Arquivos mensais: outubro 2016

Novo tempo: Sarney Filho e Domingos Dutra guardam as armas e discutem uma pauta de ações para Paço do Lumiar

 

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O deputado Rubens Jr., o prefeito eleito Domingos Dutra, o ministro Sarney Filho e assessores em reunião surpreendente na Sala da Liderança na Câmara Federal

Em meio à grande movimentação que agita os ânimos na corrida do 2º turno para a Prefeitura de São Luís entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), uma reunião na sala da Liderança do Governo na Câmara Federal mostrava ontem que uma coisa é atuar na oposição com liberdade de expressão, com direito a atacar duramente adversários, e outra é ter sobre as costas a responsabilidade de, na condição de prefeito eleito, buscar meios para cumprir os compromissos assumidos durante a campanha. O encontro naquela sala reuniu na mesa de trabalho ninguém menos que o ministro Sarney Filho, do Meio Ambiente, e o prefeito eleito de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB), inimigos políticos figadais, mas que no caso demonstraram que quando o interesse é coletivo, nada impede que o prefeito eleito de Paço do Lumiar, numa ação intermediada pelo vice-líder do PCdoB na Câmara Federal, deputado Rubens Jr., sente-se à mesa com o ministro do Meio Ambiente para formular pleitos para a cidade, como a solução de problemas relacionados ao armazenamento de lixo.

Esse primeiro gesto mostra que, ao contrário do que muitos podem estar pensando, o prefeito eleito Domingos Dutra e o ministro Sarney Filho se comportam como políticos civilizados e com capacidade para depor as armas e apresentar e discutir pleitos. Com um histórico de ser implacável com adversários, Dutra parece ter aprendido bem rápido que agora, na condição de prefeito eleito, não pode mais se dar o luxo de alimentar uma guerra verbal cruenta e correr o risco de fechar todos os canais de entendimento com um inimigo desprendido que pode ser um parceiro produtivo na viabilização de benefícios para Paço do Lumiar. Esse mesmo entendimento parece dominar o ministro Sarney Filho, que não pensou duas vezes em receber o prefeito eleito Domingos Dutra, e com ele discutir vários e desafiadores problemas enfrentados pela comunidade lumiense, particularmente os da área ambiental.

Dutra aproveitou e pediu ao ministro os recursos necessários para a desativação de dois lixões no município e que ficam próximos aos mangues. “Um dos mais significativos ecossistemas da ilha de São Luís vem sendo destruído ao longo de décadas. Precisamos nos mobilizar antes que seja tarde demais”, alertou Domingo Dutra, que pediu ainda que fosse colocado nos itens prioritários para Paço do Lumiar como a criação de mais parques, universalização das limpezas e preservação dos rios. O ministro Sarney Filho comprometeu-se em ajudar e deixou o ministério à disposição para demandas prioritárias do município de São Luís. Rubens Jr. acrescentou ainda sobre a necessidade a necessidade de mais diálogo entre os poderes a fim de buscar a melhoria do bem-estar dos maranhenses.

Politico muito tarimbado no jogo de acesso a ministérios e conhecedor profundo dos humores políticos de Brasília, Domingos Dutra sabe que como representante do PCdoB dificilmente conseguiria acesso à Esplanada dos Ministérios num Governo de Michel Temer (PMDB). Mas sabe também que numa parceria com o ministro Sarney Filho esse acesso será possível. Para isso, só precisou descarregar as armas e assumir uma postura pragmática e partir para um diálogo franco e maduro, livre dos ranços que as relações políticas produziram após décadas de pancadaria verbas de ambos os lados. Por estar no Congresso desde 1983, tendo sido nessa trajetória líder partidário, presidente de Comissões importantes e ministro de Estado do Meio Ambiente pela segunda vez, Sarney Filho tem tarimba e discernimento suficientes para sair da trincheira e, na condição de ministro, colocar as diferenças na geladeira e dialogar com o inimigo político.

O fato é que a trilha aberta por Domingos Dutra com o valioso auxílio do deputado Rubens Jr. e a boa vontade política do ministro Sarney Filho funcionaram como uma senha para qualquer preferido que tenha algum interesse em garimpar recursos no Ministério do Meio Ambiente desembarcar em Brasília com a certeza de que pelo menos será ouvido. O que está, portanto, acontecendo é que é possível praticar uma política de alto nível quando o interesse da coletividade está em jogo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Madeira alerta que Imperatriz está inviabilizada por causa dos gastos na área de Saúde
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Sebastião Madeira faz alerta a Assis Ramos sobre risco de inviabilidade financeira de Imperatriz

A menos de três meses de deixar o comando da Prefeitura de Imperatriz, que exerce a há 93 meses, que equivale a 2.880 dias, o prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que é médico e tem a estrutura municipal de Saúde de Tocantins, faz um alerta e dramático: se as regras não forem mudadas, de modo a que o Governo Federal se sensibilize, Imperatriz será um município inviável e mergulhará numa crise sem precedentes, principalmente numa área crucial: a saúde. Atualmente, segundo o prefeito, a Princesa do Tocantins, gasta mensalmente o equivalente a 32% do orçamento municipal são utilizados para manter funcionando a estrutura hospitalar, sobrando quase nada para as outras áreas, o que exige do prefeito um malabarismo muito complicado. E a explicação do prefeito tocantino para esse gigantesco problema é igualmente fora de qualquer proporção plausível: “A Saúde de Imperatriz atende um grande pedaço do Brasil, porque para cá vêm doentes de muitos municípios dos vizinhos Estado do Tocantins e do Estado do Pará”. E com uma desvantagem a mais: esses municípios vão continuar mandando os seus doentes para Imperatriz, e para evitar isso, o próximo prefeito tem de uma de doido e impedir que mais doentes de outros estados tomem o lugar de imperatrizenses. Na opinião de Sebastião Madeira, o prefeito eleito Assis Ramos (PMDB) encontrará uma Prefeitura organizada, mas sem nenhuma condição de alimentar o problema da Saúde, já que ali existem cerca de três dos oito mil servidores do Município. “Não existe prefeito que possa segurar uma situação dessas por muito tempo Imperatriz. Isso não é uma questão de política, é uma realidade administrativa. O município vai muito bem em outras áreas. Se tirarmos a Saúde, temos uma Prefeitura viável, mas com o problema da Saúde, o município está inviabilizado”, diz Madeira, um tucano tarimbado que já foi deputado federal por dois mandatos e que termina agora sua gestão como prefeito de Imperatriz. O prefeito Sebastião Madeira diz ter dúvidas sobre se o prefeito eleito Assis Ramos está, de fato, preparado para administrar essa situação”.

 

Pinto Itamaraty esclarece observações da Coluna sobre sua situação política
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Pinto Itamaraty ao tomar posse no Senado

A propósito do comentário feito na edição de ontem, quando a Coluna registrou sua posse no Senado da República, o senador em exercício Pinto Itamaraty (PSDB) disse a Repórter Tempo que não se candidatou a 1º suplente na chapa do senador Roberto Rocha (PSB) porque estivesse com dificuldades para renovar o seu mandato de deputado federal em 2014, como foi sugerido. Garantiu que inclusive tinha todas as condições de ser o mais votado do seu partido, mas que desistiu de se candidatar depois que um gerente importante da sua empresa foi assassinado, o que o obrigou a permanecer no Maranhão, e que a suplência senatorial lhe chegou por meio de uma articulação dentro do seu partido. Pinto Itamaraty também contraditou a avaliação de que é um político em decadência, e explicou que a não eleição do seu filho, Pintinho Itamaraty, para vereador de São Luís, se deveu principalmente ao fato de ele haver entrado tardiamente na corrida eleitoral. O senador em exercício rebateu a impressão corrente de que teria sido um dos responsáveis pelo desastre que foi a participação da deputada federal Eliziane Gama (PPS) na corrida à Prefeitura de São Luís, assegurando que não foi o coordenador, mas apenas um colaborador da campanha. Além disso, Pinto Itamaraty se definiu como um político correto, que gosta de “fazer tudo certo”, e garantiu que fará tudo o que estiver ao seu alcance para que seu período de quatro meses no Senado seja produtivo. Que assim seja, portanto.

 

São Luís, 06 de Outubro de 2016.

Câmara eleita tem perfil mesclado com raposas tarimbadas, quadros experientes e jovens com disposição para mudar

 

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Osmar Filho, Astro de Ogum, Pedro Lucas Fernandes, Afonso Manoel, Marcial Lima e Ivaldo Rodrigues integram a nova Câmara de São Luís

Não se trata de fazer julgamento sobre a composição atual da Câmara Municipal de São Luís, mas todas as evidências indicam que a fornada de vereadores que saiu das urnas no último domingo passa a impressão de que o plenário do Legislativo municipal deve ganhar mais dinâmica e um envolvimento maior com os desafiadores problemas que ainda atormentam a Capital. O eleitorado não impôs uma mudança radical àquela Casa, preferiu mesclar o mapa do plenário com vereadores mais experientes, renovar o mandato de representantes de uma geração mais nova que deram conta do recado, e completou o quórum com “cristãos novos”, completando assim representação parlamentar equilibrada pela conjunção de fatores como experiência e política e disposição para fazer o melhor.

A sinalização mais expressiva do eleitorado foi ter dado o título de campeão de votos ao jovem Osmar Filho (PDT), que liderou a votação na formação de uma bancada de peso pelo PDT. Junto com ele vieram o experiente e bem articulado Pavão Filho, o jovem militante Raimundo Penha, e o pedetista de primeira linha Ivaldo Rodrigues, que tem um rico histórico de militância e coerência partidária. O PDT formou assim uma bancada de peso, que pode contribuir de maneira decisiva para um bom desempenho da Casa nos próximos quatro anos.

Além do PDT, oito partido formaram bancadas, a maioria de dois membros. A única exceção foi PCdoB, que mandou para o Palácio Pedro Neiva de Santana Marcelo Poeta, Fátima Araújo e Ricardo Diniz, que terão oportunidade de mostrar seus talentos políticos. O PR, que teve como mais votado o influente e bom articulador Astro de Ogum, atual presidente, e Aldir Júnior, um político da novíssima geração. O PSL, que renovou os mandados de duas das mais importantes e tarimbadas raposas da política ludovicense: Chico Carvalho e Isaías Pereirinha. O PHS entrou com Professor Sá Marques e Edson Gaguinho, que estreiam na vida parlamentar. O PEN, que deu um mandato ao jornalista Marcial Lima, que tem se notabilizado pelo envolvimento com os problemas da cidade, que conhece na palma da mão, e Concita Pinho, mulher do ex-vereador e ex-deputado Jota Pinto. E o PP, que elegeu o experiente e bem intencionado Chaguinhas e Nato Júnior. O PSDB, que reelegeu o correto e bem intencionado Dr. Gutemberg e o diligente Josué Pinheiro. E o PRTB, que deu mais quatro anos para o tarimbadíssimo Silvino Abreu e Genival Alves.

Os demais são únicos representantes dos seus partidos como o competente e politicamente correto Pedro Lucas Fernandes (PTB). O militante católico Afonso Manoel (PRP), a ativa e incansável Bárbara Soeiro (PSC), o médico e político Umbelino Júnior (PPS), o coerente Honorato Fernandes (PT), o polêmico Beto Castro, o reeleito Estevão Aragão (PSB), o conhecido Edmilson Jansen (PTC) e Marquinhos (DEM).

O eleitorado acertou quando renovou, por exemplo, o mandato do presidente Astro de Ogum, que no início da carreira fora visto com reservas por conta do seu viés religioso, mas soube superar tal barreira e se impor como um político hábil, que hoje domina plenamente o caminho das pedras nos bastidores políticos de São Luís. Numa outra vertente, a reeleição dos vereadores Pedro Lucas Fernandes e Osmar Filho tem significado importante porque mostra que a nova geração de políticos se consolida e dá passos para assumir o comando do município, a exemplo do que acontece hoje com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e com o deputado estadual Eduardo Braide (PMN). Numa terceira vertente, a chegada à Câmara de políticos como Raimundo Penha, Umbelino Júnior, Marcial Lima, Aldir Júnior e Nato Júnior funcionará como um sopro de arejamento no Legislativo municipal.

Em meio a essas vertentes, a composição da nova Câmara Municipal de São Luís se completa com referências políticas bem consolidadas e que têm estrada longa em matéria de articulação, como Pavão Filho, Afonso Manoel, Ivaldo Rodrigues, Dr. Gutemberg, reforçadas por raposas tarimbadas como Josué Pinheiro, Edimilson Jansen e Silvino Abreu. E também Estêvão Aragão, Marcelo Poeta, Fátima Araújo, Edson Gaguinho, Genival Alves e César Bombeiro.

Difícil prever como será o relacionamento do próximo prefeito com a nova Câmara. Se for Edivaldo Jr., terá de ajustar os seus canais de relacionamento com a Casa, com a vantagem de não enfrentar uma oposição dura como fazem os vereadores Fábio Câmara (PMDB) e Rose Sales (PMB), ambos candidatos sem sucesso a prefeito de São Luís. Se der Eduardo Braide, o jogo será zerado, as forças terão de se reacomodar para ganhar um perfil de acordo com os sinais que saírem do Palácio de la Ravardière.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha chama Flávio Dino para o confronto

roberto-rocha-1O senador Roberto Rocha (PSB) sinalizou ontem, mais uma vez, que está mesmo em rota de colisão com o governador Flávio Dino (PCdoB). O sinal, desta vez mais forte que os demais, foi dado na forma de um comentário que postou no seu perfil no facebook sobre o envolvimento do governador nas eleições municipais. Com um discurso forte, deixou claro que está, de fato, se preparando para um confronto direto com o chefe do Executivo maranhense cujo desfecho deverá acontecer nas urnas em 2018. Segue a íntegra do comentário:

SINAL VERMELHO PARA O NATAL

Governo é governo, partido é partido.

Nenhum partido no Brasil consegue chegar ao governo sozinho, porque não tem 50% + 1. Para isso, precisa fazer alianças.

Mesmo o PT e o PSDB, com a presidência da República, tiveram que fazer coligações.

Eleito, o governante não pode governar para metade mais um, ou seja, para sua coligação. Ele tem que governar para todos.

Desta forma, não se pode confundir governo com coligação. Muito menos, governo com partido.

Esse é o atalho mais fácil para um fracasso administrativo, pois quando o governante confunde governo com partido, ele também passa a confundir partido com Estado. É o começo do fim!

O pensamento de certa ‘esquerda’, tributário dessa lógica, costuma fazer essa confusão, fruto de interditos ideológicos e de uma autoproclamada superioridade moral.

O país viveu isso com o PT, e o governo caiu.

A população sofre os duros efeitos dessa psicopatologia política, mas, neste domingo, deu o troco nas urnas.

No Maranhão, o governador Flávio Dino, do PC do B, fez um esforço muito grande nestas eleições, a ponto de quase pintar o Palácio dos Leões de vermelho.

Ao contrário do que pregou em sua posse, soltou os leões para rugirem com estridência, Maranhão adentro.

Assim mesmo, saiu da campanha menor do que entrou.

Em dezembro, o sinal vermelho poderá acender para os servidores públicos. Infelizmente, caso aconteça, será um péssimo agouro para as dezenas de prefeitos neocomunistas que no mês seguinte tomam posse alimentados pela esperança de virtuosas parcerias.

 

Pinto Itamaraty vira senador por quatro meses

pintoassumeO empresário do reggae José Eleonildo Soares, o Pinto Itamaraty (PSDB), assumiu ontem vaga no Senado da República aberta temporariamente pelo senador Roberto Rocha (PSB), que se licenciou para tratar de assuntos particulares. Pinto Itamaraty já exerceu quatro mandatos, dois de vereador em São Luís e dois de deputado federal pelo PSDB. Na última eleição, certo de que não seria reeleito deputado federal, desistiu de tentar renovar o mandato, e numa articulação que fez usando o cargo de presidente do PSDB na Capital, acabou presenteado pelo PSDB com a vaga de 1º suplente de senador na chapa de Roberto Rocha. Chega ao Senado como um político em franca decadência, sem voto e com prestígio limitado à condição de vice-presidente do PSDB no estado, não lembrando em nada o vereador que se reelegeu com a maior votação proporcional no estado no pleito municipal de 1998, quando o reggae ainda era uma força política em São Luís. Há quem diga que foi um dos responsáveis pela tragédia que afundou a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) à Prefeitura de São Luís, versão que é corroborada pelo fiasco que foi o projeto de fazer Pintinho Itamaraty vereador na Capital. Será senador por quatro meses, se Roberto Rocha por alguma razão não antecipar o seu retorno. E deve levar para a Câmara Alta uma marca: não faltar a nenhuma sessão no período em que estiver no paraíso senatorial.

 

São Luís, 05 de Outubro de 2016.

Edivaldo Jr. e Eduardo Braide vão ter de fazer malabarismo para manter suas votações e “engordá-las”, com ou sem apoio

 

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Edivaldo Jr. e Eduardo Braide: quem levará os votos soltos?

Os bastidores da disputa do 2º turno para a Prefeitura de São estão vivendo movimentação intensa por causa do posicionamento dos candidatos que ficaram para trás em relação ao prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que saiu das urnas com 239 mil votos (45,66) na corrida à reeleição, e ao deputado estadual Eduardo Braide (PMN), escolhido por 112 mil eleitores (21,33%). Braide ganhou ontem o aval da vereadora Rose Sales (PMB), que fez uma campanha decente e digna e recebeu 10,3 mil votos (1,9%), e deve receber hoje apoio da deputada federal Eliziane Gama (PPS), cuja votação foi de apenas 32,5 mil votos (6,19%). Ontem de manhã, em conversa informal na Assembleia Legislativa, Wellington do Curso (PP), terceiro colocado com 103.951 votos (19,8%), informou que dirá nesta quarta-feira com quem fechará, ou se não vai com ninguém. Aguarda-se ainda o posicionamento do vereador Fábio Câmara (PMDB), que foi brindado com 19.590 votos (3,36%). Somados, os votos recebidos pelos quatro principais adversários do prefeito Edivaldo Jr. totalizam 295 mil. Separando-se os 112 mil de Eduardo Braide, serão ainda respeitáveis 183 mil votos a serem disputados pelos dois candidatos, num indicativo de que a guerra será renhida, mas com clara vantagem inicial para o prefeito, porque dificilmente essa massa eleitoral migrará integralmente para o candidato do PMN.

Numa observação estritamente técnica, baseada na lógica, os números sugerem que Edivaldo Jr. encontra-se em situação bem mais confortável do que Eduardo Braide, que por outro lado tem a seu favor a condição de candidato sem maiores compromissos com quem quer que seja, o que lhe dá estímulo para fazer uma campanha no nível que pretender. E tanto um quanto o outro sabe que o voto dado a Wellington do Curso é, em geral, de um eleitor solto, descompromissado, que não se deixa controlar e não tem padrinho, e por isso seguirá o rumo que bem desejar, podendo ser atraído pelo afago do corpo a corpo e pelas verdades e compromissos que forem apresentados no horário eleitoral gratuito e nos debates que estão a caminho. São 190 mil votos que estão ao alcance dos dois candidatos, que para atraí-los precisarão, cada um, reforçar o seu discurso e convencer o eleitorado de que é o melhor para a cidade.

Num contexto de tensões e lavagem da roupa suja que sobraram do 1º turno, uma pergunta é feita com frequência em rodas de todos os níveis: o apoio de outros candidatos na segunda volta tem força para embalar o candidato apoiado? Pode ser, mas a experiência remete para a seara da cautela e da dúvida. Ninguém duvida, por exemplo, que o apoio da vereadora Rose Sales a Eduardo Braide é um fato político saudável. Mas qual será, de fato, o resultado eleitoral disso? Terá Rose Sales poder para transferir seus 10 mil votos para o candidato do PMN, ou ele próprio pode atraí-los? Essa equação vale para todos os candidatos, menos para os 32 mil de Eliziane Gama, que em sua maioria são votos de evangélicos, que tendem a migrar para Edivaldo Jr., que tem nesse segmento a sua principal base política e eleitoral. Será que os votos dados a Fábio Câmara obedecerão a um comando seu? Uma fatia, sim. Mas qual o tamanho dessa fatia? São indagações que precisam ser avaliadas num jogo tão complexo como é a relação do eleitorado com os candidatos.

Nesse contexto, a grande expectativa está, claro, relacionada com o exército de 103 mil eleitores que votou em Wellington do Curso. Isso porque ficou claro que esse é um voto flutuante, solto, sem amarras politicas, partidárias ideológicas, programáticas ou religiosas; é o eleitor sem rosto, sem grupo, sem idade, difícil, portanto, de localizar e seduzir, porque a opção inicial pelo candidato do PP revelou que esse eleitor está sem rumo em meio à crise e apostou na ideia de um protesto com esperança. Essa massa eleitoral maior do que a população de Santa Inês dificilmente obedecerá a um comando ou migrará integralmente.

Para liquidar a fatura, Edivaldo Jr. precisa confirmar os seus 239 mil votos e acrescentar mais 50 mil à sua conta. Braide, por sua vez, para se tornar prefeito precisa mobilizar seus 112 mil votos e mais a maioria esmagadora dos votos dos demais candidatos, o que não será tarefa fácil, embora não seja impossível, como ele próprio já de mostrou quando surpreendeu a todos, atropelou os demais adversários de Edivaldo Jr., tornou-se o contrapeso e desembarcou no 2º turno.  O candidato do PDT tem a seu favor aliados importantes, como o governador Flávio Dino (PCdoB), que, tudo indica, vai entrar de cabeça na campanha. O candidato do PMN terá a sua vontade e a sua competência política e ex-adversários para lhe ajudar a conquistar a fatia que precisa para ganhar o direito de envergar a faixa no dia 1º de janeiro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Aberta a corrida para o comando da Famem
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Tema Cunha e Magno Bacelar: conversa sobre a presidência da Famem na próxima eleição

Os prefeitos eleitos ainda não foram proclamados pela Justiça Eleitoral, mas um grupo expressivos de vencedores já se movimentam em articulações para compor o comando da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). Um exemplo foi uma conversa descontraída do prefeito reeleito de Tuntum, Tema Cunha (PSB), e Magno Bacelar (PV), que volta à Prefeitura de Chapadinha. Na efusiva troca de cumprimentos, Bacelar disparou, à queima-roupa: “Sei que você é candidato a presidente da Famem. Quero dizer logo aqui, para todos ouvirem, que estou do seu lado e vou trabalhar para que você assuma a nossa associação e leve para lá a sua experiência como prefeito de vários mandatos”. Pela reação, Tema confirmou que está na briga pela presidência e declarou-se entusiasmado com a manifestação de apoio do futuro colega.  A ideia, ao que parece, é fortalecer a entidade, que em outros tempos participou ativamente como instrumento de pressão em favor dos municípios, mas que nos últimos tempos, sob o comando do prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim (PDT), perdeu muito do seu peso como o mais importante canal de expressão dos prefeitos do Maranhão.

