Jogo de pressões nos bastidores do Congresso provoca mudanças na bancada maranhenses na guerra do impeachment

 

com ela
Contra o impeachment: Weverton Rocha, João Marcelo, Aluísio Mendes, Rubens Jr., Hildo Rocha, Júnior Marreca, Pedro Fernandes e Zé Carlos

Não será surpresa se o peso das pressões virar o jogo e induza a maioria dos 18 deputados maranhenses a votar a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ontem, três deputados mudaram suas posições: Waldir Maranhão (PP), Cléber Verde (PRB) e Victor Mendes (PSD). Isso aconteceu porque, queiram ou não os simpáticos ao “politicamente correto”, no campo de batalha em que se transformou as duas Casas do Congresso Nacional, as palavras que movem a maioria são “interesse” e “conveniência”, que são, todos sabem, os combustíveis da política no Brasil. Para a grande maioria não está valendo ideologia e doutrina e programa partidários, porque, em primeiro plano, o que está em jogo é a sobrevivência de cada nas próximas eleições, e, em segundo plano, como serão situados no poder após a decisão sobre o impeachment. E não há como fazer outra leitura, porque é assim que as forças políticas se movem num momento de crise como o que está em curso e ameaça desestabilizar as instituições.

Participantes, até ontem, do time dos indecisos, os deputados Waldir Maranhão (PP), 1º vice-presidente da Câmara Federal, e Cléber Verde (PRB), que ocupa o poderoso cargo de Diretor de Comunicação da Casa, decidiu sair do isolamento e se integrar às fileiras dos que votarão pelo impeachment. O que chama atenção nos dois casos é que tanto Waldir Maranhão quanto Cléber Verde foram aquinhoados com importantes cargos federais no Maranhão. O 1º vice-presidente da Câmara tem, por exemplo, o controle do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Maranhão, e até o início da noite de ontem não constava que ele tivesse orientado seu afilhado a entregar o cargo, como mandaria a boa ética. Também o deputado Cléber Verde, que controlo o Incra e a superintendência do Ministério da Pesca no Maranhão, não orientou seus afilhados a pedir demissão.

contra ela 1
Pelo impeachment: Eliziane Gama, João Castelo, André Fufuca, Alberto Filho, Juscelino Filho, Sarney Filho, Waldir Maranhão e Cléber Verde

O deputado Alberto Filho foi puxado pela “onda” que se formou dentro do PMDB e que envolveu 90% da bancada pemedebista para votar pelo impeachment. Até a tarde de quarta-feira, o jovem parlamentar de Bacabal mantinha posição contrária ao impeachment, alinhando-se a um pequeno grupo do qual faziam parte três maranhenses – ele, João Marcelo Souza e Hildo Rocha. Com forte ligação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Alberto Filho seguiu a orientação do pai, José Alberto, prefeito de Bacabal, e decidiu rever sua posição e se juntar aos pemedebistas que votarão a favor da abertura de processo contra a presidente no Senado da República. Com a decisão, Alberto Filho se afasta do grupo liderado pelo senador João Alberto (PMDB), que tem posição firme e inarredável contra o impeachment.

Outra mudança movimentou o deputado Victor Mendes (PSD), que vinha integrando o grupo parlamentar contrário ao impeachment para mergulhar no oceano da dúvida. Ele se juntou ao experiente deputado José Reinaldo Tavares (PSB), que deixou para se posicionar depois de esgotadas todas as possibilidades de construção de uma terceira via, que seria a de um grande pacto nacional. Victor Mendes poderá optar por seguir a maioria da bancada do seu partido, que foi liberada, para que os deputados votem de acordo com as suas convicções. Já o deputado José Reinaldo Tavares, com o lastro que tem como ex-ministro e ex-governador, dificilmente se orientará pela conveniência partidária, devendo definir seu voto de acordo com as suas próprias avaliações.

não sei
Indecisos: José Reinaldo Tavares e Victor Mendes

Ontem, no final da tarde, o placar era o seguinte:

Pelo impeachment: Eliziane Gama (PPS), André Fufuca (PP), Cléber Verde (PRB), Alberto Filho (PMDB), João Castelo (PSDB), Juscelino Filho (DEM), Sarney Filho (PV) e Waldir Maranhão (PP).

Contra o impeachment: Pedro Fernandes (PTB), Rubens Jr, (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), João Marcelo (PMDB), Hildo Rocha (PMDB), Aluísio Mendes (PTN), Zé Carlos (PT), Júnior Marreca (PEN).

Indecisos: José Reinaldo Tavares (PSB) e Victor Mendes (PSD).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pedro Fernandes: coerência e coragem na guerra do impeachment
pedro fernandes 5
Pedro Fernandes: coerência e honestidade política em relação ao impeachment

Nesse emaranhado de posições, que se alternam a cada momento, um dos mais experientes representantes do Maranhão na Câmara Federal, o deputado Pedro Fernandes (PTB), dá um exemplo de coerência, sustentando sua posição contra o impeachment. Além das pressões externas, Fernandes enfrentou a direção nacional do seu partido, comandada pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, que desembarcou em Brasília na semana passada para pregar a favor do impeachment. Em mensagem nas redes sociais, ele revela que vem sofrendo muitas pressões para mudar sua posição e declara: “Não posso cometer essa violência à democracia que tanto queremos ver consolidada. Prefiro sofrer as críticas agora do que carregar a culpa de ter contribuído para enfraquecer o nosso sonho de ter um País republicano e verdadeiramente democrático. Por isso estou convencido de que o melhor será um grande acordo nacional”. Não é todo detentor de mandato que demonstra esse grau de coragem e de decência políticas.

 

Nonato Reis agora é cidadão de São Luís
nonato reis
Entre a vereadora Bárbara Soeiro, o ex-vereador Albino Soeiro e a esposa Jose Reis, o jornalista Nonato Reis exibe o diploma de Cidadão de São Luís na Câmara Municipal

O jornalista Nonato Reis é o mais novo filho de São Luís. Ele ganhou essa condição – na verdade um status de primeira grandeza – ontem, ao receber o título de Cidadão Ludovicense outorgado pela Câmara Municipal a partir de projeto proposto pela vereadora Bárbara Soeiro (PMN). A homenagem coroa uma trajetória brilhante do jornalista que trilhou com correção e competência todas as áreas e possibilidades do jornalismo, a ponto de se notabilizar como repórter e se consagrar como cronista que enriquece as edições dominicais do Jornal Pequeno com textos muito bem armados e inteligentes. Nonato Reis se encantou e adotou São Luís como seu espaço de vida profissional e familiar desde que desembarcou na cidade, ainda criança, vindo de Viana, sua terra natal. Jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão, o agora Filho da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade militou em todos os jornais da cidade, foi correspondente de jornais do Sul, realizou trabalhos de assessoria de imprensa até tornar-se, por concurso público, jornalista do quadro do Poder Judiciário do Maranhão, cuidando atualmente da assessoria do Fórum Desembargador Sarney Costa. Deixou em cada órgão a marca indelével de um jornalismo correto, competente e responsável. A cidadania ludovicense é, portanto, o reconhecimento do seu trabalho, principalmente a vasta produção diretamente relacionada com a vida da cidade que adotou como sua, conforme acentuou a vereadora Bárbara Soeiro ao saudá-lo. A Coluna festeja a honraria e cumprimenta Nonato Reis, estendendo os cumprimentos a sua esposa e companheira, a também jornalista Jose Reis. Na mesma sessão, a Câmara Municipal concedeu também título de cidadania ao juiz de direito Sebastião Bonfim, natural de Tuntum e atual diretor do Fórum Desembargador Sarney Costa, proposto pelo vereador Osmar Filho (PDT).

 

São Luís, 14 de Abril de 2016.

Um comentário sobre “Jogo de pressões nos bastidores do Congresso provoca mudanças na bancada maranhenses na guerra do impeachment

  1. CARO
    JORNALISTA E AMIGO RIBAMAR CORREA

    Mesmo vendo claramente sua posição em relação ao atual quadro politico do Brasil, devo dizer que é prazeroso ler seu blog pela qualidade da escrita e visão global dos fatos. Bom dia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *