4,6 milhões de eleitores elegem hoje 217 prefeitos e milhares de vereadores; desfecho em São Luís é imprevisível

 

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Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama e Eduardo Braide correram na etapa final da campanha para garantir melhor posição no eleitorado, que já está quase todo definido

Um exército de 4,6 milhões de eleitores irá hoje às urnas para escolher 217 prefeitos e mais de dois mil vereadores no Maranhão. Para tanto, estão registrados 733 candidatos a prefeito e 18.204 candidatos a vereador. Tecnicamente, serão as eleições mais importantes dos últimos tempos, porque acontecerão sob novas regras. São Luís, que reúne cerca de 15% do eleitorado maranhense, registrará o maior movimento do processo eleitoral: seus 659.779 eleitores elegerão o prefeito entre nove candidatos, e 31 vereadores entre 624 candidatos. Politicamente, as eleições de hoje no Maranhão representam a oportunidade que o eleitorado tem para definir seu futuro nos próximos tempos, devendo optar pela consolidação do movimento político liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), permitir que novas forças surjam no contexto político estadual, entre elas a liderada pelo senador Roberto Rocha, ou promover uma reviravolta e devolver o comando ao Grupo Sarney. Todos os sinais emitidos até aqui indicam que a primeira opção emergirá das urnas fortalecida e que as demais sairão com pesos diferentes em plano secundários, mas ainda assim vivas.

Maior colégio eleitoral do Maranhão e cuja definição influencia uma ampla região no seu entorno, São Luís chega ao dia do encontro com as urnas com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) na posição de franco favorito, mas enfrentando a incerteza de liquidar ou não a fatura em turno único ou ter de enfrentar uma desgastante segunda volta, de acordo com o que indicam pesquisas de opinião. Tem seguramente mais de 40% das intenções de voto, seguido do candidato do PP, Wellington do Curso, com algo em torno de 25%; da candidata do PPS, Eliziane Gama, que estaria na casa dos 9%; do candidato do PMN, Eduardo Braide, com 8%, e de Fábio Câmara (PMDB), Rose Sales (PMB), Zéluiz Lago (PPL), Valdeny Barros (PSOL) e Cláudia Durans, que somam, juntos 9%, e de 2,63% de votos nulos e 3,75% de indecisos. A reeleição do prefeito Edivaldo Jr. representará, grosso modo, a vitória do  governador Flávio Dino; a derrota  do prefeito comprometerá seriamente o projeto de poder do governador.

Esse serão enredo da disputa em Imperatriz, onde a candidata apoiada pelo Palácio dos Leões, Rosângela Curado (PDT), enfrenta muitas dificuldades na disputa como ex-prefeito Ildon marques (PSB) e o candidato do PMDB, Assis Ramos. A disputa ali está roteirizada como um embate entre o governador Flávio Dino, o senador Roberto Rocha (PSB) e o Grupo Sarney. O governador tem 70% de aprovação em Imperatriz, mas se sua candidata perder a eleição, ele enfrentará problemas na segunda maior cidade maranhense. A situação se inverte em Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do estado, onde o prefeito Luciano Leitoa (PSB) caminha se reeleger num embate duro e sem trégua com o deputado Alexandre Almeida (PSD), num pleito renhido.

Os ventos favoráveis sopram também para o grupo liderado pelo governador Flávio Dino em Caxias, onde o prefeito Léo Coutinho (PSB), do grupo liderado pelo deputado Humberto Coutinho (PDT), caminha para impor derrota ao candidato Fábio Gentil, que lidera uma frente articulada pelo ex-prefeito Paulo Marinho (PMDB), que tem por trás o aval do Grupo Sarney.  Em São José de Ribamar, o quarto maior colégio eleitoral do Maranhão, o ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB), que não tem adversários, será eleito com o apoio do Palácio dos Leões. Situação que não é a mesma em Paço do Lumiar, que tem o oitavo eleitorado maranhense, onde o candidato apoiado pelo Palácio dos Leões, Domingos Dutra (PCdoB), trava uma guerra com ex-prefeito Gilberto Aroso (?), que é apoiado pelo Grupo Sarney, tornando o desfecho ali imprevisível.

Em Bacabal, o candidato do PMDB, deputado Roberto Costa, apoiado pelo Grupo Sarney, mas também com a simpatia política do Palácio dos Leões, enfrenta o poder de fogo do ex-prefeito José Vieira (PP), que é ficha suja e concorre sustentado por uma liminar precária e que se juntou com o prefeito José Alberto e outros chefes políticos, numa campanha financeiramente desigual. Mesmo assim, todos os ventos estão soprando em favor do candidato pemedebista, que é respeitado como um dos mais importantes políticos da nova geração. E no contexto desses exemplos de disputa, o caso mais emblemático é o de Coroatá, onde, sob o comando do ex-deputado Ricardo Murad, a prefeita Tereza Murad (PMDB), enfrenta uma guerra dificílima contra Luiz da Amovelar Filho (PSB). Ali, o clima de tensão aumentou fortemente na reta final devido ao fato de que se tornou questão prioritária para o Palácio dos Leões apear o ex-deputado do comando de Ricardo Murad no município. Para o Grupo Sarney, é fundamental manter Murad no controle de Coroatá.

Esse confronto eleitoral está em curso em todos os municípios, expostos e exacerbado em muitas cidades, equilibrado em outras e camuflado em algumas vale repetir, vai desenhar o novo perfil político o Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas apontam turno único e também desfecho imprevisível

Eleitores e candidatos de São Luís passaram ontem o dia sob o impacto de três pesquisas – Escutec, Data M e Econométrica -, que apresentaram números diferentes, com a primeira sugerindo que haverá segundo turno e as outras duas anunciando que o prefeito Edivaldo Jr. será reeleito em turno único.

A pesquisa Escutec, publicada na edição de fim de semana de O Estado do Maranhão, informa que o prefeito Edivaldo Jr. tem 41,5% das intenções de voto, seguido de Wellington do Curso (27,5%), Eliziane Gama (8,38%), Eduardo Braide (7,25%), Fábio Câmara (4%), Rose Sales (2,75%) e Zéluis Lago, Valdeny Barros e Cláudia Durans, que somam 2,25%. Por essa pesquisa, haverá segundo turno, no qual Edivaldo Jr. disputará provavelmente com Wellington do Curso.

Feita pelo instituto Econométrica, a segunda pesquisa, informa que o prefeito Edivaldo Jr. alcançou 48,3% das intenções de votos e deverá ser reeleito em turno único, já que os demais candidatos totalizaram 41,25% das preferências do eleitorado. Mesmo levando em conta que os 10% de nulos, brancos e indecisos, e também a margem de erro de 3% para mais ou para menos, se os números apurados forem confirmados, o pleito será decidido hoje com a reeleição do prefeito Edivaldo Jr..

A pesquisa Data M é mais enfática ao afirmar a parada eleitoral será decidida em um só turno, tendo apurado que o prefeito Edivaldo Jr. tem 48,9% das intenções de voto – percentual igual ao da Econométrica, diferindo apenas em seis décimos. A diferença expressiva está no percentual de Wellington do Curso, que aparece com apenas 18,1%, bem menos do que recebeu na pesquisa Econométrica, e o de Eliziane Gama, que desabou para 5,1%, sendo ultrapassada com folga por Eduardo Braide, recebeu 11,7% das intenções de voto. Nesse levantamento final, Fábio Câmara aparece com 2,5% e os outros, somados, têm 5,1%. Nessa pesquisa, brancos, nulos e indecisos somam 11,1%. Feitas todas as contas, o prefeito de São Luís será reeleito com folga, segundo o Data M.

O cruzamento das três pesquisas indica que o prefeito Edivaldo Jr. está a um passo de alcanças mais de 50% dos votos válidos, resolvendo a disputa na votação de hoje. O que está difícil de prever é o desempenho de Wellington do Curso e de Eliziane Gama, que nos últimos dias vêm travando uma guerra de informações exatamente sobre números de pesquisa. As simulações para um eventual segundo apontam vitória folgada sobre o candidato do PP e, mais ainda, sobre a candidata do PPS.

 

São Luís, 01 de Outubro de 2016.

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