Guerra verbal entre mosqueteiros da oposição e da situação na AL
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Edilázio Jr., Adriano Sarney e Andrea Murad no embate duro no plenário da Assembleia legisativacom Bira do Pindaré, Othelino Neto e Marcos Caldas

Três mosqueteiros da oposição e três da seara governista têm se batido no plenário da Assembleia Legislativa. Os deputados Edilázio Jr. (PV), Adriano Sarney (PV) e Andrea Murad (PMDB) tem disparado duras críticas ao governador Flávio Dino, que acusam de ter usado a máquina do Estado e a Polícia para intimidar adversários no interior durante a campanha eleitoral. Com discursos cada vez mais fortes, Edilázio Jr. e Adriano Sarney tem tentado pintar o Governo Flávio Dino como uma “ditadura comunista” na linha da monstruosidade stalinista. Já Andrea Murad, indignada pela derrota da prefeita Tereza Murad (PMDB) para Luiz da Amovelar Filho (PCdoB), pinta o governador como um “tirano que está agindo como Hitler e acabando com o Maranhão”. Além de citar casos em que, segundo eles, oposicionistas sofreram pressões e ameaças do Governo, afirmam que o governador “foi derrotado”. O problema é que no contraponto, feito pelo deputado Bira do Pindaré (PSB), Othelino Filho (PCdoB) e Marcos Caldas (PSDB) devolvem a pancadaria com discurso também duros, nos quais a firmam que os três oposicionistas tentam manter o sarneysismo de pé, que são “porta-vozes da oligarquia” e que o que está em curso no Maranhão “é um tempo novo, de democracia, e que não existe mais lugar para a oligarquia”. Bira do Pindaré e Othelino Neto são duros, mas se mantêm no limite da ética, ao passo que Marcos Caldas tem passado ao largo desse limite e ataca a bancada oposicionista com pancadas pessoais, como fez ontem, quando iniciou seu discurso chamando o deputado Adriano Sarney de “Príncipezinho da oligarquia”. Ninguém duvida de que essa troca de bordoadas verbais vai continuar.

 

São Luis, 04 de Outubro de 2016.

Eleições produziram mapa político com Dino fortalecido, Roseana ainda forte e Rocha tentando a terceira via

 

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Flávio Dino se fortaleceu, Roberto Rocha nao conseguiu espaço e Roseana Sarney perdeu e ganhou nas urnas

Anunciado o resultado das urnas, a pergunta que mais se ouve no meio político e fora dele é: quem foi o grande vencedor das eleições municipais no Maranhão? E na esteira dela, o contraponto: quem mais perdeu? E as respostas comportam três personagens centrais da vida estadual nos tempos atuais: o governador Flávio Dino (PCdoB), que trabalhou e vai continuar trabalhando para construir uma base política e partidária forte para dar suporte ao seu sólido  projeto de poder; a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que nesse contexto representa o Grupo Sarney; e o senador Roberto Rocha (PSB), que numa movimentação ainda quase solitária tenta dar forma a uma terceira via. As três correntes entraram no roldão das disputas travadas em 217 campos de batalha e sofreram ganhos e perdas em diferentes proporções. Todas as evidências indicam que o governador Flávio Dino foi o grande vencedor desse pleito, mesmo tendo amargado resultados absolutamente inesperados, como Imperatriz e Caxias, onde adversários levaram a melhor. Roseana Sarney e seu grupo saíram da eleição menor do que entraram, sofrendo revezes ali e virando o jogo acolá. E o senador Roberto Rocha perdeu em Balsas, não levou suas apostas mais elevadas – Imperatriz e São Luís -, mas viu o PSB emplacar mais de uma dezena de prefeitos.

Em períodos pós-eleitorais, é comum cometer-se o equívoco de tachar como derrotado líder ou grupo que não conseguiu nas urnas o respaldo que projetaram. E o melhor exemplo disso neste pleito é o PCdoB, partido do governador Flávio Dino, que atualmente tem menos de uma dezena de prefeitos, lançou mais de uma centena de candidatos e saiu das urnas com 43 eleitos e mais de uma dezena de vice-prefeitos.  A sigla comunista participou de dezenas de coligações em que candidatos a prefeito de outros partidos foram bem sucedidos. Feitas as contas, o partido do governador Flávio Dino cresceu mais de 500% nessas eleições. O mesmo aconteceu com o PSDB, ao contrário do PMDB, por exemplo, que encolheu mais da metade, mas que, em compensação, ganhou a segunda mais desejada cereja do bolo: a Prefeitura de Imperatriz.

Nesse contexto, o governador Flávio Dino e seu grupo se deram bem nessa corrida eleitoral. A partir de janeiro, terá sua base política e partidária fortalecida por pelo menos 150 prefeitos, parte deles ligadas à velha ordem e que migrou para a seara governista de agora. E com um dado interessante do ponto de vista geopolítico: os prefeitos do PCdoB e dos partidos aliados do Governo estão espalhados em todas as regiões do Maranhão, o que dá ao governador um alcance político abrangente e equilibrado. Na Ilha de Upaon Açu, por exemplo, o Palácio dos Leões vai dar as cartas em Raposa e Paço do Lumiar, terá um aliado forte em São José de Ribamar, e poderá confirmar a permanência do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), apoiado pelo PCdoB. Assim, não é plausível afirmar, por exemplo, que Flávio Dino “foi derrotado” em Imperatriz. A interpretação correta é a de que ele não ganhou uma Prefeitura que não tinha, o que significa fizer que continuará na mesma, perdendo apenas a oportunidade que teve de ganhar bem mais. Se o prefeito Edivaldo Jr. for derrotado, essa sim, será uma derrota do governador.

No caso de Roseana Sarney e seu grupo, a avaliação possível é a de que a ex-governadora perdeu as eleições, a começar pelo fato de que o PMDB e o PV se deram mal em pelo menos metade dos prefeitos que ainda têm. Em compensação, o PMDB ganhou o comando de Imperatriz, considerada a mais importante cereja do bolo municipal, e que a partir de 1º de Janeiro de 2017 será governada pelo pemedebista Assis Ramos. Poderá contabilizar também a Prefeitura de Caxias, que a partir daquela mesma data terá um prefeito do PRB e um vice do PMDB. Não existem, portanto, elementos que possam rotular a ex-governadora e sua turma de “derrotados”, exatamente pelo fato de que saíram da corrida eleitoral com um pouco mais do que tinham quando andaram.

No plano geral sob avaliação, o senador Roberto Rocha, que nada mais ganhou ou perdeu nesse processo eleitoral. É verdade que Roberto Rocha não teve sucesso no projeto que programou avançar expressivamente na montagem de uma plataforma política da qual se lançaria para voos mais altos – como disputar o Governo do Estado em 2018, por exemplo. E qualquer avaliação isenta e despretensiosa poderá seguramente observar que Rocha não foi muito além do que já tinha alcançado. Esse desempenho o manteve do mesmo tamanho, e com força política suficiente para prosseguir em busca de um espaço no qual possa dar vazão ao que poderá ganhar a forma de uma terceira via política no Maranhão.

Em resumo: as urnas deram ao governador Flávio Dino um poder de fogo político-partidário muito maior do que ele tinha até no sábado. O Grupo Sarney, comandado a ex-governadora Roseana Sarney, perdeu muita da força política nas eleições de domingo. Embora esteja saindo do processo com a chave da Prefeitura de Imperatriz na mão do delegado Assis Barros. E se não fortaleceu o grupo que está tentando formar para se tornar uma alternativa atraente nas eleições de 2018, o senador Roberto Rocha manteve pelo menos a ousadia e o gás que precisa para continuar em movimento formando a terceira via.

