidiram.

O disse-me disse em torno da desembargadora Nelma Sarney se dá pela via do chamado “Caso Bradesco”, um esquema de manipulação criminosa de dinheiro alheio por uma funcionária do Banco. O esquema foi descoberto ainda na década passada, em uma agência do Bradesco em São Luís, e funcionava mais ou menos assim: embalada pela confiança que tinha dos seus clientes com costas e endinheirados, a bancária Raimunda Célia Abreu sacava dessas contas expressivas quantias e as jogava no mercado negro da agiotagem. Um desses correntistas era a desembargadora Nelma Sarney que, até prova em contrário, seria vítima da bandidagem da funcionária do banco. Outra conta alcançada pelo esquema foi a da Câmara Municipal de São Luís, então sob a responsabilidade do presidente, vereador Isaías Pereirinha e, junto com ele, o atual presidente, vereador Astro de Ogum.  Após anos de investigação, o caso permanece em aberto. E foi no prosseguimento da investigação que o MP pediu a quebra do sigilo bancário de Nelma Sarney.

O pedido do MP, feito pela promotora Lize de Maria Brandão Costa, que responde pela 6ª Promotoria de Justiça Criminal, e negação do mesmo  pelo titular da 3ª Vara Criminal foram fatos absolutamente normais num processo judicial. Foi pedida a quebra do sigilo bancário da cidadã Nelma Sarney, e não da desembargadora Nelma Sarney. Além de cidadã, ela é uma servidora pública como qualquer outra,  subordinada, portanto, às regras que alcançam a todos os cidadãos, e o fato de pertencer à magistratura de segundo grau não lhe assegura qualquer direito diferenciado, como, por exemplo, o de não ter seu sigilo bancário quebrado por ordem judicial. Se o juiz não autorizou foi porque não encontrou uma justificativa que o convencesse da necessidade da medida, mas nunca pelo fato de tratar-se de uma desembargadora. Daí ser difícil de entender a reação indignada do comando da OAB em solidariedade à magistrada Nelma Sarney em face do pedido do MP, iniciativa estranha que ensejou uma resposta da Associação do Ministério Público (AMPEM). A instituição guardiã do direito e a entidade classista deram ao caso uma dimensão que ele não deveria ter. Tanto que cobraram um posicionamento do comando do Tribunal de Justiça, que prudentemente não caiu na cilada de envolver a instituição nos assuntos pessoais de um dos seus integrantes.

Mas se a iniciativa do MP estiver relacionada com algum movimento contrário à ascensão de Nelma Sarney ao comando do Poder Judiciário, quem estiver por trás pode ir tirando o cavalo da chuva, porque a desembargadora só não será candidata a presidente se não quiser, e até agora todas as evidências são as de que ele quer. Isso porque, vale repetir, Nelma Sarney e seus colegas Marcelo Carvalho e José Joaquim Figueiredo dos Anjos são os três aptos. Como ela já foi corregedora, só lhe resta à presidência da Corte e do Poder. Se os 26 eleitores do Tribunal Pleno vão elegê-la presidente, essa é outra história, que se só se saberá ao final da primeira sessão do mês de outubro, quando a Corte elegerá o futuro presidente do Poder Judiciário.

Quanto ao “Caso Bradesco”, o MP vai continuar investigando.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Migração do PSB para DEM ou PMDB pode deixar José Reinaldo em situação delicada

José Reinado pode migrar para o DEM ou PMDB
José Reinado pode migrar para o DEM ou PMDB

O jogo de engorda partidária iniciado nesta semana em Brasília com a possibilidade de 10 deputados do PSB migrarem para o DEM ou para o PMDB coloca o deputado federal José Reinaldo Tavares numa situação extremamente delicada. Se ele migrar para o PMDB, entrará em confronto aberto com o governador Flávio Dino (PCdoB), de quem a legenda pemedebista é o maior adversário. Não dá para imaginar, por exemplo, o ex-governador fazendo campanha para a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) contra o governador na corrida para o Governo. Mesmo levando em conta o fato de que o DEM do Maranhão está na base de apoio do governador Flávio Dino, é fácil prever que se o presidente Michel Temer sobreviver ou o comando do País cair nas mãos do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), José Reinaldo ficará numa posição constrangedora na corrida eleitoral, devendo enfrentar muitas dificuldades para viabilizar o seu projeto de candidatar-se ao Senado da República.

 

Comissão de Representação tomará decisões na Assembleia Legislativa durante o recesso parlamentar

Comissão: Rogério Cafeteira, Marco Aurélio, Bira do Pindaré, Fábio braga, Eduardo Braide e Sérgio Frota
Comissão de representação que atuará durante o recesso: Rogério Cafeteira, Marco Aurélio, Bira do Pindaré, Fábio braga, Eduardo Braide e Sérgio Frota

O recesso parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão começou segunda-feira (18) e termina no dia 31. Os deputados retornarão ao batente no dia 1º de agosto. Durante esse período, as decisões legislativas e administrativas de emergência serão tomadas pela Comissão de Representação nomeada pelo presidente Humberto Coutinho (PDT) a partir da indicação dos blocos e partidos com o aval da Mesa Diretora. Os integrantes da Comissão de Representação são os deputados Rogério Cafeteira (PSB), Fábio Braga (SD), Bira do Pindaré (PSB), Professor Marco Aurélio (PCdoB), Eduardo Braide (PMN), Roberto Costa (PMDB) e Sérgio Frota (PSDB).

A Comissão de Representação tem a prerrogativa de resolver  questões  inadiáveis surgidas durante o recesso parlamentar, apreciar e votar pedidos de licença que derem entrada durante o recesso e atender ao que dispõe os incisos II e III do parágrafo 2º, do artigo 32 da Constituição  do Estado do Maranhão: realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil (II) e  receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos das autoridades públicas (III).

De acordo com as regras do Regimento Interno do Poder Legislativo, a Comissão de Representação deve tomar todas as suas decisões de maneira consensual, não podendo qualquer dos seus membros decidir sobre qualquer assunto de maneira isolada. Deve c=atuar como um colegiado.

São Luís, 18 de Julho de 2017.

Montagem de chapas para o Senado também sofrerá reflexos da situação de Lula e Temer

 

Sarney Filho
Sarney Filho, João Alberto, Edison Lobão e Lobão Filho são os nomes do Grupo Sarney ligados a Michel temer; Liderados por Flávio Dino,  Weverton Rocha, Waldir Maranhão são Lula, já José Reinaldo e Eliziane Gama estão mais para o presidente Michel Temer

Assim como influenciará fortemente a corrida para o Palácio dos Leões, o desfecho das duas vertentes da crise política nacional repercutirá com a mesma intensidade na disputa pelas duas vagas no Senado. Os candidatos do Grupo Sarney, que ainda não estão definidos – só o deputado federal Sarney Filho (PV), atual ministro do Meio Ambiente, se apresentou até agora – não brigam entre si e jogam todas as fichas na sobrevivência política do presidente Michel Temer (PMDB) ou, no caso da sua queda, na ascensão do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Por seu turno, os nomes ligados ao movimento liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) – só o deputado Weverton Rocha (PDT) está confirmado – estão em guerra aberta e divergem e divergem em relação ao futuro do ex-presidente Lula da Silva (PT), querendo alguns que ele lidere uma grande reação das esquerdas pela via eleitoral em 2018, e outros que o líder petista acabe na cadeia. Um terceiro grupo – Gastão Vieira (PROS), Eliziane Gama (PPS) e Márlon Reis (Rede) vai tentar se equilibrar entre os dois resultados.

