Arquivos mensais: abril 2016

Em outra reviravolta comandada pelo presidente Eduardo Cunha, bancada maranhense deu maioria a favor do impeachment

 

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Alberto Filho, André Fufuca, Hildo Rocha, Cléber Verde, João Castelo, Eliziane Gama, José Reinaldo Tavares, Sarney Filho, Juscelino Filho e Victor Mendes: votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, após muitas pressões nos bastidores

 

A oposição pressionou e conseguiu reverter a maioria que no início da semana passada estava desenhada na bancada maranhense para votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A ciranda das articulações demonstrou que as forças do governo estavam mesmo isoladas na Câmara Federal, tanto que nem reforços importantes – como o do governador Flávio Dino (PCdoB), por exemplo – foram suficientes para reverter a tendência que começou a se materializar já da terça-feira, num movimento agressivo que culminou com o empate (9 a 9) na noite de sexta-feira.  O governador retornou a São Luís naquela noite certo de que havia, pelo menos, equilibrado o jogo, tendo convencido o deputado José Reinaldo Tavares (PSB) a contrariar o seu partido e votar contra o impeachment. No final, 10 deputados votaram pelo impeachment e oito deram votos contrários. Um placar equilibrado, bem disputado, se levado em conta o que aconteceu na maioria dos estados.

O voto que quebrou o empate e sacramentou a vitória do “sim” na bancada maranhense foi o do deputado José Reinaldo. A começar pela maneira como ele o justificou; primeiro pedindo desculpas ao seu amigo e aliado governador Flávio Dino, que tentou convencê-lo a apoiar a presidente Dilma Rousseff. O ex-governador, no entanto, sacou do colete situações por que passou durante o governo do presidente Lula. A primeira foi o “massacre” que sofreu devido ao isolamento a que seu governo foi submetido pelo Palácio do Planalto, fruto da pressão feita pela então senadora Roseana Sarney (PMDB). Naquele momento, José Reinaldo fez tudo o que esteve ao seu alcance para estabelecer um canal com o Governo, mas todas as suas tentativas foram minadas pelo poder de fogo dos senadores José Sarney (PMDB) e Roseana Sarney – os dois tinham poder até para proibir a vinda de ministros ao Maranhão. O deputado trouxe à tona o processo no qual a cúpula do Grupo Sarney, com o beneplácito do PT, minou e derrubou o governador Jackson Lago (PDT) em abril de 2009, com base em denúncias à Justiça Eleitoral.  “Só eu sei o que sofri, e não posso esquecer tudo isso e votar contra o impeachment fazendo de conta que nada aconteceu”, disse José Reinaldo à Coluna no final da manhã, quando ainda estava sob forte pressão.

Ao votar a favor do impeachment, José Reinaldo na verdade confirmou uma tendência clara, que vinha desenhando nos artigos que publica às terças-feiras no Jornal Pequeno. Ele admite que chegou perto de sucumbir aos apelos do governador e amigo Flávio Dino, mas as cicatrizes que ficaram das suas relações com o PT durante o seu governo (2001 a 2006) falaram mais alto, impedindo-o de atender ao amigo governador.

No mais, os votos da bancada seguiram caminhos os mais diferentes. Os que votaram pelo impeachment tiveram as seguintes motivações: Eliziane Gama (PPS) votou pelo impeachment seguindo a orientação do seu partido; João Castelo (PSDB) jamais poderia contrariar a posição do tucanato; André Fufuca (PP) jogou no time do presidente Eduardo Cunha e ainda ganhou o comando do PP no Maranhão; Sarney Filho justificou o voto como sendo uma orientação, mas ele votaria pelo impeachment de qualquer maneira, dados os laços que mantém com o PSDB; Victor Mendes (PSD) seguiu a orientação do seu partido, mas o que corre nos bastidores é que ele cedeu às pressões que recebera de Roseana Sarney, com quem teria tido uma discussão dura; Cléber Verde (PRB) entrou na “onda” do PRB, mas na verdade seguiu orientação de Eduardo Cunha, a quem é muito ligado; e Juscelino Filho ganhou o comando estadual do DEM, saindo do quase anonimato para o centro das decisões.

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Weverton Rocha, Pedro Fernandes, Júnior Marreca, Rubens Jr., Waldir Maranhão, Zé Carlos e João Marcelo votaram con tra o impedimento da presidente Dilma

Já os que votaram contra o impeachment o fizeram pelos seguintes motivos: Weverton Rocha (PDT), que lidera seu partido na Câmara, respeitou fielmente a posição pedetista de brigar pelo mandato presidencial; Rubens Jr. (PCdoB) seguiu à risca a orientação do PCdoB, reforçando sua atuação – que foi intensa -, com a orientação do governador Flávio Dino; João Marcelo (PMDB) votou com a presidente contrariando orientação do seu partido, por não concordar com os argumentos que embasam a acusação; Pedro Fernandes (PTB) foi claro: não aceita a acusação e avalia que o processo afronta a Constituição e caracteriza um golpe; Júnior Marreca (PEN) firmou posição contra o impeachment invocando princípios políticos que não aceitam a destituição da presidente pelo Congresso, que na sua avaliação “precisa se limpar primeiro”;  Aluísio Mendes (PTN) também bateu na tecla da inconsistência da denúncia e disse que sua consciência não o deixou concordar com a acusação;  Waldir Maranhão (PP) pediu desculpas a Eduardo Cunha, a quem chamou de “meu comandante”, e disse que votava contra o impeachment para defender a democracia. Zé Carlos (PT) repetiu o discurso dos aliados da presidente Dilma Rousseff denunciando o “golpe”.

Ao final da votação, ficou claro que muitos desdobramentos estão a caminho e impactarão a bancada até que o processo seja concluído pelo Senado, que condenará ou absorverá a presidente da República.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Agora a guerra é no Senado
senadores
João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha: a bola do impeachment da presidente Dilma agora é com eles

Começou ontem mesmo a batalha decisiva do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que acontecerá primeiro nos bastidores e depois no plenário do Senado da República. Nesse confronto final das forças pró e contra o mandato da presidente da República estarão envolvidos 81 senadores, sendo três deles maranhenses; João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB). Na bancada do Maranhão, a presidente Dilma Rousseff deve ganhar por dois votos contra um, placar que dificilmente será alterado. E mais do que isso, as chamadas forças externas não terão influência sobre os votos dos senadores pemedebistas, que por razões diferentes são fechados com a presidente da República, independentemente do que o restante dos senadores vier a decidir. Já o voto do senador socialista será dado por pressão do partido.

 

 

São Luís, 18 de Abril de 2016.

 

Luta por votos na guerra do impeachment Dino se fortalece e Roseana se desdobra para recuperar força política

 

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Dino e Roseana alimentam a guerra política nos bastidores da guerra do impeachment que movimenta Brasilia e o País

Independente do resultado que aparecer hoje no painel eletrônico da Câmara Federal, com a maioria dos deputados autorizando ou não o Senado da República a instaurar um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), uma realidade será desenhada com muita clareza: a crise revelou que a luta pelo Poder no Maranhão, travada pelo grupo comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e o que restou do Grupo Sarney – que reúne o braço estadual do PMDB, PV e outros partidos menores, além de alguns aliados, mas não subordinados – continua acirrada, sem a menor possibilidade sequer de uma trégua. No embate entre as forças que defendem a presidente Dilma Rousseff e as que querem derrubá-la se enfrentam governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney. Para Dino, a crise política atual é só um momento na sua trajetória; para Roseana, essa guerra é uma questão de vida ou morte política para ela e seu grupo.

O governador Flávio Dino entrou de cabeça na defesa da presidente Dilma Rousseff embalado por três fatores essenciais para quem pratica uma política por consciência: a proximidade ideológica com a presidente, a identificação forte com a linha programática do Governo do PT e, finalmente, a convicção jurídica e política de que o processo de impeachment proposto pela oposição não tem base legal, afronta a Constituição e, por isso, caracteriza um “golpe”. Com esse lastro, o governador está disposto a encarar resultados e consequências, motivado principalmente pela certeza de que defende a bandeira correta e também porque, mesmo acontecendo o pior, suas convicções não serão mudadas e, cedo ou tarde, a História lhe dará razão.

A ex-governadora Roseana Sarney não se move por convicções jurídicas ou doutrinárias, mas pelo mais puro e forte pragmatismo. Sua lógica – que é a do PMDB e a do ex-presidente José Sarney – é a do jogo político – puro ou duro, dependendo das circunstâncias – sem idealismo, mas que gera resultado e poder. Protagonista maior da história política do Maranhão nas duas últimas décadas, a trajetória de Roseana demonstra isso com clareza solar. A aliança com os tucanos nos governos de FHC, com todos os altos de baixos, desconfianças de ambos os lados e tentativas de rasteiras de um e de outro, foi mantido até o momento em que os interesses – a sucessão presidencial de 2002 – se chocaram violentamente. Roseana e seu grupo migraram para o barco liderado por Lula, que se mostrava imbatível. Manteve a relação até um mês atrás, quando embarcou na maioria pemedebista e passou a ser uma agente ativa na “grande conspiração” comandada pelo vice-presidente Michel Temer para viabilizar o impeachment.

No cenário da crise, o governador do Maranhão está sendo visto como uma espécie de “herói”, a começar pelo fato de que se posicionou aberta e corajosamente no lado supostamente mais fraco. Com a experiência de quem veio do movimento estudantil e já viveu muitos momentos dramáticos e decisivos da política “adulta”, Flávio Dino sabe que atitude como a dele tem preço e riscos políticos elevados. Sabe, por exemplo, que não terá vida fácil num eventual governo do PMDB, comandado por Michel Temer, que certamente entregará os assuntos do Maranhão ao Grupo Sarney. Mas calcula também que se o Governo Dilma Rousseff sobreviver, ele terá força descomunal, com poder para triturar o que restou do sarneysismo em embates futuros. Além disso, ganhando ou perdendo na “Guerra do Impeachment”, Dino sairá com um quadro político de larga envergadura e projetado nacionalmente, politicamente correto e confiável.

O cenário para Roseana Sarney e seu grupo no pós-crise não é muito claro. Se a presidente Dilma for derrubada, Michel Temer, ninguém duvida que o PMDB do Maranhão possa recuperar pelo menos parte da musculatura que perdeu com a derrota de 2014. Mas reunirá força suficiente para reverter a clara tendência de vitória do grupo de Dino nas eleições municipais e, assim, cacifar o PMDB para o grande embate eleitoral de 2018? Há quem acredite, mas há também que não aposta nisso, preferindo entender que o Grupo Sarney encerrou de vez seu ciclo na política do Maranhão. Os observadores mais cautelosos lembram a maestria do Grupo Sarney no uso do poder. Mas até mesmo esses lembram que em 2018 Flávio Dino estará no auge do seu mandato e que dificilmente ele será derrotado nas urnas, principalmente se o seu grupo for bem sucedido nas eleições municipais.

O fato é que a crise nacional, com ou sem impeachment será um marco no cenário político do Maranhão, no qual o governador Flávio Dino reforçará o seu poder de fogo político, enquanto que Roseana, mesmo prestigiada num eventual Governo Temer – pode até ser ministra -, tem futuro político rigorosamente incerto.

Placar

Até onde a Coluna acompanhou ontem, a bancada maranhenses mantinha a divisão sobre o impeachment: 9 x 9

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Depois de brigar por votos em Brasília, Dino visita obras em São Luís
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Dino e assessores vistoriam obras do Governo do Estado no interior da Ilha

Depois de articular durante dois dias em Brasília, tempo em que conseguiu quebrar o desânimo de alguns segmentos do governo e reverter votos dados como certos contra a presidente Dilma Rousseff, o governador Flávio Dino retornou a São Luís na noite de sexta-feira. Já na manhã de sábado saiu logo cedo para vistoriar uma série de obras do Governo do Estado em diferentes regiões da Ilha. Quem esteve com o governador garante que ele estava descontraído e demonstrando confiança de que a presidente Dilma teria superado o pior momento e conseguido votos suficientes para barrar o processo de impeachment na Câmara Federal. Nas mais de três horas que circulou pela Ilha, onde visitou canteiros de obras, o governador estava inteiramente focado nas obras que inspecionava, querendo explicações detalhadas sobre o que está sendo feito, ora aprovando, ora demonstrando insatisfação com esse ou aquele detalhe. A expectativa era a de que ele retornaria a Brasília ontem à noite, para acompanhar o desenrolar da votação ao lado da presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.

Sarney mantém silêncio sobre impeachment
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Sarney mantém silêncio sobre  o pedido de impeachment

Jornalistas e políticos tentaram de todas as maneiras arrancar do ex-presidente José Sarney (PMDB) sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Todos os esforços fracassaram. José Sarney se manteve em silêncio sepulcral nesse particular, por julgar que não é parte do eleitorado que vai decidir o futuro da presidente da república, por isso não tem que tornar pública sua opinião sobre esse processo. Sarney já teria dito várias vezes que o Governo Dilma teria acabado, mas não soltou uma só palavra sobre o processo propriamente dito.  Para muito, o silencio do ex-presidente equivale a uma declaração de apoio ao PMDB, portanto ao processo de impeachment.

 

Placar

Até onde a Coluna acompanhou ontem, a bancada maranhenses mantinha a divisão sobre o impeachment: 9 x 9

São Luís, 16 de Abril de 2016.

Nova reviravolta na bancada do Maranhão: Dino entra no jogo e consegue equilibrar as forças num empate de 9 X 9

 

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Flávio Dino, Dilma Rousseff, Waldir Maranhão e Márcio Jerry comemoram, no Palácio do Planalto, a radical virada de voto de 1º vice presidente da Câmara Federal
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Weverton Rocha, Aluísio Mendes, Zé Carlos, João Marcelo, Júnior Marreca, Pedro Fernandes, Rubens Jr. , Waldir Maranhão e José Reinaldo : todos co ntra o impeachment da presidente Dilma

Como que num jogo em que os times se desfazem e os jogadores são liberados para o “salve-se quem puder e como puder”, a maioria dos partidos com representação na Câmara Federal desfez suas bancadas e libertaram os deputados para votarem “de acordo com as suas consciências” para autorizar ou não a abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os 18 integrantes da bancada do Maranhão passaram pelos mais diferentes corredores de pressão montados nos bastidores, e em apenas cinco dias, o placar que era de 10 votos contra o impeachment, cinco a favor e três indecisos virou para nove a favor do impeachment, nove contra. No final da tarde de ontem, de novo a maioria dos votos voltou a favorecer a presidente da República, graças, principalmente, à entrada do governador Flávio Dino (PCdoB) no cenário das articulações, mas o empate veio em seguida. A ação de Dino reverteu a posição do deputado Waldir Maranhão (PP), que de novo retornou ao grupo de apoiadores da presidente; e tirou da indecisão o deputado José Reinaldo Tavares (PSB), que decidiu votar contra o impeachment. Mas em seguida, or pressão da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), o pemedebista Hildo Rocha pulou para a oposição.  Se não houver mais mudanças – tudo é possível nesse momento – serão nove votos contra o impeachment e nove a favor.

Na noite de segunda-feira, o placar era o seguinte: contra o impeachment: Weverton Rocha (PDT), Pedro Fernandes (PTB), Zé Carlos (PT), Victor Mendes (PSD), Rubens Jr. (PCdoB), Júnior Marreca (PEN), Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo Souza (PMDB), Alberto Filho (PMDB), Aluísio Mendes (PTN).  A favor do impeachment: Eliziane \gamas (PPS), João Castelo (PSDB), Sarney Filho (PV), Juscelino Filho (DEM) e André Fufuca (PP). Indecisos: José Reinaldo Tavares (PSB), Cléber Verde (PRB) e Waldir Maranhão (PP).

Ontem, no início da noite, o quadro mudou radicalmente, e os deputados estavam assim divididos: a favor do impeachment: Eliziane Gama, Alberto Filho, Hildo Rocha, João Castelo, Juscelino Filho, Sarney Filho, André Fufuca, Victor Mendes e Cléber Verde. Contra o impeachment: Weverton Rocha, Aluísio Mendes, João Marcelo Souza, Júnior Marreca,  Zé Carlos, Rubens Jr., Pedro Fernandes, Waldir Maranhão e José Reinaldo Tavares.

Como se vê, foi uma virada radical, com quatro deputados – Hildo Rocha,  Alberto Filho, Cléber Verde e Victor Mendes – migrando das fileiras de apoio à presidente Dilma Rousseff para as fileiras da oposição que defende o impedimento da presidente. Outro, Waldir Maranhão, saindo da oposição e voltando para a base governista. E, finalmente, o único indeciso, José Reinaldo Tavares, saindo do isolamento para votar a favor da presidente. Essa migração nas duas direções se deu em meio ao jogo bruto das pressões que se instalou no eixo Congresso Nacional-Palácio do Planalto. Em meio a uma frenética onda de reuniões realizadas por ambas as correntes, todas destinadas a “virar votos”, três dos quatro parlamentares que reviram posições sucumbiram às pressões da oposição e às promessas de que dias melhores viram e que seus afilhados entronizados em cargos federais na região serão mantidos num provável Governo Michel Temer.

Primeiro vice-presidente da Câmara Federal e aliado de proa do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com quem vem fazendo dobradinhas polêmicas, Waldir Maranhão jogou o jogo mais longo que poderia jogar. Primeiro se situou nas fileiras governistas, garantindo voto contra o impeachment e assim – dizem – garantindo alguns privilégios a ele concedidos pela presidente Dilma Rousseff. Mas tão logo percebeu que a “onda” contra a presidente estava se formando, ele aprovou o desembarque do PP da base governista e declarou-se favorável ao impeachment na tarde de quinta-feira, de modo que amanheceu a sexta-feira no quadro de inimigos da presidente da República. Só que no final da tarde de ontem, depois de algumas conversas, uma delas com o governador Flávio Dino, deixou a oposição e retornou à bancada governista.

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Sarney Filho, Eliziane Gama, André Fufuca, João Castelo, Cléber Verde, Hildo Rocha, Alberto Filho, Juscelino Rezende e Victor Mendes votos a favor do impeachment da presidente da República

O deputado Alberto Filho seguiu o mesmo caminho. Inicialmente, se posicionou contra o impeachment, certamente agradecido por ter conseguido liberar recursos para 20 quilômetros de asfalto em Bacabal, onde seu pai, José Alberto, é prefeito, e por alguns cargos nos quais conseguiu emplacar afilhados, como nos Correios, por exemplo. Sabe-se, porém, que tinha “compromisso” com Eduardo Cunha e foi colocado contra a parede. Andou ensaiando resistir às pressões, mas aproveitou a guinada do PMDB e se posicionou junto com os quase 60 deputados pemedebistas que decidiram somar forças para derrubar a presidente Dilma, anunciando sua posição logo após a reunião.

São várias as versões para a virada de mesa protagonizada pelo deputado Victor Mendes (PSD). A mais corrente delas é a de que sua mudança de contrário para favorável ao impeachment teria sido uma pressão forte feita pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que teria lhe cobrado obediência política invocando o fato de tê-lo mantido como seu secretário de Meio Ambiente. No diálogo, Roseana teria alegado o fato de que a sua família sempre ajudou a família do deputado, o que ele teria retrucado que a família dele ajudou mais à família dela ao longo de muítos anos. Em princípio, Victor Mendes deixou claro que não se dobraria à pressão da ex-governadora, mas logo em seguida deixou o grupo de apoiadores de Dilma, e ontem confirmou posição favorável ao impeachment.

Surpreendeu a muitos a guinada do deputado Hildo Rocha, que já estava consolidado como voto contra o impeachment. Nos bastidores o que correu foi que a mudança se deu por pressão da ex-governadora Roseana Sarney. Roseana já tinha tentado mudar o voto de Rocha, mas ele reagiu e não aceitou a cobrança. Mas quando correu a informação de que Waldir Maranhão havia voltado à base do Governo, a pressão sobre Hildo Rocha foi violenta e ele não resistiu.

A definição do deputado José Reinaldo Tavares se deu depois de uma longa conversa com o governador Flávio Dino, que pediu o seu apoio à presidente Dilma. José Reinaldo tem sido um duro crítico do Governo, mas todas as suas críticas são honestas e com fundamento. Além disso, o seu partido, o PSB, está contra a presidente. Não foi fácil, mas o ex-governador ouviu os apelos do governador e decidiu apoiar a presidente, correndo todos os riscos políticos de uma decisão desfavorável.

Mas nunca é demais lembrar que o jogo continua e posições podem ser mudadas até mesmo na hora de votar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

João Alberto reafirma posição contra o impeachment
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João Alberto mantém posição contra o impeachment da presidente Dilma

O senador João Alberto tem sido fortemente pressionado por figurões do PMDB para que mude sua posição de aliado incondicional da presidente Dilma Rousseff na guerra do impeachment, levando assim o deputado João Marcelo Souza a rever o seu voto declarado contra o movimento para derrubar a chefe do Governo. João Alberto tem deixado claro que não está contrariando uma orientação do partido, porque para ele ainda está valendo o acordo por meio do qual o PMDB foi para as urnas numa aliança com o PT. Ele avalia como politicamente incorreta a posição recente do PMDB de romper com o Governo, lembrando que o seu partido tem responsabilidade direta no atual Governo.  E tem avaliado que o PMDB deveria ter permanecido na base de apoio da presidente, evitando assim que o vice-presidente Michel Temer viesse a ser acusado, como está sendo agora, de chefiar a conspiração para derrubar o Governo. Já comunicou inclusive ao próprio vice-presidente que o deputado João Marcelo votará contra o impeachment, e que se o processo chegar ao Senado, o seu voto será contra a abertura do processo. “E tenho minhas diferenças com o Governo, mas não posso concordar com o que está acontecendo. Tenho ojeriza à palavra golpe, mas é isso que estão tentando fazer com a presidente Dilma. Infelizmente”, disse o senador à Coluna.

 

São Luís, 15 de Abril de 2016.

Jogo de pressões nos bastidores do Congresso provoca mudanças na bancada maranhenses na guerra do impeachment

 

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Contra o impeachment: Weverton Rocha, João Marcelo, Aluísio Mendes, Rubens Jr., Hildo Rocha, Júnior Marreca, Pedro Fernandes e Zé Carlos

Não será surpresa se o peso das pressões virar o jogo e induza a maioria dos 18 deputados maranhenses a votar a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ontem, três deputados mudaram suas posições: Waldir Maranhão (PP), Cléber Verde (PRB) e Victor Mendes (PSD). Isso aconteceu porque, queiram ou não os simpáticos ao “politicamente correto”, no campo de batalha em que se transformou as duas Casas do Congresso Nacional, as palavras que movem a maioria são “interesse” e “conveniência”, que são, todos sabem, os combustíveis da política no Brasil. Para a grande maioria não está valendo ideologia e doutrina e programa partidários, porque, em primeiro plano, o que está em jogo é a sobrevivência de cada nas próximas eleições, e, em segundo plano, como serão situados no poder após a decisão sobre o impeachment. E não há como fazer outra leitura, porque é assim que as forças políticas se movem num momento de crise como o que está em curso e ameaça desestabilizar as instituições.

Participantes, até ontem, do time dos indecisos, os deputados Waldir Maranhão (PP), 1º vice-presidente da Câmara Federal, e Cléber Verde (PRB), que ocupa o poderoso cargo de Diretor de Comunicação da Casa, decidiu sair do isolamento e se integrar às fileiras dos que votarão pelo impeachment. O que chama atenção nos dois casos é que tanto Waldir Maranhão quanto Cléber Verde foram aquinhoados com importantes cargos federais no Maranhão. O 1º vice-presidente da Câmara tem, por exemplo, o controle do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Maranhão, e até o início da noite de ontem não constava que ele tivesse orientado seu afilhado a entregar o cargo, como mandaria a boa ética. Também o deputado Cléber Verde, que controlo o Incra e a superintendência do Ministério da Pesca no Maranhão, não orientou seus afilhados a pedir demissão.

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Pelo impeachment: Eliziane Gama, João Castelo, André Fufuca, Alberto Filho, Juscelino Filho, Sarney Filho, Waldir Maranhão e Cléber Verde

O deputado Alberto Filho foi puxado pela “onda” que se formou dentro do PMDB e que envolveu 90% da bancada pemedebista para votar pelo impeachment. Até a tarde de quarta-feira, o jovem parlamentar de Bacabal mantinha posição contrária ao impeachment, alinhando-se a um pequeno grupo do qual faziam parte três maranhenses – ele, João Marcelo Souza e Hildo Rocha. Com forte ligação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Alberto Filho seguiu a orientação do pai, José Alberto, prefeito de Bacabal, e decidiu rever sua posição e se juntar aos pemedebistas que votarão a favor da abertura de processo contra a presidente no Senado da República. Com a decisão, Alberto Filho se afasta do grupo liderado pelo senador João Alberto (PMDB), que tem posição firme e inarredável contra o impeachment.

Outra mudança movimentou o deputado Victor Mendes (PSD), que vinha integrando o grupo parlamentar contrário ao impeachment para mergulhar no oceano da dúvida. Ele se juntou ao experiente deputado José Reinaldo Tavares (PSB), que deixou para se posicionar depois de esgotadas todas as possibilidades de construção de uma terceira via, que seria a de um grande pacto nacional. Victor Mendes poderá optar por seguir a maioria da bancada do seu partido, que foi liberada, para que os deputados votem de acordo com as suas convicções. Já o deputado José Reinaldo Tavares, com o lastro que tem como ex-ministro e ex-governador, dificilmente se orientará pela conveniência partidária, devendo definir seu voto de acordo com as suas próprias avaliações.

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Indecisos: José Reinaldo Tavares e Victor Mendes

Ontem, no final da tarde, o placar era o seguinte:

Pelo impeachment: Eliziane Gama (PPS), André Fufuca (PP), Cléber Verde (PRB), Alberto Filho (PMDB), João Castelo (PSDB), Juscelino Filho (DEM), Sarney Filho (PV) e Waldir Maranhão (PP).

Contra o impeachment: Pedro Fernandes (PTB), Rubens Jr, (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), João Marcelo (PMDB), Hildo Rocha (PMDB), Aluísio Mendes (PTN), Zé Carlos (PT), Júnior Marreca (PEN).

Indecisos: José Reinaldo Tavares (PSB) e Victor Mendes (PSD).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pedro Fernandes: coerência e coragem na guerra do impeachment
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Pedro Fernandes: coerência e honestidade política em relação ao impeachment

Nesse emaranhado de posições, que se alternam a cada momento, um dos mais experientes representantes do Maranhão na Câmara Federal, o deputado Pedro Fernandes (PTB), dá um exemplo de coerência, sustentando sua posição contra o impeachment. Além das pressões externas, Fernandes enfrentou a direção nacional do seu partido, comandada pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, que desembarcou em Brasília na semana passada para pregar a favor do impeachment. Em mensagem nas redes sociais, ele revela que vem sofrendo muitas pressões para mudar sua posição e declara: “Não posso cometer essa violência à democracia que tanto queremos ver consolidada. Prefiro sofrer as críticas agora do que carregar a culpa de ter contribuído para enfraquecer o nosso sonho de ter um País republicano e verdadeiramente democrático. Por isso estou convencido de que o melhor será um grande acordo nacional”. Não é todo detentor de mandato que demonstra esse grau de coragem e de decência políticas.

 

Nonato Reis agora é cidadão de São Luís
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Entre a vereadora Bárbara Soeiro, o ex-vereador Albino Soeiro e a esposa Jose Reis, o jornalista Nonato Reis exibe o diploma de Cidadão de São Luís na Câmara Municipal

O jornalista Nonato Reis é o mais novo filho de São Luís. Ele ganhou essa condição – na verdade um status de primeira grandeza – ontem, ao receber o título de Cidadão Ludovicense outorgado pela Câmara Municipal a partir de projeto proposto pela vereadora Bárbara Soeiro (PMN). A homenagem coroa uma trajetória brilhante do jornalista que trilhou com correção e competência todas as áreas e possibilidades do jornalismo, a ponto de se notabilizar como repórter e se consagrar como cronista que enriquece as edições dominicais do Jornal Pequeno com textos muito bem armados e inteligentes. Nonato Reis se encantou e adotou São Luís como seu espaço de vida profissional e familiar desde que desembarcou na cidade, ainda criança, vindo de Viana, sua terra natal. Jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão, o agora Filho da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade militou em todos os jornais da cidade, foi correspondente de jornais do Sul, realizou trabalhos de assessoria de imprensa até tornar-se, por concurso público, jornalista do quadro do Poder Judiciário do Maranhão, cuidando atualmente da assessoria do Fórum Desembargador Sarney Costa. Deixou em cada órgão a marca indelével de um jornalismo correto, competente e responsável. A cidadania ludovicense é, portanto, o reconhecimento do seu trabalho, principalmente a vasta produção diretamente relacionada com a vida da cidade que adotou como sua, conforme acentuou a vereadora Bárbara Soeiro ao saudá-lo. A Coluna festeja a honraria e cumprimenta Nonato Reis, estendendo os cumprimentos a sua esposa e companheira, a também jornalista Jose Reis. Na mesma sessão, a Câmara Municipal concedeu também título de cidadania ao juiz de direito Sebastião Bonfim, natural de Tuntum e atual diretor do Fórum Desembargador Sarney Costa, proposto pelo vereador Osmar Filho (PDT).

 

São Luís, 14 de Abril de 2016.