PONTO & CONTRAPONTO

Wellington se sente “vitorioso”, mesmo que “massacrado”
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Wellington do Curso diz que foi vitorioso e massacrado

“Fui massacrado pela política suja, mas saí com o sentimento de vitória e de gratidão”. Assim deputado Wellington do Curso (PP) definiu seu estado de ânimo ontem, ao ocupar a tribuna da Assembleia legislativa para fazer um balanço da sua surpreendente participação na corrida para a Prefeitura de São Luís, da qual saiu embalado por 103 mil votos.  O parlamentar parabenizou o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e o deputado Eduardo Braide pelo fato de ter eles sido escalados pelo eleitorado para disputarem o comando municipal. Avaliou como “extremamente positiva” a sua participação no certame, mas criticou duramente o que chamou de “política suja” que o transformou em alvo de “mentiras e injustiças”. Não foi explícito e direto, mas deixou claro que alimentará o “sonho” de ser prefeito de São Luís. Wellington do Curso foi cumprimentado pelo deputado Edilázio Jr. (PV), que o apoiou na corrida e destacou seus esforços para superar as dificuldades durante a campanha, principalmente no que diz respeito à maneira como se conduziu no contato direto com o eleitorado. “Espero que o senhor seja muito feliz”, disse Edilázio Jr., que ouviu palavra de agradecimento do ex-candidato a prefeito da Capital. Em seguida, numa conversa informal com jornalistas, Wellington do Curso revelou que até amanhã, quarta-feira, anunciará publicamente a sua posição em relação à disputa do segundo turno entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e o deputado Eduardo Braide (PMN). “Quero desejar sucesso aos dois e em breve vou dizer como procederei neste segundo turno”, disse.

Braide não pretende negociar apoio por cargos
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Braide não trocar apoio  por cargos

O deputado Eduardo Braide (PMN) mandou um recado curto e direto a quem pretende negociar com ele apoio para o segundo turbo da corrida à prefeitura de São Luís. Avisou que não fará qualquer tipo de acordo envolvendo rateamento de cargos se ele chegar ao Palácio de la Ravardière. Se vier a ser eleito, Braide pretende montar um governo de perfil técnico, porque entende que toda a responsabilidade do Governo sua e não pretende dividi-la com ninguém, pretendendo com isso evitar a pulverização do poder na gestão municipal. O candidato do PMN não descarta sentar e discutir apoiamentos políticos, mas não aceita que  partidos imponha a condição de só firma uma aliança político-eleitoral condicionando à garantia de espaço no poder. Braide está disposto a correr todos os riscos políticos, mas está determinado a ser ele mesmo o prefeito que comandará sua gestão sem fazer concessões que comprometam a qualidade do serviço que pretende prestar à coletividade.

 

São Luís, 04 de Outubro de 2016.

Surpresa em São Luís e em muitos municípios pode complicar o desenho do novo mapa político do Maranhão

 

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Ao lado da esposa Camila, Edivaldo |Jr. comemora suas votação, enquanto Eduardo Braide e sua família festejam desempenho que o levou para o segundo turno

A surpreendente definição do segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Luís, a espetacular reviravolta na tendência apontada em Imperatriz, os surpreendentes resultados em Caxias, Bacabal e Coroatá, o “massacre” ocorrido em Santa Inês e outros desfechos, que chamaram a atenção por terem sido improváveis, rascunharam um Maranhão político bem diferente do que as previsões iniciais riscaram. O governador Flávio Dino (PCdoB) avançou no seu projeto de poder, mas não o suficiente para montar uma estrutura política tão ampla e forte como esperava – a eleição de Assis Ramos (PMDB) em Imperatriz e a não liquidação da fatura em um só turno em São Luís refletem bem isso. O senador Roberto Rocha (PSB), que se movimentou para construir uma espécie de terceira via, não conseguiu suporte eleitoral para viabilizar seu projeto – perdeu o controle de Balsas para o PDT com o apoio do PCdoB, por exemplo. E o Grupo Sarney, que perdeu Pinheiro, por exemplo, ganhou Imperatriz – pelo menos aparentemente.

Poucas vezes São Luís viveu um embate eleitoral com um desfecho parcial tão espetacular, e no qual expectativas foram frustradas, trajetórias que pareciam consolidadas sofreram alterações radicais nos dois sentidos, e um projeto isolado, sem qualquer suporte partidário, se agigantou em apenas 10 dias e dois debates, e determinou que a escolha do prefeito da Capital será feita em dois turnos. O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) se desdobrou como pôde e usou os recursos políticos ao seu alcance – o apoio de 13 partidos, o poder da máquina, o maior tempo de TV, um expressivo com junto de obras, a militância do PDT e o apoio determinado do governador do Estado – para conseguir 50% mais um dos votos válidos e fechar a corrida num só turno. Conseguiu apenas 45,66, e no contraponto, os demais candidatos fizeram de tudo para não deixar que a eleição morresse no primeiro turno, e conseguiram. E diferentemente do que muitos esperavam e pregavam, será o candidato do PMN, Eduardo Braide, que não conseguiu se coligar, que fez uma campanha isolado, à base do santinho e tapinhas nas costas, e que já no debate na TV Guará avisou que seria o adversário do prefeito Edivaldo Jr. num eventual segundo. Não deu outra: o primeiro turno terminou com o prefeito liderando com 239.737 mil votos. Eduardo Braide (PMN), que com 112.041 (21,34%), atropelou o candidato do PP, Wellington do Curso, que recebeu 103.951 (19,81%), e Eliziane Gama com 32.500, numa reviravolta que deve ser registrada uma das mais espetaculares que o calejado e sempre surpreendente processo eleitoral de São Luís já produziu.

O grande perdedor da primeira fase da disputa na Capital foi Wellington do Curso, que junto com ele arrastou o projeto do senador Roberto Rocha.  O candidato do PP vinha surfando numa onda crescente, mas o debate da TV Guará mostrou que, provavelmente por inexperiência política, ele andou trocando as bolas e acabou minado por Eduardo Braide, que se mostrou mais inteligente, articulado e bem informado. Ao mesmo tempo, se não foi para o segundo turno, Wellington do Curso também não tem do que reclamar, pois os 103,9 mil votos que recebeu podem lhe ter aberto o caminho para renovar o mandato de deputado estadual ou lhe dado um passaporte para a Câmara Federal.  Pior, muito pior, foi o desfecho para a deputada federal Eliziane Gama, que chegou a 57% das intenções de voto, sofrendo em seguida um processo de desidratação assombroso e jamais visto no Maranhão em situação semelhante. Fábio Câmara (19.045), Rose Sales (10.346), Cláudia Durans (4.299), Valdeny Barros (2.590) e Zéluiz Lago (482) devem se dar por satisfeitos, pois essa é a sua crua realidade.

Qualquer análise imparcial concluirá que, apesar da força com que emergiu das urnas, o prefeito Edivaldo Jr. foi “brindado” com o pior dos cenários, que é o de ter Eduardo Braide como adversário.  Serão 27 dias até a eleição. E nesse período haverá confrontos diretos, como o debate da TV Mirante, no dia 28. Braide precisará dos votos de todos os candidatos derrotados, enquanto Edivaldo Jr. precisará manter a calma e imaginar a resposta certa para cada indagação que lhe for dirigida durante o debate, e assim garantir que os seus eleitores de ontem sejam os mesmos amanhã, o que é rigorosamente improvável, pois o entendimento é o de que o segundo turno é uma nova eleição.

Ontem, após o anúncio do resultado, Edivaldo Jr. e Eduardo Braide disseram que a escolha deles para o segundo turno foi coisa de Deus e do povo de São Luís. Que bom que estão pensando assim, porque com esse respaldo divino e o aval do eleitorado poderão fazer campanhas politicamente corretas e chegar ao fim da jornada como as mãos limpas.

PONTO & CONTRAPONTO

Três desfechos emblemáticos

As eleições de ontem produziram três casos emblemáticos no Maranhão, exatamente porque as urnas contrariaram previsões e comprometeram a credibilidade de institutos de pesquisas. São cenários difíceis de ser lidos, exatamente por envolver uma série de ingredientes que não são fáceis de assimilar.

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Assis Ramos: o herói da virada em Imperatriz

O primeiro caso é Imperatriz, onde o governador Flávio Dino e seus aliados mais próximos jogaram todo o peso político que puderam reunir na plataforma da candidata do PDT, Rosângela Curado. Mas o eleitorado não gostou dessa pressão sobre ele e resolveu colocar o processo pelo lado do avesso elegendo o candidato do PMDB, Assis Ramos, numa reviravolta espetacular. Além de eleger o pemedebista, o eleitorado dali quis o poderoso e influente ex-prefeito Ildon Marques em segundo plano e a candidata do governo e de mais 18 partidos, Rosângela Curado, na terceira colocação. Não bastasse tudo isso, o eleitorado de Imperatriz ouviu os apelos do prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e deu 20% dos votos para Ribinha Cunha (PSC), um candidato sem força alguma, mas que foi embalado pelo prestígio do prefeito que o lançou. E a mais surpreendente conclusão: a Prefeitura de Imperatriz caiu nas mãos do Grupo Sarney, ainda que Assis Ramos tenha agido como um político que não se dá muito bem com esses rótulos.

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Ricardo Murad: derrota e perda de comando em Coroatá

O segundo caso é Coroatá. O conjunto de ações políticas e administrativas do Governo naquele município terminaram por desestabilizar o poderoso e bem articulado ex-deputado Ricardo Murad (PMDB). A campanha da mulher dele, Tereza Murad, à reeleição foi marcada desde o início por trombadas com o Palácio dos Leões. A retórica agressiva do ex-deputado Ricardo Murad e os ecos do seu pensamentos transformados em discursos que não esconderam  o fato de que  enfrentou na verdade o governador Flávio Dino. Há quem diga que a derrota de Ricardo Murad passou a ser programada como uma prioridade nos planos políticos elaborados no Palácio dos Leões. Luiz da Amovelar Filho (PT), um jovem empresário sem maiores talentos, filho do ex-prefeito Luiz da Amovelar, recebeu todos os estímulos do braço político do Governo para fazer frente à poderosa estrutura montada por Murad. Funcionou, e o ex-todo-poderoso secretario de Saúde do Governo Roseana Sarney teve sua fortaleza dinamitada e finalmente dominada. O desfecho deixou no ar uma indagação: qual será o próximo passo político de Ricardo Murad, agora que não tem Governo nem Prefeitura?

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Domingos Dutra: vitória de um guerreiro

O terceiro caso é Paço do Lumiar, aonde o PC do B vai se instalar sob o comando do ex-deputado federal Domingos Dutra, que derrotou nada menos que o poderoso esquema político da família Aroso, nessa guerra representada pelo ex-prefeito Gilberto Aroso. Não foi tarefa fácil. Dutra fez uma campanha nas ruas, conversando direto com o eleitorado e mostrando que tem tudo para conseguir viabilizar suas propostas, e lembrando que parte delas poderá ser viabilizada por sua relação política com o Governador Flávio Dino, que pode ser considerado o padrinho da sua candidatura. A eleição de Dutra pode significar o fim do reinado dos Aroso e a saída de Paço do Lumiar de uma espécie de letargia que não o identifica como o oitavo mais importante, município maranhense.

 

São Luís, 03 de Outubro de 2016.

 

4,6 milhões de eleitores elegem hoje 217 prefeitos e milhares de vereadores; desfecho em São Luís é imprevisível

 

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Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama e Eduardo Braide correram na etapa final da campanha para garantir melhor posição no eleitorado, que já está quase todo definido

Um exército de 4,6 milhões de eleitores irá hoje às urnas para escolher 217 prefeitos e mais de dois mil vereadores no Maranhão. Para tanto, estão registrados 733 candidatos a prefeito e 18.204 candidatos a vereador. Tecnicamente, serão as eleições mais importantes dos últimos tempos, porque acontecerão sob novas regras. São Luís, que reúne cerca de 15% do eleitorado maranhense, registrará o maior movimento do processo eleitoral: seus 659.779 eleitores elegerão o prefeito entre nove candidatos, e 31 vereadores entre 624 candidatos. Politicamente, as eleições de hoje no Maranhão representam a oportunidade que o eleitorado tem para definir seu futuro nos próximos tempos, devendo optar pela consolidação do movimento político liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), permitir que novas forças surjam no contexto político estadual, entre elas a liderada pelo senador Roberto Rocha, ou promover uma reviravolta e devolver o comando ao Grupo Sarney. Todos os sinais emitidos até aqui indicam que a primeira opção emergirá das urnas fortalecida e que as demais sairão com pesos diferentes em plano secundários, mas ainda assim vivas.

Maior colégio eleitoral do Maranhão e cuja definição influencia uma ampla região no seu entorno, São Luís chega ao dia do encontro com as urnas com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) na posição de franco favorito, mas enfrentando a incerteza de liquidar ou não a fatura em turno único ou ter de enfrentar uma desgastante segunda volta, de acordo com o que indicam pesquisas de opinião. Tem seguramente mais de 40% das intenções de voto, seguido do candidato do PP, Wellington do Curso, com algo em torno de 25%; da candidata do PPS, Eliziane Gama, que estaria na casa dos 9%; do candidato do PMN, Eduardo Braide, com 8%, e de Fábio Câmara (PMDB), Rose Sales (PMB), Zéluiz Lago (PPL), Valdeny Barros (PSOL) e Cláudia Durans, que somam, juntos 9%, e de 2,63% de votos nulos e 3,75% de indecisos. A reeleição do prefeito Edivaldo Jr. representará, grosso modo, a vitória do  governador Flávio Dino; a derrota  do prefeito comprometerá seriamente o projeto de poder do governador.

Esse serão enredo da disputa em Imperatriz, onde a candidata apoiada pelo Palácio dos Leões, Rosângela Curado (PDT), enfrenta muitas dificuldades na disputa como ex-prefeito Ildon marques (PSB) e o candidato do PMDB, Assis Ramos. A disputa ali está roteirizada como um embate entre o governador Flávio Dino, o senador Roberto Rocha (PSB) e o Grupo Sarney. O governador tem 70% de aprovação em Imperatriz, mas se sua candidata perder a eleição, ele enfrentará problemas na segunda maior cidade maranhense. A situação se inverte em Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do estado, onde o prefeito Luciano Leitoa (PSB) caminha se reeleger num embate duro e sem trégua com o deputado Alexandre Almeida (PSD), num pleito renhido.

Os ventos favoráveis sopram também para o grupo liderado pelo governador Flávio Dino em Caxias, onde o prefeito Léo Coutinho (PSB), do grupo liderado pelo deputado Humberto Coutinho (PDT), caminha para impor derrota ao candidato Fábio Gentil, que lidera uma frente articulada pelo ex-prefeito Paulo Marinho (PMDB), que tem por trás o aval do Grupo Sarney.  Em São José de Ribamar, o quarto maior colégio eleitoral do Maranhão, o ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB), que não tem adversários, será eleito com o apoio do Palácio dos Leões. Situação que não é a mesma em Paço do Lumiar, que tem o oitavo eleitorado maranhense, onde o candidato apoiado pelo Palácio dos Leões, Domingos Dutra (PCdoB), trava uma guerra com ex-prefeito Gilberto Aroso (?), que é apoiado pelo Grupo Sarney, tornando o desfecho ali imprevisível.

Em Bacabal, o candidato do PMDB, deputado Roberto Costa, apoiado pelo Grupo Sarney, mas também com a simpatia política do Palácio dos Leões, enfrenta o poder de fogo do ex-prefeito José Vieira (PP), que é ficha suja e concorre sustentado por uma liminar precária e que se juntou com o prefeito José Alberto e outros chefes políticos, numa campanha financeiramente desigual. Mesmo assim, todos os ventos estão soprando em favor do candidato pemedebista, que é respeitado como um dos mais importantes políticos da nova geração. E no contexto desses exemplos de disputa, o caso mais emblemático é o de Coroatá, onde, sob o comando do ex-deputado Ricardo Murad, a prefeita Tereza Murad (PMDB), enfrenta uma guerra dificílima contra Luiz da Amovelar Filho (PSB). Ali, o clima de tensão aumentou fortemente na reta final devido ao fato de que se tornou questão prioritária para o Palácio dos Leões apear o ex-deputado do comando de Ricardo Murad no município. Para o Grupo Sarney, é fundamental manter Murad no controle de Coroatá.

Esse confronto eleitoral está em curso em todos os municípios, expostos e exacerbado em muitas cidades, equilibrado em outras e camuflado em algumas vale repetir, vai desenhar o novo perfil político o Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas apontam turno único e também desfecho imprevisível

Eleitores e candidatos de São Luís passaram ontem o dia sob o impacto de três pesquisas – Escutec, Data M e Econométrica -, que apresentaram números diferentes, com a primeira sugerindo que haverá segundo turno e as outras duas anunciando que o prefeito Edivaldo Jr. será reeleito em turno único.

A pesquisa Escutec, publicada na edição de fim de semana de O Estado do Maranhão, informa que o prefeito Edivaldo Jr. tem 41,5% das intenções de voto, seguido de Wellington do Curso (27,5%), Eliziane Gama (8,38%), Eduardo Braide (7,25%), Fábio Câmara (4%), Rose Sales (2,75%) e Zéluis Lago, Valdeny Barros e Cláudia Durans, que somam 2,25%. Por essa pesquisa, haverá segundo turno, no qual Edivaldo Jr. disputará provavelmente com Wellington do Curso.

Feita pelo instituto Econométrica, a segunda pesquisa, informa que o prefeito Edivaldo Jr. alcançou 48,3% das intenções de votos e deverá ser reeleito em turno único, já que os demais candidatos totalizaram 41,25% das preferências do eleitorado. Mesmo levando em conta que os 10% de nulos, brancos e indecisos, e também a margem de erro de 3% para mais ou para menos, se os números apurados forem confirmados, o pleito será decidido hoje com a reeleição do prefeito Edivaldo Jr..

A pesquisa Data M é mais enfática ao afirmar a parada eleitoral será decidida em um só turno, tendo apurado que o prefeito Edivaldo Jr. tem 48,9% das intenções de voto – percentual igual ao da Econométrica, diferindo apenas em seis décimos. A diferença expressiva está no percentual de Wellington do Curso, que aparece com apenas 18,1%, bem menos do que recebeu na pesquisa Econométrica, e o de Eliziane Gama, que desabou para 5,1%, sendo ultrapassada com folga por Eduardo Braide, recebeu 11,7% das intenções de voto. Nesse levantamento final, Fábio Câmara aparece com 2,5% e os outros, somados, têm 5,1%. Nessa pesquisa, brancos, nulos e indecisos somam 11,1%. Feitas todas as contas, o prefeito de São Luís será reeleito com folga, segundo o Data M.

O cruzamento das três pesquisas indica que o prefeito Edivaldo Jr. está a um passo de alcanças mais de 50% dos votos válidos, resolvendo a disputa na votação de hoje. O que está difícil de prever é o desempenho de Wellington do Curso e de Eliziane Gama, que nos últimos dias vêm travando uma guerra de informações exatamente sobre números de pesquisa. As simulações para um eventual segundo apontam vitória folgada sobre o candidato do PP e, mais ainda, sobre a candidata do PPS.

 

São Luís, 01 de Outubro de 2016.

Cenário aponta reeleição de Edivaldo Jr., mas debate e terrorismo tupiniquim podem levar desfecho para dois turnos

 

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Edivaldo Jr., Eliziane Gama, Wellington do Curso, Eduardo Braide e Fábio Câmara: disputa é sobre quem vai para o segundo turno, se houver

 

Embalado pela ressaca do debate da TV Mirante e os novos lances de terrorismo tupiniquim produzidos por excluídos maltrapilhos sob as ordens dos chefes do tráfico trancafiados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o Escutec foi às ruas na manhã de ontem, para apurar como o eleitorado interpretou o último, morno mas revelador, confronto entre Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Eduardo Braide (PMN) e Fábio Câmara (PMDB). E encontrou que o embate produziu vantagens para uns e desvantagens para outros. O prefeito teria perdido alguns pontos, mas mesmo assim continua acima dos 40%. Wellington do Curso teria perdido pontos, aumentando o risco de aser alcançado por Eliziane Gama, teria perdido dois pontos. Eduardo Braide teria engordado alguns pontos percentuais, o mesmo acontecendo com Fábio Câmara, que teria saído do debate com uns pontos a mais. A pesquisa teria mantido a possibilidade de a fatura ser liquidada em turno único.

O debate da TV Mirante poderia ter repercutido mais fortemente não fosse a tensão coletiva causada pela tentativa de intimidação inventada pelos chefes do tráfico, que viram na ameaça ao processo eleitoral uma oportunidade de chantagear o governador Flávio Dino (PCdoB). Mesmo assim, os desdobramentos apontados pela pesquisa do Escutec sugerem que os números a serem anunciados amanhã à noite pelas urnas eletrônicas podem consagrar o prefeito Edivaldo Jr.. Pela campanha que realizou e pelo volume de obras que apresentou, ele reúne todas as condições de, mesmo tendo tido atuação modesta no debate, conseguir sua reeleição neste domingo, evitando um desgastante, muito tenso e certamente cheio de riscos segundo turno.

Não é tradição das urnas de São Luís pregarem peças no eleitorado apresentando resultados completamente diferente do que a maioria esperava. Desde 1985 para cá, quase todas as eleições realizadas na Capital do Maranhão produziram resultados previsíveis. A exceção aconteceu quando Gardênia Gonçalves, de oposição ao Grupo Sarney,  derrotou Jaime Santana, codinome “Força Total”, apoiado pelo então  presidente José Sarney e todo o seu grupo, numa reviravolta espetacular. De lá para cá, deu sempre a lógica. Jackson Lago (PDT) derrotou Carlos Guterres (PMDB) em 1988, Conceição Andrade (PSB) venceu João Alberto (PFL) em 1992, Jackson Lago (PDT) derrotou João Castelo em 1996, Jackson Lago se reelegeu contra ????? em 2000, Tadeu Palácio (PDT) derrotou Gastão Vieira (PMDB) em 2004, João Castelo venceu tranquilo em 2008, mas perdeu para Edivaldo Jr. em 2012, fechando uma sequência de “pedras cantadas”.  E tudo indica que essa eleição também caminha para a repetição dessa “regra”.

Por tudo o que aconteceu até agora, a eleição do prefeito de São Luís sairá dessa estrada. Está no cargo, faz um governo razoável, não há arranhões éticos na sua gestão e, melhor dos mundos, joga no time do governador do Estado, o que lhe assegura parcerias inimagináveis até dois anos atrás. E se conseguir a reeleição e continuar na trilha da boa gestão, pode deixar o cargo como uma figura com raio de ação política que certamente ultrapassará os limites da região metropolitana da Capital.

No contraponto, surgiram no cenário político de São Luís figuras como o deputado estadual Eduardo Braide, que dificilmente terá fôlego para reverter o cenário desta eleição, mas sairá da luta com peso de gente grande e com cacife para dar passos muitos maiores do que reeleição para a Assembleia Legislativa, podendo desde já se credenciar para o embate de 2020 em São Luís. Numa outra perspectiva, o deputado Wellington do Curso também se credenciou para continuar na briga pelo Palácio de la Ravardière. Nesse contexto, Eliziane Gama poderá investir todos os seus recursos na sua brilhante carreira parlamentar, na qual poderá contribuir muito intensamente para melhorar o perfil político do Maranhão. O mesmo pode acontecer com Fábio Câmara, que sairá da Câmara Municipal para brigar por uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2018, situação que cabe perfeitamente no perfil da vereadora Rose Sales (PMB). Quanto a Zéluiz Lago (PPL) Cláudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros (PSOL), prestaram e certamente continuarão prestando um excelente à democracia no Maranhão. Os dois últimos são políticos que por das suas radicais posições ideológicas não atraem votos, mas são respeitados pela sociedade, como mostram os seus baixíssimos percentuais de rejeição.

A avaliação acima não significa dizer que a Coluna está desenhando o desfecho da eleição de amanhã. Nada disso. O cenário rascunhado é apenas um exercício, que pode estar equivocado, mas que tem o suporte da lógica. Quanto ao desfecho da eleição de amanhã, só as urnas dirão.

 

PONTO & CONTRAPOONTO

ESPECIAL

31 um nomes para uma boa Câmara Municipal

Tão importante quanto a eleição do prefeito de São Luís será a composição da Câmara Municipal que sairá das urnas eletrônicas neste domingo. Todas as avaliações ouvidas pela Coluna indicam que haverá uma alentada renovação no legislativo municipal, mas também que boa parte dos vereadores com maior peso político se reelegerá, como o atual presidente da Casa, Astro de Ogum (PR), que todas as previsões apontam como um dos que serão mais votados. Nesse contexto e com base na lista de mais de 600 candidatos, RepórterTempo  montou uma Câmara com a maior diversidade possível, reunindo representantes dos mais diversos segmentos organizados da sociedade, de modo a permitir que São Luís se veja no plenário do Palácio Pedro Neiva de Santana. Nela constam, oor exemplo, nomes como o advogado e escritor Ivan Sarney (PTB), que foi vereador e presidiu a Casa, o jornalista Batista Matos (PCdoB), ex-secretário de Comunicação do Município, e o Coronel Ivaldo (PSL), entre outros militantes de peso nas suas áreas de atuação. Os 31 nomes sugeridos pela Coluna não tiram o méritos dos demais candidatos, que, cada um à sua maneira, poderá, se eleito, representar bem os seus eleitores, desde que se empenhem de fato no trabalho e exerçam o9 mandato com correção pessoal e honestidade política. Seguem os 31 nomes que poderiam formar uma Câmara Municipal atuante e representativa:

 

ivansarneyIvan Sarney (PTB) 14665: advogado, escritor, poeta e servidor público com larga folha de serviços prestados ao Maranhão, principalmente à cidade de São Luís. Entre outras funções que exerceu, foi superintendente do Iphan no Maranhão, cargo no qual lançou as bases para a preservação do acervo de arquitetura colonial portuguesa. Foi vereador por dois mandatos e presidiu a Câmara Municipal. Como cronista, dedicou praticamente toda a sua obra a uma espécie de campanha por meio da qual estimulou manifestações de amor à cidade.

pedrolucasPedro Lucas Fernandes (PTB) 14000: luta pela reeleição com a autoridade de quem realizou o primeiro mandato com uma ação política firme e voltada para os extratos mais necessitados da sociedade ludovicense, destacando-se como um dos bons representantes da nova geração de políticos.

astroAstro de Ogum (PR) 22110: um dos mais hábeis e ativos políticos de São Luis. Atualmente exercendo o segundo mandato consecutivo de  presidente da Câmara Municipal, conquistado como muita habilidade nas articulações políticas. É considerado um dos “craques” da Câmara

batistamatosBatista Matos (PCdoB) 65012: jornalista e  militante comunitário, trabalhou nos principais órgãos de imprensa de São Luís, é vereador suplente, já tendo assumido várias vezes. Foi secretario municipal der Comunicação Social no atual Governo municipal.

ivaldo-rodriguesIvaldo Rodrigues (PDT): militante político saído do movimento estudantil  no final do século, tendo sido um dos jovens militantes , mais próximos do ex-governador Jackson Lago. Está no terceiro mandato e defende  a continuação do prefeito Edivaldo Jr. no comando da cidade.

pedrosa-4Raimundo Pedrosa (PSOL) 50500: advogado militante na defesa dos movimentos sociais, foi diretor de Direitos Humanos da OAB. Disputou o Governo do Estado em 2014, quando fez uma campanha o tornou respeitado no meio político e na sociedade.

zeraimundotvZé Raimundo MA TV (PRB) 10111: um dos mais atuantes jornalistas do Maranhão, titular do programa Maranhão TV. Foi repórter especial da Rede Globo no Maranhão e dedicou parte do seu trabalho à propagação da cultura popular. Foi deputado estadual e vereador.

pavao-filhoPavão Filho (PDT) 12000: um dos políticos mais atuantes da sua geração, exerce mandatos parlamentares desde o século passado, ora como deputado estadual, ora como vereadores de São Luís, tendo passado também por secretarias de Estado.

chocolateProfessor Chocolate (PT) 13610: um dos mais atuantes militantes do PT de São Luís. Atua fortemente no magistério, já tendo sido candidato a vereador.

 

chicocarvalhoChico Carvalho (PSL) 17000: político consolidado há décadas, sempre atuou na seara municipal, tendo sido presidente da Câmara Municipal. Atualmente, comanda o PSL no Maranhão e está disputando o sexto mandato de vereador da Capital.

anibal-linsAníbal Lins (PROS) 90121: funcionário do Poder Judiciário, tem forte atuação política como líder e presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça.

 

barbasoeiroBárbara Soeiro (PSC) 20636: mulher do jornalista e radialista Albino Soeiro, assumiu o espaço politico criado pelo marido e assumiu a condição de líder.

 

afonso-manoelAfonso Manoel (PRP) 44123: foi um dos mais importantes líderes empresariais da sua geração, mas preferiu mergulhar na política juntamente com sua mulher, a atual vereadora licenciada e secretária Municipal de Saúde, Helena Duailibe.

cironolascoCiro Nolasco (PTC) 36777: jornalista, é militante tem como dedicado às causas sociais, atuando  no movimento de defesa das comunidades mais pobres.

 

honoratoferHonorato Fernandes (PT) 13444: atua na área do magistérios e é um dos mais atuantes

 

umbalino Umbelino Júnior (PPS) 23000: médico e com atuação forte em algumas condições em São Luís.

 

pereirinhaPereirinha (PSL) 176333: um dos mais forte vereadores de São Luís, presidiu a Câmara Municipal o dois mandatos.

 

saulo-arcangeliSaulo Arcangeli (PSTU) 16123; um dos mais ativos militantes da ultra-esquerda, foi candidato a prefeito e a governador em pleitos anteriores.

marciallimaMarcial Lima (PEN) 51555: radialista, é considerado um dos mais importantes profissionais de do rádio e da TV no Maranhão.

 

osmarfilhoOsmar Filho (PDT) 12123: um dos políticos mais atuantes da nova geração de São Luís. Foi vereador, atualmente é suplente e integra a assessoria especial do prefeito Edivaldo Jr., de quem é secretário.

coronelivaldoCoronel Ivaldo (PSL) 17190: oficial da PM notabilizado por sua intolerância para com o crime organizado.

 

cristovamCristovam (PSL) 17013: engenheiro civil é,atualmente suplente de deputado estadual. Pertencente aos quadros da Caema, marcou sua passagem pela Assembleia Legislativa com discursos bem fundamentados sobre saneamento básico em São Luís.

chaguinhasChaguinhas (PDT) 11789: vem do movimento com unitário na região do Tirirical.

 

gutembergvereadorDr. Gutemberg (PSDB) 45000: médico respeitado em São Luís, é um dos líderes do PSDB de São Luís.

 

herbertmoraisHerbet Morais(PCdoB) 65610: administrador e blogueiros. Atua fortemente com um trabalho comunitário

 

cosmoferrazDr. Cosmo (PHS) 31000: médico e desportista está brigando pelo quinto mandato

 

raimindopenhaRaimundo Penha (PDT) 12012: vem do movimento estudantil e foi secretário municipal de Juventude.

 

sirlanSirlan Souza (PP) 11010: Jornalista, apresentadoara de TV com destaque no longo período em que apresentou telejornais da TV Mirtinte.

 

professorlisboaProfessor Lisboa (PCdoB) 65236: vereador com atuação forte, buscando a reeleição.

 

uchoaSebastião Uchôa (PSL) 17014 delegado de Polícia com trabalho forte no sistema prisional do Maranhão.

 

katialobao-1 Kátia Lobão (PP) 11211: médica, com atuação forte em São Luís.

 

São Luís, 30 de Setembro de 2016.