Dependendo dos seus partidos, pré-candidatos a prefeito de São Luís podem ganhar ou perder com o desfecho do impeachment

 

prefeituráveis 3
Edivaldo Jr., Eliziane Gama, Bira do Pindaré, Sérgio Frota, Andrea Murad, Eduardo Braide, Fábio Câmara, Neto Evangelista, Rose Sales, Raimundo Pedrosa, Saulo Arcangelli e João Bentivi: ação inibida pelo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff

Todas as evidências emanadas do meio político indicam que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) está travando a dinâmica do calendário para as eleições municipais, principalmente no que diz respeito à movimentação dos partidos voltada para a conquista do Palácio de la Ravardière. Muito embora os pré-candidatos a prefeito da Capital estejam agindo nos bastidores para atrair aliados, tentando montar as alianças necessárias para embalar as suas candidaturas, os acontecimentos em andamento em Brasília têm feito com que os preparativos políticos para as eleições de outubro andem em marcha lenta. Os aspirantes ao gabinete principal da Prefeitura de São Luís sabem que o desfecho do processo de impeachment pode alterar expressivamente o quadro político do momento. Sabem também que a palavra final da Justiça Eleitoral em relação à ação em curso na Justiça Eleitoral contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer pode mudar radicalmente o cenário político do País, com a possibilidade de uma eleição presidencial fora de época.

Nesse contexto de indefinições, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) usa a cautela extrema para não entrar na briga política que envolve o impeachment. Afinado com o seu partido, ele tem posição favorável à presidente da República, mas avalia que essa é uma guerra que deve ser travada nos plenários do Congresso Nacional e não deve envolver diretamente governantes cuja rotina é enfrentar problemas. Se a presidente for impedida, o atual prefeito de São Luís terá quebrada uma das suas bases de apoio, porque boa parte das obras que realiza vem de acordos e convênios firmados com a União. Se, por outro lado, a presidente sobreviver à guilhotina legislativa, Edivaldo Jr. não apenas manterá as pontes com a Esplanada dos Ministérios, como também consolidará, em definitivo, seu projeto de reeleição.

Até aqui principal candidata de oposição, a deputada federal Eliziane Gama (PPS) vai se desdobrar para derrubar a presidente Dilma Rousseff. Feita membro da Comissão do Impeachment pelo seu partido, Eliziane se juntou ao DEM e ao PSDB na pregação pela derrubada da presidente. A situação da pré-candidata é a seguinte: se a presidente cair, o seu cacife político tende a aumentar expressivamente, certamente com reflexos positivos na corrida eleitoral. Mas se o resultado for favorável à chefe da Nação, a deputada será empurrada para o mais remoto recanto oposicionista, já que lhe faltará discurso para convencer o eleitorado de que tem condições de ser prefeita de São Luís fazendo oposição ao Palácio do Planalto, sem trânsito, portanto, nos escalões superiores do Governo Federal.

Na condição de pré-candidato a prefeito da Capital, o deputado estadual Bira do Pindaré vive uma situação incômoda em relação ao processo de impeachment. Pessoalmente, ele tem se colocado como aliado firme da presidente Dilma, alinhado integralmente à posição do governador Flávio Dino (PCdoB), tendo feito vários pronunciamentos contra o “golpe” na Assembleia Legislativa. Ocorre que o partido dele, o PSB, decidiu romper com o Governo, posicionando-se a favor do impeachment. Só que, como Pindaré, vários líderes não aceitam tal posição, o que indica um “racha” na agremiação socialista. O candidato Bira do Pindaré ganha força se a presidente superar a crise; e também sairá bem da crise se ela cair, já que seu partido estará entre os responsáveis pela derrubada.