Mesmo numericamente pequena, bancada maranhense na Câmara Federal tem atuação forte na guerra do impeachment

 

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Eliziane Gama, Weverton Rocha, Victor Mendes, Waldir Maranhão, Zé Carlos, Sarney Filho, João Castelo, André Fufuca, Cléber Verde, Hildo Rocha, Alberto Filho, Aluísio Mendes, José Reinaldo, João Marcelo, Juscelino Filho, Pedro Fernandes, Rubens Jr. e Júnior Marreca decidirão o futuro de Dilma Rousseff  na votação de domingo.

As próximas 48 horas serão decisivas para o futuro imediato do País. Ao longo desse tempo exíguo, forças políticas da situação e da oposição travarão, principalmente nos bastidores, uma guerra cuja batalha final terá como campo o plenário da Câmara Federal, onde 513 deputados, entre eles 18 maranhenses, decidirão se o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) será ou não aberto pelo Senado da República. Nesse contexto de grave tensão política e forte expectativa, o Maranhão tem tido papel relevante, já que alguns dos seus líderes estão diretamente envolvidos no confronto político, uns de maneira aberta e assumida, correndo todos os riscos que a situação impõe; outros agindo nos bastidores, o que não lhes tira legitimidade para participar da movimentação das forças. São os 18 deputados federais e os três senadores. Poucas bancadas têm tido participação tão forte na “guerra do impeachment” quanto a do Maranhão, com ações favoráveis e contrárias à presidente Dilma.

Os deputados José Reinaldo Tavares (PSB), Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS), Rubens Jr. (PCdoB), Sarney Filho (PV), João Castelo (PSDB), João Marcelo Souza (PMDB), Alberto Filho (PMDB), Hildo Rocha (PMDB), André Fufuca (PP), Waldir Maranhão (PP), Pedro Fernandes (PTB), Zé Carlos (PT), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (PRB), Aluísio Mendes (PTN), Victor Mendes (PSD) e Júnior Marreca (PEN) são, nesta etapa, as figuras centrais, os protagonistas do processo, porque são os seus votos que decidirão se o pedido de impeachment será aceito e encaminhado ao Senado para a instalação do processo de impedimento propriamente dito.

A bancada do Maranhão é uma das mais expressivas da Câmara Federal nesse momento; não pelo seu valor numérico – são apenas 18 representantes -, mas pelos papeis que vários dos seus integrantes estão exercendo. O Maranhão teve quatro representantes na Comissão Especial – Weverton Rocha, João Marcelo, Júnior Marreca, e num determinado momento, a deputada Eliziane Gama. Proporcionalmente, foi o segundo estado com mais membros na Comissão. E com um dado que poucos observaram: dois dos integrantes da Comissão são líderes de bancada – Weverton Rocha (PDT) e Júnior Marreca (PEN) – e um é vice-líder – João Marcelo (PMDB). Além disso, os três votaram contra o impeachment, os dois primeiros respeitando integralmente a aliança dos seus partidos com o Palácio do Planalto, e o terceiro contrariando, por convicção, a orientação da sua agremiação.

No plano geral do embate, os maranhenses têm tido papel destacado nas articulações e no confronto direto em plenário. O deputado Rubens Jr., por exemplo, vem se notabilizando como o principal artilheiro da base governista nos esforços para desmontar as artimanhas da oposição na seara judicial. Weverton Rocha, por sua vez, tem se desdobrado, individualmente e como líder do PDT, para fortalecer a posição da presidente, sendo incansável na pregação do “não ao golpe”, alcançando, para muitos, um espaço que a maioria dos demais líderes da Casa não alcançou. O deputado Sarney Filho faz o contrapeso liderando a bancada do PV para votar pelo impeachment, confirmando posição tomada pelo partido e que ele abraçou como chefe da bancada. Os deputados Aluísio Mendes, líder do PTN, e Júnior Marreca, líder do PEN, negociaram com as direções dos seus partidos e decidiram liberar as bancadas, deixando a cada deputado a liberdade de votar com o bem entender.

Um dos personagens de proa desse momento, o deputado Waldir Maranhão enfrenta situação delicada como 1º vice-presidente da Câmara Federal, preferindo, por cautela, atuar discretamente nos bastidores, para evitar exposição. Com o mandato o endurado por uma liminar da Justiça Eleitoral, e na incômoda posição de suspeito da Operação Lava Jato, o parlamentar vive forte expectativa. Se a presidente Dilma cair e o vice Michel Temer assumir, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, será o vice-presidente da República, o que assegura a Waldir o direito de comandar a Casa todas as vezes em que Cunha for presidente na ausência de Temer. No controle de alguns órgãos federais no estado, Maranhão contraria interesses e deve votar contra o impeachment da presidente Dilma.

No Senado, dos três senadores trabalham intensamente contra o impeachment. João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB são linha de frente do grupo de pemedebistas que não concordaram com o desembarque do partido do Governo, vendo na decisão do partido um mero lance de oportunismo político. João Alberto, que preside o Conselho de Ética pela quinta vez consecutiva, tem dito que não abandonará a presidente, e desde o acirramento da crise, tem sido um interlocutor de ponta do Palácio do Planalto.

Qualquer que seja a avaliação da atuação e do desempenho da bancada levará à conclusão que, proporcionalmente, nenhuma bancada regional é tão ativa nesse processo quanto a do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney faz um silêncio que grita
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Sarney: influencia mesmo se mantendo em silêncio

Mesmo considerando o luto familiar, causado pela morte do irmão mais novo Evandro Sarney, o ex-senador José Sarney está mergulhado num silêncio “ensurdecedor”, principalmente se levado em conta o fato de que o seu partido, o PMDB, encontra-se agora na linha de frente do  movimento oposicionista destinado a derrubar a presidente Dilma Rousseff. Legalista assumido, que defende com intransigência a ordem constitucional e respeita o ritual em torno do cargo de presidente da República, Sarney atuou fortemente para destronar o presidente Fernando Collor – então deputada federal, Roseana Sarney foi a coordenadora da votação do impeachment do caçador de marajá. Tem sido um dos mais ativos articuladores do PMDB nos últimos anos, e por isso ninguém acredita que esteja distanciado da crise política no seu momento mais agudo. Sim, porque no caso dele, isolamento e silêncio, podem ser armas eficientes, cujo uso, por ele, só será medido na noite de domingo, quando o plenário da Câmara Federal autorizar o processo de impeachment pelo Senado ou mandá-lo para o arquivo morto.

 

Curso de medicina a caminho de Bacabal
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Roberto Costa, Nair Portela, João Alberto e Aloísio Mercadante: buscando meios de implantar o Curso de Medicina em Bacabal, um pleito antigo do senador

O forte clima de tensão política não impediu de que se discutisse em Brasilia projetos que interessam, de fato, à população. Em meio a isso, o deputado estadual Roberto Costa (PMDB) ficou a um passo de comemorar uma grande conquista para Bacabal. Se os compromissos que obteve do ministro da Educação, Aluízio Mercadante, a principal cidade do Médio Mearim terá em pouco tempo um Curso de Medicina em funcionamento. O acordo foi firmado em audiência realizada terça-feira, em Brasília, no Ministério da Educação, com a participação do senador João Alberto (PMDB) e do deputado federal João Marcelo Souza (PMDB). O compromisso assumido pelo ministro da Educação pode coroar um projeto que vem sendo perseguido há anos pelo senador João Alberto e pelo deputado Roberto Costa. O deputado pemedebista, que se prepara para disputar a Prefeitura de Bacabal, saiu da reunião em estado de graça, por ter conseguido criar a convicção de que o projeto de imantar um Curso de Medicina em Bacabal é viável e tem tudo para dar certo. Tanto Roberto Costa quanto o senador João Alberto e o deputado federal João Marcelo comemoraram o resultado da reunião com o ministro Mercadante. “O ministro falou em retomar a implantação do Curso de Medicina. E agora nós temos duas possibilidades: o curso pela UFMA, o que demoraria um pouco, ou por uma universidade privada, que seria mais rápida a tramitação do processo e a consequente implantação”, analisou Roberto Costa, ratificado pelo senador João Alberto. O ministro Aluízio Mercadante lembrou que o processo para implantação do curso data de 2013 e que o senador João Alberto já vinha lutando por esta demanda. “Devido a alguns problemas técnicos exigidos por Lei, o Curso de Medicina para Bacabal acabou não saindo. Mas agora, em alguns aspectos houve avanços e podemos retomar o processo”, disse o ministro. Presente à reunião com o ministro, a reitora da UFMA, Nair Portela assinalou que enquanto o Curso de Medicina não sai, outras demandas da comunidade de Bacabal podem ser atendidas, como o Curso de Enfermagem e o de Educação Física, além de melhorias no campus da instituição em Bacabal.

 

São Luís, q3 de Abril de 2016.

Deputados se movimentam em Brasília e agora são 10 por Dilma, cinco pelo impeachment e três estão indecisos

 

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CONTRA O IMPEACHMENT: Weverton Rocha, Victor Mendes, Pedro Fernandes, Júnior Marreca, Zé Carlos, Alberto Filho, João Marcelo, Aluisio Mendes, Hildo Rocha e Rubens Jr.

Os últimos acontecimentos da crise política que sufoca o País, principalmente a aprovação do relatório da Comissão Especial recomendando o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), tiveram impacto importante sobre a bancada federal do Maranhão, fazendo com que os parlamentares definissem suas posições em relação ao futuro da chefe da Nação. Na semana que passou, a Coluna levantou as tendências de voto dos 18 deputados federais. Com as mudanças, o posicionamento de vários deputados também sofreu alteração, principalmente com a definição dos que estavam indecisos. Agora, o quadro é o seguinte: cinco deputados são a favor do impeachment, 10 deputados são contra, e apenas três parlamentar estão indecisos. Situação bem diferente do quadro divulgado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, que apresentou cinco deputados a favor do impeachment, quatro deputados contra, seis indecisos e três não foram contatados pelo diário paulista.

O levantamento feito pela Coluna encontrou o seguinte quadro: a favor do impeachment: Eliziane Gama (PPS), Juscelino Filho (DEM), João Castelo (PSDB), Sarney Filho (PV) e André Fufuca (PP); contra o impeachment: Weverton Rocha (PDT), Zé Carlos (PT), Pedro Fernandes (PTB), Rubens Jr. (PCdoB), João Marcelo Souza (PMDB), Victor Mendes (PSD), Júnior Marreca (PEN), Hildo Rocha (PMDB), Aluísio Mendes (PTN) e Alberto Filho (PMDB).

No novo quadro, o grupo de apoiadores do impeachment ganhou mais um deputado, André Fufuca, que resolveu fechar com a banda do PP que rompeu com a presidente Dilma Rousseff. Fufuca chegou a informar a colegas que estava inclinado a apoiar a presidente, mas houve uma reviravolta dentro da bancada do PP, que agora está dividida, e ele já teria decidido apoiar o impeachment. Já o deputado José Reinaldo Tavares, que parecia ter rompido com o Palácio do Planalto quando o seu partido, o PSB, anunciou o apoio ao impeachment, teria ficado numa situação delicada. José Reinaldo não tem interesse numa briga com o Governo, já que no momento começa a viabilizar a implantação de uma unidade do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) em Alcântara, projeto ao qual tem se dedicado quase que integralmente. Os entendimentos com o Governo estão avançados, tanto que recentemente um passo foi dado num audiência com o comando da Aeronáutica em que algumas decisões foram tomadas no sentido de concretizar o projeto.

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A FAVOR DO IMPEACHMENT: Eliziane Gama, João Castelo, André Fufuca, Juscelino Filho e Sarney Filho

Os deputados que integram o grupo favorável ao impeachment se posicionaram com motivações diferentes. Eliziane Gama segue à risca a orientação do PPS, que juntamente com DEM e PSDB forma o trio de frente da oposição que prega a derrubada da presidente. O mesmo caso envolve o deputado Juscelino Filho, que ganhou o comando do DEM no Maranhão e não poderia ficar contra a orientação do partido, que fechou questão pelo impeachment. João Castelo também segue a cartilha do PSDB, que não aceita discussão interna e fechou questão pelo impeachment. E o deputado Sarney Filho está alinhado à posição do seu partido, o PV.

E também os que são contra o impedimento têm um caminhão de razões para salvar o Governo da presidente Dilma Rousseff. Líder da bancada do PDT na Câmara Federal e um dos seus principais articuladores, o deputado Weverton Rocha segue à risca a posição do partido tomada contra o impeachment, e trabalha para que a bancada vote em peso com a presidente. O deputado Rubens Jr. segue rigorosamente a orientação do PCdoB contra o impedimento, sendo também um dos porta-vozes do palácio do Planalto na Câmara. O deputado Zé Carlos é do PT, e ponto final. O deputado Pedro Fernandes tem posição dissidente da orientação nacional do PTB, que quer a bancadas votando em bloco contra a presidente. O deputado João Marcelo segue a dissidência do PMDB que não desembarcou e firme no apoio à chefe da Nação. O deputado Victor Mendes (PSD) segue a orientação do PSD. Júnior Marreca liberou a bancada do PEN e se posicionou contra o impeachment.

O deputado Hildo Rocha entrou na dissidência do PMDB, preferindo seguir a banda alinhada ao Palácio do Planalto. O deputado Aluísio Mendes enfrentou problemas na bancada do PTN, que lidera na Câmara, mas resolveu o impasse com a liberação do voto, tendo declarado seu voto contra o impeachment na reunião da Comissão Especial quer votou o relatório. Mesmo ligado ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Cléber Verde vota com o Palácio do Planalto. O deputado Alberto Filho decidiu seguir a dissidência do PMDB.

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INDECISOS: José Reinaldo, Waldir Maranhão e Cléber Verde

Três membros da bancada estão em situação complicada e, por isso, podem ser colocados na “bancada” dos indecisos. O primeiro é José Reinaldo Tavares (PSB), que na lista anterior foi apontado como contrário ao impeachment não declarou voto, apesar de estar liberado para votar como bem entender. O segundo é Waldir Maranhão, 1º vice-presidente da Câmara Federal, e cujo partido, o PP, decidiu ontem à noite fechar questão a favor do impeachment, situação igual à de Cléber Verde, que estava inclinado a votar contra o impeachment, mas o seu partido, o PRB, fechou ontem questão a favor. A situação partidária pode, porém, não ser entrave para Waldir Maranhão e Cléber Verde, que poderão “peitar” suas agremiações e votar com a presidente Dilma Rousseff. Afinal, os dois controlam pelo menos cinco cargos federais no Maranhão, entre eles a superintendência regional do Incra e o comando regional do Iphan.

É claro que a dinâmica e as “razões” da política têm poder de criar situações novas de uma hora para outra. Daí não será nenhuma surpresa se algumas posições forem alteradas daqui até domingo, quando, numa sessão histórica, os 513 deputados federais decidirão o futuro do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Dino mantém denúncia de golpe no programa do PCdoB
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Dino denuncia golpe no programa do PCdoB

Perdeu feio quem imaginou que após algumas críticas – dentro e fora do Maranhão – o governador Flávio Dino seria atacado pela inibição e recuaria na tarefa de paladino em defesa da democracia e não mais denunciaria o “golpe legislativo” que, segundo ele, está em curso no Congresso Nacional para derrubar a presidente Dilma Rousseff. Em vez de recuar, o governador está é avançando na sua cruzada contra o impeachment da presidente. Ontem, Flávio Dino apareceu no espaço destinado ao seu partido, o PCdoB. Com ar descontraído, sem demonstrar qualquer traço de desgaste emocional por conta da gravidade da crise política, o governador do Maranhão repetiu o seu mantra anti-golpe em cadeia nacional de rádio e TV, numa reafirmação cabal e corajosa da sua posição política no cenário atual. Sem demonstra um só traço de tensão e dando a entender que a causa que defende levará a melhor com a derrubada do projeto de impeachment, Flávio Dino reafirmou sua crença no diálogo que, espera, seja aberto em seguida à derrota do golpe.

 

São Luís, 12 de Abril de 2016

Pesquisa mostra que, em meio à crise nacional, a disputa em São Luís será dominada por uma nova geração de políticos

 

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Eliziane lidera, com Edivaldo Jr. logo atrás e Castelo em terceiro

Em meio ao agravamento das tensões causado debate sobre o impeachment proposto contra a presidente Dilma Rousseff (PT), cujo desfecho pode ter influência decisiva nas eleições municipais de outubro, uma pesquisa do Escutec informa o cenário de agora da corrida para a Prefeitura de São Luís. Os números encontrados são surpreendentes e confirmam avaliação segundo a qual o processo de disputa na Capital seria marcado pela participação de uma novíssima geração de políticos, todos em condições de conquistar espaço político importante, ganhando ou não a cadeira principal do Palácio de la Ravardière. O prefeito Edivaldo Jr. (PDT), a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o deputado estadual Bira Pindaré (PSB), o vereador Fábio Câmara (PMDB), o deputado estadual Wellington do Curso (PP), a vereadora Rose Sales (PMB), a deputada estadual Andrea Murad (PMDB) e o deputado estadual licenciado Neto Evangelista (PSDB) são o que há de mais expressivo na política maranhense com militância em São Luís, independente dos seus posicionamentos, relações políticas e partidárias e desempenho político eleitoral – entre eles inclua-se o deputado Eduardo Braide (PMN), recém lançado candidato a prefeito. Os números surpreendem porque, à exceção do prefeito Edivaldo Jr. e de deputada Eliziane Gama, que se destacam na dianteira, quatro aspirante a prefeito da nova geração se “engalfinham” num segundo plano da pesquisa, todos em condições de crescer e fazer a diferença durante a campanha.

Não surpreendeu o embate que está sendo travado na ponta pela deputada Eliziane Gama (21,9%) e o prefeito Edivaldo Jr. (16,1%). Os dois vêm medindo forças há meses, numa peleja iniciada com a pré-candidata disparada na frente, mas que, com o passar dos dias, foi perdendo fôlego; ao mesmo tempo, o prefeito oscilou muito pouco neste período, mantendo o patamar em que se encontra hoje. Numa avaliação fria, cuidadosa e honesta, a conclusão é a de que a deputada Eliziane Gama vem perdendo terreno, sem dar sinais de que tem força política e eleitoral para reagir. Já o prefeito Edivaldo Jr. se mantém numa posição que, se não é confortável para um prefeito que briga pela reeleição, não é também desconfortável a ponto de desestimulá-lo. Os dois têm chance de chegar na frente, resta saber qual deles terá mais fôlego para acelerar o passo.

segundo pelotão
Bira do Pindaré, Rose Sales, Fábio Câmara e Wellington do Curso segundo pelotão com chance de crescer

Mas o grande destaque da pesquisa é o segundo pelotão de pré-candidatos. Para começar, deputado Bira do Pindaré (8,1%), o 4º colocado, chega ao tabuleiro sucessório com uma vantagem mínima, mas reveladora de que ele tem potencial de crescimento, mesmo que não traduza o desempenho do candidato a senador de 2006, é um nome a ser considerado nessa disputa. Pindaré tem de construir uma base política e partidária, e isso do Cursosó lhe será possível de conseguir unir o seu partido, o PSB, em torno da sua candidatura, o que no momento é quase impossível. Também surpreende a vereadora Rose Sales (6,5%), que depois de tantos entra-e-sai partidários, com filiações partidárias equivocadas – como a entrada no PV, por exemplo, com a ilusão de que seria candidata do partido – e projetos frustrados, consegue manter seu nome na briga.

Há cerca de dois meses, a Coluna registrou que o PMDB poderia ter um candidato competitivo se lançasse o vereador Fábio Câmara para disputar a Prefeitura de São Luís. O partido abriu caminho para ele, mas ao mesmo tempo incensou a deputada Andrea Murad, que ainda não disse claramente o que pretende nessa equação.  Câmara aparece na pesquisa com 5,7% das intenções de voto. Esperava-se mais dele, mas o aumento do número de candidatos competitivos inibiu sua corrida. Isso não significa dizer que o vereador esteja impossibilitado de alcançar o primeiro pelotão, pois o PMDB, pela força e pela experiência que tem, se vier a abraçar mesmo sua candidatura, tem condições de injetar-lhe ânimo e torná-lo seu porta-voz na corrida.

Outra surpresa: o deputado Wellington do Curso (PP). De todos os números da pesquisa, o que mais chamou a atenção foram os 5,5% de intenções de voto por ele obtidos. Depois de trombar várias vezes nas suas tentativas de conquistar um mandato, o bem sucedido empresário da educação chegou à Assembleia Legislativa pelos próprios pés, pecou nos seus primeiros passos, mas encontrou na disputa pela Prefeitura de São Luís o nicho que procurava para intensificar sua ação parlamentar e aspirar, no mínimo, o reforço político da caminhada política. Assumiu a condição de mais duro crítico do prefeito Edivaldo Jr. na Assembleia Legislativa e soube usar esse movimento a seu favor.

Em meio a esse novo cenário, no qual uma nova geração de políticos, o deputado federal e ex-prefeito João Castelo (15,6%), único remanescente de uma atuante geração de políticos, ele próprio um dos mais bem sucedidos. Mesmo sem ter tido sua pré-candidatura anunciada, já que enfrenta grandes dificuldades dentro do seu partido, o PSDB, aparece em 3º lugar, com uma performance surpreendente, tecnicamente empatado com o prefeito, aparentemente com chances de brigar pela ponta. Com 0,8% das intenções de voto, João Bentivi é o único pré-candidato que parece não ter nenhuma chance de chegar a algum lugar nessa corrida.

A pesquisa veio numa boa hora para clarear o cenário pré-eleitoral, que vem sendo fortemente turvado pela crise política nacional. E com um dado importante: 15% não votaria em nenhum deles.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Weverton falou como um político maduro contra impeachment
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Weverton: defesa enfática da presidente

Todos os deputados maranhenses que participaram da sessão que resultou na aprovação do relatório que recomenda a instalação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) votaram contra o processo. O primeiro voto foi do deputado Weverton Rocha, líder do PDT na Câmara, que se manifestou duas vezes, uma como membro da Comissão Especial e outra como líder, que falou para orientar a bancada do seu partido. Weverton fez um discurso de político maduro, firme e equilibrado. Bateu forte no relatório, criticou a oposição, defendeu o governo da presidente Dilma e avaliou que se o atual governo cair, será um desastre para as camadas mais necessitadas da população, que dependem hoje, na sua esmagadora maioria, dos programas sociais, a começar pelo Bolsa Família, que na sua avaliação está ameaçado. Ele chamou de “golpismo” o movimento pelo impeachment e manifestou convicção de que, se o Governo cair, o substituto da presidente, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), os programas sociais mais abrangentes correrão sérios riscos de extinção. Acusou a oposição de estar rasgando a Constituição e bradou, em tom de denúncia, que o processo em andamento é um golpe perpetrado contra a democracia. Por outro lado, avisou que enxerga uma mudança no cenário de crise e previu que num próximo embate eleitoral, a oposição vai perder mais uma vez.

Marreca anunciou liberação da bancada
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Marreca: discurso firme com Dilma

Líder da bancada do PEN, o deputado Júnior Marreca, fez um discurso tímido, sem muita ênfase, parecendo que não tinha muita convicção do que estava fazendo. Pessoalmente, Marreca declarou voto contra o impeachment, posição que reafirmou mais tarde, quando foi chamado como líder para orientar a sua bancada. Nos bastidores da política, muitos previram que Júnior Marreca não sustentaria sua posição, porque seria alvo de forte pressão. Os que pensavam assim erraram feio, porque o parlamentar de Itapecuru Mirim sustentou e registrou seu voto contra o impeachment, avisando que repetirá no plenário da Câmara Federal.

João Marcelo reafirmou seu voto contra o impedimento
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João Marcelo: posição firme contra o impechment

O deputado João Marcelo Souza, da bancada do PMDB, não titubeou quando manifestou seu voto contrário ao impeachment.  Ele deixou claro que em nenhum momento esteve em dúvida quanto à sua posição, explicando que desde o primeiro momento avaliou a proposta de impeachment como uma ação politicamente incorreta das oposições. Sustentam seus argumentos vários aspectos do processo, sendo o mais importante deles o fato de o relatório não demonstrar, em nenhum momento, o crime praticado pela presidente da república. Na sua concepção, impeachment sem crime caracterizado não se sustenta, e por isso acredita que o relatório que recomenda o processo será derrotado no plenário da Câmara Federal.

Aluísio Mendes não se dobrou nem à pressão doméstica
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Aluísio: pressão até em casa

O deputado Aluísio Mendes se manifestou como líder do PTN na Comissão Especial. Ele admitiu que a bancada do seu partido está dividida e que a maioria dos seus liderados é favorável ao impeachment. Quando á sua posição pessoal, Mendes lembrou que não pertencia à Comissão, mas informou que, se o relatório fosse aprovado, como o foi, na votação pelo plenário ele votará contra o impeachment. Numa franqueza quase ingênua, o líder do PTN revelou que está sofrendo fortes pressões nas ruas, de eleitores, de alguns amigos e até em casa. “Minha mulher é a favor do impeachment, me pressionada, mas a minha consciência não me deixa mudar de posição. Eu sou contra o impeachment da presidente Dilma”, declarou, avisando que a partir daquele momento, a bancada por ele liderada estava liberada para que os deputados votem de acordo com as suas consciências.

 

São Luís, 11 de Abril de 2016.

 

Dependendo dos seus partidos, pré-candidatos a prefeito de São Luís podem ganhar ou perder com o desfecho do impeachment

 

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Edivaldo Jr., Eliziane Gama, Bira do Pindaré, Sérgio Frota, Andrea Murad, Eduardo Braide, Fábio Câmara, Neto Evangelista, Rose Sales, Raimundo Pedrosa, Saulo Arcangelli e João Bentivi: ação inibida pelo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff

Todas as evidências emanadas do meio político indicam que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) está travando a dinâmica do calendário para as eleições municipais, principalmente no que diz respeito à movimentação dos partidos voltada para a conquista do Palácio de la Ravardière. Muito embora os pré-candidatos a prefeito da Capital estejam agindo nos bastidores para atrair aliados, tentando montar as alianças necessárias para embalar as suas candidaturas, os acontecimentos em andamento em Brasília têm feito com que os preparativos políticos para as eleições de outubro andem em marcha lenta. Os aspirantes ao gabinete principal da Prefeitura de São Luís sabem que o desfecho do processo de impeachment pode alterar expressivamente o quadro político do momento. Sabem também que a palavra final da Justiça Eleitoral em relação à ação em curso na Justiça Eleitoral contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer pode mudar radicalmente o cenário político do País, com a possibilidade de uma eleição presidencial fora de época.

Nesse contexto de indefinições, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) usa a cautela extrema para não entrar na briga política que envolve o impeachment. Afinado com o seu partido, ele tem posição favorável à presidente da República, mas avalia que essa é uma guerra que deve ser travada nos plenários do Congresso Nacional e não deve envolver diretamente governantes cuja rotina é enfrentar problemas. Se a presidente for impedida, o atual prefeito de São Luís terá quebrada uma das suas bases de apoio, porque boa parte das obras que realiza vem de acordos e convênios firmados com a União. Se, por outro lado, a presidente sobreviver à guilhotina legislativa, Edivaldo Jr. não apenas manterá as pontes com a Esplanada dos Ministérios, como também consolidará, em definitivo, seu projeto de reeleição.

Até aqui principal candidata de oposição, a deputada federal Eliziane Gama (PPS) vai se desdobrar para derrubar a presidente Dilma Rousseff. Feita membro da Comissão do Impeachment pelo seu partido, Eliziane se juntou ao DEM e ao PSDB na pregação pela derrubada da presidente. A situação da pré-candidata é a seguinte: se a presidente cair, o seu cacife político tende a aumentar expressivamente, certamente com reflexos positivos na corrida eleitoral. Mas se o resultado for favorável à chefe da Nação, a deputada será empurrada para o mais remoto recanto oposicionista, já que lhe faltará discurso para convencer o eleitorado de que tem condições de ser prefeita de São Luís fazendo oposição ao Palácio do Planalto, sem trânsito, portanto, nos escalões superiores do Governo Federal.

Na condição de pré-candidato a prefeito da Capital, o deputado estadual Bira do Pindaré vive uma situação incômoda em relação ao processo de impeachment. Pessoalmente, ele tem se colocado como aliado firme da presidente Dilma, alinhado integralmente à posição do governador Flávio Dino (PCdoB), tendo feito vários pronunciamentos contra o “golpe” na Assembleia Legislativa. Ocorre que o partido dele, o PSB, decidiu romper com o Governo, posicionando-se a favor do impeachment. Só que, como Pindaré, vários líderes não aceitam tal posição, o que indica um “racha” na agremiação socialista. O candidato Bira do Pindaré ganha força se a presidente superar a crise; e também sairá bem da crise se ela cair, já que seu partido estará entre os responsáveis pela derrubada.

O candidato que vier a representar o PMDB na corrida – a disputa está entre a deputada estadual Andrea Murad e o vereador Fábio Câmara – estará numa espécie de corda bamba. Se partido vier mesmo a abandonar a presidente e ela sobreviver, o candidato pemedebista murchará politicamente e será alvo da ira do PT e aliados do Governo. Se o PSDB lançar candidato a prefeito de São Luís, seja o deputado licenciado Neto Evangelista ou o deputado Sérgio Frota, ele terá diante de si a seguinte situação: a sobrevivência de Dilma Rousseff significará o inferno astral do candidato tucano; mas se ela cair, ele ganhará muita força política e até mesmo reforço eleitoral. Membro de um partido pequeno, o PMN, sem muita influência na crise, o deputado Eduardo Braide não sentirá ganho ou perda no confronto nacional. O mesmo ocorrerá com candidatos de partidos menores, como João Bentivi (PSDC), Zéluiz Lago (PPL), Raimundo Pedrosa (PSOL), Saulo Arcangelli (PST U) e Rose Sales (PMB).

Em post recente, a Coluna registrou o silêncio de prefeitos de grandes municípios maranhenses em relação à crise política nacional e ao processo de impeachment da presidente. A explicação para tal postura tem tudo a ver com a cautela dos pré-candidatos a prefeito de São Luís em relação ao mesmo tema. Ou seja, estão todos em “banho maria”, esperando o cenário clarear, o que certamente ocorrerá antes do final de abril.

 

PONTO & CONTRAPONTO
Waldir se sai bem com ou sem impeachment
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Waldir Maranhão: posição confortável

Vários leitores procuraram a Coluna para esclarecer o voto do deputado Waldir Maranhão (PP), 1º vice-presidente da Câmara Federal, favorável à presidente Dilma Rousseff na votação do impeachment. Até poucos dias, Waldir Maranhão estava incluído na relação dos que votariam a favor do impedimento. Mas recentemente, no entanto, passou a frequentar a relação dos que votarão contra o impeachment. A mudança de orientação do parlamentar é simples, e tem tudo a ver com a sua luta pela sobrevivência política. Na verdade, Waldir nunca esteve efetivamente a favor do impeachment. Ele vinha se entendendo com o Palácio do Planalto na surdina, tanto que emplacou o substituto de Kátia Bogea no comando do prestigiado braço regional do Iphan. Há informações não confirmadas de que ele estaria controlando pelo menos mais dois cargos federais no estado. Reforçou o voto contra o impeachment depois que seu partido, o PP, decidiu manter-se na base de apoio do Governo Dilma, recomendando o voto favorável à presidente. Inteligente e com faro apurado, Waldir Maranhão se deu conta de que nada tem a perder apoiando a presidente. Se o impeachment não passar, ele sairá fortalecido. Se a presidente cair, o sucessor Michel Temer precisará de uma base forte no Congresso para governar, e nesse contexto, o PP será linha de frente, com o 1º vice-presidente da Câmara Federal bem situado.

Bira depende de Rocha para ser candidato do PSB
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Bira depende de Rocha para consolidar sua candidatura

Por mais que se coloque panos quentes, não há como negar que existe uma crise dentro do braço maranhense do PSB, com três grupos medindo forças para impor seus projetos. E nesse tabuleiro complicado transita o projeto de candidatura do deputado Bira do Pindaré à Prefeitura de São Luís. O presidente regional do partido, Luciano Leitoa, prefeito de Timon, tem o controle do diretório regional, que divide com o deputado federal José Reinaldo Tavares. Os dois apoiam Bira do Pindaré. Só que a encrenca está exatamente no Diretório do PSB de São Luís, onde o senador Roberto Rocha e o vereador Roberto Rocha Filho dão as cartas. Bira do Pindaré tem o apoio do presidente Luciano Leitoa e do deputado José Reinaldo Tavares, mas não tem nem o apoio nem a simpatia do senador e do vereador. Para ser candidato a prefeito, Pindaré precisa convencer Roberto Rocha de que é a melhor opção para o partido, o que não será nada fácil, ainda que não seja impossível.

 

São Luís, 09 de Abril de 2016.

Lobão é alvo de várias acusações, mas sua defesa reage cobrando que sejam apresentadas provas

 

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Lobão: acusações até agora sem provas

Mais uma vez vazamento revelador de depoimentos e dados de investigação da Operação Lava Jato citam o senador Edison Lobão (PMDB) como envolvido no esquema de propina que financiou campanhas eleitorais recentes, inclusive a de 2014, agora alcançando a presidente Dilma Rousseff (PT). Lobão é sempre citado como o ministro de Minas e Energia que articulou com empreiteiras – agora é a Andrade Gutierrez – para obter dinheiro sujo, maquiado de dinheiro limpo, para financiar a campanhas eleitorais do PT e do PMDB. As citações do senador maranhense por delatores são até aqui periféricas, sem dados que as legitimem como informação correta e, mais do que isso, sem trazer dados concretos como base de comprovação. E até aqui, a defesa do senador, feita pelo renomado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, tem sido taxativa ao afirmar que as acusações não têm lastro que, portanto, não procedem.

O senador Edison Lobão foi citado nas primeiras fases da Operação Lava Jato, quando as investigações alcançaram o grande esquema de corrupção que drenou bilhões de reais da Petrobras em propina. De acordo com o que veio à tona, o chefe operação do esquema de corrupção, Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da petroleira, disse, em depoimento, que, a pedido de Lobão, então ministro de Minas e Energia, autorizara o doleiro Alberto Yousseff a entregar R$ 1 milhão para o caixa de campanha à reeleição da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). Surpresa das surpresas: o doleiro Alberto Yousseff declarou, e continua mantendo a declaração, que não se recorda de ter feito tal operação. A Polícia Federal (PF) chegou a fazer uma acareação de Costa com Yousseff, mas o doleiro manteve a versão de que tal operação não aconteceu. De lá para cá, todas as ações da PF no sentido de o0bter uma prova contra Lobão deram em nada. O inquérito, no entanto, prossegue.

Meses depois, veio à tona o escândalo da usina atômica de Angra 3, cuja construção, segundo o Ministério Púbico federal (PMF), teria sido contaminada por atos de corrupção. Novamente o nome do senador apareceu na relação dos beneficiários do esquema. E mais uma vez o envolvimento do senador ficou na periferia, à base de “fulano disse que fulano falou”. Também nesse caso, nenhuma prova concreta foi levantada contra o senador pemedebista, cuja defesa insiste em excluí-lo da relação de acusados e suspeitos, usando o mais forte dos argumentos no caso que dispõe: a falta de provas.

Na semana passada, o mundo foi surpreendido pelo escândalo batizado de Panamá Papers – o vazamento de milhões de documentos de um escritório de advocacia do Panamá revelando que figuras importante do poder em todo o planeta usaram a firma para abrir empresas off-shore para esconder bilhões em paraísos fiscais, incluindo o próprio Panamá. Entre os mandatários que movimentaram milhões nessas cintas estão ditador sírio Assad, o ex-ditador líbio Muamar Kadaf e o agora primeiro ministro da Islândia, que não suportou a pressão e renunciou no início da semana. Uma das contas seria do empresário Luciano Lobão, mas o nome que aparece como suspeito é o do senador, que mais uma vez veio a público, por meio dos seus advogados, afirmar, em alto e bom tom, que nada tem a ver com a tal empresa a ele atribuída.

No meio desta semana, um novo vazamento de delações premiadas da Operação Lava Jato trouxe ao conhecimento público a informação – até agora não confirmada – segundo a qual o então ministro Edison Lobão teria acertado propina com as empreiteiras que constroem a Hidrelétrica de Belo Monte, no Norte do Pará, para ser repassada ao PT e ao PMDB na campanha de 2014. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, quem denuncia o suposto esquema é o ex-chefão da construtora Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo. Em relação ao senador Lobão, ele teria revelado que o então ministro teria sugerido a formação de dois grupos de empresas para disputar a obra de Belo Monte e, assim, disfarçar a propina relativa a 1% do valor da obra. Esse malabarismo estaria registrado numa suposta planilha. E como das outras vezes, a defesa de Lobão reagiu cobrando provas aos acusadores.

Até aqui, as denúncias envolvendo o senador maranhense prosperou, já que todas elas se esgotam numa teimosa falta de elementos que afirmem, de maneira inatacável, que o ex-ministro de Minas e Energia embolsou tais e tais valores por essa ou aquela via transversa da corrupção. Tanto que o Ministério Público Federal pediu duas vezes mais tempo para investigá-lo mais amiúde. Até aqui, Lobão tem sido alvo de uma pancadaria inclemente, que atura em silêncio, aguardando o desfecho que, segundo o seu advogado, confirmará a tese segundo a qual ele não tem contas a ajustar com a Justiça.

 

PONTO & CONTRAPONTO

MST de volta aos Leões I

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Dino e  Stédile (centro): governo faz parceria com MST para  alfabetização no campo

Enquanto no Paraná o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), onde o PSDB governa, está sendo tratado como transgressor da ordem social, enfrentando por isso a força policial, no Maranhão esse movimento é recebido no Palácio dos Leões pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para a definição de um acordo pelo qual Governo e MST firmam parceria para viabilização do programa de alfabetização “Sim, Eu Posso!”, oferecido pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular”, nos oito municípios mais carentes do Maranhão. A reunião aconteceu ontem de manhã, quando o governador Flávio Dino recebeu o controvertido coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, e um grupo de chefes do movimento no estado. O programa “Sim, Eu Posso!” tem por e o método educacional do célebre pedagogo Paulo Freire, que sacudiu o Brasil no início dos anos 60 ao pregar que a alfabetização é um fator de inclusão social e de libertação, principalmente quando ela é feita com base na realidade cultural, social e econômica. Na discussão, Dino e Stédile discutiram questões relacionadas com o desenvolvimento social e agrário do Maranhão. “Estamos avançando na nossa mobilização em torno da temática da alfabetização. Há um foco inicial nos 30 municípios do Plano Mais IDH. Neles será aplicado método conhecido internacionalmente, inspirado no grande educador Paulo Freire”, explicou o governador. O método de alfabetização, criado pelo Instituto Pedagógico Latino-Americano e Caribenho de Cuba (Iplac), com base na pedagogia de Paulo Freire, visa alfabetizar em oito meses mais de 14 mil jovens, adultos e idosos em oito municípios maranhenses dos 30 que apresentam menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Repassamos uma agenda de interesse do povo maranhense. Em primeiro lugar, o programa de alfabetização de adultos, no qual nós estamos empenhados para que oito municípios do Maranhão finalmente erradiquem o analfabetismo”, observou João Pedro Stédile.

MST de volta aos Leões II
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Jackson apostou numa parceria bolivariana com Chavez

O MST volta a firmar parceria com o Governo do Estado sete anos depois de ter sido banido do Palácio dos Leões. Explica-se: no Governo Jackson Lago (PDT), que tinha um viés à esquerda, o MST participou ativamente do programa de mobilização no campo, costurando uma polêmica parceria com o regime bolivariano de Hugo Chaves, que comandava a Venezuela naquele momento, e chegou a fazer uma escala em São Luís para demonstrar aliança com o líder maranhense. João Pedro Stédile se tornou uma espécie de conselheiro especial do governador Jackson Lago, tendo forte influência nas suas decisões relacionadas com os problemas do campo. Nessa condição, ganhou trânsito livre no Governo e no Palácio dos Leões, aonde chegava sem avisar e era recebido pelo governador sem marcar audiência. Lago e Stédile se tornaram grandes amigos. Com a queda do Governo do PDT, e a posse da governadora Roseana Sarney (PMDB), em maio de 2009, Stédile e o MST sumiram do Palácio dos Leões e passaram a fazer forte oposição ao novo Governo. Agora, com a linha de esquerda do governador Flávio Dino, João Pedro Stédile e o movimento que comanda estão de volta. Com uma diferença bem acentuada: ao contrário de Jackson Lago, que se movia por um idealismo quase juvenil, Flávio Dino é um militante de esquerda com os pés firmes no chão, com plena ciência do seu papel, e assim blindado a influências.

 

São Luís, 08 de Abril de 2016.

Bancada maranhense vai dar maioria de votos contra o pedido de impeachment da presidente Dilma

 

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Weverton Rocha, Alberto Filho, João Marcelo Souza, Júnior Marreca, Rubens Jr., Cléber Verde, Zé Carlos e Hildo Rocha são ciontra o impeachment da presidente

 

A situação da presidente Dilma já esteve pior. Continua muito ruim, mas de uns dias para cá melhorou, um pouco, mas melhorou. Esse cenário é o que vem sendo desenhado por congressistas maranhenses situados nos dois polos da crise política, uns a favor do impeachment da chefe da Nação e outros contra. Nesse contexto, a bancada maranhense na Câmara Federal vem se movimentando com intensidade, o que tem permitido uma progressiva tomada de posição dos deputados. Na semana passada, contagens informais indicavam que a maioria dos deputados maranhenses votaria pelo impeachment. Numa avaliação feita ontem, a conclusão a que a Coluna chegou depois de ouvir fontes bem informadas em Brasília, foi a de que o quadro de posicionamento é o seguinte: nove deputados – o equivalente a metade da bancada – estão posicionados contra o impeachment; quatro deputados estão determinados a favor do afastamento da presidente; e cinco parlamentares estariam indecisos, sem a maioria contra a derrubada da presidente.

Contra o impeachment estariam os deputados Weverton Rocha (PDT), João Marcelo Souza (PMDB), Alberto Filho (PMDB), Júnior Marreca (PEN), Rubens Jr. (PCdoB), Zé Carlos (PT), Cléber Verde (PRB), Hildo Rocha (PMDB) e Waldir Maranhão (PP). Líder do PDT na Câmara Federal, Weverton Rocha lidera a bancada contra o impeachment e tem sido um dos principais articuladores dessa corrente. Rubens Jr. tem sido um dos governistas mais ativos contra o impeachment, seguindo a linha de ação do governador Flávio Dino (PCdoB). João Marcelo firmou posição dentro do PMDB e a defende na Comissão Especial do impeachment. Alberto Filho também se posicionou contra, apesar das pressões da oposição pemedebista. Júnior Marreca está posicionado contra o impeachment desde que os debates começaram no Congresso Nacional. Zé Carlos está na linha de frente na bancada do PT. Hildo Rocha, mesmo tendo posições críticas em relação ao Governo, firmou posição contra o impeachment. Cléber Verde já esteve no muro da indecisão, mas decidiu se posicionar contra o impedimento da presidente.

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Waldir Maranhão: contra

E, finalmente, o 1º vice-presidente da Câmara Federal, Waldir Maranhão teria decidido votar contra o impedimento, posição que foi reforçada depois que o comando do PP decidiu se manter na base de apoio do Governo.

São a favor do impeachment os deputados Sarney Filho (PV), Eliziane Gama (PPS), João Castelo (PSDB) e Juscelino Filho (DEM). Sarney Filho, que lidera a bancada do PV na Câmara Federal, não poderia contrariar a decisão tomada pelo seu partido, sob pena de ter de entregar a liderança e deixar a agremiação. Eliziane Gama abraçou a causa do seu partido, o PPS, que junto com o DEM e o PSDB forma o bloco oposicionista mais agressivo no Congresso Nacional. Mesmo tendo sido fortemente apoiado pelo primeiro Governo Dilma quando o prefeito de São Luís, João Castelo segue a orientação do PSDB. E Juscelino Filho embarcou na linha de ação do DEM depois de assumir o comando do partido no Maranhão. Todas as avaliações que a posição desse grupo é irreversível.

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Sarney Filho, Eliziane Gama, João Castelo e Juscelino Filho: pelo impeachment

Cinco deputados estariam no muro: José Reinaldo Tavares (PSB), Pedro Fernandes (PTB), Victor Mendes (PV), André Fufuca (PP) e Aluísio Mendes (PTN). José Reinaldo vinha mantendo uma oposição firme a favor do impedimento da presidente, mas diante dos últimos acontecimentos, teria decidido reexaminar o cenário e estaria em dúvida, mas inclinado a votar contra. Pedro Fernandes não é simpático à proposta de impedimento da presidente, mas estaria sendo fortemente pressionado pela cúpula do PTB para votar a favor. Victor Mendes não estaria satisfeito com a posição do PV. André Fufuca havia se posicionado a favor do impeachment, mas a decisão do PP de se manter na base do governo o fez rever sua posição. Aluísio Mendes ainda não se posicionou, mas estaria inclinado a votar contra o processo de impeachment.

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José Reinaldo, Pedro Fernandes, André Fufuca, Victor Mendes e Aluísio Mendes: ainda não decidiram

A Coluna avalia que esse quadro é o mais provável no momento, mas chama atenção para o fato de que no momento ocorre nos bastidores de Brasília uma frenética corrida de governistas, liderados pelo ex-presidente Lula, para construir uma base parlamentar para mandar a proposta de impeachment para o arquivo morto, e de oposicionistas, que fazem de tudo para viabilizar o impedimento da presidente. Daí a possibilidade de haver mudanças nos próximos dias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Delcídio se licencia de novo e João Alberto remarca depoimento no Conselho de Ética
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João Alberto abre novo prazo para Delcídio se apresentar

O senador João Alberto (PMDB) comandou ontem o item mais importante da agenda do Senado da República. Na condição de presidente, ele comandou a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, onde deveria ter se apresentado o senador Delcídio do Amaral (ex-PT e atualmente sem partido), que foi apanhado pela Operação Lava Jato acusado de tentar obstruir as investigações para esclarecer os crimes cometidos por Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Mas Delcídio do Amaral não compareceu; encaminhou a João Alberto um ofício e um atestado médico informando que permanecerá de licença por causa de duas cirurgias a que se submeteu em São Paulo, na semana passada. João Alberto acatou o pedido de licença e remarcou a presença do “senador-bomba” para o dia 19, quando ele deverá comparecer para ser ouvido pelos seus pares. O presidente do Conselho de Ética avisou que as chances de Delcídio do Amaral se defender perante o órgão estão se esgotando.

 

Rubens Jr. consolida espaço na bancada do PCdoB
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Rubens Jr.: posição  firme no PCdoB

O deputado federal Rubens Jr. recebeu duas boas notícias do seu partido, o PCdoB. A primeira: permanece no posto de vice-líder da bancada na Câmara Federal. A segunda: vai continuar representando a agremiação na mais importante comissão da Casa, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e também terá assento nas decisivas Comissão Mista de Orçamento (CMO) e Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Numa instituição colegiada em que o rodízio é a regra, renovar mandato em comissões importantes como a CCJ é um privilégio que só os parlamentares que mais se destacam recebem das suas bancadas. “Recebi com extrema alegria as indicações pelo meu partido para compor os debates destas comissões”, assinalou Rubens Jr., que comemorou ainda mais com a twittada que recebeu do governador Flávio Dino: “Parabéns, companheiro, importantes funções para ajudar o Maranhão”. O jovem deputado tem todas as razões para estar nas alturas. Afinal, integrar a CCJ é sonho colorido de todo deputado, principalmente os que têm formação jurídica. Isso porque qualquer avaliação técnica ou politica conclui que a CCJ é comissão mais importante do parlamento. Já à CMO a análise dos projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais que serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Assim, como vice-líder da bancada do PCdoB e integrantes dessas comissões, o deputado Rubens Jr. está no centro de decisões da Câmara Federal.

 

Telejornal da Globo erra feio sobre nomeação de Gastão
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Gastão: escolha pessoal com o aval do PROS

O “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, cometeu ontem uma barrigada no campo da política. Informou que a nomeação do ex-deputado federal Gastão Vieira (PROS) para a presidência do Fundo Nacional da Educação teria sido fruto de indicação do ex-presidente José Sarney (PMDB). Não foi. A decisão da presidente Dilma se deu por dois motivos. O primeiro como um gesto para consolidar a sua relação com o PROS; e o segundo, por que a presidente gosta de Gastão, que foi ministro de Turismo no seu primeiro Governo. Não há informação dando conta de que o ex-presidente José Sarney esteja envolvido nesse processo. Sobram evidências de que a competência do ex-deputado e sua experiência na área tiveram peso decisivo. Até onde a Coluna se informou, o Palácio do Planalto teria consultado o governador Flávio Dino, que não pensou duas vezes e deu o seu aval para a nomeação.

 

São Luís, 07 de Abril de 2016.