No Grupo Sarney, os senadores João Alberto (PMDB) e Edison Lobão torcem pela sobrevivência do presidente Michel Temer para definir os seus futuros. João Alberto tem seu projeto diretamente ligado ao da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que por sua vez depende do suporte político de Michel Temer para “amarrar” o seu projeto eleitoral. João Alberto tem como plano A ser candidato à reeleição, mas guarda no bolso do paletó um plano B, que é ser vice-governador numa “chapa pura” com Roseana Sarney na cabeça, e um plano C: deixar a senatória de lado e entrar diretamente na briga pelo Governo do Estado, no caso da ex-governadora arquivar seu projeto de candidatura. Bem dispostos aos 81 anos, João Alberto tem dito a interlocutores que está pronto para fazer o que for melhor pelo grupo. Já o senador Edison Lobão permanece alimentando dois planos. O plano A é brigar pela reeleição. O plano B é abrir mão da candidatura senatorial em favor do atual suplente de senador Lobão Filho e fechar a se aposentar na Câmara Federal, onde começou nas eleições de 1978. Os dois planos são mais viáveis se o  presidente da República escapar da degola.

O que chama atenção nessa esfera do Grupo Sarney é que não há disputa e as candidaturas serão definidas num grande consenso.

Gastão Vieira não depende vai por fora, já Márlon Reis é Marina Silva
Gastão Vieira não depende vai por fora, já Márlon Reis é Marina Silva

A briga pelas vagas no Senado no movimento liderado pelo governador Flávio Dino vem até aqui marcada pela indefinição decorrente de uma disputa tensa por candidaturas abençoadas pelo Palácio dos Leões. No páreo estão os deputados federais Weverton Rocha, que parece consolidado, e Waldir Maranhão (PP), ambos partidários do ex-presidente Lula da Silva, e os deputados federais José Reinaldo Tavares (ainda PSB, mas a caminho do DEM) e Eliziane Gama (PPS), ambos hoje ais próximos de Michel Temer. O governador Flávio Dino até aqui tem sido cauteloso ao se manifestar sobre esse tema, mas tem sinalizado alguma simpatia por uma chapa Weverton-Waldir ou por uma Weverton-Eliziane, mas pode também montar duas chapas, sendo uma com Weverton-Waldir, totalmente afinada com a provável candidatura de Lula da Silva, e outra com José Reinaldo-Eliziane, ambos mais inclinados ao campo onde atua o presidente da República.

O terceiro grupo é disperso, não havendo qualquer afinidade política e partidária entre os nomes que o compõem, não havendo também qualquer possibilidade de formação de chapa. Pelas informações estatísticas sobre as tendências do eleitorado, o deputado federal Gastão Vieira se move para uma corrida solitária, com um pé no campo de Lula da Sila e outro no de Michel Temer, podendo também tentar fazer o caminho de volta à Câmara Federal. O mesmo deve acontecer se o ex-juiz Márlon Reis deixar a assessoria jurídica do projeto presidencial de Marina Silva (Rede) para brigar por uma cadeira no Senado, o que até aqui parece improvável.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Reportagem da Record confirma denúncia de Hildo Rocha de que a Globo quer derrubar Temer

Hildo Rocha: denúncia forte contra a Rede Globo
Hildo Rocha quando denunciou a Globo

Não foi um factóide, como muitos chegaram a definir, a denúncia feita pelo deputado federal Hildo Rocha (PMDB) de que a Rede Globo estaria por trás de um grande esquema para derrubar o presidente Michel Temer. O discurso de Hildo Rocha na Comissão de Constituição e Justiça atacando duramente o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) contra o presidente da República. Reforçado no dia da votação por vários deputados em entrevistas e declarações na CCJ, a denúncia de envolvimento da Rede Globo num esquema para derrubar o presidente da República, foi ratificada no programa “Domingo Espetacular”, da Rede Record, com a exibição de uma reportagem que apontou os chefes da família Marinho – Roberto Irineu, que comanda a Rede Globo, João Roberto, chefe do jornal O Globo, e José Roberto, chefe da Fundação Roberto Marinho – ligados a um suposto esquema criminoso. A reportagem denunciou os Marinho envolvidos, por meio de suas esposas, parentes e laranjas, numa trama de lavagem de dinheiro e remessas milionárias para o exterior por meio de empresas de fachada. Pelo que foi mostrado – nome das empresas fantasmas, endereços fajutos, laranjas e outros dados que consolidam a informação -, os Marinhos foram contrariados pelo presidente Michel Temer e estão dispostos a usar de todo o poder do grupo para derrubá-lo. Mesmo subtraindo os traços do ranço da Rede do bispo Edir Macedo em relação à Globo, a reportagem exibida na noite de domingo dá indiscutível consistência ao discurso do deputado Hildo Rocha.

Notas na Folha confirmam esquema de pressão da Globo sobre deputados

Duas notas da coluna de Mônica Bergamo na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo reforça a denúncia feita pelo deputado Hildo Rocha de que a Rede Globo quer mesmo derrubar o presidente Michel Temer por meio da intimidação de deputados. Veja a íntegra dos dois registros:

A TV Globo transmitirá ao vivo toda a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, marcada para o dia 2 de agosto. Mesmo que seja em horário nobre, interrompendo novelas, jogos e séries.

NOME E SOBRENOME
A emissora abrirá a transmissão a partir do primeiro parlamentar a votar, e manterá a narração ao vivo até o último deputado declarar sua posição no microfone.

São Luís, 17 de Julho de 2017.

Sobrevida de Temer faz Roseana se movimentar; condenação de Lula estimula Dino a agilizar Governo e ações políticas

 

Roseana Sarney depende de Michel Temer, Flávio Dino quer Lula lá
Roseana Sarney depende da sobrevivência de Michel Temer, Flávio Dino quer Lula lá

A guerra está longe de chegar ao fim, as batalhas a serem ainda travadas estão a caminho e o desfecho da opereta protagonizada pelo presidente Michel Temer (PMDB) é, portanto, rigorosamente imprevisível. A vitória – forjada, armada, comprada, seja lá o adjetivo que quiserem usar – do presidente da República na Comissão de Constituição e Justiça e os sintomas de que aquele resultado será repetido no plenário da Câmara Federal foram visivelmente comemorados pelos aliados do presidente, principalmente no Maranhão, que do clima de desânimo registrado na semana anterior passaram a enxergar uma luz no fim do túnel e a fazer planos para as eleições do ano que vem. Até pouco tem cautelosamente recolhida, só se manifestando e mandando recados por intermédio de aliados de proa e em situações excepcionais, a ex-governadora Roseana Sarney começa a sair da condição de produtora de suspense político para começar a desenhar política e abertamente o seu projeto político-eleitoral cujo objetivo é voltar ao Palácio dos Leões em 2018. Por outro lado, esse cenário em evolução acendeu um sinal de alerta para os opositores do presidente Michel Temer, que no Maranhão são liderados pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que já tem montado o seu projeto de reeleição.

Com movimentos ainda tímidos, a ex-governadora do Maranhão tem dado prosseguimento a uma ampla consulta à classe política, recebendo, às terças e quintas-feiras, nas instalações do Sistema Mirante, líderes de partidos e de grupos para conversar. Roseana Sarney não deu até agora certeza de que será candidata ao Governo no ano que vem, mas é cada vez maior o número de aliados dela que manifestam essa convicção. Antenada e muito envolvida com o que acontece em Brasília, ela trabalha com a possibilidade de Michel Temer ser livrado do risco de ser mandado para casa, pois sabe que sem o aval do Palácio do Planalto e da cúpula do PMDB uma eventual candidatura poderá até decolar, mas terá voo breve. Trabalha também com a hipótese de que a presidência da República caia nas mãos do presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é amiga e interlocutora política.

Política tarimbada, que já viveu as mais diferentes situações partidárias e eleitorais, Roseana Sarney sabe que, para ser candidata com alguma chance de se dar bem precisa, além do suporte planaltino e pemedebista, afastar alguns obstáculos já mostrados, que vale a pena serem lembrados por seu poder de influência na definição do projeto: a expressiva rejeição, os vários fantasmas judiciais que rondam os Governos que comandou, principalmente o último. Além disso, precisa recompor o grande grupo, pulverizado nas urnas em 2014. Não é sem razão, portanto, que a ex-governadora mergulha em consultas, pois sabe que as informações que está recolhendo são preciosas e a ajudarão a tomar um rumo. Até lá, estará na linha de frente da tropa de choque do presidente Michel Temer, tentando estancar a sangria presidencial para viabilizar a sua candidatura, que é tida como certa por alguns, como o senador João Alberto (PMDB), por exemplo, mas que também é apontada como inexistente pela ex-prefeita de Lago da Pedra e pré-candidata “irreversível” ao Palácio dos Leões, Maura Jorge (Podemos).

No contrapeso, o governador Flávio Dino se movimenta rumo à reeleição usando todos os recursos ao seu alcance, inclusive os políticos. Ao contrário de sua eventual adversária, ele só precisa manter e trabalhar para ampliar o seu horizonte eleitoral num contexto em que terá de enfrentar o poder de fogo do Palácio do Planalto, situação que já viveu em 2014, quando enfrentou o posicionamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Lula da Silva (PT) que apoiaram abertamente a candidatura do seu adversário, Lobão Filho (PMDB). Agora, Flávio Dino é um político muitas vezes mais robusto e sólido tem o apoio declarado e determinado dos dois, mesmo sem saber como eles participarão das eleições do ano que vem.

Afirmando que ainda não está “fazendo política” visando às urnas, o governador vem atropelando a crise e acelerando os principais programas do seu Governo, que controla com mão firme para manter em elevado nível de eficiência e em respeitável padrão ético. Aposta alto no resultado dessas ações para consolidar o seu projeto de poder, que passa pela sua reeleição, pela eleição de uma base parlamentar sólida e de uma bancada federal forte, e pela volta da esquerda ao poder central, de preferência com a eleição do ex-presidente Lula da Silva.

É fato, portanto, que o desfecho dos problemas que tiram o sono do presidente Michel Temer e dos que atormentam o ex-presidente Lula da Silva terão reflexos importantes nos movimentos de Roseana Sarney e Flávio Dino na construção para a corrida eleitoral de 2018,

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney Filho tergiversa e deixa vácuos na entrevista que concedeu ao jornal O Estado do Maranhão

Sarney Filho: candidatura decidida
Sarney Filho: entrevista sem muito sentido

Curiosa a entrevista do ministro Sarney Filho (PV) publicada na edição de fim de semana de O Estado do Maranhão. Um dos mais antigos e ativos membros do Congresso Nacional e integrando a equipe ministerial do presidente Michel Temer por força de relações políticas – ganhou o Ministério do Meio Ambiente na cota do PV e com uma forcinha do ex-presidente José Sarney (PMDB) -, Sarney Filho respondeu a 14 perguntas, sendo 12 dedicadas às suas atividades ministeriais e apenas duas com enfoque político furta-cor. Foi evasivo e dispersivo quando falou da sua candidatura ao Senado, justificando-a apenas como uma “necessidade de alavancar o desenvolvimento do Maranhão”. E quando falou da sua condição de ministro em tempo de crise aguda no País, ele correu para a tangente, fez malabarismo verbal e não referiu uma só vez à situação política do Governo nem citou o presidente Michel Temer. Uma entrevista de página inteira muito estranha, se levado em conta o contexto em que ela foi concedida e publicada. Com o País politicamente incendiado, com o Governo a que pertence equilibrando-se numa verdadeira corda bamba, vivendo um dia sem saber o que acontecerá no dia seguinte, o ministro ignorou tergiversou sobre temas importantes, é verdade, mas muito distantes da realidade que deveria ser abordada. A explicação para sua candidatura ao Senado, que todos reconhecem importante para cenário político do Maranhão, foi simplória, quando deveria ser densa e convincente. E a sua posição em relação no contexto do País foi pura perfumaria. Com a trajetória política que construiu em uma dezena de mandatos de debutado federal e as posições que assumiu nesse período – a começar pela defesa das Diretas Já, contrariando a orientação do pai – ministro Sarney Filho bem que poderia ter aproveitado o espaço no jornal da sua família para mostrar aos leitores e á sociedade como um todo posições que desse a medida do seu tamanho político.

 

João Alberto pode ter cometido erro primário ao aceitar Representação contra senadoras que protestaram no Senado

João Alberto reeleito pela sexta vez presidente do Conselho de Ética
João Alberto: erro político ao aceitar denúncia contra senadoras

Conhecido pelo seu senso de equilíbrio como presidente do Conselho de É tica do Senado, o senador João Alberto (PMDB) pode ter cometido um erro primário ao aceitar a Representação assinada por 14 senadores pedindo punição para as seis senadoras – Gleise Hoffman (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PT-PI), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice da Mata (PSB) e Regina Sousa (PDT-RR) – por quebra de decoro parlamentar no protesto que fizeram no plenário da Casa contra a Reforma Trabalhista. Elas ocuparam a Mesa do Senado por mais de sete horas, impedindo que o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) abrisse a sessão na qual seria votado o projeto que modifica profundamente as relações entre o capital e o trabalho no Brasil. Qualquer avaliação cuidadosa certamente concluirá que o protesto das senadoras foi um ato ligth, decente e realizado de maneira digna e civilizada, não causando danos materiais, e realizado sem palavras, gestos ou atitudes que ofendessem a dignidade dos senadores e da instituição que representam. As cinco senadoras podem até ter causado alguma inconveniência regimental, mas nada que se compare à truculência da presidência de desligar o som e em seguida a energia elétrica. O maior problema é que aquelas cinco senadoras, que representam milhões e milhões de eleitores, detêm um nível de competência política e parlamentar que facilmente abafa o dos 14 senadores que assinaram a Representação, entre eles a “sumidade” parlamentar e legislativa Romário. Membro da elite do Senado, o presidente do Conselho de Ética chutou bola fora ao aceitar a reclamação dos “ofendidos”. Tanto que nada menos que 21 senadores protocolaram no Conselho de Ética um documento pedindo o puro e simples arquivamento da Representação dos “ofendidos”, por total falta de sentido.

São Luís, 16 de Julho de 2017.

3 a 1: deputados maranhenses da CCJ votaram a favor e contra Temer seguindo orientações partidárias

 

Hildo Rocha, Cléber verde e Juscelino Filho a favor; Rubens Jr. contra
Hildo Rocha, Cléber verde e Juscelino Filho votaram a favor do presidente Michel Temer, Rubens Jr., contra

Não se discute que o Palácio do Planalto usou o poder em escala elevada para garantir maioria folgada e derrotar o parecer do deputado-relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) que recomendava enfaticamente à Comissão de Constituição de Constituição e Justiça (CCJ) e, por via de desdobramento, ao plenário da Câmara Federal, a aprovação do pedido de autorização, feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para processar o presidente Michel Temer (PMDB). O comando governista usou sem pruridos os meios legais que dispõe – como a liberação de emendas parlamentares, por exemplo -, não dando a mínima para a interpretação de que a liberação “é legal, mas é imoral”. Em meio ao clima definido como “toma lá, dá cá” que permeou os quatro dias de funcionamento da CCJ desde que o relator Sérgio Zveiter leu o seu controvertido parecer recomendando autorização para processar o presidente da República, os quatro  deputados maranhenses que integram a CCJ – Rubens Jr. (PCdoB), Hildo Rocha (PMDB), Cléber Verde (PRB) e Juscelino Filho (DEM) – atuaram e votaram cumprindo a orientação dos seus partidos. Foram três votos contra o parecer do relator e um a favor.

O deputado federal Rubens Jr. votou contra o presidente seguindo rigorosamente a orientação do seu partido, o PCdoB, que faz oposição cerrada ao Governo Michel Temer e desde o primeiro momento manifestou apoio claro à denúncia formulada pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da República. E diante da decisão do ministro-relator Edson Fachin de antecipar o pedido de autorização à Câmara, o deputado Rubens Jr., que é vice-líder da bancada do seu partido, manifestou-se a favor da autorização, por entender que a denúncia, que é baseada na gravação da conversa do delator Joesley Batista (JBF) tem consistência e deve ser apurada. Para Rubens Jr., o plenário da Câmara Federal deve aprovar o pedido e o presidente deve ser afastado por até 180 dias, tempo em que a denúncia por corrupção passiva e formação de quadrilha seja devidamente apurada. O deputado Rubens Jr. mostra coerência à medida que na terça-feira (11), como coordenador da bancada maranhense, esteve no Palácio do Planalto em audiência com o presidente da República para pedir a suspensão do desconto de R$ 244 milhões que deveria ser feito por conta de antecipação do Fundeb, no que foi atendido, mas não mudou seu voto contra o chefe da Nação.

Um dos mais ativos integrantes da bancada maranhense, o deputado federal Hildo Rocha tem se notabilizado por estar sempre na linha de frente das grandes batalhas travadas pelo PMDB, como expoente da ala sarneysista do partido. Foi assim quando o PMDB defendeu inicialmente o então presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (RJ), de quem se tornou aliado próximo, mas de quem se afastou quando o PMDB orientou nesse sentido. Foi também inicialmente defensor da presidente Dilma Rousseff (PT) contra o projeto de impeachment, mas também dele se afastou seguindo orientação partidária. No caso do pedido de autorização para processar Michel Temer, tomou posição firme a favor do presidente, assumindo, de maneira aguerrida e determinada, o risco político de denunciar a suspeita de que a mão da Rede Globo estaria por trás do parecer do relator Sérgio Zveiter. Vai repetir o voto em plenário.

Um dos mais experientes e bem articulados membros da bancada  maranhense, o deputado Cléber Verde (PRB) votou contra o parecer de Sérgio Zveiter e a favor do relatório do deputado Paulo Abi Ackel (PSDB), que recomenda a não autorização ao Supremo para processar o presidente da República. Conhecedor como poucos do caminho das pedras, participando sempre das decisões maiores da Câmara Federal. Ligado ao Grupo Sarney, mas com atuação política nitidamente independente, Cléber Verde desde o início de posicionou ao lado do presidente da República. A Coluna apurou que ele foi um dos articuladores pró-Temer dentro da bancada do partido e deverá também ajudar na articulação da votação no plenário, marcada para o dia 2 de agosto.

Cristão novo na vida parlamentar, o deputado Juscelino Filho votou a favor do presidente Michel Temer cumprindo determinação partidária. O DEM, seu partido, formou com o PMDB e o PSDB o núcleo básico de apoio ao presidente da República. O Democratas ocupa ministérios, entre eles a poderosa paste da Educação, sendo o ministro Mendonça Filho um dos membros mais influentes da equipe de Governo. Juscelino Filho se ligou ao ministro e foi essa ligação que garantiu que ele e o seu tio, deputado estatual Stênio Rezende, assumissem o controle de DEM no estado. Vai repetir o voto no plenário e será um dos coordenadores da bancada na votação decisiva.

Independentemente do que possa ter acontecido nos bastidores, os deputados maranhenses que integram a CCJ rigorosamente de acordo com as suas orientações partidárias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Os presidentes Sarney, Collor e FHC usaram fartamente os instrumentos de Governo para se manter no poder

José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso: uso de instrumentos de poder
José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso: uso de instrumentos de poder

Na luta pela sobrevivência como chefe da Nação, Michel Temer jogou o jogo que jogaram os presidentes José Sarney (PMDB), Fernando Collor (PRN) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para se manter no poder. Os registros jornalísticos dos três momentos de tensão e agitação política envolvendo os ex-presidentes mostram que eles não mediram esforços nem o uso dos recursos ao seu alcance para alcançar seus objetivos, tendo sido os três acusados duramente de terem usado meios legais, porém imorais, para dobrar o Congresso Nacional.

José Sarney travou uma luta dura para se manter no poder. Ele foi eleito para governar seis anos, mas seus adversários na Assembleia Constituinte tentaram tirar-lhe dois anos. O presidente bateu pé e avisou que só abriria mão de um ano do seu mandato, fixando em cinco anos a duração do seu Governo. A tropa de choque do deputado Ulisses Guimarães (PMDB), comandada pelo senador-relator Mário Covas (PMDB), tentou derrubar Sarney, mas ele, forjado no jogo duro da política, usou os recursos ao seu alcance, entre eles a distribuição de concessões de emissoras de rádio AM, que viraram uma espécie de símbolo daquela guerra. José Sarney venceu, mas a grande mídia conseguiu fixar a impressão de que ele “ganhou mais um ano” usando tais recursos, uma leitura incorreta dos fatos.

O presidente Fernando Collor de Mello (PRN) usou todos os recursos que o Governo dispunha para evitar o impeachment. Seus aliados e agentes   chegaram a distribuir dinheiro vivo a deputados federais para reverter a situação. Dizem que alguns membros da bancada maranhense teriam embolsado pacotes de cédulas novinhas em folha e votaram exatamente contrário ao acerto.

O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que vive posando de vestal e dando lições de ética a Michel Temer, quase faliu o Governo para garantir a aprovação da emenda da reeleição. Milhões e milhões em emendas parlamentares foram liberados, convênios milionários foram firmados e liberados no ato com governadores e prefeitos influentes foram a parte visível do grande esquema montado por FHC para conseguir a aprovação da emenda da reeleição. Um escândalo que mais cedo ou mais tarde a História vai contar em detalhes, inclusive os mais sórdidos.

 

Wellington do Curso quer levar à frente CPIs para investigar Saúde e Futebol

Wellington do Curso: independência política para propor CPI  da Saúde
Wellington do Curso: independência política para propor CPI s

O deputado Wellington do Curso (PP) fechou sua participação no semestre legislativo defendendo duas CPIs que ainda n.ao nasceram, dificilmente nascerão e se chegarem a nascer virão ao mundo natimortas. A primeira é a CPI da Saúde, de autoria do próprio deputado e por meio da qual ele pretende por a limpo tudo o que há de duvidoso e suspeito no Sistema Estadual de Saúde desde o Governo Roseana Sarney até aqui. Nos cálculos que fez, houve desvios de pelo “1 bilhão de reais”. Sabe que se a investigação andar ele comprará briga feia com a bancada de Oposição, especialmente o grupo parlamentar liderado pelo ex-deputado Ricardo Murad (PMDB). A outra é a CPI do Futebol, proposta pelo deputado Rigo Teles (PV) e na qual viu um filão eleitoreiro se investigações vierem a ser realizadas para valer, principalmente na Federação Maranhense de Futebol. Wellington do Curso, o futebol maranhense está contaminado por malfeitos que precisam ser investigados.

São Luís, 14 de Julho de 2017.

Dino critica sentença que condenou Lula e acha que condenação só agrava a crise política que afeta o País

 

Flávio Dino defende Lula avaliando que sentença que o condenou é inconsistente
Flávio Dino defende Lula avaliando que sentença do juiz Sérgio Moro que condenou o ex-presidente é frágil e inconsistente

O governador Flávio Dino (PCdoB) ficou duplamente preocupado com a condenação do ex-presidente Lula da Silva (PT). Primeiro porque, na avaliação dele, a sentença do juiz Sérgio Moro é inconsistente, e, segundo, porque a decisão “bota mais gasolina nesse incêndio político que o País atravesse e para o qual não se consegue apresentar uma alternativa”. E nesse cenário político, tanto no âmbito doméstico quanto na sua amplitude nacional, o governador permanece firme alimentando a posição de pré-candidato a postular nas urnas permanência por mais quatro anos como inquilino do Palácio dos Leões, descartando, em princípio, participação em projeto nacional. As posições do governador Flávio Dino foram informadas à Coluna pelo seu mais próximo e influente auxiliar, o secretário de Articulação Política e Comunicação, Márcio Jerry, que também comanda o agora poderoso braço do PCdoB no Maranhão.

No campo jurídico, com a autoridade de ex-magistrado federal conceituado pelo seu conhecimento das leis e pela sua correção na sua aplicação, o governador Flávio Dino sempre criticou aspectos técnicos da Operação Lava Jato, como ficou largamente demonstrado na enfática defesa que fez da presidente da presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment. No controvertido Caso do Triplex do Guarujá, o governador apontou, a exemplo de vários especialistas, como inconsistentes as acusações ao ex-presidente Lula, contra quem não foram apresentadas provas incontestáveis. “Então, isso é preocupante, pois temos instabilidade política e inconsistência jurídica em torno de um estadista. Qualquer pessoa, de qualquer lado político haverá de reconhecer a liderança e o papel do líder popular Lula no Brasil e no mundo”, avaliou Márcio Jerry traduzindo o governador maranhense. Para acrescentar: Isso instabiliza ainda mais a cena política brasileira, joga a repercussão da eleição presidencial do ano que vem, que é o momento importante para se fazer um novo pactuamento democrático para o País”.

Na interpretação do governador Flávio Dino, segundo secretário Márcio Jerry, o cenário agora envolvendo o ex-presidente Lula da Silva agrava perigosamente a crise política para cuja solução não existe clima para a construção de uma solução. Segundo Márcio Jerry, o governador Flávio Dino avalia que “isso é preocupante, pois a gente tem instabilidade política e inconsistência jurídica em torno de um estadista do mundo. Qualquer pessoa, de qualquer lado político, haverá de reconhecer a liderança e o papel do líder popular Lula no Brasil e no mundo”. Nesse contexto, o governador acha que isso instabiliza ainda mais a cena política brasileira, pois joga para o alto a repercussão da eleição presidencial do ano que vem, que é o momento importante para se fazer um novo pactuamento democrático para o País.

No campo político imediato, focado nas eleições gerais de 2018, num contexto em que ocupa espaço cada vez mais expressivo no leque de lideranças da esquerda democrática, o governador Flávio Dino avalia cuidadosamente cada cenário. E pelo menos até aqui não parece disposto a deixar a seara estadual e embarcar numa aventura eleitoral nacional, como querem alguns segmentos do seu campo político. Sobre o futuro político do governador, o secretário Márcio Jerry foi taxativo na conversa com a Coluna:

– O governador Flávio Dino é, desde sempre, pré-candidato à reeleição como caminho natural. E ele faz por merecer realizando um grande trabalho. O Brasil vive uma crise aguda e o governador Flávio Dino se saindo bem com o gestor, colocando o Maranhão nos trilhos e fazendo realmente um grande trabalho, que os maranhenses reconhecem e o Brasil aplaude. Agora, na cena nacional, nós temos um debate, e o governador Flávio Dino participa desse debate. É um debate que está em curso, com elevado grau de indefinição, precisando de um mínimo de estabilidade política, para que possamos prospectar o melhor cenário para 2018. Agora, qualquer que seja o cenário, nós temos certeza absoluta é que o melhor para o Maranhão é a reeleição do governador Flávio Dino.

Em resumo: o governador Flávio Dino se mantém fiel às suas interpretações iniciais da Operação Lava Jato, que considera necessária e importante, mas que não pode ser transformada em instrumento para abuso de poder de quem quer que seja. Politicamente, o projeto inicial do governador é a reeleição, embora nas entrelinhas mostre que não radicaliza contra uma eventual candidatura nacional.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especial

 

Assembleia homenageia Felipe Camarão, e com ele a nova geração de homens públicos do Maranhão

Felipe camarão entre Antonio, Marco Aurélio e Humberto Cloutinho, e com Márcio Jerry e o plenário durante a sessão
Felipe camarão entre Antonio Nunes, Marco Aurélio e Humberto Coutinho, e com Márcio Jerry e o plenário lotado durante a sessão solene de entrega da comenda

Depois de meses de duros embates entre Oposição e Situação em torno de matérias importantes, algumas causadoras de tensões elevadas, a Assembleia Legislativa encerrou ontem o semestre legislativo com uma sessão politicamente correta na qual entregou da Medalha do Mérito Manoel Beckman a Felipe Camarão, secretário de Estado de Educação, iniciativa do deputado Professor Marco Aurélio (PCdoB). O ato legislativo foi politicamente correto porque homenageou o advogado Felipe Camarão, representante destacado do que há de melhor na mais nova geração de homens públicos do Maranhão. Tanto que ganhou importância política ao ser conduzida pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Humberto Coutinho (PDT), que justificou seu gesto: “Você é querido e merecedor dessa homenagem. Você que é uma das pessoas que fazem a diferença no governo Flávio Dino – tem colocado aquela Secretaria nos eixos”.

À sua maneira franca e direta, o presidente da Assembleia Legislativa definiu com clareza o homenageado: um jovem advogado, filho de maranhenses, nascido “acidentalmente” há 37 no Rio de Janeiro e que aos 23, em 2005, surpreendeu meio mundo pela desenvoltura e competência com que comandou o Procon/MA. A partir daí, deu saltos impressionantes no comando de órgãos conhecidos como grandes desafios do Poder Público no Maranhão. Procurador federal concursado e professor de Direito com Mestrado, Felipe Camarão vem construindo uma carreira baseada na fórmula conhecimento + competência = eficiência, demonstrando cada vez mais o domínio que ele tem do que são, para que servem e como funcionam as peças que compõem as engrenagens da  máquina pública.

Nos dois anos e meio do Governo Flávio Dino, já comandou o Procon/MA, as Secretarias de Estado de Administração e Previdência e Cultura e Turismo, colocando-as nos trilhos, e atualmente está à frente da gigantesca e desafiadora Secretaria de Estado de Educação, onde, além de um audacioso processo de modernização do sistema educacional do estado, comanda o decente, inovador e contagiante programa Escola Digna, visto por muitos como uma verdadeira revolução no ensino básico do Maranhão. Tanto que no seu discurso de agradecimento, ao falar do programa, Felipe Camarão lembrou que até aqui todos lembram da revolução feita no início dos anos 60 do século passado pelo governador Leonel Brizola no Rio Grande do Sul. Segundo ele, num rasgo de entusiasmo, a partir de agora o governador Flávio Dino será conhecido e lembrado pelo que está fazendo na Educação do Maranhão. “E eu estou feliz por participar dessa revolução”, declarou.

No discurso com que justificou a iniciativa de prestar-lhe a homenagem legislativa, o deputado Marco Aurélio, um politico sério e socialmente comprometido, que é professor e conhece profundamente os problemas e as deficiências dos vários níveis do ensino público no Maranhão, assinalou, visivelmente emocionado: “Dá orgulho andar pela região Tocantina e ver escolas sendo construídas, reformadas e inauguradas. Receba esta homenagem que não é só da Assembleia Legislativa, mas do povo do Maranhão. Homenagem mais do que justa. Hoje é dia de se fazer justiça a um grande cidadão do Maranhão, que muito tem feito pela educação do nosso Estado”.

Ao agradecer, Felipe Camarão discursou por cerca de 20 minutos, tempo agradeceu a homenagem ao seu proponente, deputado Marco Aurélio, e à presença do presidente Humberto Coutinho. Falou um pouco da sua curta, mas rica caminhada, fez um balanço das suas atividades à frente do sistema educacional e, finalmente, destacou a ação do governador Flávio Dino, a quem apontou com o principal responsável pelos resultados do seu trabalho. “O que está sendo feito é uma transformação de vidas. O governador deixará esse legado; nenhum outro governo fez o que Flávio Dino tem feito pela educação do Maranhão. A Escola Digna, é um exemplo. Se hoje eu estou aqui, eu devo ao governador pela oportunidade que me deu para contribuir com o desenvolvimento do Estado”, declaro.

E concluiu, revelando sutilmente o viés político da sua trajetória: “Com esta medalha, além de ficar muito feliz, me sinto na responsabilidade de fazer cada vez mais pelo Maranhão. Vou procurar honrar essa medalha quando fizermos as andanças pelo interior do Maranhão, levando benefícios para o povo maranhense”.

Terminou densamente por um plenário lotado e no qual se encontravam 13 deputados – Roberto Costa (PMDB), Sérgio Frota (PSDB), Francisca Primo (PCdoB), César Pires (PEN), Ricardo Rios (SD), Valéria Macêdo (DPT), Bira do Pindaré (PSB),  Zé Inácio (PT), Sérgio Vieira (PEN), Vinícius Louro (PR), Levi Pontes (PCdoB) e Marco Aurélio – número raríssimo em sessões solenes. Presentes também seus familiares, amigos, colaboradores, e muitos colegas de secretariado, entre eles Márcio Jerry (Articulação e Política e Comunicação) e Antônio Nunes (Governo), que representou o governador Flávio Dino.

O que se viu ontem no plenário da Assembleia Legislativa sinalizou com clareza que, se continuar a enfrentar os desafios nesse ritmo e com a qualidade técnica e o padrão ético que tem pautado suas ações, irá longe, muito longe.

São Luís, 13 de Julho de 2017.

Condenação de Lula e provável “absolvição” de Temer terão influência decisiva nas montagens no Maranhão

 

Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem
Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem

A condenação do ex-presidente Lula da Silva (PT) e os sinais claros de que o presidente Michel Temer (PMDB) caminha para se safar – pelo menos em princípio – das acusações que lhe pesam sobre os ombros rascunham um cenário em que o desfecho das duas mega encrencas terá influência decisiva na corrida sucessória do Maranhão. De um lado, a situação futura do ex-presidente Lula poderá nortear a caminhada do governador Flávio Dino (PCdoB), e com ele o momento que lidera e que reúne as condições de permanecer no poder. Do outro, o desfecho da berlinda em que se encontra o atual presidente será decisivo para o futuro político e eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), cujo grupo poderá se recompor e voltar ao poder ou ser varrido de vez da política maranhense. O fato é que nenhum dos dois sairá incólume, para o bem ou para o mal, dessa crise. O Maranhão terá, mais uma vez, uma participação diferenciada em mais um momento crucial do tenso e imprevisível processo político e eleitoral que vem afetando o Brasil desde a deflagração da Operação Lava Jato, com a prisão do doleiro Alberto Yousseff, em São Luís, na noite de 17 de março de 2014.

A partir de agora, o governador Flávio Dino terá de trabalhar com dois cenários. O doméstico, no qual o roteiro é cuidar de sua reeleição, alimentando, assim, o projeto de permanência no poder do movimento que lidera, podendo também vir a ser candidato a senador, de modo a fortalecer a participação formal da esquerda no processo político via parlamento. E o nacional, para o qual poderá ser levado, seja como candidato a vice-presidente numa chapa liderada por Lula, caso o ex-presidente sobreviva à guilhotina política que poderá resultar da condenação, ou até como candidato a presidente se Lula for politicamente guilhotinado.

No plano doméstico, o governador vai aos poucos criando e consolidando as condições de partir para a reeleição sem maiores problemas. Lidera um Governo até aqui sem mácula no plano ético e administrativamente produtivo e inovado, e que conta com uma base, se não inteiramente sólida, suficiente para fazer a caminhada às urnas à frente de uma coligação ampla. Reúne, portanto, as condições para uma campanha bem sucedida. No plano nacional, Flávio Dino poderá ter de assumir o papel de líder, ocupando um espaço criado pelo vácuo de lideranças nessa seara, caso o ex-presidente Lula desmorone de vez. O prestígio e a influência que conquistou ao longo do tempo e que se consolidou quando assumiu a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) contra o impeachment, e em seguida com o apoio que vem dando ao ex-presidente Lula. Dentro e fora da seara governista ninguém hoje duvida que, cedo ou tarde, Flávio Dino liderará a chamada “esquerda democrática” – PT, PCdoB, PDT, entre outros -, podendo ser até candidato a presidente. E é nesse contexto que entra uma improvável, mas possível, candidatura ao Senado, o que o levaria ao plano nacional pela via formal. O fato é que, queira ou não, o governador do Maranhão está no epicentro da crise é visto como solução, o que ficou demonstrado com a notícia de que líderes petistas o sondaram  para ser o vice de Lula.

À medida que os fatos nacionais vão se desenrolando, a ex-governadora Roseana Sarney vai acrescentando possibilidade de se fortalecer e pavimentar politicamente sua volta ao Palácio dos Leões. Se o presidente Michel Temer sobreviver, como indicam os sinais, Roseana Sarney terá o suporte pemedebista que precisa para se candidatar. E mesmo a defenestração de Michel Temer e a consequente ascensão do presidente da Câmara Federal, o fluminense Rodrigo Maia (DEM), a ex-governadora poderá ter o suporte que precisa, já que Maia e o pai dele, o ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM), são muito ligados aos Sarney. É claro que essa montagem passa pelo deputado Juscelino Filho, que preside o DEM no estado, e o deitado estadual Stênio Rezende, mas isso não será  obstáculo.

Roseana Sarney sabe que se vier a ser candidata enfrentará dificuldades gigantescas, a começar pelos processos a que responde por cinta de supostos e cabeludos malfeitos praticados no seu Governo e que poderão impor-lhe a pecha de ficha-suja. Além disso, terá de encarar o PT, e  eventualmente o próprio Lula como adversário no Maranhão. Além do mais, terá se safar de uma elevada rejeição, de modo a mostrar sua força ao candidato presidencial que vier a representar no Maranhão. Mas como em política tudo é possível, não surpreenderá se Roseana Sarney resolva permanecer “aposentada”.

Como se vê, tanto Flávio Dino quanto Roseana Sarney está com os seus futuros políticos atrelados ao de-presidente Lula e ao presidente Michel Temer ao ex-presidente Lula da Silva, o que torna difícil prevê o desfecho de tudo isso.

PONTO & CONTRAPONTO

Mais de dois terços da bancada maranhense votará contra a autorização para processar Temer

Sarney Filho e Rubens Jr. lideram grupos a favor e contra a autorização para processar Michel temer
Sarney Filho e Rubens Jr. lideram grupos a favor e contra a autorização para processar Michel temer

Não será surpresa se o presidente Michel Temer receber o apoio de larga maioria dos deputados federais maranhense na votação em que Câmara Federal decidirá se autoriza ou não a abertura de processo contra o presidente da República. Devem votar contra a autorização os deputados federais Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Sarney Filho (PV), José Reinaldo tavares (PSB), André Fufuca (PP), Waldir Maranhão (PP), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (PRB), Júnior Marreca (PEN), Victor Mendes (PSD), Pedro Fernandes (PTB) e Aluísio Mendes (Podemos). Os votos a favor de que a Câmara autoriza o Supremo Tribunal Federal a processar o presidente da República serão dados pelos deputados Rubens Jr. (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Deoclídes Macedo (PDT), Zé Carlos (PT), Eliziane Gama (PPS) e Luana Alves (PSB).

 

Roberto Costa denuncia que Prefeitura de Bacabal está sendo saqueada por uma quadrilha

Roberto Costa: se informando sobre a situação dos municípios
Roberto Costa denuncia quadrilha na Prefeitura de Bacabal

O deputado Roberto Costa (PMDB) decidiu jogar pesado contra o que denuncia como crimes de corrupção e formação de quadrilha na administração do prefeito Zé Vieira (PR) no Município de Bacabal.  Segundo Roberto Costa, recursos estariam sendo desviados das áreas de Saúde e Educação e o esquema de corrupção estaria sendo comandado pela primeira-dama Patrícia Vieira. O deputado pemedebista foi quarta-feira à Polícia Federal e ali protocolou uma denúncia detalhada do que, segundo ele, é o esquema de corrupção em Bacabal. Em duro discurso na Assembleia legislativa, Roberto Costa relatou que o prefeito Zé Vieira não trabalha, permanece o tempo todo em casa, recolhido em um quarto, e entregou a administração da cidade à sua mulher. “Bacabal não tem prefeito. Tem uma primeira-dama que manda e desmanda na administração, dando ordens, contratando e demitindo, autorizando pagamentos e contratando obras sem licitação. É um absurdo o que acontece na cidade de Bacabal”, declarou Roberto Costa, que manifestou a certeza de que a Polícia Federal investigará os desvios e confirmará “a formação de uma quadrilha em Bacabal”.

São Luís, 13 de Julho de 2017.

De olho nos votos maranhenses, Temer recebe Tema e bancada, refaz acordo e livra municípios do caos financeiro

 

Três momentos da audiência da representação maranhense com o presidente Michel Temer
Três momentos da audiência da representação maranhense com o presidente Michel Temer, na qual foi resolvido o problema financeiro de Prefeituras

Poucas vezes desde a redemocratização do País a bancada maranhense em Brasília protagonizou uma ação política tão forte e produtiva quanto a que a colocou ontem diante do presidente Michel Temer (PMDB) para um acerto de contas que livrou os 217 municípios maranhenses e o Governo do Estado de terem sequestrados das suas contas R$ 168 milhões. Convocados pelo presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) e prefeito de Tuntum Cleomar Tema Cunha, e sem levar em conta cores partidárias, 14 dos 18 deputados federais e os três senadores bateram às portas do Palácio do Planalto e foram recebidos por ninguém menos que o presidente da República, que estava acompanhado dos ministros da Fazenda, Henrique Meireles, e da Educação, Mendonça Filho. Na reunião, o presidente determinou a suspensão da cobrança dos R$ 244 milhões pagos a mais no ano passado e autorizou a antecipação de R$ 168 milhões do ajuste que será feito em dezembro, evitando assim a instalação do caos nas finanças municipais. Pelo acordo firmado no Palácio do Planalto, o desconto será de apenas R$ 76 milhões, e será feito de maneira escalonada. Pala alívio geral, os prefeitos conseguiram cobrir 78% do rombo que seria de R$ 244 milhões.

Tema Cunha comandou a operação que levou ele e a bancada a Michel Temer
Tema Cunha comandou a operação que levou ele e a bancada a Michel Temer

A reunião com o presidente Michel Temer foi o desfecho de uma semana de tensão que atingiu fortemente os municípios maranhenses e o Governo do Estado por causa pela notícia de que o Governo da União jogara no lixo um acordo pelo qual cobraria os R$ 244 milhões de maneira parcelada e decidira, à última hora, cobrar a bolada de uma só vez. Diante da bomba que tirou o sono dos prefeitos e incomodou o Palácio dos Leões, o presidente da Famem, que negociara o primeiro acordo com o aval da bancada, embarcou domingo para Brasília em busca de uma solução urgente.

Na manhã de segunda-feira, Tema Cunha, acompanhado dos deputados federais Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (PP), Cléber Verde (PRB), Alberto Filho (PMDB) e Hildo Rocha (PMDB), foi ao Palácio do Planalto tentar marcar uma audiência com o presidente Michel Temer. Lá chegando, foram recebidos pelo ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassay. Só que foram surpreendidos pelo próprio presidente Michel Temer, que os recebeu para uma conversa que durou 15 minutos. Num lance de habilidade política que se encaixou na situação, pediu que o assunto fosse tratado na audiência de terça-feira, de preferência com toda a bancada. Ficou claro que o presidente estava em busca de uma maneira de encantar a bancada e receber, se não todo, pelo menos a maneira de votos. E mesmo percebendo a jogada palaciana, Tema Cunha e os deputados viram no encontro marcado uma via de mão dupla oportuna, do tipo que deixou no ar a fórmula do “eu ajudo vocês e vocês me ajudam”.

A notícia de que o próprio presidente da República se espalhou como um rastilho de pólvora nos gabinetes maranhenses, de modo que ontem, por volta das 11 horas, presidente da Famem desembarcou no Palácio do Planalto acompanhado dos senadores João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB) e dos deputados federais Rubens Jr. (PCdoB) – que coordena a bancada -, Hildo Rocha (PMDB), Cleber Verde (PRB), Pedro Fernandes (PTB), Victor Mendes (PV), Alberto Filho (PMDB), José Reinaldo (PSB), Waldir Maranhão (PP), Juscelino Filho (DEM) Aluísio Mendes (Podemos), André Fufuca (PP), Júnior Marreca (PEN), Deoclídes Macedo (PDT) e Weverton Rocha (PDT). Por diversos motivos, não compareceram os deputados Zé Carlos (PT), Eliziane Gama (PPS), João Marcelo (PMDB) e Luana Alves (PSB).  Acompanharam Tema Cunha os prefeitos Karla Batista (PSDB), de Vila Nova dos Martírios), Miltinho Aragão (PSB), de São Mateus, Joice Marinho (PDT), de Amarante do Maranhão, Roberto do Posto (PCdoB, de Newton Bello) e Costinha (PCdoB), de Olinda Nova do Maranhão).

Vivamente interessado nos votos maranhenses para manter-se de pé, o presidente Michel Temer recebeu a representação maranhense em grande estilo, tendo de um lado o poderoso e considerado inacessível ministro da Fazenda, Henrique Meireles, do outro o interessado no assunto, ministro da fazenda, Mendonça Filho, e de quebra o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que integra a bancada como deputado federal. O problema foi colocado à mesa, suas consequências foram detalhadas e a solução surgiu rapidamente. Com a promessa de que depois do recesso parlamentar será examinada a possibilidade de resolver os R$ 76 milhões restantes. E como não poderia deixar de ser, o presidente da República fez um breve e entusiasmado balanço da retomada econômica, garantindo que ele continuará. E o ministro da Educação relatou, também entusiasmado, as conquistas do atual Governo nessa área.

Não se sabe se os afagos do presidente mudaram algum voto, mas a verdade é que, mesmo não tendo solucionado totalmente o problema, o presidente Michel Temer deixou satisfeitos parlamentares e prefeitos, a começar pelo presidente da Famem, Tema Cunha, que antes de embarcar para o Maranhão, declarou: “A decisão do presidente Temer pelo menos reduz o impacto negativo da folha da Educação, tanto do Estado como os municípios. É uma medida que a gente agradece, porque, dos males, o menor”.

O que aconteceu em Brasília entre a Famem, a bancada e o presidente da República foi um jogo de poder. E gostem ou não os puristas, Política de gente grande é feita assim desde que a sociedade se formou.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senadores do Maranhão votaram a favor da Reforma Trabalhista aprovada ontem pelo Senado

João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha sintonizados com o Palácio do Planalto
João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha votaram ontem em total sintonia com o Palácio do Planalto

Não houve surpresa quanto à posição dos senadores maranhenses na votação da Reforma Trabalhista. João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha votaram alinhados ao Palácio do Planalto aprovando o texto básico e assim garantindo aval às propostas do presidente Michel Temer. Membros destacados do PMDB – que votou dividido -, João Alberto e Edison Lobão reafirmaram sua condição de aliados do presidente da República e membros da linha de frente da bancada governista no Senado. Mesmo fazendo restrições a um ou outro artigo da Reforma, João Alberto e Edison Lobão decidiram votar integralmente a favor, por entenderem que as mudanças são necessárias para modernizar e flexibilizar regras octogenárias da CLT, possibilitando a dinamização da economia através do emprego. O senador Roberto Rocha votou a favor num processo em que a bancada do seu partido, o PSB, se dividiu rigorosamente, com três senadores votando a favor e três contra, com um senador se abstendo. Nas vezes em que se manifestou sobre a proposta de Reforma Trabalhista, Roberto Rocha a definiu como ainda tímida, or considerar que a realidade exige mudanças mais amplas e mais sintonizadas com a evolução da relação capital x trabalho nas economias mais avançadas, mas com o cuidado de respeitar direitos básicos de quem trabalha. Para ele, o texto básico da reforma proposta pelo presidente Michel temer e aprovada ontem pelo Senado atente suas expectativas.

 

Assembleia Legislativa quatro cargos de Promotor de Justiça para Açailândia, Buriticupu, Timon e Imperatriz

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O presidente Humberto Coutinho, observado pelo relator Eduardo Braide, é cumprimentado pelo promotor Márcio Tadeu, ao lado do deputado Stênio Rezende 

A Assembleia Legislativa aprovou ontem, numa deciico são unânime, o Projeto de Lei nº 4/2017, proposto pelo Ministério Público, que cria de quatro novos cargos de Promotor de Justiça de entrância intermediária para as comarcas de Açailândia, Buriticupu, Timon e Imperatriz. Foi aprovado também o Projeto de Lei nº 172/2017 criando quatro cargos de assessor de Promotor de Justiça.

Relatados pelo deputado Eduardo Braide (PMN), os projetos aprovados  criaram também as Promotorias de Justiça Regionais de Defesa da Ordem Tributária de Imperatriz e Timon, com vagas para seus respectivos titulares. Com a nova Promotoria, Buriticupu, atualmente com apenas um promotor, passa a contar com dois promotores de Justiça, atendendo assim à crescente demandada da comarca. A nova Promotoria criada para Açailândia atende à criação da 2ª Vara com jurisdição criminal no Município.

O procurador geral de Justiça, Luiz Gonzaga Coelho, a criação dos cargos representa um avanço institucional à medida que será ampliado o atendimento à população não apenas nas quatro comarcas, mas em suas respectivas regiões. “A atuação regionalizada no combate à sonegação fiscal e defesa do patrimônio público vai ampliar o trabalho já desenvolvido pelo Ministério Público. No mesmo sentido, Buriticupu e Açailândia são comarcas com grande demanda judicial que precisam desse reforço”, frisou o procurador geral de Justiça.

São Luís, 11 de Julho de 2017.