O candidato que vier a representar o PMDB na corrida – a disputa está entre a deputada estadual Andrea Murad e o vereador Fábio Câmara – estará numa espécie de corda bamba. Se partido vier mesmo a abandonar a presidente e ela sobreviver, o candidato pemedebista murchará politicamente e será alvo da ira do PT e aliados do Governo. Se o PSDB lançar candidato a prefeito de São Luís, seja o deputado licenciado Neto Evangelista ou o deputado Sérgio Frota, ele terá diante de si a seguinte situação: a sobrevivência de Dilma Rousseff significará o inferno astral do candidato tucano; mas se ela cair, ele ganhará muita força política e até mesmo reforço eleitoral. Membro de um partido pequeno, o PMN, sem muita influência na crise, o deputado Eduardo Braide não sentirá ganho ou perda no confronto nacional. O mesmo ocorrerá com candidatos de partidos menores, como João Bentivi (PSDC), Zéluiz Lago (PPL), Raimundo Pedrosa (PSOL), Saulo Arcangelli (PST U) e Rose Sales (PMB).

Em post recente, a Coluna registrou o silêncio de prefeitos de grandes municípios maranhenses em relação à crise política nacional e ao processo de impeachment da presidente. A explicação para tal postura tem tudo a ver com a cautela dos pré-candidatos a prefeito de São Luís em relação ao mesmo tema. Ou seja, estão todos em “banho maria”, esperando o cenário clarear, o que certamente ocorrerá antes do final de abril.

 

PONTO & CONTRAPONTO
Waldir se sai bem com ou sem impeachment
waldir 1
Waldir Maranhão: posição confortável

Vários leitores procuraram a Coluna para esclarecer o voto do deputado Waldir Maranhão (PP), 1º vice-presidente da Câmara Federal, favorável à presidente Dilma Rousseff na votação do impeachment. Até poucos dias, Waldir Maranhão estava incluído na relação dos que votariam a favor do impedimento. Mas recentemente, no entanto, passou a frequentar a relação dos que votarão contra o impeachment. A mudança de orientação do parlamentar é simples, e tem tudo a ver com a sua luta pela sobrevivência política. Na verdade, Waldir nunca esteve efetivamente a favor do impeachment. Ele vinha se entendendo com o Palácio do Planalto na surdina, tanto que emplacou o substituto de Kátia Bogea no comando do prestigiado braço regional do Iphan. Há informações não confirmadas de que ele estaria controlando pelo menos mais dois cargos federais no estado. Reforçou o voto contra o impeachment depois que seu partido, o PP, decidiu manter-se na base de apoio do Governo Dilma, recomendando o voto favorável à presidente. Inteligente e com faro apurado, Waldir Maranhão se deu conta de que nada tem a perder apoiando a presidente. Se o impeachment não passar, ele sairá fortalecido. Se a presidente cair, o sucessor Michel Temer precisará de uma base forte no Congresso para governar, e nesse contexto, o PP será linha de frente, com o 1º vice-presidente da Câmara Federal bem situado.

Bira depende de Rocha para ser candidato do PSB
Bira-1-horz
Bira depende de Rocha para consolidar sua candidatura

Por mais que se coloque panos quentes, não há como negar que existe uma crise dentro do braço maranhense do PSB, com três grupos medindo forças para impor seus projetos. E nesse tabuleiro complicado transita o projeto de candidatura do deputado Bira do Pindaré à Prefeitura de São Luís. O presidente regional do partido, Luciano Leitoa, prefeito de Timon, tem o controle do diretório regional, que divide com o deputado federal José Reinaldo Tavares. Os dois apoiam Bira do Pindaré. Só que a encrenca está exatamente no Diretório do PSB de São Luís, onde o senador Roberto Rocha e o vereador Roberto Rocha Filho dão as cartas. Bira do Pindaré tem o apoio do presidente Luciano Leitoa e do deputado José Reinaldo Tavares, mas não tem nem o apoio nem a simpatia do senador e do vereador. Para ser candidato a prefeito, Pindaré precisa convencer Roberto Rocha de que é a melhor opção para o partido, o que não será nada fácil, ainda que não seja impossível.

 

São Luís, 09 de Abril de 2016.

Um comentário sobre “Dependendo dos seus partidos, pré-candidatos a prefeito de São Luís podem ganhar ou perder com o desfecho do impeachment

  1. Cuidado deputados mahenhese impithima sem time e golpe estamos de olho as próximas eleições vem aí quem é contra a democracia e contra o povo viva o Brasil E democracis

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *